NOSSA SENHORA DAS DORES Padroeira Principal da Ordem

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NOSSA SENHORA DAS DORES Padroeira Principal da Ordem 15 de setembro Solenidade Organizador: Frei

NOSSA SENHORA DAS DORES Padroeira Principal da Ordem 15 de setembro Solenidade Organizador: Frei José M. Milanez, osm

A devoção mariana na história da Ordem Dois episódios ocorridos nos primórdios da Ordem

A devoção mariana na história da Ordem Dois episódios ocorridos nos primórdios da Ordem mostram que os Servos de Maria, desde as origens, veneraram Santa Maria também a partir das dores que Ela sofreu como mãe de Jesus, embora o culto de Nossa Senhora das Dores não estivesse ainda definido e estruturado na vida e na liturgia da igreja da época.

1º - «Certo dia, frei Filipe foi mandado à cidade de Sena, em companhia

1º - «Certo dia, frei Filipe foi mandado à cidade de Sena, em companhia de um confrade de nome frei Vítor. No caminho, encontraram dois frades da Ordem dos Dominicanos que ficaram surpresos ao ver dois frades com um hábito desconhecido. Curiosos, perguntaram de onde vinham e a que Ordem pertencia o hábito que vestiam.

Filipe respondeu -lhes: “Chamam -nos Servos da Virgem Gloriosa, de cuja viuvez trazemos o

Filipe respondeu -lhes: “Chamam -nos Servos da Virgem Gloriosa, de cuja viuvez trazemos o hábito» (LF 8).

2º - «A Virgem Maria revelou ao beato Pedro Mártir que os Sete Fundadores,

2º - «A Virgem Maria revelou ao beato Pedro Mártir que os Sete Fundadores, ela os reservara para seu particular serviço e que lhes obtivera do Filho a graça de iniciar uma Ordem dedicada ao seu nome. Disselhe também que o hábito que eles usavam, a partir de então, deveriam usá-lo para sempre como sinal das humilhações e da dor que Ela havia suportado na paixão do Filho» (LO 52).

A Virgem Santa entrega aos Sete o Hábito preto da Ordem, sinal da dor

A Virgem Santa entrega aos Sete o Hábito preto da Ordem, sinal da dor que Ela suportou na Paixão do Filho.

Apesar desses dois textos, nos primeiros séculos de sua história, os Servos de Maria

Apesar desses dois textos, nos primeiros séculos de sua história, os Servos de Maria veneravam a Virgem Gloriosa no seu mistério global, em perfeita sintonia com o sentido universal da Igreja de então. Ela brilhava aos olhos dos seus Servos como a Mãe de Jesus, intacta na sua virgindade,

elevada, sim, à glória celeste, mas sempre presente, com sua solícita misericórdia, às necessidades

elevada, sim, à glória celeste, mas sempre presente, com sua solícita misericórdia, às necessidades dos seus filhos peregrinos neste mundo.

O artigo 6º das atuais Constituições OSM confirmam essa tradição e afirmam que «os

O artigo 6º das atuais Constituições OSM confirmam essa tradição e afirmam que «os Servos de Maria, desde as origens, dedicaram-se à Mãe de Deus, a Bendita do Altíssimo. Honraram Santa Maria como sua Senhora, com atos de particular veneração, dedicando-lhe suas igrejas, solenizando suas festas e celebrando sua memória aos sábados e ao término de cada dia» .

No início, a piedade mariana não privilegiava nenhum aspecto específico da vida de Maria,

No início, a piedade mariana não privilegiava nenhum aspecto específico da vida de Maria, mas abrangia todo o seu mistério, fundado na Sagrada Escritura. A partir do século XVII, as coisas mudaram. No 3º centenário da proclamação de Nossa Senhora das Dores como padroeira principal da Ordem, o prior geral, frei Hubert Moons, apontava fatos que direcionaram a devoção mariana da Ordem para o culto a Nossa Senhora das Dores.

Primeiro, cita que em 1668, a Sagrada Congregação dos Ritos autorizava a Ordem a

Primeiro, cita que em 1668, a Sagrada Congregação dos Ritos autorizava a Ordem a celebrar a missa votiva das Sete Dores de Maria e a editar o formulário da missa própria para uso interno. Depois, lembra que em 1670, a mesma Congregação estendia a toda sexta-feira não impedida a faculdade de celebrar o ofício das Sete Dores de Maria, “como uma devoção propriamente e principalmente pertencente à dita Ordem”.

Papa Inocêncio XII E, em 9 de agosto de 1692, Nossa Sra. das Dores

Papa Inocêncio XII E, em 9 de agosto de 1692, Nossa Sra. das Dores foi proclamada titular e padroeira principal da Ordem. O papa Inocêncio XII autorizou nossa Ordem a celebrar a festa das Sete Dores no 3º domingo de setembro, com ofício e missa próprios.

Do século XVII até meados do século XX, priorizou-se a devoção a Nossa Senhora

Do século XVII até meados do século XX, priorizou-se a devoção a Nossa Senhora das Dores e ela chegou a ser vista como característica principal da Ordem. A partir de então difundiram-se os exercícios de piedade da Coroa e da Via Matris.

Em 1814, Pio VII estendeu a toda a Igreja latina a festa das Sete

Em 1814, Pio VII estendeu a toda a Igreja latina a festa das Sete Dores de Nossa Senhora do terceiro domingo de setembro, ordenando que se utilizassem os mesmos formulários do ofício e da missa já em uso na Ordem dos Servos de Maria. Em 1911, na reforma litúrgica de Pio X, que visava a dar maior destaque ao Domingo como Dia do Senhor, a festa de Nossa Senhora das Dores foi fixada para 15 de setembro.

Nossas Constituições destacam a predileção da Ordem pela devoção a Nossa Senhora das Dores.

Nossas Constituições destacam a predileção da Ordem pela devoção a Nossa Senhora das Dores. - Pedem para celebrar a “memória de Nossa Senhora das Dores que, tendo participado da missão do servo sofredor de Javé, foi associada à sua glória” (art. 27/a). - Pedem que “o frade tenha em grande estima a tradição de rezar diariamente a Coroa de Nossa Senhora das Dores” (art. 31/d).

- E afirmam que “a figura de Maria ao pé da Cruz é nossa

- E afirmam que “a figura de Maria ao pé da Cruz é nossa imagem-guia. O Filho do homem continua ainda crucificado nos seus irmãos e nós, Servos de sua Mãe, queremos estar ao lado dela aos pés das infinitas cruzes da humanidade” (art. 299).

Diz o documento mariano “Fazei tudo o que Ele vos disser”: «A imagem da

Diz o documento mariano “Fazei tudo o que Ele vos disser”: «A imagem da Senhora das Dores estimula-nos e guianos para acercar-nos do mistério da dor e da morte numa visão de fé.

Uma visão de fé sempre projeta a luz da vida. Deus, em sua misericórdia,

Uma visão de fé sempre projeta a luz da vida. Deus, em sua misericórdia, transformará a pena da dor em instrumento de salvação. Maria viveu essa experiência junto de seu Filho. Por isso, a piedade mariana incute-nos esperança e levanos a adotar “soluções de vida” mesmo quando a dor é cruciante» .

HINOS DO OFÍCIO O Ofício Próprio da solenidade de Nossa Senhora das Dores tem

HINOS DO OFÍCIO O Ofício Próprio da solenidade de Nossa Senhora das Dores tem quatro hinos: das I Vésperas e das Laudes, traduzidos do latim do antigo Ofício Próprio da Ordem; Ofício das Leituras e das II Vésperas, de frei David M. Turoldo.

HINO DAS I VÉSPERAS Logo que astuta serpente ferira Adão inocente, quando ao pecado

HINO DAS I VÉSPERAS Logo que astuta serpente ferira Adão inocente, quando ao pecado o levou; para salvar-nos da falta, por uma paga mais alta, Deus um remédio encontrou. Do réu apague-se o agravo, morra o Senhor pelo escravo, torne-se o Filho Jesus; tombe o Cordeiro inocente, morra um só, não toda a gente, abra os seus braços na cruz.

Para de modo mais pleno sanar da morte o veneno, novo Adão não fique

Para de modo mais pleno sanar da morte o veneno, novo Adão não fique só; em vez de Eva, Maria, a quem a dor da agonia traspassara o peito sem dó. adornas Corredentora te tornas, ó Mãe de Deus, que te com os punhais da paixão; junto a Jesus permaneces, e o Filho ao Pai ofereces na mais completa oblação.

Jesus de nós não se esquece: por nossa Mãe te oferece, quando te entrega

Jesus de nós não se esquece: por nossa Mãe te oferece, quando te entrega a João; tornas-te assim Mãe da Igreja, a doce Mãe benfazeja de todo o povo cristão. Ao Pai e ao Filho igualmente suba o louvor reverente, e ao que de ambos provém; assim da Santa Trindade louvemos nós a unidade, todo louvor lhe convém. Amém!

 Logo que astuta serpente ferira Adão inocente, quando ao pecado o levou; para

Logo que astuta serpente ferira Adão inocente, quando ao pecado o levou; para salvar-nos da falta, por uma paga mais alta, Deus um remédio encontrou. Remete ao pecado dos primeiros pais, quando Deus castiga mas, ao mesmo tempo, promete a salvação. “E o Senhor disse à serpente: Porei inimizade entre ti e a mulher. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15).

Do réu apague-se o agravo, morra o Senhor pelo escravo, torne-se o Filho Jesus;

Do réu apague-se o agravo, morra o Senhor pelo escravo, torne-se o Filho Jesus; tombe o Cordeiro inocente, morra um só, não toda a gente, abra os seus braços na cruz. Para redimir o homem escravizado pelo pecado tomba o Cordeiro Inocente, Jesus, que termina pendente da cruz e “dá a vida em resgate por muitos” (Mt 20, 28). Jesus morre por todos.

Para de modo mais pleno sanar da morte o veneno, novo Adão não fique

Para de modo mais pleno sanar da morte o veneno, novo Adão não fique só; em vez de Eva, Maria, a quem a dor da agonia traspassara o peito sem dó. Mas para que Jesus, o novo Adão, não esteja só, lá está Maria, a nova Eva que, diante do sofrimento do Filho, sofre a dor da agonia. De Adão e Eva, herdamos o pecado e a morte. De Jesus e Maria, a graça e a vida.

Jesus de nós não se esquece: por nossa Mãe te oferece, quando te entrega

Jesus de nós não se esquece: por nossa Mãe te oferece, quando te entrega a João; Tornas-te assim Mãe da Igreja, a doce Mãe benfazeja de todo o povo cristão. João 19, 26 -27: “Mulher, eis o teu Filho. . . Filho, eis a tua Mãe. E o discípulo a acolheu no que era seu”. É o testamento de Jesus: já dera sua vida e derramara seu sangue; agora dá também a sua Mãe para ser nossa mãe.

Corredentora te tornas, ó Mãe de Deus, que te adornas com os punhais da

Corredentora te tornas, ó Mãe de Deus, que te adornas com os punhais da paixão; junto a Jesus permaneces, e o Filho ao Pai ofereces na mais completa oblação. Adornada com as espadas da paixão, a Mãe se associa ao Filho na obra da redenção e o oferece ao Pai em oblação. É corredentora da humanidade.

Ao Pai e ao Filho igualmente suba o louvor reverente, e ao que de

Ao Pai e ao Filho igualmente suba o louvor reverente, e ao que de ambos provém; assim da Santa Trindade louvemos nós a unidade, todo louvor lhe convém. Amém A doxologia é um louvor reverente à Santa Trindade e à sua indivisível Unidade: o mesmo e único Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.

Como se vê o Hino das I Vésperas enfatiza o mistério da Redenção humana

Como se vê o Hino das I Vésperas enfatiza o mistério da Redenção humana operada por Cristo com a cooperação da Virgem Maria. Recorda o pecado dos primeiros pais e a promessa da salvação e nos leva em seguida para o alto do Calvário, onde o Cordeiro Inocente é sacrificado “em resgate por muitos”. E a Mãe está ao pé da cruz, participando de sua paixão redentora. E lá ela, a nova Eva, nos é entregue como mãe pelo Novo Adão, Jesus agonizante.

HINO DO OFÍCIO DAS LEITURAS De pé junto à cruz estava sua Mãe, com

HINO DO OFÍCIO DAS LEITURAS De pé junto à cruz estava sua Mãe, com outras mulheres e o discípulo amado; era qual sombra de negro vestida: tudo era imóvel e o vento parado. Longe, perdido, fixava o olhar. Dize-nos, Mãe, do monte o que vias? Vias talvez uma selva de cruzes ou tu também nada mais percebias?

Tu és, ó Mãe, toda a mãe que hoje ama, tu és, ó Mãe,

Tu és, ó Mãe, toda a mãe que hoje ama, tu és, ó Mãe, toda a mãe que hoje chora seu filho morto, seu filho traído: mães aos milhares que o mundo ignora! Filhos vendidos, traídos, feridos, filhos que sempre elas veem morrer, filhos drogados e em cruzes pregados: Ímpia bandeira de um ímpio poder. Nuvem escura encobre a cidade, de trevas e sombras o Monte se veste, rasga-se toda a cortina do templo, de rubro sangue o céu se reveste

qual negro lençol, mortalha estirada ora recobre Sua trágica ausência, de luto marcada e

qual negro lençol, mortalha estirada ora recobre Sua trágica ausência, de luto marcada e de triste silêncio, rastro cruel da humana inclemência. Isto pedimos, ó Mãe, para nós: podermos com o Filho a cruz carregar e junto às cruzes dos seres humanos sempre a teu lado podermos estar.

 De pé junto à cruz estava sua Mãe, com outras mulheres e o

De pé junto à cruz estava sua Mãe, com outras mulheres e o discípulo amado; era qual sombra de preto vestida: tudo era imóvel e o vento parado. A Mãe estava ao pé da Cruz do Filho, junto com poucos fieis: algumas mulheres e o discípulo amado. O poeta a vê como uma “sombra de preto vestida”, símbolo de sofrimento e luto.

Longe, perdido, fixava o olhar. Dize-nos, Mãe, do monte o que vias? Vias talvez

Longe, perdido, fixava o olhar. Dize-nos, Mãe, do monte o que vias? Vias talvez uma selva de cruzes ou tu também nada mais percebias? O poeta insinua que Maria, estando ao pé da cruz do Filho, tinha seu olhar voltado para o futuro e enxergava uma infinidade de cruzes nas quais seriam crucificados os discípulos do seu Filho. Ela previa a era dos mártires da Igreja.

Tu és, ó Mãe, toda a mãe que hoje ama, tu és, ó Mãe,

Tu és, ó Mãe, toda a mãe que hoje ama, tu és, ó Mãe, toda a mãe que hoje chora seu filho morto, seu filho traído: mães aos milhares que o mundo ignora! Filhos vendidos, traídos, feridos, filhos que sempre elas veem morrer, filhos drogados e em cruzes pregados: ímpia bandeira de um ímpio poder. Essa duas estrofes nos mostram que Maria ao pé da cruz representa milhares de mães sofredoras de hoje.

Quantas são as mães do mundo de hoje que veem seus filhos “vendidos, feridos,

Quantas são as mães do mundo de hoje que veem seus filhos “vendidos, feridos, drogados, mortos”, vítimas da violência que eles mesmos provocam ou que as condições sociais lhes impõem. Tudo isso o poeta define como sendo: “uma ímpia bandeira de um ímpio poder”

Nuvem escura encobre a cidade, de trevas e sombras o Monte se veste, rasga-se

Nuvem escura encobre a cidade, de trevas e sombras o Monte se veste, rasga-se toda a cortina do templo, de rubro sangue o céu se reveste Diz o Evangelho: “A escuridão cobriu toda a terra, pois o sol parou de brilhar. O véu do Santuário rasgou-se pelo meio e Jesus deu um forte grito ‘Pai, em tuas mãos entrego meu espírito’. Dizendo isso, expirou” (Lc 23, 44 -46).

qual negro lençol, mortalha estirada que ora recobre sua trágica ausência, de luto marcada

qual negro lençol, mortalha estirada que ora recobre sua trágica ausência, de luto marcada e de triste silêncio, rastro cruel da humana inclemência. As trevas escuras, qual negro lençol, representam o luto e o triste silêncio reinante após a morte; e a mortalha estirada sobre o corpo encobria a grande ausência e o sangue derramado, rastro cruel da maldade humana.

Isto pedimos, ó Mãe, para nós: podermos com o Filho a cruz carregar e

Isto pedimos, ó Mãe, para nós: podermos com o Filho a cruz carregar e junto às cruzes da humanidade sempre a teu lado podermos estar. Pedimos à Mãe para que nos ajude a carregar nossa cruz e a estar sempre a seu lado aos pés das cruzes da humanidade. Remete ao art. 299 das Constituições: “Maria ao pé da Cruz seja a nossa imagemguia. O Filho continua crucificado nos seus irmãos e nós, Servos da Mãe, queremos estar ao lado dela aos pés das infinitas cruzes da humanidade”

Como vimos, o Hino do Ofício das Leituras, nos situa no Monte Calvário, onde

Como vimos, o Hino do Ofício das Leituras, nos situa no Monte Calvário, onde Maria está ao pé da Cruz do Filho e representa todas mães de hoje que veem seus filhos levados à perdição e à morte, por culpa própria ou forçados pelas condições sociais iníquas em que vivem. O sangue derramado pelo Filho é a mortalha que cobre o silêncio e o luto de sua morte. À Mãe nós pedimos que nos ajude a carregar nossa cruz e a levar esperança àqueles que sofrem.

HINO DAS LAUDES Jesus, Redentor de todos, do mundo o crime lavaste, suspenso no

HINO DAS LAUDES Jesus, Redentor de todos, do mundo o crime lavaste, suspenso no alto do monte, Em que na cruz te ofertaste. Infunde em nós tua graça, em nosso pranto gememos: nossas culpas confessamos, tua justiça tememos.

Venha ajudar-nos a Virgem, de coração traspassada, que no Calvário nos deste, que ali

Venha ajudar-nos a Virgem, de coração traspassada, que no Calvário nos deste, que ali estava a teu lado. Maria, quantos flagelos em teu Filho não sentiste! A sua vida nos deste, à sua morte te uniste.

Comova todas as almas teu sofrimento materno; do amor ardendo nas chamas, sejamos livres

Comova todas as almas teu sofrimento materno; do amor ardendo nas chamas, sejamos livres do inferno. A ti, Jesus, que sofreste, pelos teus servos, louvamos. e ao Pai e ao Espírito Santo. a mesma glória nós damos. Amém!

Jesus, Redentor de todos, do mundo o crime lavaste, suspenso no alto do monte,

Jesus, Redentor de todos, do mundo o crime lavaste, suspenso no alto do monte, Em que na cruz te ofertaste. Infunde em nós tua graça, em nosso pranto gememos: nossas culpas confessamos, tua justiça tememos. Venha ajudar-nos a Virgem, de coração traspassada, que no Calvário nos deste,

Três estrofes dirigidas a Jesus Redentor que nos redimiu com sua paixão e morte.

Três estrofes dirigidas a Jesus Redentor que nos redimiu com sua paixão e morte. A Ele nos voltamos como pecadores, reconhecendo nossas culpas e suplicando perdão e graça. Para isso, recorremos a intercessão da Virgem de coração traspassado, que lá estava ao pé da cruz e que Ele nos deu por mãe. O tema de fundo é sempre o mesmo: Jesus é o Redentor e tem Maria, sua Mãe, associada a si na obra de Redenção. Ela é corredentora.

Maria, quantos flagelos em teu Filho não sentiste! A sua vida nos deste, à

Maria, quantos flagelos em teu Filho não sentiste! A sua vida nos deste, à sua morte te uniste. Comova todas as almas teu sofrimento materno; do amor ardendo nas chamas, sejamos livres do inferno.

Essas duas estrofes dirigem-se a Maria. Unindo-se, com seu sofrimento, ao flagelo da morte

Essas duas estrofes dirigem-se a Maria. Unindo-se, com seu sofrimento, ao flagelo da morte do Filho, Ela nos entrega a vida d. Ele. Que este sofrimento materno nos comova, nos inflame de amor e nos livre do inferno e de todo mal.

A ti, Jesus, que sofreste, pelos teus servos, louvamos. e ao Pai e ao

A ti, Jesus, que sofreste, pelos teus servos, louvamos. e ao Pai e ao Espírito Santo. a mesma glória nós damos. Amém! A última estrofe é uma doxologia, dirigida primeiro a Jesus sofredor, depois ao Pai e ao Espírito Santo, aos quais de igual maneira louvamos.

Como vemos, o Hino das Laudes dirigese primeiro a Jesus Redentor que, com sua

Como vemos, o Hino das Laudes dirigese primeiro a Jesus Redentor que, com sua paixão e morte nos garante a vida e a redenção; depois à Virgem Maria que se associa às dores do Filho em benefício da humanidade. Unidos a Ela ao pé da cruz, seu sofrimento nos comova, nos inflame de amor e nos livre do inferno e de todo mal. E o hino termina com o louvor à Trindade Santa.

HINO DAS II VÉSPERAS "Tudo acabado!", ele grita no ardor do corpo em chamas

HINO DAS II VÉSPERAS "Tudo acabado!", ele grita no ardor do corpo em chamas de dor e martírio: reclina depois como pedra a cabeça, ao Pai entrega seu espírito santo. Pouco mais tarde da cruz o tiraram, e em teu regaço, ó Mãe, depuseram: não parecias gerá-lo de novo e qual criança de peito aleitá-lo?

Era o regaço de todas as mães: vendo-te assim, quem não há de chorar?

Era o regaço de todas as mães: vendo-te assim, quem não há de chorar? Cena como esta jamais fora vista: és "a Piedade" que a todos consola! Para o sepulcro carregam-no amigos, não mais que sete, segundo João: este é o enterro mais pobre do mundo, ouve-se apenas a pedra rolar. . . A ti, Trindade, mistério supremo, nós te louvamos porque nos doaste a nova aurora que o dia anuncia: Cristo, que toda a criação glorifica.

"Tudo acabado!", ele grita no ardor do corpo em chamas de dor e martírio:

"Tudo acabado!", ele grita no ardor do corpo em chamas de dor e martírio: reclina depois como pedra a cabeça, ao Pai entrega seu espírito santo. Assim João escreve a morte de Jesus (19, 28 -29): «Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, disse: “Tenho sede!” Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e levaram à sua boca. Ele tomou e disse: “ Tudo está consumado”. E inclinado a cabeça, entregou o espírito» . Tudo isso com o corpo em chamas de dor e martírio.

Pouco mais tarde da cruz o tiraram e em teu regaço, ó Mãe, depuseram:

Pouco mais tarde da cruz o tiraram e em teu regaço, ó Mãe, depuseram: não parecias gerá-lo de novo e qual criança de peito aleitá-lo? Eras o regaço de todas as mães: vendo-te assim, quem não há de chorar? Cena como esta jamais fora vista: és a “Piedade" que a todos consola!

“La Pietà” (Piedade), obra-prima de Michelangelo, venerada na basílica de São Pedro no Vaticano

“La Pietà” (Piedade), obra-prima de Michelangelo, venerada na basílica de São Pedro no Vaticano

Maria aconchega ao colo seu filho morto. A perfeição dos traços das imagens marmóreas

Maria aconchega ao colo seu filho morto. A perfeição dos traços das imagens marmóreas e a dor reproduzida com solenidade e perfeição no rosto da mãe despertam piedade. Abraçar a dor do irmão, abraçar a causa dos pobres, dos excluídos, dos doentes, dos angustiados e deprimidos, não é para os fracos. É para os fortes.

É para aqueles que, como Maria, sabem permanecer de pé junto à cruz e

É para aqueles que, como Maria, sabem permanecer de pé junto à cruz e não se abalam diante do sofrimento. Para aqueles que alicerçam sua vida em Deus e na sua Palavra. Para aqueles que, diante da morte, acreditam na ressurreição, e por isso lutam para renovar o mundo e praticam obras de misericórdia, como o bom samaritano. Sim, porque não existe fé sem obras. “Mostra-me tua fé sem as obras que eu, por minhas obras, te mostrarei a fé“, diz São Tiago.

Para o sepulcro carregam-no amigos, não mais que sete, segundo João: este é o

Para o sepulcro carregam-no amigos, não mais que sete, segundo João: este é o enterro mais pobre do mundo, ouve-se apenas a pedra rolar. . . Foi um enterro de pobre, feito às pressas no final da tarde, e poucos o acompanham. Tudo parece ter chegado ao fim. A Mãe, João e os poucos amigos e amigas, depois que o túmulo foi coberto com a pedra, voltam para casa. A desolação é total. A dor da mãe alcança seu nível mais profundo: agora sem marido e sem filho. Estava só! É Nossa Senhora da Soledade.

A ti, Trindade, mistério supremo, nós te louvamos porque nos doaste a nova aurora

A ti, Trindade, mistério supremo, nós te louvamos porque nos doaste a nova aurora que o dia anuncia: Cristo, que toda a criação glorifica. Nessa doxologia, louvamos a Trindade, supremo mistério, que nos doou Cristo como nova aurora do mundo criado. Por isso, toda a criação se une para louvar e glorificar.

Como vemos, o hino das II Vésperas nos situa no alto do Calvário e

Como vemos, o hino das II Vésperas nos situa no alto do Calvário e nos leva contemplar a morte de Jesus, sua retirada da cruz e a “Pietà”: Maria aconchega o cadáver do Filho ao colo; e, por fim, o sepultamento. Uma vez mais focaliza-se a participação de Maria na obra da Redenção humana. Por isso, Ela é venerada como Mãe da Igreja e Mãe de todos os seres humanos.