Universidade Estadual Paulista Faculdade de Cincias e Tecnologia

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Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Tecnologia Geofísica Prof Dr João Fernando Custódio

Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Tecnologia Geofísica Prof Dr João Fernando Custódio da Silva Departamento de Cartografia Apresentação elaborada a partir das aulas do Prof. Dr. José Milton Arana e do doutorando Fabricio dos Santos Prol. Presidente Prudente, SP

Geofísica – Capítulos – 2019 Introdução 1 Origem e evolução da Terra 2 Geotermia

Geofísica – Capítulos – 2019 Introdução 1 Origem e evolução da Terra 2 Geotermia – fluxo geotérmico 3 Campo da gravidade e gravimetria 4 Campo magnético da Terra 5 (A crosta e a) Teoria da deriva continental e tectônica de placas 6 Forças que impulsionam as placas litosféricas 7 Sismologia e sismicidade 8 Ondas elásticas e ondas sísmicas 9 Geofísica aplicada 10 Atmosfera terrestre 11 Propagação de ondas na atmosfera 12

 • A crosta: a ser vista após Sismologia e Sismicidade • Teoria da

• A crosta: a ser vista após Sismologia e Sismicidade • Teoria da Deriva Continental • Tectônica de Placas Litosféricas

Os Primeiros Atlas do Mundo Nos séculos XVI e XVII a produção de atlas

Os Primeiros Atlas do Mundo Nos séculos XVI e XVII a produção de atlas foi intensa. Dentre as muitas novas visões do mundo, uma chamou a atenção dos estudiosos, particularmente dos naturalistas: o encaixe dos continentes A representação plana do mundo vista nos planisférios sugeria que os continentes poderiam ser recortados e encaixados como peças de um quebra -cabeças. Por muito tempo, além desta simples constatação, nada aconteceu.

Teoria da Deriva dos Continentes Início do século XX, a TDC postulava que os

Teoria da Deriva dos Continentes Início do século XX, a TDC postulava que os continentes estavam à deriva, movimentando-se no globo terrestre (Wegener. A origem dos oceanos e dos continentes. 1915). Especulava-se que no passado houvera um único continente: a Pangeia; que posteriormente se dividiu em: - Laurasia (norte) e - Gondwana (sul); de onde teriam surgido os atuais continentes. Deriva: sujeito ou à mercê de forças externas

Evidências da TDC • Wegener estudou e reuniu dados e fatos científicos conhecidos à

Evidências da TDC • Wegener estudou e reuniu dados e fatos científicos conhecidos à época: – – Morfologia dos continentes (cartografia) Geologia Paleontologia Paleoclima • Debate entre – – mobilistas – adeptos da mobilidade dos continentes fixistas – opositores Durou até ~ década de 70, após observações da década de 50 Surgimento da Teoria da Tectônica de Placas (litosféricas) [ Paleo (grego), palaio => antigo, velho ]

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Teoria da Deriva Continental.

Rejeição à TDC. Geólogos e geofísicos oscilavam entre aceitar e rejeitar a TDC. .

Rejeição à TDC. Geólogos e geofísicos oscilavam entre aceitar e rejeitar a TDC. . Diante da força das evidências científicas favoráveis à TDC, gradualmente a rejeição diminuía. . No entanto, a TDC não explicava satisfatoriamente bem que forças movimentavam os continentes – uma exigência dos geofísicos. . Cálculos da época demonstravam que a força necessária para movimentar a crosta era tão grande que ela se quebraria antes de movimentar. . Assim, não era possível aceitar que os continentes flutuassem sobre a crosta oceânica por falta de um mecanismo de força que explicasse o movimento.

Teoria da Tectônica de Placas A TDC não era plenamente aceita – daí surge

Teoria da Tectônica de Placas A TDC não era plenamente aceita – daí surge a Teoria da Tectônica de Placas (TTP): uma evolução do pensamento sobre o movimento dos continentes. Litosfera: manto superior e crosta terrestre (continental e oceânica).

Tectônica origem no grego, construção. Placa litosférica A crosta é a porção mais externa,

Tectônica origem no grego, construção. Placa litosférica A crosta é a porção mais externa, na qual vivemos, com profundidade de 6 (crosta oceânica) a 30 km (crosta continental): sólida, maior rigidez e fria. O manto está logo abaixo da crosta: mais plástico, menos rígido, mais quente do que a crosta. O manto é dividido em superior (menos quente) e inferior (mais quente e mais líquido, com movimentação mais intensa dos fluídos). Placas litosféricas: a crosta mais o manto superior.

Crosta, Manto, Litosfera e Astenosfera.

Crosta, Manto, Litosfera e Astenosfera.

Princípios, pilares, postulados da TTP • Movimento, deslocamento, espalhamento do assoalho oceânico que forma

Princípios, pilares, postulados da TTP • Movimento, deslocamento, espalhamento do assoalho oceânico que forma as placas litosféricas; • As placas têm limites e nos limites a sísmica é intensa; • O tamanho da Terra é constante, cria-se massa nas dorsais e perde-se na convergência das placas, portanto, não há alteração de volume e área da Terra; • ? . . . Presente: em busca de novas evidências. . .

Tectônica de Placas Placa tectônica em vez de placa litosférica é um desvio da

Tectônica de Placas Placa tectônica em vez de placa litosférica é um desvio da tradução (Plates tectonics para tectônica de placas), mas o termo placa litosférica foi o que pegou e é mais recomendável, também porque placa litosférica compreende a parte da crosta e a parte do manto. Na verdade, são blocos litosféricos. . .

Qual é a força motriz que movimenta a placa litosférica (manto e crosta)? O

Qual é a força motriz que movimenta a placa litosférica (manto e crosta)? O calor interno da Terra.

Processo tectônico de formação das placas litosféricas 1. O calor (energia) gerado no núcleo

Processo tectônico de formação das placas litosféricas 1. O calor (energia) gerado no núcleo da Terra empurra as massas rochosas aquecidas e fluidas do manto interior pelas fendas e fissuras dos blocos rochosos do manto superior até a litosfera (camada do manto externo + crosta); 2. Na crosta oceânica, o material rochoso esfria e passa a empurrar as rochas resfriadas para os lados da dorsal oceânica formada; 3. As rochas resfriadas ficam delimitadas em placas litosféricas que são deslocadas em direção às margens dos continentes e empurram a crosta continental (menor espessura e densidade) para cima e a crosta oceânica (maior espessura e densidade) é empurrada para baixo (zona de subducção). 4. O movimento descendente das rochas na zona de subducção é uma compensação pela ascensão da massa rochosa aquecida, de modo que as rochas mais frias descem e preenchem o espaço no interior da Terra, completando o ciclo de convecção. 5. Este ciclo de convecção ocorre contínua e lentamente do qual participam todas as camadas da Terra: núcleo, manto e crosta ou nucleosfera, mantosfera, astenosfera, litosfera e hidrosfera.

Processo geotérmico: corrente de convecção

Processo geotérmico: corrente de convecção

Tectônica ou construção de placas litosféricas

Tectônica ou construção de placas litosféricas

Tectônica de Placas Zona de subducção Convecção

Tectônica de Placas Zona de subducção Convecção

Existem três tipos de limites entre as placas litosféricas: 1. Divergente – as placas

Existem três tipos de limites entre as placas litosféricas: 1. Divergente – as placas se afastam umas das outras; 2. Convergente – a placa mais densa mergulha sob a outra menos densa na zona de subducção; 3. Conservativo ocorre quando as placas deslizam horizontalmente (lateralmente) uma em relação a outra.

Se criar em algum lugar, deve-se destruir em outro. . .

Se criar em algum lugar, deve-se destruir em outro. . .

Nos limites conservativos, não existe criação de crosta, uma placa da crosta apenas se

Nos limites conservativos, não existe criação de crosta, uma placa da crosta apenas se desloca em relação à outra.

E afinal, quais as forças das placas litosféricas? Empurrão, slab, resistência e do manto

E afinal, quais as forças das placas litosféricas? Empurrão, slab, resistência e do manto Força de empurrão: afasta a crosta horizontalmente para os lados e verticalmente devido à inclinação da dorsal.

. . . forças das placas litosféricas Slab: Quando as placas colidem, há uma

. . . forças das placas litosféricas Slab: Quando as placas colidem, há uma força que puxa a placa para baixo da crosta continental; Ela depende do ângulo de inclinação de mergulho; Pode ser vista como a força devido à massa da crosta que está embaixo e puxando a crosta, sendo a principal força de movimentação da placa (alguma coisa de gravidade aqui? ). Resistência de colisão: Existe uma força de resistência (no manto, listosfera? ) à crosta que está entrando embaixo da crosta continental. Esta resistência é devido ao atrito, não deixando a placa litosférica entrar na astenosfera. Existe a resistência do manto e da própria placa continental. Célula de convecção: devido às altas temperaturas, uma força do manto aparece para movimentar a placa para a zona de subducção.

Medindo o Movimento das Placas Para qual direção o Brasil está deslocando? A Geodésia

Medindo o Movimento das Placas Para qual direção o Brasil está deslocando? A Geodésia por Satélites é uma ferramenta essencial no monitoramento do movimento das placas litosféricas. Como são realizados estes estudos?

Medindo o Movimento das Placas Utilizando uma rede de antenas geodésicas, o posicionamento é

Medindo o Movimento das Placas Utilizando uma rede de antenas geodésicas, o posicionamento é realizado em escala global. As observações de distância e ângulos são medidas por meio de sinais advindos de satélites e quasars.

Medindo o Movimento das Placas Para cada instante, um processamento é realizado e estima-se

Medindo o Movimento das Placas Para cada instante, um processamento é realizado e estima-se a posição das estações. As soluções de cada instante são combinadas em um único ajustamento semanal. Cada solução semanal representa a posição correta de cada estação para a respectiva semana.

Medindo o Movimento das Placas Usando uma série temporal de posição, é possível calcular

Medindo o Movimento das Placas Usando uma série temporal de posição, é possível calcular a velocidade planimétrica e altimétrica das estações. || VE, VN || Vup O monitoramento é global, mas estudos regionais podem ser realizados. O PPP, p. ex. , pode ser utilizado no Brasil, mas vale lembrar a necessidade de alta acurácia.

Medindo o Movimento das Placas Destaque-se a dificuldade de modelar a velocidade altimétrica: vários

Medindo o Movimento das Placas Destaque-se a dificuldade de modelar a velocidade altimétrica: vários efeitos que podem movimentar a placa litosférica. Relação do aumento da carga de água na movimentação vertical da crosta terrestre.

Velocidade das Placas Litosféricas Este movimento de massas rochosas que formam as placas litosféricas

Velocidade das Placas Litosféricas Este movimento de massas rochosas que formam as placas litosféricas ocorre a uma velocidade de alguns centímetros por ano (exemplo entre América do Sul e África): ~1, 0 a ~2, 0 cm/ano ~0, 19 a ~0, 36 mm / semana ~27, 5 a ~54, 9 µm / dia Em um século, os continentes africano e sul-americano afastamse de ~1, 0 metro. Determinações de distâncias por meio de VLBI.

Momento Magnético • É uma grandeza vetorial caracterizada por uma magnitude e por uma

Momento Magnético • É uma grandeza vetorial caracterizada por uma magnitude e por uma direção e um sentido que são determinados pela estrutura eletrônica do átomo (portanto, de cada material, particularmente, metálico). • Conjunto de vários átomos => a interação entre os momentos atômicos tende a organizar os momentos magnéticos individuais – – Ferromagnético Antiferromagnético (MM fraco) Ferrimagnético Antiferrimagnético inclinado (MM fraco)

Esquematização das formas dos MM individuais e em grupo

Esquematização das formas dos MM individuais e em grupo

Curva de histerese magnética IDS

Curva de histerese magnética IDS

Temperaturas de Curie e de bloqueio • TB < TC • Acima da TC

Temperaturas de Curie e de bloqueio • TB < TC • Acima da TC a magnetização espontânea não é possível • Abaixo da TB a magnetização fica estável • Cada material (metal) tem as suas TC e TB características próprias

Padrão listrado (zebrado) do assoalho oceânico O material do manto que sai pela dorsal

Padrão listrado (zebrado) do assoalho oceânico O material do manto que sai pela dorsal está com uma temperatura muito alta. Depois de um tempo, esfria e passa a guardar a direção do campo magnético (rocha imantada, paleomagnetismo). Juntando o movimento das placas litosféricas com o registro dos MM, é possível observar o padrão de listras (zebrado). + próx dorsal => + jovem + distante dorsal => + velho

Alternâncias indicam reversão dos polos magnéticos. Magnetômetros em barcos registram os momentos magnéticos gerados

Alternâncias indicam reversão dos polos magnéticos. Magnetômetros em barcos registram os momentos magnéticos gerados pelo campo magnético da época que a rocha se resfriou (temperatura de bloqueio). . Daí, cada listra tem o registro de uma direção e sentido do magnetismo, alternadamente em sentidos opostos. . Dessas alternâncias, fica evidenciada a reversão dos polos magnéticos; . Na região mais próxima da dorsal oceânica o registro magnético é similar ao campo magnético atual. . As sucessivas inversões magnéticas do passado estão registradas nas listras ou faixas, conforme se afasta da dorsal; cada listra ou faixa com a orientação do campo (momento) magnético do passado.

Orientações dos MM indicam o movimento dos polos magnéticos. O registro paleomagnético dos MM

Orientações dos MM indicam o movimento dos polos magnéticos. O registro paleomagnético dos MM (vetorial) dos materiais coletados para análise estimam-se IDS. . Do sentido dos MM remanentes resultantes extrai-se a reversão dos polos; . Da direção infere-se a deriva ou o movimento dos polos magnéticos.

Idade do assoalho oceânico Observa-se que o assoalho oceânico é muito antigo: reforça-se a

Idade do assoalho oceânico Observa-se que o assoalho oceânico é muito antigo: reforça-se a TTP, tal que a dorsal possui rocha mais recente. A Terra tem cerca de 4 bilhões de anos e o assoalho oceânico cerca de 200 milhões de anos; A placa oceânica mais velha já foi para uma zona de subducção e derretida no manto. Em geral, nos limites onde a placa é destruída (subducção), são gerados muitos sismos (terremotos).

Distâncias do Brasil à África Observa-se que o assoalho oceânico é muito antigo: reforça-se

Distâncias do Brasil à África Observa-se que o assoalho oceânico é muito antigo: reforça-se a TTP, tal que a dorsal possui rocha mais recente. RJ à cidade do Cabo (África do Sul) = 6. 060 km; 3. 030 km até a dorsal mesoatlântica (DMA); 3. 030. 000 m => igual número de séculos (à veloc 1 m / séc. ) João Pessoa ao ponto + próximo da África = 2. 850 km; 1. 425. 000 m até a DMA => igual número de séculos. Estimativas aproximadas apenas para fins de compreender os tempos envolvidos.

Resumo TDC: Wegener, 1915. Observações cartográficas, fauna e flora, paleoclimáticas e paleomagnéticas. Fortes evidências

Resumo TDC: Wegener, 1915. Observações cartográficas, fauna e flora, paleoclimáticas e paleomagnéticas. Fortes evidências à “deriva” dos continentes, mas sem explicar as causas. TTP A força responsável pelo movimento da crosta terrestre se dá pelo calor interno da Terra, de forma que a litosfera “flutua ou voia” sobre um manto quente na astenosfera. A litosfera é dividida em várias placas litosféricas (ou tectônicas). As dorsais oceânicas e as cadeias montanhosas limitam as PL. O paleomagnetismo sugere as reversões de polaridade dos polos magnéticos e o seu movimento em torno do Polo Norte Geográfico (Verdadeiro).

. . . Resumo. Os limites divergentes das PL proporcionam rifts (vales estreitos e

. . . Resumo. Os limites divergentes das PL proporcionam rifts (vales estreitos e profundos) e as dorsais oceânicas; Os convergentes proporcionam cadeias montanhosas; Os conservativos proporcionam falhas nas placas, causando terremotos.