UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP Campus de BauruSP FACULDADE
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP - Campus de Bauru/SP FACULDADE DE ENGENHARIA Departamento de Engenharia Civil 2151 – CONCRETOS ESPECIAIS CONCRETO MASSA CONVENCIONAL E COMPACTADO COM ROLO PARA BARRAGENS Prof. Dr. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS BASTOS (wwwp. feb. unesp. br/pbastos) 1
Fontes Principais: Selmo Chapira Kuperman, Concreto massa convencional e compactado com rolo para barragens. Concreto, Ensino, Pesquisa e Realizações, São Paulo, Ed. Geraldo Cechella Isaia, IBRACON, 2005, pp. 1259 -1295. JOSÉ MARQUES FILHO. Concreto massa e compactado com rolo. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo, IBRACON, Ed. Geraldo Cechella Isaia, 2011, pp. 1399 -1447. 2
Outra Fonte: MEHTA, P. K. ; MONTEIRO, P. J. M. Concreto. Microestrutura, propriedades e materiais. São Paulo, IBRACON, 2008, 674 p. 3
CONCRETO MASSA E COMPACTADO COM ROLO INTRODUÇÃO Histórico Definição de Concreto Massa: aquele que, ao ser aplicado numa estrutura, requer a tomada de precauções que evitem fissurações derivadas de seu comportamento térmico. 4
Outras definições: - aquele que necessita de cuidados especiais para a minimização dos efeitos das variações volumétricas e geração de calor decorrentes da hidratação do cimento. 5
Outras definições: - o concreto em uma estrutura maciça; por exemplo, vigas, pilares, estacas, comportas ou barragens, onde o volume é de tal magnitude que requer meios especiais para combater a geração de calor e a decorrente mudança de volume. (Comitê ACI 116). 6
Seus conceitos abrangem todas as obras de concreto que tenham dimensões de grande magnitude e/ou a utilização de consumos de cimento elevados. 7
“Estacas de concreto, pilares, vigas, paredes e fundações para grandes estruturas são muito menores do que uma barragem de gravidade típica de concreto. Caso os elementos tenham vários metros de espessura e forem feitos de concreto de alta resistência (alto consumo de cimento), o problema de fissuração térmica pode ser tão sério quanto em barragens. ” (Mehta e Monteiro) 8
Na aplicação de grandes volumes de concreto, a geração autógena de calor devida às reações químicas de hidratação do cimento, assumem um papel relativo progressivamente importante com o aumento das dimensões das peças de concreto, devendo ser conside-rada em todos os processos da cadeia produtiva do concreto. 9
A geração de calor significativa causa aumento de volume da massa de concreto, que, ao esfriar, pode gerar tensões importantes, se existir restrição ao deslocamento. Estruturas maciças devem ter as tensões consideradas, a fim de evitar fissuras, que podem influir na segurança e durabilidade. 10
A fissuração depende da diferença entre o pico máximo de temperatura atingido e a temperatura ambiente à qual ele atingirá durante o processo termodinâmico de resfriamento. As variações volumétricas do concreto são função das reações termogênicas do cimento e outros materiais cimentícios, da temperatura inicial de lançamento do concreto, da qualidade e petrografia dos agregados e das deformações higrométricas do concreto. 11
O controle das variações volumétricas é feito através da temperatura de lançamento, cura com pós-refrigeração, dosagens adequadas, limitação da altura das camadas e de seus intervalos de lançamento, e pelo dimensionamento de juntas de contração, que são complementadas por dispositivos de vedação. 12
Precauções: - refinar proporções dos materiais; - proteger fôrmas e superfícies expostas; - utilizar agregados com propriedades térmicas adequadas; - pré-esfriar os materiais constituintes do concreto, utilizar gelo; - colocar o concreto em vários níveis. 13
Histórico Marco no desenvolvimento da técnica com controle tecnológico do concreto foi a barragem Crystal Springs com 46, 2 m de altura na Califórnia, em 1888. https: //en. wikipedia. org/wiki/ Crystal_Springs_Dam 14
Histórico Barragem Crystal Springs The Crystal Springs Dam is remarkable because it survived the M 7. 8 1906 earthquake, yet it's only a hundred yards from the fault. Dam, it's good! http: //www. rocdoctravel. com/2016/03/the-san-andreas-san-francisco-area. html 15
Histórico Primeiras aplicações do concreto massa em barragens (de gravidade) brasileiras, no início do século XX. Consumo: Até 1950: 1 milhão m 3 50 a 60: + 2 milhões m 3 Anos 60: + 7 milhões m 3 Anos 70: + 23 milhões m 3 16
Histórico Itaipu: 750 m 3/h Tucuruí: 500 m 3/h Até 1980: empregava a metodologia do concreto convencional aplicada ao comcreto massa para barragens, com trabalhabilidade e consistência adequadas e adensamento com vibradores de imersão. 17
Concreto massa - Itaipu http: //ademaraigner. blogspot. com. br/2009/01/histriacultura-3. html 18
Concreto massa - Tucuruí http: //www. ebanataw. com. br/roberto/concreto/conc 10. htm 19
Histórico No Brasil, a evolução da tecnologia de concreto aplicada em barragens teve grande impulso a partir do final da década de 50. Um marco no desenvolvimento técnico do concreto massa foi a construção da hidrelétrica de Ilha Solteira. 20
Concreto massa – Ilha Solteira http: //energiainteligenteufjf. com/tag/hidreletrica/page/2/ 21
Histórico Controle de qualidade rigoroso e várias inovações, como utilização de cimentos com baixos teores de álcalis e pozolanas para combate à reação álcali-agregado, pozolana obtida a partir de argila caulinítica, utilização de centrais de resfriamento e produção de gelo, e estudos térmicos utilizando ensaios para caracterização térmica dos materiais, aplicando o Método dos Elementos Finitos. 22
Pozolana: Pozolanas são substâncias naturais ou artificiais de composição essencialmente silicosa ou sílico-aluminosa que, por si sós, não possuem atividade hidráulica, mas quando finamente moídas reagem com o hidróxido de cálcio na presença de umidade e à temperatura ambiente para formar compostos com propriedades ligantes (NBR 12. 653/1992). 23
Reação álcalis-agregado (RAA): é um processo químico onde constituintes mineralógicos do agregado reagem com hidróxidos alcalinos (provenientes do cimento, água, agregados, pozolanas, etc. ) que estão dissolvidos na solução dos poros do concreto. Como produto da reação forma-se um gel higroscópico expansivo. A manifestação da reação álcalis-agregado pode se dar de várias formas, desde expansões, movimentações diferenciais nas estruturas, fissurações e até pipocamentos. 24
Reação álcalis-agregado http: //www. consultoriaeanalise. com/2011/11/reacoes-alcali-agregado. html 25
Reação álcalis-agregado http: //reconpoxi. goldenbiz. com. br/ 26
Na evolução do concreto para utilização em estruturas de grande porte, surgiu o conceito de concreto massa, que exigem medidas para controlar a geração de calor e a variação de volume decorrente a fim de minimizar a sua fissuração. 27
Histórico 1986: primeira barragem construída com “concreto compactado com rolo” – CCR (135 mil m 3 em 110 dias). Testes desde 1976, em partes de barragens. CCR: concreto de consistência seca que, no estado fresco pode ser produzido, transportado, lançado (espalhado) e compactado com equipamentos empregados em serviços de terraplanagem. Barragens: uma camada imediatamente sobre a anterior. 28
Histórico 350 barragens construídas no mundo com CCR (50 no Brasil). CCR proporciona rapidez construtiva e economia. Diferenças entre “concreto massa comvencional” (CMC) e CCR: consistência e método de adensamento. CMC: vibradores de imersão; CCR: passagem de rolo compactador. 29
CCR - Barragem 30
CCR - Barragem 31
CCR - Barragem 32
CCR - Barragem http: //berimbaunoticias. blogspot. com. br/2011/03/foi-lancadaha-poucos-dias-ultima-carga. html 33
CCR - Barragem http: //www. infraestruturaurbana. com. br/solucoes-tecnicas/13/artigo 254506 -3. asp 34
CCR - Barragem http: //www. infraestruturaurbana. com. br/solucoes-tecnicas/13/artigo 254506 -3. asp 35
CCR - Pavimentação 36
CCR - Pavimentação 37
CCR - Pavimentação 38
CCR - Pavimentação 39
CCR - Pavimentação 40
CCR - Pavimentação 41
CCR - Pavimentação 42
CONDICIONANTES Tipo de concreto massa em uma barragem depende das necessidade de projeto e tensões atuantes. Barramento (barragem de gravidade) com alturas < 80 m. - Ilha Solteira: 10 a 15 MPa aos 180 dias, com 63 kg/m 3 de cimento e 21 kg/m 3 de pozolana; - Itaipu: idades de controle de 90 a 360 dias, de 10 MPa (90 kg/m 3 de cimento) a 21 MPa. 43
CONDICIONANTES Resistências baixas com objetivo de reduzir o consumo de cimento, para: minimizar as tensões de origem térmica, reduzir reações álcalis/agregados e reduzir custos. Outros condicionantes: variações ambientais, alturas de camadas, velocidades de lançamento, temperaturas de lançamento, espaçamento de juntas de contração entre blocos da barragem. 44
MATERIAIS - Cimentos A minimização do consumo de cimento é a preocupação dominante do processo para diminuir os efeitos deletérios e permitir uma economia de escala no processo. Para tal o esqueleto granular deve minimizar os vazios da mistura através da combinação de agregados de tamanhos diferentes, dentro dos limites de manutenção da integridade da massa, capacidade de manuseio e adensamento. 45
MATERIAIS - Cimentos O consumo de cimento deve ser minimizado, com preferência para cimentos que possuam menor geração de calor, sendo desejáveis cimentos com baixa relação C 3 A/SO 3 e baixos teores de cal livre e Mg. O, limitando-se dentro do possível as parcelas de aluminato tricálcico (C 3 A) e de silicato tricálcico (C 3 S). 46
MATERIAIS - Cimentos A utilização de material pozolânico adequado , como substituição de parte do cimento, pode levar à diminuição de aproximadamente 50 % do calor de hidratação. Todos tipos podem ser utilizados em concretos massa. 47
MATERIAIS - Cimentos Preferência pelos cimentos de baixo calor de hidratação (CP IV - Pozolânico) ou de escória de alto forno (CP III – Alto forno). É comum substituição de parte do cimento por pozolana. 48
Escória de alto-forno: “Resíduo não metálico da produção de ferro gusa. Quando resfriada bruscamente (granulada) possui propriedades aglomerantes. ” http: //www. danieli-corus. com/po/iron-granulation. php 49
“A escória líquida é transportada para os granuladores, que são equipamentos onde ela é resfriada bruscamente por meio de jatos de água sob alta pressão. Não havendo tempo suficiente para formação de cristais, essa escória se granula "vitrificando" e recebe o nome de Escória Granulada de Alto-Forno. ” http: //www. cst. com. br/produtos/co_produtos/catalogo_pr odutos/escoria_forno/escoria_granulada. asp 50
“A Escória Granulada de Alto-Forno apresentase, macroscopicamente, com um aspecto de uma areia grossa, porosa, de fratura vítrea observada com lupa, com um tamanho máximo do grão, de 5 mm, cor branca amarelada e marrom. A escória bem granulada é essencialmente amorfa. A característica mais importante da Escória Granulada de Alto-Forno é sua capacidade hidráulica potencial, que permite que, quando moída e em contato com a água, ela endureça (proprie-dade cimentante), podendo substituir o clínquer, material utilizado tradicionalmente na fabricação de cimentos compostos. ” http: //www. cst. com. br/produtos/co_produtos/catalogo_prod utos/escoria_forno/escoria_granulada. asp 51
CP III – Alto forno (com escória): Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à reação álcaliagregado, além de ser resistente a sulfatos. É um cimento que pode ter aplicação geral em. . . mas é particularmente vantajoso em obras de concretomassa, tais como barragens, peças de grandes dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de estradas e pistas de aeroportos. 52
CP III – Alto forno A adição de escória de alto-forno confere maior impermeabilidade e durabilidade ao concreto, além de reduzir o calor de reação e proporcionar maior resistência química ao produto. É particularmente vantajoso em obras de barragens, peças de grandes dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais. http: //www. equipedeobra. com. br/construcaoreforma/34/artigo 211891 -1. asp 53
CP IV – Pozolânico: Para obras correntes, sob a forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento. É especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. O concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland Comum, a idades avançadas. Apresenta características particulares que favorecem sua aplicação em casos de grande volume de concreto devido ao baixo calor de hidratação. 54
CP IV – Pozolânico Com adição de pozolanas (cinzas volantes), é indicado para argamassas, concretos simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento, além de obras expostas à ação de água e ambientes agressivos. Em casos de grande volume de concreto também oferece baixo calor de reação. http: //www. equipedeobra. com. br/construcaoreforma/34/artigo 211891 -1. asp 55
MATERIAIS - Agregados Pode atingir 90 % do volume total do concreto massa. “Nas misturas de concreto para barragens, todos os métodos possíveis para reduzir a quantidade de água que possam permitir uma redução correspondente no consumo de cimento (mantendo uma relação água/cimento constante), devem ser explorados. ” (Mehta e Monteiro) 56
MATERIAIS - Agregados “Sob esse aspecto, os dois métodos mais efetivos em termos de custo são a maior quantidade possível de agregado graúdo e a seleção de dois ou mais grupos individuais de dimensão de agregado graúdo que devem ser combinados para produzir uma graduação máxima em termos de massa específica (teor mínimo de vazio). ” (Mehta e Monteiro) 57
MATERIAIS - Agregados Em concretos de baixas resistências, quanto maior a dimensão máxima dos agregados graúdos utilizados, menor será o consumo de areia para manter a trabalhabilidade e resistência especificada e, como consequência, serão menores os consumos de água e de cimento. 58
MATERIAIS - Agregados A figura seguinte mostra que, para uma determinada relação água/cimento e uma dada consistência, à medida que a dimensão máxima do agregado é aumentada, tanto a água quanto os consumos de cimento são reduzidos. (Mehta e Monteiro) 59
MATERIAIS - Agregados 60
MATERIAIS - Agregados Portanto, o aumento da dimensão máxima do agregado graúdo diminui o consumo de cimento dos concretos massa, e em consequência diminui os consumos de água e o teor de areia utilizados. 61
MATERIAIS - Agregados “Além da maior dimensão do agregado, a determinação do consumo de água deve se basear na maior consistência possível de concreto fresco que possa ser misturado, lançado e compactado adequadamente. Tipicamente, abatimentos de concreto massa em estruturas nãoarmadas são da ordem de 25 12 mm. ” (Mehta e Monteiro) 62
MATERIAIS - Agregados Vantajosa a adoção de faixas granulométricas diferentes das indicadas na NBR 7211/05 (Agregado para concreto – Especificação). Utilização de agregados com dmáx de até 152 mm. 63
MATERIAIS – Agregados para concreto massa convencional Mistura de 19, 38, 76 e 152 mm. Vantagens econômicas: 25, 50 e 100 mm. Motivo: economia de cimento devido à diminuição de vazios para uma distribuição granulométrica adequada. Agregados graúdos: devem possuir massa específica adequada (2, 65 t/m 3 em média) e baixa absorção. 64
MATERIAIS – Agregados para concreto massa convencional Agregados miúdos: composições granulométricas visando melhores características dos concretos com menor consumo de cimento. Em barragens, utilização de misturas dos agregados naturais e de britagem (das rochas escavadas). 65
MATERIAIS - Agregados para concreto massa convencional Cuidados especiais com a reação álcaliagregado (RAA). Todos os agregados são reativos, até que se prove o contrário. Uso de materiais pozolânicos (pozolanas, sílica ativa) podem neutralizar a reação. 66
MATERIAIS – Agregados para CCR Agregados que não atendem especificações podem ser aplicados com sucesso. Utilização de materiais próximos à obra. Dmáx = 38, 50 mm. No caso de barragens de gravidade, busca-se a máxima massa específica, com o menor volume de vazios possível. 67
MATERIAIS - Agregados para CCR Utilização de finos para preencher vazios, reduzir permeabilidade, aumentar coesão, e melhorar concreto endurecido. Exemplos de finos: material pulverulen-to (material gerado durante o processo de trituração de rochas para a produção de brita), material pulverizado artificialmente, materiais pozolânicos, escória alto-forno moída, silte. 68
MATERIAIS - Adições Materiais pozolânicos: cinza volante, pozolanas artificiais (argila calcinada moída), escória de alto-forno moída, metacaulim, sílica ativa. Metacaulim: é constituído basicamente de sílica (Si. O) e alumina (Al 2 O 3) na fase amorfa, capaz de reagir com o hidróxido de cálcio Ca(OH) gerado durante a hidratação do cimento Portland, formando produtos hidratados similares aos decorrentes da hidratação direta do clinquer Portland. 69
MATERIAIS - Adições Obtenção do metacaulim: - método tradicional: calcinação em forno rotativo. A argila é introduzida sob a forma de esferas e é calcinada durante 5 horas a 750° C. As esferas de caulim são transformadas em esferas de metacaulim por uma perda de água estrutural, e então são moídas. Há uma grande desgaste, e alto consumo de energia. - método Flash: A argila de caulim é moída e as partículas finas são calcinadas em poucos segundos. Este método, associado com a reciclagem de energia, utiliza cerca de 40 % da energia consumida no método tradicional. Também resulta em vantagens técnicas significativas no produto final. http: //terravivasustentabilidade. com. br/2014 -06 -16 -18 -26 -32/o-que-e 70
MATERIAIS - Adições Cinza volante: “material finamente particulado proveniente da queima de carvão pulverizado em usinas termoelétricas, com o objetivo de gerar energia”. 71
MATERIAIS - Adições Cinza volante: Itaipu (10 a 22 %), Itumbiara (15 a 30 %). Utilização de cimentos pozolânicos eliminou aplicação desses materiais na betoneira. 72
MATERIAIS - Aditivos Concreto massa: incorporadores de ar, redutores de água e retardadores de pega. Finalidade: garantir boa trabalhabilidade, reduzir quantidade de água e cimento. CCR: retardador de pega, para camada inferior receber camada superior, visando garantir aderência entre ambas. 73
MATERIAIS - Aditivos Concretos massa com teores de aglomerante de 100 e 150 kg/m 3 se mostraram ásperas e difíceis de manusear. A utilização de aditivo incorporador de ar permitiu a diminuição do consumo de água pela melhora da trabalhabilidade que o aditivo proporciona. 74
MATERIAIS - Aditivos Incorporador de ar 75
PRODUÇÃO, TRANSPORTE E LANÇAMENTO Concreto Massa Convencional Controle eficiente das dosagens. Existência de silos, balanças, etc. Pode ser fornecido por empresas ou pela central instalada no canteiro de obras. Dimensionar o número de betoneiras em função do tempo de mistura, carga, descarga e cronograma construtivo. 76
PRODUÇÃO, TRANSPORTE E LANÇAMENTO Concreto Massa Convencional A betoneira é função do concreto, principalmente dmáx do agregado. Tempo máximo de transporte: 45 min, para não ocorrer perda de trabalhabilidade. Tipos: caçambas, caminhões, monovias, etc. 77
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PRODUÇÃO, TRANSPORTE E LANÇAMENTO CCR A capacidade de produção e transporte limita a execução. Sem aditivo retardador de pega: lançamento em 15 min, espalhamento em 15 min, compactação em 15 min. Existem equipamentos para produzir, transportar e lançar mais de 500 m 3/h. 79
ADENSAMENTO Concreto massa convencional: uso de vibradores de imersão, com diâmetro variável de 90 a 150 mm. Visa assegurar melhor qualidade e estanqueidade do concreto. Deve “costurar” as camadas. 80
ADENSAMENTO Concreto massa convencional (Itaipu) 81
ADENSAMENTO Concreto massa convencional (Itaipu) 82
ADENSAMENTO CCR: sucessivas passagens de rolo vibratório. Depende da altura da camada e da consistência do concreto. Necessário fazer ensaios prévios reais para definir número de passadas (vibratório ou estático). 83
ADENSAMENTO CCR 84
ADENSAMENTO CCR 85
CURA É fundamental para se atingir a qualidade esperada para o concreto. Alta área de contato com ar favorece evaporação e retração por secagem, podendo prejudicar a aderência entre camadas sucessivas. Aplicar água para a cura (diversas formas possíveis). Iniciar com o concreto rijo, máximo de dias possíveis (21 dias). 86
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO Sistemas para concreto massa: préresfriamento e pós-resfriamento. Estudos de tensões de origem térmica para definir nível de refrigeração. Níveis diferentes nas barragens brasileiras. As propriedades térmicas do concreto devem ser determinadas, com ensaios do coeficiente de dilatação térmica do concreto e de elevação adiabática de temperatura. 87
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO Pré-resfriamento: refrigeração dos agregados graúdos, água gelada e escamas de gelo. Pós-resfriamento: através de passagem de água por tubulação embutida no concreto, para permitir a diminuição do gradiente de temperatura. 88
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO Controle da temperatura de lançamento é um fator de controle que pode permitir a diminuição do pico final de temperatura no maciço de concreto. A utilização de pré-refrigeração do concreto permite que se controle a temperatura de lançamento. 89
Concreto massa refrigerado - Barragem http: //www. cimentoitambe. com. br/massa-cinzenta/tecnologia-reduz-tempo-deconstrucao-de-usinas/ 90
REFRIGERAÇÃO DO CONCRETO Para concreto massa com 7 graus: refrigerar agregados graúdos, uso de gelo em escamas e água gelada. Sem agregados refrigerados: 16, 18 graus. Ajuda evitar fissuras devido à temperatura, e possibilita a redução do cimento: 0, 3 % para cada grau. CCR não se faz refrigeração devido baixo consumo de cimento (80 kg/m 3). 91
CAMADAS DE CONCRETAGEM Camadas de concreto massa: juntas de concretagem. Devem ser tratadas para garantir impermeabilidade e aderência. Remoção criteriosa da película de exsudação é fundamental. Para concretos não refrigerados camadas com 1 m espessura máxima, e 2, 5 m para refrigerados, com subcamadas de 50 cm (para possibilitar penetr. agulha). 92
CAMADAS DE CONCRETAGEM Camadas de concreto massa (Itaipu) 93
CAMADAS DE CONCRETAGEM Intervalos de lançamento variável de 5 a 15 dias. Tratamento das juntas: jato de água com alta pressão (40 MPa), “corte verde” – jateamento com água a baixa pressão (7 MPa) na superfície após o fim da pega. Argamassa de ligação só quando nada for feito. 94
CAMADAS DE CONCRETAGEM CCR: CCR poderia ter camadas contínuas, sem interrupções. No Brasil, camadas de 30 cm até atingir 2 a 2, 5 m (altura da fôrma). Novas camadas após 3 a 7 dias. Ênfase na limpeza e preparação das juntas (ponto fraco da estrutura). Comum lançamento de argamassa com 2 cm de espessura; pode também camada de concreto (“concreto de berço”) ou calda de cimento. 95
JUNTAS DE CONTRAÇÃO As barragens de concreto são separadas em blocos por juntas de contração. Visa controlar as alterações dimensionais causadas pelas variações térmicas dos concretos (restringidas pela aderência da estrutura às fundações), inibindo a fissuração. 96
JUNTAS DE CONTRAÇÃO Dimensões dos blocos entre 15 e 40 m, sendo 20 e 30 m a maioria, tanto para concreto massa convencional quanto CCR. Juntas de contração: uso de plástico (no CCR), madeira, própria fôrma (delimita os blocos de CMC). 97
CAMADAS DE CONCRETAGEM Junta de contração 98
CONTROLE DE QUALIDADE É fundamental devido aos grandes volumes de concreto lançados (2. 000 a 15. 000 m 3/dia). Verificações rotineiras seguindo padrões pré-estabelecidos para cada obra. Todas as fases, desde os materiais até o acabamento do concreto massa. 99
OBRAS EMBLEMÁTICAS Usina de Ilha Solteira Usina de Itaipu Usina de Tucuruí Barragem Saco de Nova Olinda Barragem do Jordão Usina de Lajeado 100
- Slides: 100