Caso Clinico INFECCO DO TRATO URINRIO Tnia Rosa
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Caso Clinico: INFECCÇÃO DO TRATO URINÁRIO Tânia Rosa Pereira da Mata 6ª série – grupo D Internato 2010 – Turma V Orientadora: Dra Luciana Sugai www. paulomargotto. com. br Brasília, 18/5/2010 Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Identificação: MSL, 8 m, masculino, natural e procedente de Brasília-DF. DI: 02/05/10 QP: “Febre há 1 dia”
HDA: Mãe relata que criança apresentou febre aferida de 38, 4°C há um dia de início súbito, contínua, com melhora ao uso de Paracetamol. Associado relata urina alaranjada com odor fétido e concentrada e sonolência. Nega disúria, diarréia, náuseas ou vômitos, hiporexia ou aparente dor abdominal. • Procurou PS do HRAS na mesma ocasião. Criança em acompanhamento com pediatra. • • RS: Tosse produtiva e expectoração hialina há pouco mais de 1 mês. Fez uso de “bombinha” e prednisolona (não soube informar dose) por 1 mês. Melhora do quadro com reinício dos sintomas há 5 dias.
AF: Nascido de PNTH de 38 sem + 6 d sem intercorrências. PN de 3640 g Alt 51 cm Apgar 9/10. Pré-natal completo. Desenvolvimento neuropsicomotor normal. SME até 12 dias de vida. SM + NAN I até 2 meses. NAN SOY 2 -8 m. DRGE(SIC) Nega alergias ou cirurgias. Vacinação em dia.
Hábitos de vida e Antecedentes familiares: reside com pai e mãe e avó em casa de alvenaria, 7 cômodos, saneamento básico completo. Possui 1 cachorro. Nega tabagismo ou etilismo praticado pelos pais. Mãe, 26 anos, rinite alérgica Pai, 30 anos, saudável Nega outras comorbidades
Peso atual: 9 Kg Exame de admissão no PS: › BEG, ativo, alerta, corado, hidratado. › AR: MVF com roncos de transmissão difusos e estertores bolhosos. › ACV: RCR 2 T BNF (não foi possível auscultar se sopros devido roncos) › ABD: semi-globoso, RHA+, timpânico, sem VMG. HD ? CD?
Antecedentes: Pcte com histórico de ITU aos 12 dias de vida com urocultura positiva para E. coli tratado com ampicilina e gentamicina. US de vias urinárias da época com hidronefrose de rim E e dilatação da via correspondente. Feito profilaxia com cefalexina e iniciado investigação.
Exames laboratoriais (02/05/10) › HEMOGRAMA Leu 24 300 Neu 39% Linf 45% Mon 11% meta 1% Hem 4. 29 Hg 12. 7 Ht 38. 1% VCM 86. 8 Na 130 K 5, 0 Cl 108 Ur 27 Cr 0, 4 › UROCULTURA (24/04/10) Proteus mirabilis › US de vias urinárias (04/05/10) Sem alterações › US de vias urinárias (21/01/10) Sem alterações › URETROCISTOGRAFIA (01/10/09) Sem alterações › CINTILIGRAFIA COM DTPA E DMSA Rins de função normal
HD – ITU CD – Gentamicina 5 mg/Kg/dia durante 7 dias + urocultura de controle e continuação de acompanhamento com pediatra.
Infecção do Trato Urinário Invasão e multiplicação bacteriana em qualquer seguimento do aparelho urinário. Mais comum em lactentes, principalmente nos primeiros meses de vida. Atinge preferencialmente o sexo feminino (3 : 1 ), exceto durante o primeiro ano de vida (válvula posterior, malformação uretral). Prevalece nos primeiros anos de vida com pico máximo por volta dos 3 a 4 anos de idade.
Principais agentes caudadores Escherichia coli (> 85% ITU comunitárias e 50% ITU hospitalares) Staphylococcus saprophyticus Proteus sp Klebsiella sp Pseudomonas sp Serratia sp Enterobacter sp Enterococo
Vias de ascensão Ascendente: › No sexo feminino as bactérias provêm do intestino grosso, deslocam-se para o intróito vaginal e área periuretral e daí ascendem para o trato urinário superior. › Neonatos nascidos de parto vaginal Hematogênica: › Período neonatal determinando ITU grave, evolução para sepse (50% dos casos).
Manifestações clínicas Disúria, polaciúria, tenesmo, urgência e retenção ou incontinência urinárias, febre, prostração, anorexia, vômitos, dor abdominal e crescimento deficiente. › Recém-nascidos Hipoatividade, anorexia, regurgitação ou vômitos, distensão abdominal e íleo adinâmico. › Lactentes Febre, anorexia, vômitos, crescimento deficiente e alteração do habito intestinal. Não é raro manifestar-se com hipoatividade, distensão abdominal e íleo adinâmico. › Pré-escolares, escolares e adolescentes Passam a ter queixas urinárias mais específicas (disúria, polaciúria, urgência para urinar, retenção, enurese, etc. ).
Diagnóstico Clínica + exames laboratoriais › › › › Hemograma EAS Função Renal Urocultura US Vias urinárias Uretrocistografia miccional Cintilografia com renal com DTPA (função) e DMSA (morfologia) Diagnóstico diferencial › Outras afecções do trato urinário
Imagens retiradas da internet
Tratamento Neonatos e lactentes: Medidas gerais: suporte hidro-eletrolítico adequado e tratamento dos sintomas gerais, como febre e vômitos. Antibioticoterapia empírica: aminoglicosídeo ou cefalosporina de 3ª geração ou associação [ampicilina + gentamicina] ou [amicacina + ampicilina + ceftriaxone], de 10 a 14 dias, com controle de urocultura 2 a 5 dias após. Crianças maiores e adolescentes: Medidas gerais: suporte hidro-eletrolíco adequado (se possível por via oral) e tratamento dos sintomas gerais. Usar antibióticos por via oral Tratamento por 10 dias e controle de urocultura 2 a 5 dias após.
Profilaxia Sulfametoxazol–trimetropina na dose de 2 mg/kg de TPM Cefalexina na dose de 10 mg/kg/dose
Fim!!!
Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. VIEIRA NETO OM. Infecção do trato urinário. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 365 -369, abr. /dez. 2003. Departamento de Nefrologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria de São Paulo: Tratamento da infecção do trato urinário na infância. Recomendações – Atualização de Condutas em Pediatria 3: p 7, 2002. HOSPITAL MUNICIPAL INFANTIL MENINO JESUS – PMSP – Protocolo de assistência médico-hospitalar de infecções urinárias. Dénes J Francisco , Arap Sami. Refluxo vésico-ureteral em crianças. J Pediatr (Rio J) 1995; 71(4): 183 -188. Consulta Nefrológica em 10 minutos. Infecção urinária na infância. Eleonora Moreira Lima, Profa Associada do Departamento de Pediatria – FM – UFMG, Membro da Unidade de Nefrologia Pediátrica – HC – UFMG.
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