Metodologia da Pesquisa e Redao Cientfica SLC 0627

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Metodologia da Pesquisa e Redação Científica SLC 0627 Prof. Dr. Marcelo Alves Barros Instituto

Metodologia da Pesquisa e Redação Científica SLC 0627 Prof. Dr. Marcelo Alves Barros Instituto de Física de São Carlos - USP mbarros@ifsc. usp. br CIn- UFPE

2 Redação Científica n Conteúdo das aula: • Estratégias de leitura/compreensão de texto •

2 Redação Científica n Conteúdo das aula: • Estratégias de leitura/compreensão de texto • Pesquisa Científica e Pesquisa bibliográfica • Normas técnicas para elaboração de referências bibliográficas • Tipos de texto científico • Normas para publicações científicas n Aulas baseadas no livro • Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas • Autor: João Bosco Medeiros CIn- UFPE

3 Como escrever bem? n Aprendemos a falar repetindo o que ouvimos • Mais

3 Como escrever bem? n Aprendemos a falar repetindo o que ouvimos • Mais tarde, começamos a verbalizar nossas próprias idéias! n Similarmente, aprendemos a escrever fazendo cópias • Depois, aprendemos a resumir/explicar textos de outros usando nossas próprias palavras • Por fim, aprendemos a produzir textos com nossas próprias idéias! – Poesia, prosa, textos jornalísticos, textos científicos, etc n Para escrever bem, precisamos (pelo menos) de • Conhecimento sobre o tema, adquirido através de – Leituras, aulas, palestras, debates, … • Técnicas de redação CIn- UFPE

4 Leitura/compreensão de texto n Objetivos da leitura • Assimilação de conhecimento • Busca

4 Leitura/compreensão de texto n Objetivos da leitura • Assimilação de conhecimento • Busca de novo conhecimento • Preparação intelectual para – Assumir posicionamentos críticos diante da realidade – Gerar conhecimento novo n Primeiro passo: delimitar o tema da leitura • Vamos ler sobre que assunto? n O que desejamos capturar na leitura? • Alguma informação específica? • Tudo que foi escrito sobre algum tema geral? CIn- UFPE

5 Leitura/compreensão de texto n Tipos de leitura • Existem diversas classificações (autores diferentes)

5 Leitura/compreensão de texto n Tipos de leitura • Existem diversas classificações (autores diferentes) • Veremos duas classificações, que serão úteis ao nosso trabalho CIn- UFPE

6 Tipos de leitura - Classificação I n Skimming • Procura captar a tendência

6 Tipos de leitura - Classificação I n Skimming • Procura captar a tendência geral do texto – Leitura superficial de títulos e subtítulos, e de alguns parágrafos n Leitura do significado • Procura obter uma visão geral do texto – Leitura rápida, sem se deter ou retornar a parágrafos já lidos n Leitura de estudo • Ler, reler, anotar, resumir o texto n Leitura crítica • Reflexão, avaliação e comparação com o que se leu antes n Scanning • Quando se procura (objetivamente) um certo tópico no texto CIn- UFPE

7 Tipos de leitura - Classificação I n Utilizamos todos esses tipos de leitura,

7 Tipos de leitura - Classificação I n Utilizamos todos esses tipos de leitura, com destaque para • Leitura de estudo – Assimilação do que está sendo estudado • Leitura crítica – Análise crítica do que foi estudado – Formação das nossas próprias idéias! CIn- UFPE

8 Tipos de leitura - Classificação II n Leitura Informativa • Tem por objetivo

8 Tipos de leitura - Classificação II n Leitura Informativa • Tem por objetivo obter informações, dados e fundamentação para servir de base a um trabalho científico n Etapas: • Leitura de reconhecimento – O leitor verifica se encontrará no texto as informações de que necessita • Seleção – O leitor busca selecionar as informações de que necessita • Crítica – O leitor julga o significado do texto, verifica a consistência das idéias e a coerência das argumentações • Interpretação – O leitor visa relacionar as afirmações do autor com as questões para as quais ele procura uma resposta CIn- UFPE

9 Tipos de leitura - Classificação II n Interpretação exige: • Compreensão – Que

9 Tipos de leitura - Classificação II n Interpretação exige: • Compreensão – Que tese o autor defende? De que trata o texto? • Análise (~ segmentação…) – Quais as partes que constituem o texto? • Síntese – Quais as idéias principais do texto? Como elas se interrelacionam? • Avaliação – O texto é passível de críticas? Há falhas na argumentação? • Aplicação do conteúdo aprendido – Em que contextos posso aplicar as idéias expostas no texto? – Elas respondem as questões que busco responder? n O entendimento do texto possibilita a criação de novas idéias e de novos resultados CIn- UFPE

10 Como aproveitar melhor a leitura? n Fazendo Anotações sobre o texto • É

10 Como aproveitar melhor a leitura? n Fazendo Anotações sobre o texto • É o processo de seleção de informação para posterior aproveitamento – a partir de textos, aulas , palestras, … • As anotações (notas) devem permitir que se escreva um texto a partir delas – Devem capturar a essência do texto original – Não devem ser nem muito sucintas nem muito extensas n Tipos de Anotações (notas) • Corridas • Esquemáticas • Em forma de resumo CIn- UFPE

11 Entrevista com Sir Roger Penrose Revista Ciência Hoje – Jul/2002 • Título da

11 Entrevista com Sir Roger Penrose Revista Ciência Hoje – Jul/2002 • Título da reportagem: O segundo ano miraculoso • Resumo: O leitor brasileiro foi recentemente contemplado com o lançamento de O ano miraculoso de Einstein - cinco artigos que mudaram a face da física, obra que traz os originais dos trabalhos do físico alemão publicados em 1905. Dois deles (a teoria da relatividade especial e o efeito fotoelétrico) mudariam para sempre os rumos da física do século 20. Assim, 1905 se tornaria o segundo ano miraculoso da ciência (no primeiro - 1666 -, Isaac Newton estabelecera sua versão do cálculo, sua teoria das cores e sua teoria da gravitação). O prefácio do livro é do físico britânico Sir Roger Penrose, da Universidade de Oxford (Inglaterra), um dos maiores teóricos da atualidade. Penrose é o entrevistado de CH 183 e comenta, entre outros assuntos, os conflitos de Einstein com a mecânica quântica. CIn- UFPE

12 Anotações Corridas n Procedimento • Ler o texto inteiro a 1 a vez

12 Anotações Corridas n Procedimento • Ler o texto inteiro a 1 a vez • Reler o texto, anotando palavras e termos desconhecidos • Buscar palavras/termos desconhecidos no dicionário ou em uma enciclopédia • Destacar os trechos e palavras mais importantes – Por exemplo, com sublinhas • Redigir um resumo a partir das anotações com posterior conferência e correções CIn- UFPE

13 Anotações Corridas • Título da reportagem: O segundo ano miraculoso • Resumo: O

13 Anotações Corridas • Título da reportagem: O segundo ano miraculoso • Resumo: O leitor brasileiro foi recentemente contemplado com o lançamento de O ano miraculoso de Einstein - cinco artigos que mudaram a face da física, obra que traz os originais dos trabalhos do físico alemão publicados em 1905. Dois deles (a teoria da relatividade especial e o efeito fotoelétrico) mudariam para sempre os rumos da física do século 20. Assim, 1905 se tornaria o segundo ano miraculoso da ciência (no primeiro - 1666 -, Isaac Newton estabelecera sua versão do cálculo, sua teoria das cores e sua teoria da gravitação). O prefácio do livro é do físico britânico Sir Roger Penrose, da Universidade de Oxford (Inglaterra), um dos maiores teóricos da atualidade. Penrose é o entrevistado de CH 183 e comenta, entre outros assuntos, os conflitos de Einstein com a mecânica quântica. CIn- UFPE

14 Marcando o Texto com Sublinha n Objetivo • Destacar as idéias principais do

14 Marcando o Texto com Sublinha n Objetivo • Destacar as idéias principais do texto n A marcação deve ser feita depois de várias leituras • 1 a passada (a lápis) e revisão posterior pela releitura do texto n Recomendações: • Sublinhar palavras-chaves • Sublinhar idéias principais, destacando as palavras-chaves com dupla sublinha • Destacar termos de ênfase ou oposição a uma idéia (Marcadores textuais) – Confirmando, nessa linha (ênfase) – Em contraste, por outro lado (oposição) – Assim sendo, em resumo (conclusão) CIn- UFPE

Ainda Marcando o Texto… 15 n Traço vertical • Colocado ao lado dos trechos

Ainda Marcando o Texto… 15 n Traço vertical • Colocado ao lado dos trechos mais significativos do texto n Sinal de Interrogação é usado para marcar: • Trechos obscuros – Por falha de exposição dos argumentos • Ou onde o leitor tem dúvidas ou discordâncias CIn- UFPE

Anotações Esquemáticas 16 n Procedimento: • Devem ser feitas após a leitura completa do

Anotações Esquemáticas 16 n Procedimento: • Devem ser feitas após a leitura completa do texto • Baseiam-se nas anotações corridas • Apresentam as idéias do texto em um esquema vertical – usando uma hierarquia, ou – em um diagrama com chaves CIn- UFPE

Anotações Esquemáticas: Exemplo de Hierarquia 17 1. Novo livro publicado - Revoluções na Física

Anotações Esquemáticas: Exemplo de Hierarquia 17 1. Novo livro publicado - Revoluções na Física 1. 1 O ano miraculoso de Einstein 2. Trabalhos de Einstein 2. 1 Teoria da relatividade 2. 2 Efeito fotoelétrico 3. Trabalhos de Newton 3. 1 Cálculo 3. 2 Teoria das cores 3. 3 Teoria da gravitação 4. Prefácio 4. 1 Sir Roger Penrose 4. 2 Conflitos de Einstein com a mecânica quântica CIn- UFPE

18 Anotações Esquemáticas: Exemplo de diagrama de chaves Tema: O ano miraculoso de Einstein

18 Anotações Esquemáticas: Exemplo de diagrama de chaves Tema: O ano miraculoso de Einstein - Considerado como o segundo ano miraculoso da Ciência (1905) - Apresenta os trabalhos de Einstein: Relatividade e Efeito fotoelétrico - O primeiro ano miraculoso da Ciência foi 1666, com a divulgação dos trabalhos de Newton sobre Cálculo e Gravitação Novo livro sobre Revoluções na Física - Escrito pelo físico britânico Sir Roger Penrose Prefácio: - Menciona os conflitos de Einstein com a mecânica quântica CIn- UFPE

19 Anotações Resumidas n Resumo: • Condensação do texto – Deve apresentar todo o

19 Anotações Resumidas n Resumo: • Condensação do texto – Deve apresentar todo o pensamento exposto no texto, não apenas um fragmento • Idéias principais, respeitando suas inter-relações • É feito a partir das duas etapas anteriores – anotações corridas e e esquema de idéias • Não é uma colcha de retalhos – Deve ser coeso e coerente • A legibilidade do texto depende, em grande parte, da sua coesão gramatical e da coerência das idéias apresentadas CIn- UFPE

20 Coesão e Coerência textual n Coesão textual • Conectividade “sintática” na “estrutura superficial”

20 Coesão e Coerência textual n Coesão textual • Conectividade “sintática” na “estrutura superficial” do texto (e. g. , pelo uso dos pronomes) – João comprou uma TV nova. Sua esposa ficou muito feliz com a festa. Agora ela vai poder gastar mais dinheiro, sem se preocupar com as contas. – Não existem relações de coerência entre essas frases n Coerência textual • Conectividade das idéias apresentadas – Envolve o conhecimento que temos, as inferências que fazemos, e os “Atos de Fala”. – A professora comprou um banco. Seu marido ficou muito feliz. Ainda sobrou dinheiro para um novo tapete (existem relações de coerência entre as frases) – A janela está fechada. Faz calor aqui… (afirmação ou pedido? ) CIn- UFPE

21 Anotações Resumidas n É necessário ler o texto mais de uma vez para

21 Anotações Resumidas n É necessário ler o texto mais de uma vez para reconhecer • O Assunto (área) – E. g. , artes, filosofia, matemática, medicina, … • O Tema (subárea) – E. g. , arte moderna, a obra de Da Vinci, medicina fitoterápica, … • A Estrutura do texto • O Desenvolvimento das idéias (argumentação) n A partir daí, pode-se redigir o resumo do texto • Com suas próprias palavras • Copiar o texto original é plágio! – Direitos autorais… CIn- UFPE

22 Citação n Só é permitido copiar partes do texto original se houver uma

22 Citação n Só é permitido copiar partes do texto original se houver uma clara indicação disso • O trecho copiado deve vir entre aspas • Em seguida, deve-se indicar a referência bibliográfica do texto original – (autor(es), ano de publicação: páginas) n Exemplo: “Lembremos a recomedação de Bacon ao leitor: ‘Leia, não para contradizer ou refutar, nem para acreditar ou aceitar como verdade indiscutível, nem para ter assunto para conversa e discurso, mas para pensar e considerar’ ” (Adler & Doren, 1990: 117) CIn- UFPE

23 Segmentação de Texto n Objetivos: • Dividir o texto em segmentos menores •

23 Segmentação de Texto n Objetivos: • Dividir o texto em segmentos menores • Visa tornar mais clara as relações entre suas partes, facilitando sua compreensão e a construção de resumos n Quatro possibilidades de segmentação • Por espaço – Local onde o fato ocorreu • Por tempo – Cronologia dos acontecimentos • Por personagem – Em narrativas, peças teatrais, … • Por tema – Visa distinguir as diferentes idéias apresentadas no texto para sua posterior hierarquização (quando possível) CIn- UFPE

24 Segmentação de Texto Exemplo n O leitor brasileiro foi recentemente contemplado com o

24 Segmentação de Texto Exemplo n O leitor brasileiro foi recentemente contemplado com o lançamento de O ano miraculoso de Einstein - cinco artigos que mudaram a face da física, obra que traz os originais dos trabalhos do físico alemão publicados em 1905. n Dois deles (a teoria da relatividade especial e o efeito fotoelétrico) mudariam para sempre os rumos da física do século 20. Assim, 1905 se tornaria o segundo ano miraculoso da ciência • (no primeiro - 1666 -, Isaac Newton estabelecera sua versão do cálculo, sua teoria das cores e sua teoria da gravitação). n O prefácio do livro é do físico britânico Sir Roger Penrose, da Universidade de Oxford (Inglaterra), um dos maiores teóricos da atualidade. Penrose é o entrevistado de CH 183 e comenta, entre outros assuntos, os conflitos de Einstein com a mecânica quântica. CIn- UFPE

25 CONSIDERAÇÕES GERAIS n Redação científica é um tipo especializado de escrita, assim como

25 CONSIDERAÇÕES GERAIS n Redação científica é um tipo especializado de escrita, assim como a redação de novelas, poesia, peças, artigos de jornais, memorandos, relatórios e cartas de amor. n Redação científica inclui artigos científicos, relatórios, teses, protocolos de laboratórios, livros texto e monografias. n Todos os tipos de redação científica, embora apresentem diferenças em termos de objetivos, estrutura e uso da linguagem, tem aspectos comuns. CIn- UFPE

26 CONSIDERAÇÕES GERAIS ü A redação científica deve ser: Ø Direcionada aos profissionais que

26 CONSIDERAÇÕES GERAIS ü A redação científica deve ser: Ø Direcionada aos profissionais que possuam um nível razoável de conhecimento sobre o tópico. Ø Lógica, isto é, todos os principais passos dedutivos devem ser identificáveis. Ø Direta, sem hipérboles. Ø Clara, sem ambigüidades. ü Redação científica de boa qualidade e efetividade pode ser feita em qualquer língua. CIn- UFPE

27 CONSIDERAÇÕES GERAIS ü Alguns aspectos da redação científica mudam com o tempo, de

27 CONSIDERAÇÕES GERAIS ü Alguns aspectos da redação científica mudam com o tempo, de acordo com o consenso dos editores científicos. A tendência atual é a concisão, devido aos custos de produção de uma revista. ü Leia um trabalho de sua área publicado há 20 ou 30 anos atrás e observe a diferença: não somente no espaço disponível para o desenvolvimento de um idéia, mas também na quantidade de informação dada. CIn- UFPE

28 CONSIDERAÇÕES GERAIS n A redação científica moderna é compacta, direta e, infelizmente, algumas

28 CONSIDERAÇÕES GERAIS n A redação científica moderna é compacta, direta e, infelizmente, algumas vezes… n … tediosa, devido a estas duas características. CIn- UFPE

29 CONSIDERAÇÕES GERAIS ü Para iniciantes, redigir textos científicos de boa qualidade é difícil,

29 CONSIDERAÇÕES GERAIS ü Para iniciantes, redigir textos científicos de boa qualidade é difícil, mesmo utilizando sua própria língua. ü Isto requer treinamento para escrever e treinamento para ler. CIn- UFPE