Universidade de So Paulo Faculdade de Cincias Farmacuticas

Universidade de São Paulo Faculdade de Ciências Farmacêuticas Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental Bromatologia Básica Estratégias para amostragem Grupo 2 Audrey Rodrigues, Daniela Castanho, Isabela Venancio, Karen Campos, Letícia Klein

Agenda • • • Definição de amostragem Coleta de amostras Protocolos de amostragem Variabilidade de amostras Métodos Objetivos Seleção de alimentos e nutrientes Programas Custos

Introdução As estratégias para amostragem são um conjunto de técnicas utilizadas para definir as unidades que sejam representativas para os alimentos analisados, podendo ser utilizadas para estudos de composição de alimentos em diferentes níveis de detalhes.

Amostragem de alimentos Processo de selecionar e adquirir unidades de alimentos para a análise, que poderão ser usadas em diferentes estudos e para compor tabelas nutricionais.

Coleta de amostras As amostras podem ser coletadas em locais de: Fabricação Preparo

Depósito Acondicionamento Transporte Exposição de venda

Coleta de amostras A coleta deve ser realizada de forma adequada e com precauções no acondicionamento (amostras suscetíveis a deterioração devem ser analisadas o mais breve possível), afim de evitar qualquer alteração durante os processos de análise. Exemplo: Alimentos perecíveis, como carnes, derivados do leite, frutas e hortaliças.

Regra geral para coleta de amostras Exemplo: Para um lote com 900 unidades, devem ser coletadas: lote com 900 unidades T = 30 + 1 = 31 amostras Obs: O total de amostras deve resultar entre 12 e 36. Além disso, as unidades devem ser coletadas de recipientes diferentes.

Cuidados com a amostra • Acondicionamento Imediato a fim de impedir alterações; depende do tipo de análise • Lacração Uso de lacre ou vedação hermética (fechado de maneira a impedir a passagem de ar) • Rotulagem Informações no recipiente ou em etiquetas • Transporte Deve ser rápido a fim de evitar deterioração

Protocolos de amostragem O protocolo é um guia detalhado para: protocolo guia - Especificar como será feita a amostragem; - Determinar qual tipo de coleta deve ser realizada; - Selecionar quais nutrientes serão analisados. Obs: O desenvolvimento de um protocolo requer conhecimento do tipo de alimento e deve estar direcionado para um objetivo específico.

Variabilidade de amostras Amostras de um mesmo alimento podem ter diferentes valores de composição centesimal

Fatores: - Local de produção - Modo de consumo - Solo de plantio - Insumos utilizados - Forma de cultivo - Método de análise - Modo de preparo - Processamento

Processamento

Local de produção

Solo de plantio - Sistema de Plantio Direto Segundo o Ministério da Agricultura, O Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP) contribui para que o solo não sofra com erosões e armazene mais nutrientes, fertilizantes e corretivos.

Formas de cultivo

Método de análise Quando os métodos de análise são diferentes ou não são descritos, os dados obtidos de um mesmo alimento analisado não coincidirão e, portanto, não devem ser comparados nem mencionados em tabelas de composição nutricional. Exemplo: TCQA, Guilherme Franco (1951) - Não descreve a forma de obtenção dos dados; - Não possui dados de umidade e cinzas; - Fibra Alimentar: não tem. Portanto, não é confiável!

Métodos de amostragem Amostragem randômica Coleta aleatória Seleção de alimentos variados Amostras mais abrangentes Menos específico Amostragem estratificada Categorias de alimentos Considera variabilidade Coleta de amostras com base na classificação Considera proporção da variação de alimentos

Métodos de amostragem Amostragem de conveniência Coleta em locais de fácil acesso Menor custo Amostras locais Baixa qualidade Não são amostras representativas Amostragem seletiva Coleta com base no plano de amostragem Exclusão de características específicas Ou Seleção de características específicas

Objetivos da amostragem O objetivo geral é obter dados de composição nutricional do alimento em diferentes níveis de detalhes.

Objetivos específicos - Conduzir estudos sobre o alimento; - Estudar efeitos de tratamentos; - Avaliar as diferenças entre cultivos e espécies de alimentos; - Determinar níveis de componentes nutricionais.

Seleção de alimentos e nutrientes Devem ser analisados “Alimentos-chave”, ou seja, aqueles que são a base da alimentação de uma determinada população. Exemplo: Refeição comum no Brasil

Seleção de alimentos e nutrientes Os nutrientes analisados devem ser relevantes na alimentação, que varia em diferentes populações. Exemplo: EUA 675 alimentos 17 nutrientes 75% da alimentação

Programas de amostragem Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO- UNICAMP) - Seleção de amostras de nove cidades nas cinco regiões brasileiras; - Representa a alimentação de 16, 8 milhões de habitantes no país; - Coleta em supermercados e hipermercados; - A dificuldade na amostragem está no tamanho do país. NFNAP – Estados Unidos da América - Seleção randômica de cidades para coleta com base no censo demográfico, incluindo áreas rurais e urbanas; - Baseado em uma lista de alimentos-chave - A amostragem pode ser desenvolvida para representar grupos menores.

Custos de amostragem A amostragem requer recursos significativos para mão-de-obra, equipamentos, laboratórios e produtos químicos. Além disso, necessita de conhecimentos para desenvolver protocolos e aplicar métodos.

Custos de amostragem A extensão do território brasileiro em conjunto com a falta de recursos em certas regiões impede a análise precisa de diferentes amostras.

Considerações finais As estratégias para amostragem representam uma etapa fundamental durante o processo de análise de alimentos, uma vez que auxiliam na obtenção de dados de composição mais precisos e, portanto, confiáveis para compor tabelas de composição nutricional. As fases da amostragem compreendem desde a coleta regrada de unidades representativas até a definição de fatores que influenciam na variabilidade dos alimentos, mostrando ser um conjunto de técnicas e um processo mais complexo do que o próprio nome sugere.

Referências bibliográficas BORGUINI, Renata Galhardo. Tomate (Lycopersicum esculentum Mill) orgânico: o conteúdo nutricional e a opinião do consumidor. 2002. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, University of São Paulo, Piracicaba, 2003. doi: 10. 11606/D. 11. 2003. tde-12022003 -165547. Acesso em: 2016 -10 -20. HOLDEN. J. M. S. , FAO Sampling Workbook for Latin American Countries. EM IMPRESSÃO. Cap. 1 e 2. 2013.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. Coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. 4. ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 1020 p. Primeira edição digital. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Plantio direto. Disponível em: http: //www. agricultura. gov. br/desenvolvimento-sustentavel/plantio-direto U. Ruth Charrondiere. Apresentações “Food Composition Study Guide” – Princípios de Amostragem. Disponível em: http: //www. fao. org/infoods/training/apresentacoes/pt/#c 271583

UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - AGRICULTURAL RESEARCH SERVICE. USDA Food Composition Databases. Disponível em: https: //ndb. nal. usda. gov/ndb/search/list UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ALIMENTAÇÃO. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos [TACO]: versão 1. 2004. Disponível http: //www. intranet. fcf. usp. br/tabela/buscar_alim. asp em: