RENASCIMENTO ITALIANO HISTRIA DA ARTE Profa Dra Ane
- Slides: 95
RENASCIMENTO ITALIANO HISTÓRIA DA ARTE Profa. Dra. Ane Shyrlei de Araújo
Florença, Itália
A redescoberta do mundo clássico alterou radicalmente a pintura, a escultura e a arquitetura italiana. Com o fim da Idade Média, a história e as mitologias greco-romanas voltaram a ser exploradas como temas artísticos.
Porém, pela primeira vez na história da pintura, havia um sistema matemático para calcular como dimensionar proporcionalmente o tamanho e a distância dos elementos em relação olho do observador, no encontro do ponto de fuga.
Em meados do século XV, a perspectiva é profundamente estudada e aprofundada como técnica de representação. A resposta veio pela aplicação de conhecimentos de geometria e álgebra.
A construção em perspectiva, surgiu dos estudos matemáticos e trouxe uma nova maneira de representar a realidade, desta vez com maior precisão e de surpreendente nível qualitativo.
A matemática foi utilizada para representar objetos tridimensionais. O arquiteto Filippo Brunelleschi, por exemplo, se valeu de um dispositvo óptico em escala para uma demonstração da perspectiva, mantendo a proporção entre os objetos e seu tamanho real.
CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DA PERSPECTIVA Gravura de Henricus Hondius
As artes do Renascimento definiram o desenho como “perspectiva exata”, cônica. A representação não é mais plana, esquemática, desarticulada como na manifestação simbólica da Idade Média.
PERSPECTIVA:
A perspectiva isométrica (que é um tipo de perspectiva paralela) foi bastante utilizada em jogos de computador que, não podendo simular os efeitos de uma perspectiva tecnológicas, cônica pretendiam devido simular tridimensional, “vista de cima”. às limitações uma realidade
Os jogos eletrônicos da série Sim. City (versões 2000 e 3000) ficaram célebres com a representação das cidades, utilizando-se desta perspectiva.
FRAME DO GAME SIMCITY
FRAME DO GAME HEROKON
No desenho da perspectiva cônica/linear há conexão entre todos os elementos do espaço, que podem ser representados num dado plano, submetidos a um olhar individual colocado de um ponto de vista do observador.
No renascimento, a perspectiva se propõe como a primeira mediação do espaço na figura de formas ortogonais, uniformes, planas, lineares, tomadas em ângulos visuais que favorecem o ponto de vista do observador. (Ferrara, p. 30)
O arquiteto Filippo Brunelleschi foi provavelmente o primeiro artista a demonstrar os princípios da perspectiva linear; a geometria básica, contudo, parece ter sido descoberta por Alberti, arquiteto e teórico italiano, que a resumiu em seu tratado Da pintura (1436).
DESENHO EM PERSPECTIVA PARA A IGREJA DO ESPÍRITO SANTO Filippo Brunelleschi, 1428
NAVE DA IGREJA DO ESPIRÍTO SANTO Filippo Brunelleschi, 1419
CÚPULA DA BASÍLICA DE SANTA MARIA DEL FIORE Filippo Brunelleschi, 1446
O JULGAMENTO FINAL BASÍLICA DE SANTA MARIA DEL FIORE Giorgio Vasari, 1572
Na construção, utiliza-se um repertório de formas normatizadas, retiradas da arquitetura clássica, difundidas pela expansão do capitalismo comercial do período pós-idade média.
É na obra Jesus ante Caifás, de Giotto, que se inaugura o uso de métodos matemáticos para determinar a profundidade de campo em uma cena representada. Depois de Giotto, quase todos os artistas florentinos utilizaram-se da perspectiva geométrica em suas pinturas, buscando se aproximar do mundo exterior observado através da perspectiva.
JESUS ANTE CAIFÁS Giotto, 1305
Os artistas buscavam se distanciar da Idade Média por associá-la a um declínio cultural. Preferiam estudar as artes da antiguidade, cujas obras eles aspiravam superar, como manifestação explícita de seu fascínio pelos clássicos valores greco-romanos.
Desenvolveram-se novas técnicas que definiram, de modo científico e com experimentação em desenhos e pinturas, relações de proporção, equilíbrio, profundidade de campo, planos e volume de objetos.
ESTUDOS PARA “A SANTA CEIA” Leonardo da Vinci, 1519
O culto à proporcionalidade do conjunto, à regularidade e simetria perfeitas, ao espaço interior, ao equilíbrio anatômico das figuras masculinas e femininas expostas ou exaltadas, passa a servir a uma “idéia”. (FERRARA, 1993, p. 177)
PRIMAVERA Sandro Botticelli, 1478
VÊNUS E MARTE Sandro Botticelli, 1483
O ponto de vista único das obras, impedia, porém, que o observador se desse conta da sua posição espacial, pois ela já fazia parte do próprio processo de representação. Criava-se uma pretensa objetividade e exatidão que levavam a perceber como natural aquele espaço produzido pela perspectiva. (Ferrara, p. 30)
A descoberta da perspectiva permite não só a representação, mas a valorização de certos ângulos e/ou detalhes que asseguram uma identificação da realidade conforme o ponto de vista do artista, que se transforma num responsável intelectual por uma concepção de vida e arte. (FERRARA, 1993, p. 177)
A ENTREGA DAS CHAVES A SÃO PEDRO Pietro Perugino, 1482
O NASCIMENTO DE VÊNUS Sandro Botticelli, 1485
Os artistas da Alta Renascença compartilhavam da filosofia humanística que colocava o homem e as realizações da Humanidade no centro de todas as coisas. Essa relação influencia a posição do espectador em relação ao quadro.
Essa visão de centralidade é exemplificada pelos desenhos e estudos anatômicos de Leonardo da Vinci, principalmente pelo desenho Proporções da imagem do homem, comumente chamado de O homem vitruviano.
PROPORÇÕES DA IMAGEM DO HOMEM Leonardo da Vinci, 1492
Na composição das obras, se traçavam linhas de forças a partir das quais se delimitavam a relação entre os objetos e o espaço pictórico disponível.
VIRGEM DAS PEDRAS Leonardo da Vinci, 1495
O CASAMENTO DA VIRGEM Rafael Sanzio, 1504
ESCOLA DE ATENAS Rafael Sanzio, 1509
Platão e Aristóteles estão representados logo no centro do quadro. Isso poderia demonstrar a importância das idéias de ambos com sendo as centrais da obra de Rafael (inclusive, a própria academia na Grécia Antiga fora fundada por Platão).
O próprio Rafael aparece na Academia de Atenas. Na parte extrema-direita do quadro, há um autorretrato (representado com sendo Apeles, pintor Grego da Antiguidade).
Muitas das figuras não são definíveis com exatidão, portanto, estarão como interrogativas: 1: Zenão de Eléia 2: Epicuro 3: Frederico II, duque de Mântua e Montferrat 4: Anaximandro ou Empédocles 5: Averroes 6: Pitágoras 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande? 8: Antístenes ou Xenofonte? 9: Hipátia 10: Ésquines ou Xenofonte? 11: Parmênides. 12: Sócrates 13: Heráclito (Michelangelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco 16: Diógenes de Sínope 17: Plotino 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante)? 19: Estrabão ou Zoroastro (Pintor: Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu R: Apeles (Rafael). 21: Pietro Perugino.
A arte perspéctica se desenvolveu como um conjunto coerente de regras e teorias no início da era renascentista, e especialmente Da os artistas Vinci, limitações e ambiguidades. já mais avançados, exploravam suas
A ÚLTIMA CEIA Leonardo da Vinci, 1498
Na Anunciação, Leonardo faz uso dramático e convincente da perspectiva linear. Tudo na pintura recua em direção a um único ponto de fuga no horizonte. Isso dá a impressão de que o anjo e a Virgem dividem o mesmo espaço unificado, que se estende continuamente ao redor deles.
ANUNCIAÇÃO Leonardo da Vinci, 1474
A vertente humanista do Renascimento, ao enfatizar a importância da razão e da investigação racional, desafiou a dominação da teologia, retratando santidades em pessoas comuns.
SANT’ANA, A VIRGEM E O MENINO Leonardo da Vinci, 1504
A obra O juízo final constitui um enorme feito intelectual, sintetizando a teologia cristã com a mitologia clássica. Cristo domina o topo do afresco, enquanto Caronte, figura mitológica, transporta as almas através do rio Esfinge até o Hades.
O JUÍZO FINAL Michelangelo de Buonarroti, 1537 -1541
A influência do passado clássico se manifestou em todas as áreas das artes. Os artistas renascentistas aspiravam criar obras reconhecíveis pelos princípios de composição presentes na arte clássica, como a idealização estética das formas.
PIETÁ Michelangelo de Buonarrotti, 1499
MOISÉS Michelangelo de Buonarrotti, 1515
LEDA Leonardo da Vinci, 1510
LEDA E O CISNE Michelangelo de Buonarrotti, 1530
O tratamento dado à imagem de fundo em La Gioconda relfete a teoria de Leonardo sobre a perspectiva ‘aérea’. Luzes se dispersam ao atravessar fenômenos como a chuva e a névoa, o que faz com que elementos distantes, como o céu, tenham uma aparência azulada e pareçam recuar.
LA GIOCONDA (MONA LISA) Leonardo da Vinci, 1504
Em maio de 1508, Michelangelo aceitou com relutância o pedido do papa Júlio II para decorar o teto da Capela Sistina.
TETO DA CAPELA SISTINA Michelangelo de Buonarrotti, 1508 -1512
O artista rejeitou as ideias do Vaticano e se encarregou de substituir a decoração existente, de um céu simples e cheio de estrelas, por uma composição de caráter arquitetônico, na qual a Criação Divina e a Queda do Homem foram reencenadas.
A CRIAÇÃO DE ADÃO Michelangelo de Buonarrotti, 1508 -1512
A SERPENTE Michelangelo de Buonarrotti, 1508 -1512
O DILÚVIO Michelangelo de Buonarrotti, 1508 -1512
Durante o renascimento, artistas como Ticiano alcançaram novos níveis de detalhe naturalístico. As armaduras começaram a mostrar reflexos brilhantes, a partir do momento em que os pintores capturaram os efeitos de luz e sombra em diferentes superfícies.
RETRATO DE FRANCESCO DELLA ROVERE Tiziano Vecelli, 1538
Em maio de 1527, tropas espanholas, alemãs e italianas, sob a flâmula do sacro imperador romano Carlos I, invadiram Roma. As atrocidades cometidas por esses exércitos durante o Saque de Roma provocaram o fim repentino e catastrófico desse período artístico da Itália.
Muitas referências ao renascimento serão retomadas no modernismo, onde arte, ciência e planejamento (enfim, teoria e prática) voltam a se conjugar na obra didática da Bauhaus e no trabalho arquitetônico de Le Corbusier, que assinalam o programa moderno.
Casa Savoie em Poussy LE CORBUSIER
A racionalidade e a funcionalidade das novas soluções formais são as novidades perceptivas propostas pelo ambiente modernista. Na habitação, a racionalidade funcional se expressa na limpeza estrutural de sua concepção. (FERRARA, 1993)
Casa Savoie em Poussy LE CORBUSIER
Em 2010, Peter Greenaway criou uma versão multimídia de “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, para instalação na galeria Arsenal, em Nova York.
A experiência constitui uma manipulação de Luz, Som e Ilusão teatral, criando entornos audiovisuais dinâmicos para suscitar diferentes formas de ver a obra de Leonardo. Greenaway conduz o visitante por experiências cenográficas que constroem e desconstroem a obra de Leonardo.
A ÚLTIMA CEIA Peter Greenaway, 2010
A ÚLTIMA CEIA Peter Greenaway, 2010
REFERÊNCIAS NO CINEMA
Pasolini, em DECAMERÃO (1976) recria obras do pintor proto-renascentista Giotto, traduzindo as imagens pictóricas em imagens cinematográficas, conferindo novos enquadramentos e leituras.
AFRESCOS DA CAPPELLA DEGLI SCROVEGNI Giotto, 1305
O JUÍZO FINAL Giotto, 1306
A MORTE DO GAROTO EM SESSA Giotto, 1311
COMPARAÇÃO ENTRE “MARIAS” Giotto e Pasolini, respectivamente.
“O que caracteriza a pintura renascentista é a convergência para um ponto de fuga. Essa metáfora óptica do infinito, situa-se na ponta de uma reta cujo oposto diametral é um outro ponto, localizado fora do quadro, onde está o olho doador da cena. ” (Machado, 2007, p. 22)
“O que importa é observar que a noção de ponto de vista e, por extensão, a de "sujeito", nascem em decorrência dos cânones do código perspectivo renascentista. ” (Machado, 2007, p. 22)
Todo quadro torna-se uma visão organizada por um ponto originário, um olho único e imóvel que dá total coerência aos objetos dispostos no espaço. O mundo visível não é apenas uma paisagem que se abre ao nosso olhar, mas uma paisagem já olhada e dominada por um outro olho que dirige o nosso. (Machado, 2007, p. 22)
PERSPECTIVA LINEAR EM FILMES DE STANLEY KUBRICK
2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO Stanley Kubrick, 1968
2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO Stanley Kubrick, 1968
O ILUMINADO Stanley Kubrick, 1980
O ILUMINADO Stanley Kubrick, 1980
COMPOSIÇÕES SIMÉTRICAS EM FILMES DE WES ANDERSON
O FANTÁSTICO SR. RAPOSO Wes Anderson, 2009
MOONRISE KINGDOM Wes Anderson, 2012
MOONRISE KINGDOM Wes Anderson, 2012
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GWYNNE, Paul. Renascimento italiano. In: FARTHING, Stephen. (org. ). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. GWYNNE, Paul. Renascimento veneziano. In: FARTHING, Stephen. (org. ). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. GWYNNE, Paul. Alta renascença. In: FARTHING, Stephen. (org. ). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. 2010. LITTLE, Stephen. Ismos para entender a arte. São Paulo: Editora Globo, MACHADO, Arlindo. O sujeito na tela. São Paulo: Paulus, 2007. 2010. WÖLFFLIN, Heinrich. Renascença e barroco. São Paulo: Perspectiva, ZACZEK, Iain. Mona Lisa. In: FARTHING, Stephen. (org. ). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
- Sif mitologia
- Histria aromatica
- Internet profa
- Profa ma
- Internet profa
- Resolver
- Www.profa
- Profa campis
- Arte paleocristiano y arte bizantino
- Versos sueltos
- Que es rima asonante y consonante
- Ane compiler
- Oseyo
- Ane lindholt
- Apragmatisme
- Ane stürup
- Ane ene yne formula
- Qabool ay qabool ay
- Ane holt
- Farstad shipping australia
- Eth meth prop but
- Sovndagbok
- Watashi, oji, haha.
- ıslanan kitap nasıl düzeltilir
- Lik ane karenjine
- Donner de l'importance a un ane
- Ane suffix
- Ane zurutuza
- Crodict.hr
- Poésie saint nicolas toc toc toc
- Tajno skroviste anne frank
- Renascimento urbano
- Renascimento e barroco
- Renascimento cultura
- Modernidade e renascimento
- Slide renascimento cultural 7 ano
- Renascimento cultura greco romana
- Renascimento
- Símbolo do florescimento cultural científico
- Renascimento cultural
- Renascimento comercial e urbano
- Renascimento leonardo da vinci
- Renascimento slide 7 ano
- Renascimento cultural
- Autor
- Termo renascimento
- Renascimento
- Precursor do renascimento
- O mundo na idade moderna e a formação de mentalidade
- Solange ferradura
- Renascimento urbano e comercial
- Renascimento cultural europeu
- Renascimento comercial e urbano
- O renascimento movimento cultural
- Italiano bero
- O termo renascimento no enfoque deste capitulo
- Dra gracian li pereira epidemiologista
- Contoh autopathological
- Ucla dom dra
- Mir4 dr
- Dra procedure
- Erepszin
- Antal diagonaler i en n-hörning
- Desfibrilador monofasico vs bifasico
- Kiss dra
- Dri in aba
- Manobra de brandt andrews
- How does level 16 end
- Dra fernanda bastos
- Palabra con dra
- Prolactina monomerica alta
- Dra renata santiago dos santos
- Fiber parallelization in draw frame improves with
- Pediatria el alba
- Anabela martins endocrinologista
- Slabas
- Dra alejandra olivo
- Vulvovaginite fotos
- Dra daniela jakubowicz
- Cromidin
- Dra ana maria escobar
- Dra vanda bexiga
- Dra ana elisa psiquiatra
- Injektionsmembran picc line
- Dra map
- Pseudoconstipação do lactente
- Dra maria cristina purini
- Dra alejandra varas
- Claudia paz y paz
- Laringotraqueomalacia
- Cristina sotomayor
- Dra emma de sosa
- Hipocalcemia clasificacion
- Vara fm
- Dr renata otorrino
- Dra rosario almaraz