Processos Emocionais 1 Antnio Rosado Emoes l l

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Processos Emocionais 1 António Rosado

Processos Emocionais 1 António Rosado

Emoções l l É difícil imaginar a vida sem emoções. Vivemos para elas, organizando

Emoções l l É difícil imaginar a vida sem emoções. Vivemos para elas, organizando o mundo para nos proporcionar prazer, alegria, e evitar desilusão, tristeza ou sofrimento.

Processos Emocionais l l As emoções estão presentes em todos os aspectos da vida

Processos Emocionais l l As emoções estão presentes em todos os aspectos da vida humana, incluindo as situações de desporto e exercício físico. Elas podem ter consequências importantes que vão para além da experiência meramente emocional.

O valor das emoções l l l É indispensável viver as nossas emoções para

O valor das emoções l l l É indispensável viver as nossas emoções para dirigir a nossa vida de forma satisfatória. É necessário saber gerir emoções ( as nossas e as dos outros) nos ambientes de vida e em que trabalhamos. Estão no núcleo de quem somos mas escapam em grande parte ao nosso controlo voluntário.

Um pouco de história. . . l l l Antes da psicologia como ciência

Um pouco de história. . . l l l Antes da psicologia como ciência (final do séc. XIX), os fenómenos mentais eram assunto de filósofos. Os gregos separavam a razão da paixão, o pensamento do sentimento, a cognição da emoção. Platão afirmava que as paixões, os desejos e os medos impossibilitavam-nos de pensar.

Afectividade e Emoção l l Kant (1724 -1804) classificou os fenómenos psíquicos em intelectuais,

Afectividade e Emoção l l Kant (1724 -1804) classificou os fenómenos psíquicos em intelectuais, afectivos e volitivos. Descartes afirmara “ Penso logo existo”, afirmando a mente como consciência. . . • O erro de Descartes, de Manuel Damásio. . l O método de estudo da mente era, inicialmente, fundamentalmente, o introspectivo. • Conteúdos da experiência consciente imediata • Objecto de forte crítica. . .

Behavioristas l l EMOÇÃO: Resposta afectiva imediata. Intelectualização das emoções: Resposta afectiva secundária. Sentimentos

Behavioristas l l EMOÇÃO: Resposta afectiva imediata. Intelectualização das emoções: Resposta afectiva secundária. Sentimentos e paixões. Efeitos persistentes das emoções. Resposta emocional: estrutura comportamental afectiva que é posta em marcha por vários tipos de causas e que se mantém para além da duração das causas.

Behavioristas l l Os estados interiores e subjectivos da mente (percepções, memórias e emoções)

Behavioristas l l Os estados interiores e subjectivos da mente (percepções, memórias e emoções) não eram temas apropriados da psicologia. Não eram factos observados e mensuráveis. Reagiam, assim, à introspecção, único meio, na época, de estudar a subjectividade e o inobservável. A Psicologia cognitiva viria alterar este estado de coisas: Processamento de informação, inteligência artificial, ciência cognitiva. • Excluindo, de início, as emoções.

Emoção e Cognição l l As emoções eram consideradas nãológicas e as cognições associadas

Emoção e Cognição l l As emoções eram consideradas nãológicas e as cognições associadas ao raciocínio lógico (a razão). A cognição não é tão lógica como isso. . . A emoção não é tão ilógica como isso. . . A tomada de decisão humana envolve as duas áreas.

Origem das emoções l l l Tem que existir um estímulo. Surgem do contacto

Origem das emoções l l l Tem que existir um estímulo. Surgem do contacto com o exterior/interacção. Podem ser suscitadas pelo que se passa em nós. • • l O pensamento pode provocar uma emoção Ex: uma lembrança pode provocar nostalgia. As sensações podem provocar emoções • Ex: a dor exaspera-me

Estimulo ? Emoção como sequência de eventos que começa com um estímulo e termina

Estimulo ? Emoção como sequência de eventos que começa com um estímulo e termina com uma experiência emocional.

As emoções como sistema de informação l Temos constantemente emoções como temos sensações. •

As emoções como sistema de informação l Temos constantemente emoções como temos sensações. • l l l Sentimentos e emoções são entendidos por muitos autores como termos equivalentes. As emoções, como as sensações, são um sistema de informação. A informação fornecida pelas emoções é decisiva nas decisões do dia-a-dia. Todos os estados de consciência se revestem de uma tonalidade agradável ou desagradável.

As emoções como sistema de informação l Cada tipo de emoção fornece uma informação

As emoções como sistema de informação l Cada tipo de emoção fornece uma informação específica: • A tristeza revela uma falta • A cólera que existe um obstáculo à nossa • l satisfação A impaciência que o que fazemos não tem sentido. . . A emoção tem sempre uma função informativa.

As emoções como sistema de informação l Elas são importantes para dirigir a vida

As emoções como sistema de informação l Elas são importantes para dirigir a vida psiquica. • • l l Elas informam-nos de que somos atingidos pelas coisas. A sua intensidade indica-nos a força com que somos atingidos. Revela o grau de importância. Enviam-nos para um passado com uma significação subjectiva. Aquilo que nos toca corresponde também a uma necessidade nossa.

Emoção como indicador do nível de satisfação l l l l O organismo está

Emoção como indicador do nível de satisfação l l l l O organismo está sempre num equilíbrio instável. Estamos sempre a ser assaltados por uma multidão de necessidades. Se a necessidade é satisfeita existe equilíbrio até que nova necessidade apareça. Há necessidade de respondermos a necessidades físicas mas também psíquicas. Muitas necessidades físicas e psíquicas são imperiosas e evidentes. São as nossas emoções que estão encarregadas de nos dizer se elas estão ou não satisfeitas. Os sentimentos informam-nos do nosso equilíbrio no plano psíquico e isso de forma contínua.

Emoção e Satisfação l Para marcar a satisfação existem uma variedade de sentimentos que

Emoção e Satisfação l Para marcar a satisfação existem uma variedade de sentimentos que vão do simples contentamento à euforia. • l Entre esses extremos temos o prazer, a alegria, etc. Para assinalar a insatisfação há, também, uma longa série de emoções que vão do simples descontentamento à raiva. Entre elas, o aborrecimento, a tristeza, a decepção, a melancolia, a cólera. . .

A emoção como sistema de comunicação l l Existe um vasto repertório de expressões

A emoção como sistema de comunicação l l Existe um vasto repertório de expressões emocionais A maior parte são transmitidas pela face. • Sorrimos, choramos. . . • • Sinais sociais que comunicam os nossos estados interiores. Não deixam de ser afectadas pelas convenções sociais. São, também, construções sociais. Algumas são inatas e comuns a todas as pessoas (emoções básicas). São uma forma de comunicar.

A emoção como sistema de comunicação l l l Através delas comunicamos coisas que

A emoção como sistema de comunicação l l l Através delas comunicamos coisas que são importantes para nós. Quanto mais capazes formos de exprimir e exteriorizar as nossas emoções melhor lidamos com elas. Sem emoção as nossas relações seriam menos ricas • l Imagine que todas as pessoas nos eram indiferentes. Como seria a vida? Quanto mais as conseguimos sentir mais aproveitamos.

A emoção como forma de interacção com o meio l l l São fundamentais

A emoção como forma de interacção com o meio l l l São fundamentais no funcionamento social. Têm consequências pessoais e interpessoais - um papel social. Interacção latente: estado de prontidão ou de tendência para a acção. Muitas são eventos sociais que acontecem num contexto social partilhado construído para as produzir. São reconhecidas pelos outros e evocam respostas dos outros.

Emoção e interacção social l Contágio emocional: tendência para experienciar a emoção de outra

Emoção e interacção social l Contágio emocional: tendência para experienciar a emoção de outra pessoa. • • • l Ver rir pode fazer os outros sorrirem e sentirem-se felizes. Equipas coesas partilham emoções mais completamente e o contágio é mais rápido. Expressões de zanga aumenta o nº de violações de regras. A zanga dos fans produz medo ou apreensão nos árbitros. . .

Características das emoções l As emoções têm um papel de desenvolvimento da personalidade. •

Características das emoções l As emoções têm um papel de desenvolvimento da personalidade. • l l As diferenças individuais na activação emocional são as principais determinantes de diversas dimensões da personalidade. As emoções constituem um sistema primário de motivação. Cada emoção tem funções distintas na forma como organiza a percepção, a cognição e o comportamento.

O QUE É EMOÇÃO? l l Existem dúzias de sugestões de definições, mas nenhuma

O QUE É EMOÇÃO? l l Existem dúzias de sugestões de definições, mas nenhuma abarca toda a investigação (Vallerand & Blanchard, 1999). Uma emoção é uma reacção a um estimulo de um evento (actual ou imaginado). Envolve mudanças nas vísceras e na musculatura da pessoa, é experimentada subjectivamente de formas características, e expressa através de meios como mudanças faciais e tendências de acção e pode mediar ou promover comportamentos subsequentes.

Componentes da Emoção l As emoções consistem em três elementos principais: • 1. Modificações

Componentes da Emoção l As emoções consistem em três elementos principais: • 1. Modificações fisiológicas: • As alterações fisiológicas que ocorrem durante a emoção incluem as do sistema autónomo, tais como os aumentos do ritmo cardíaco, da pressão sanguínea e da respostas da pele (condutabilidade), entre outras.

Tendências de Acção • 2. Tendências de acção: referido por alguns (Arnold & Gasson,

Tendências de Acção • 2. Tendências de acção: referido por alguns (Arnold & Gasson, 1954, Frijda, 1986, cit in Vallerand & Blanchard, 1999) como o elemento central das emoções. • Por exemplo, o medo pode envolver a tendência de fugir e a tristeza pode levar uma pessoa a mover-se menos. • As tendências de acção não sempre traduzidas em comportamentos observáveis.

Experiência Subjectiva • Experiência subjectiva (sentimento): refere-se • às experiências conscientes do indivíduo durante

Experiência Subjectiva • Experiência subjectiva (sentimento): refere-se • às experiências conscientes do indivíduo durante o episódio emocional. A componente subjectiva da emoção humana, provavelmente a mais estudada, pode ser a mais importante (Leventhal, 1974, 1982, cit in Vallerand & Blanchard, 1999).

QUE EMOÇÕES EXISTEM? l Metodologias: • • • Expressões faciais. Palavras emocionais em diferentes

QUE EMOÇÕES EXISTEM? l Metodologias: • • • Expressões faciais. Palavras emocionais em diferentes línguas. Introspecções conscientes. Classificar palavras e adjectivos e / ou compará-los entre si (muitas emoções podem ser simples sinónimos). Julgar frases demonstrando emoções em várias escalas • Proceder a análises factoriais • Listas muito grandes de emoções

QUE EMOÇÕES EXISTEM? l l Psicólogos e biólogos tiveram algum sucesso em descobrir manifestações

QUE EMOÇÕES EXISTEM? l l Psicólogos e biólogos tiveram algum sucesso em descobrir manifestações corporais objectivas dos estados emocionais. As tentativas de catalogação das experiências emocionais foram mal conseguidas e não fazem justiça à riqueza desses sentimentos subjectivos. • Como é que a tristeza difere da mágoa, ou do abatimento ou desânimo? Pessoas diferentes relatam cambiantes de significado diferente.

Variedade, variedade l l Existem centenas de emoções, incluindo combinações, variações, mutações e tonalidades

Variedade, variedade l l Existem centenas de emoções, incluindo combinações, variações, mutações e tonalidades (Goleman, 2000). Há mais subtilezas nas emoções do que palavras para as descrever. Umas são determinadas biologicamente outras socialmente. Umas estão muito próximas das outras.

Exemplos de emoções l l l Raiva, ira, desgosto, alegria, medo, felicidade, tristeza, culpa,

Exemplos de emoções l l l Raiva, ira, desgosto, alegria, medo, felicidade, tristeza, culpa, vergonha, aversão, stress, inveja, ciúmes, prazer, surpresa, orgulho, ansiedade, alívio, esperança, amor, compaixão. . . Diversos autores apresentam diversas tipologias das emoções. Algumas parecem universais mas o acordo não é total (não existe uma tipologia única).

Emoções l l l l l Ansiedade: enfrentar ameaças existenciais. . . Tristeza: enfrentamos

Emoções l l l l l Ansiedade: enfrentar ameaças existenciais. . . Tristeza: enfrentamos perdas irreparáveis. . . Culpa: transgredimos imperativos morais. . . Vergonha: falhamos viver um ego ideal. . . Inveja: querer qualquer coisa que outro possui. . . Esperança: esperar conseguir o melhor Orgulho: sentir-se bem consigo ou com o seu valor social. Gratidão: creditar outro com uma prenda altruísta Amor: desejar afecção recíproca por outra pessoa. . .

QUE EMOÇÕES EXISTEM? l Não tem existido consenso acerca da lista de emoções, em

QUE EMOÇÕES EXISTEM? l Não tem existido consenso acerca da lista de emoções, em parte devido ao facto de as definições típicas de emoção enfatizarem a acção ou as tendências de acção, as mudanças fisiológicas e os estados subjectivos-afectivos sem a orientação da teoria para enquadrar o processo emocional e aos limites da emoção e não-emoção (Lazarus, 1999).

Primórdios tipológicos l Na perspectiva clássica existiam 3 fenómenos afectivos: • • • 1.

Primórdios tipológicos l Na perspectiva clássica existiam 3 fenómenos afectivos: • • • 1. Emoções 2. Sentimentos 3. Paixões l 1. Emoções: fenómenos afectivos intensos que surgem de forma brusca e que, também, rapidamente se desvanecem. l 2. Sentimentos: fenómenos afectivos estáveis que resultam, em regra, da intelectualização das emoções. As emoções ao serem racionalizadas perdem intensidade, tornam-se estáveis. l 3. Paixões: fenómenos afectivos intensos mas que se mantém não intelectualizados por um período longo de tempo.

Classificação das emoções (Lazarus) l l 1. Emoções negativas ou de stress : resultantes

Classificação das emoções (Lazarus) l l 1. Emoções negativas ou de stress : resultantes de feridas, de perdas, de ameaças (raiva, ansiedade, medo, culpa, vergonha, tristeza, inveja, ciúmes, desgosto). 2. Emoções positivas: resultantes de benefícios (felicidade, alegria, orgulho, gratidão e amor). 3. Casos-limite (esperança, contentamento, alívio, compaixão, emoções estéticas). 4. Não-emoções ( estados complexos como a depressão, estados positivos ambíguos (expansividade, desafio, confiança, determinação) e negativos (frustração, desapontamento, perda de sentido), confusão mental e pré-emoções (interesse, curiosidade, antecipação, vigilância. . . ).

Quatro tipos de experiências emotivas (Larivey, M. 2002) l 1. Emoções p. ditas ou

Quatro tipos de experiências emotivas (Larivey, M. 2002) l 1. Emoções p. ditas ou simples • • • l l l As emoções positivas (dão conta de satisfação). As emoções negativas (dão conta de insatisfação). As emoções relacionadas com uma necessidade As emoções relacionados com o obstáculo ou responsável. As emoções de antecipação 2. Emoções Mistas 3. Emoções Interiorizadas 4. As pseudo-emoções

Dimensões da Emoção l l Grande parte dos investigadores parecem estar de acordo em

Dimensões da Emoção l l Grande parte dos investigadores parecem estar de acordo em pelo menos duas dimensões: (1) agradável/desagradável e a (2) activação. Esta abordagem bidimensional propõe o uso de quatro quadrantes, dois representando um elevado ou baixo prazer e outros dois representando uma alta e baixa activação. Presumivelmente, todas as emoções poderão ser colocadas num destes quatro quadrantes.

Processos Emocionais Activação Alta AN AP Agradável Desagradável BN BP Activação Baixa

Processos Emocionais Activação Alta AN AP Agradável Desagradável BN BP Activação Baixa

Natureza das emoções l l 1. A riqueza da vida emocional não é compatível

Natureza das emoções l l 1. A riqueza da vida emocional não é compatível com um nº finito de emoções. 2. Existe um nº finito (discreto) de emoções primárias que variam de muitas maneiras e não podem ser explicadas pelo Prazer/Activação.

Natureza das emoções l l Outros investigadores (Plutchik, 1980) propuseram representações geométricas mais complexas,

Natureza das emoções l l Outros investigadores (Plutchik, 1980) propuseram representações geométricas mais complexas, tais como um modelo em círculo no qual as emoções são classificadas em básicas e derivadas. Este modelo distribui/coloca várias emoções num plano de 360º em função das relações entre elas.

As 8 emoções básicas de Plutchick Tristeza Aversão Surpresa Fúria Medo Expectativa Aceitação Alegria

As 8 emoções básicas de Plutchick Tristeza Aversão Surpresa Fúria Medo Expectativa Aceitação Alegria

Algumas diades primárias de Plutchick Diades Primárias seriam misturas de emoções adjacentes. Surpresa Alarme

Algumas diades primárias de Plutchick Diades Primárias seriam misturas de emoções adjacentes. Surpresa Alarme Medo Aceitação Alegria Amor

Algumas diades secundárias de Plutchick Mau Humor Tristeza Fúria Medo Alegria Culpa Diades Secundárias

Algumas diades secundárias de Plutchick Mau Humor Tristeza Fúria Medo Alegria Culpa Diades Secundárias seriam misturas de emoções separadas por uma.

Algumas diades terciárias de Plutchick Diades Terciárias seriam misturas de emoções separadas por duas.

Algumas diades terciárias de Plutchick Diades Terciárias seriam misturas de emoções separadas por duas. Surpresa Alegria Prazer

Emoções discretas l l Posição de que existem emoções discretas com certos limites entre

Emoções discretas l l Posição de que existem emoções discretas com certos limites entre elas. A partir desta perspectiva a investigação, descobriu pelo menos quatro emoções básicas: • l l Medo, ira, tristeza e prazer. Aversão/desprezo, medo, felicidade, interesse, tristeza e surpresa. Estas emoções parecem ser inatas, as pessoas através das culturas experimentam todas estas emoções (Ekman, 1994, Ekman et al, 1982, cit in Vallerand & Blanchard, 1999).

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l Na investigação poderemos encontrar distinções entre emoção e

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l Na investigação poderemos encontrar distinções entre emoção e conceitos tais como mood - humor; disposição - , affect, feelings - sensações, sentimentos -, emotional traits - traços emocionais - e temperaments – temperamentos.

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l l Existem autores que utilizam os termos

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l l Existem autores que utilizam os termos feeling, affect e emoção de forma aleatória. Affect pode ser entendido como incluindo emoção, sentimentos e todas as disposições - mood –. Emoção refere-se a uma reacção súbita/repentina a um acontecimento específico, principalmente às modificações fisiológicas, sentidas e comportamentais.

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l l Feelings – sensações, sentimentos - reflecte

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l l Feelings – sensações, sentimentos - reflecte mais especificamente a experiência subjectiva da emoção e do humor, sem as modificações fisiológicas e comportamentais. Mood – humor, disposição, tonalidade afectiva - é mais difuso e duradouro que a emoção (Fridja, 1993 a, cit in Vallerand & Blanchard, 1999) e, ao contrário da emoção, não tem relação com um objecto. Disposição afectiva fundamental.

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l Os traços emocionais referem-se às diferenças individuais

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l Os traços emocionais referem-se às diferenças individuais na tendência/forma em sentirem uma determinada emoção ou humor (Watson & Clark, 1994, cit in Vallerand & Blanchard, 1999). Os temperamentos também representam as diferenças individuais na tendência de sentir certas emoções e sensações, essas tendências têm origem, pelo menos em parte, na hereditariedade.

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l As emoções, sentimentos, humores, traços emocionais e

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos l l As emoções, sentimentos, humores, traços emocionais e temperamentos diferem entre si de acordo com a sua duração. Emoções (minutos ou horas), sensações (minutos, horas e dias), disposições (horas, dias, semanas e mesmo meses), traços emocionais (anos) e temperamentos (vida inteira). Oatley e Jenkins (1996, cit in Vallerand & Blanchard, 1999).

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos Temperamentos Traços emocionais Vida Anos Tempo Moods Meses Semanas

Distinção entre diferentes fenómenos afectivos Temperamentos Traços emocionais Vida Anos Tempo Moods Meses Semanas Feelings Dias Emotions Horas Minutos Segundos Figura 1: Distinção entre diferentes fenómenos afectivos (adaptado de Oatley e Jenkins, 1996)

Antecedentes das Emoções l l A teoria e investigação sobre os antecedentes lidam com

Antecedentes das Emoções l l A teoria e investigação sobre os antecedentes lidam com os processos psicológicos que provocam emoções. O objectivo destas teorias e modelos é compreender e predizer a forma como os indivíduos poderão sentir uma determinada situação (desportiva).

Antecedentes das emoções l l l Valores, objectivos, empenhamento, intenções e planos determinam as

Antecedentes das emoções l l l Valores, objectivos, empenhamento, intenções e planos determinam as emoções. As motivações estão relacionadas com as emoções. As emoções são reacções ao estatuto dos objectivos, dão resposta a necessidades.

Emoção: cognição e avaliação l As emoções dependem da estrutura cognitiva. • Do conhecimento:

Emoção: cognição e avaliação l As emoções dependem da estrutura cognitiva. • Do conhecimento: crenças acerca de como as coisas • • • l são. Das representações sociais (construtivismo social). São construções biológicas mas, também, psicológicas. Diferem, também, de cultura para cultura. E da avaliação: avaliação da situação e da significância pessoal da relação com o meio. • Numa emoção à sempre uma avaliação, um julgamento dos benefícios e prejuízos pessoais. . .

Antecedentes das emoções l l Podemos dizer que os teóricos e os investigadores pertencem

Antecedentes das emoções l l Podemos dizer que os teóricos e os investigadores pertencem a um de dois campos (Vallerand & Blanchard, 1999): (1) um campo que defende que a causa da emoção é a cognição ou, pelo menos, a avaliação/apreciação – appraisals –; (2) outro que embora não negando que este processo cognitivo pode determinar emoções, argumenta com outras fontes de influência.

Emoção e cognição l l l O processamento emocional pode ter lugar na ausência

Emoção e cognição l l l O processamento emocional pode ter lugar na ausência de conhecimento consciente. A avaliação pode ser consciente ou inconsciente (inconsciente emocional). A emoção pode existir antes da cognição e sem cognição (acesso à consciência). • • • Efeito de mera exposição Experiências subliminares e defesa perceptual. Relembrar a psicanálise. . .

Antecedentes das emoções l Izard fala em informação celular (processada nos genes e que

Antecedentes das emoções l Izard fala em informação celular (processada nos genes e que influencia os traços emocionais e o temperamento); informação orgânica (processando a informação genética); informação biopsicológica (interacção entre códigos genéticos e conhecimento adquirido) e processamento cognitivo (avaliações e atribuições).

Origem das Emoções l l l Resulta de processamento cognitivo (ainda que minimal), consciente

Origem das Emoções l l l Resulta de processamento cognitivo (ainda que minimal), consciente e inconsciente. A cognição deve ser o antecedente mais poderoso. Cognição ou processamento por via central e por via periférica.

Teoria da Avaliação de Arnold l l A forma como se avalia a situação

Teoria da Avaliação de Arnold l l A forma como se avalia a situação determina a emoção. 2 tipos de avaliação • • l Intuitiva, rápida, automática. Suficiente e necessária para existir emoção. Desencadeia estados fisiológicos característicos. Reflexiva e racional (modifica e reforça o efeito da avaliação intuitiva, dá conta das alterações fisiológicas). O Cérebro tem o papel essencial e determinará as mudanças fisiológicas e as tendências de acção. • É mais fácil as emoções mudarem o pensamento do que o pensamento modificar as emoções.

Teoria de Weiner (1985) l l Teoria atribucional das Emoções As emoções dependem do

Teoria de Weiner (1985) l l Teoria atribucional das Emoções As emoções dependem do resultado dos acontecimentos, nomeadamente, das atribuições para o resultado. Dimensões causais: locus (interno/externo), estabilidade (permanente ou instável) e controlo (controlável ou não). Cada dimensão produzirá emoções distintas.

Antecedentes das emoções l l Como o modelo de apreciação intuitivareflexiva (Vallerand, 1987) propõe,

Antecedentes das emoções l l Como o modelo de apreciação intuitivareflexiva (Vallerand, 1987) propõe, a apreciação intuitiva da performance parece ser o preditor mais importante do affect no desporto após o sucesso e o insucesso no resultado. As atribuições também podem produzir emoções, no entanto, parece que o seu papel é mais limitado do que o da apreciação intuitiva.

Antecedentes das emoções l l Variáveis como motivação (intrínseca e extrínseca), auto-eficácia e orientação

Antecedentes das emoções l l Variáveis como motivação (intrínseca e extrínseca), auto-eficácia e orientação para a tarefa e para o ego também representam antecedentes importantes das emoções (Biddle, 1999). A motivação tem um papel indirecto na produção de emoção através do impacto nas apreciações intuitivas (resultado percebido) e reflexivas (atribuição).

Antecedentes das emoções l A investigação existente tem testado os papéis dos diferentes tipos

Antecedentes das emoções l A investigação existente tem testado os papéis dos diferentes tipos de antecedentes (auto-eficácia, orientação motivacional, apreciações intuitivas e reflexivas, etc. ) sem delimitar claramente quais os tipos de antecedentes que produzem certos tipos de emoções.

Emoção a Emoção. . . l l l Os antecedentes não serão os mesmos

Emoção a Emoção. . . l l l Os antecedentes não serão os mesmos para todas as emoções. . . Uma teoria das emoções deve responder a questões sobre cada emoção, como é originada e influência acções subsequentes. Precisamos de saber como é que o processo difere para cada emoção.

Teorias sobre os antecedentes l l Mais recentemente a investigação tem-se dirigido para o

Teorias sobre os antecedentes l l Mais recentemente a investigação tem-se dirigido para o impacto da motivação e dos objectivos nas emoções em situações desportivas e de exercício ( Bandura, 1986, Deci & Ryan, 1985, 1991, Nicholls, 1984, cit in Vallerand & Blanchard, 1999). A Teoria Cognitivo-Motivacional-Relacional da Emoção de Lazarus (ver Lazarus, 1991, 1999) também é dirigida para os antecedentes.

Antecedentes Afectos Cognições/avaliações Schachter (1964) Arnold (1960) Weiner (1985) Vallerand (1987) Smith (1996) Emoções

Antecedentes Afectos Cognições/avaliações Schachter (1964) Arnold (1960) Weiner (1985) Vallerand (1987) Smith (1996) Emoções Motivação Humor Deci & Ryan (1985) Nicholls (1984) Bandura (1997) Sentimentos Consequentes Consequências Intrapessoais ·Cognições Forgas (1995) ·Motivação Weiner (1985) ·Saúde Andersen & Williams (1988 Smith (1986) ·Performance Hanin (1997) Consequências Interpessoais Hatfield et al. (1992) Weiner (1980) Sequência integrada envolvendo antecedentes e consequentes emocionais (retirado de Vallerand & Blanchard, 1999)

CONSEQUÊNCIAS DA EMOÇÃO NO DESPORTO l l Os fenómenos afectivos podem prejudicar ou facilitar

CONSEQUÊNCIAS DA EMOÇÃO NO DESPORTO l l Os fenómenos afectivos podem prejudicar ou facilitar o comportamento subsequente. . . Os efeitos debilitativos podem resultar do arousal(activação): em níveis muito altos de arousal, certas emoções (ex. : ansiedade, medo) podem afectar negativamente o comportamento.

Consequências l l As emoções podem ter importantes consequências interpessoais e intrapessoais. A manifestação

Consequências l l As emoções podem ter importantes consequências interpessoais e intrapessoais. A manifestação emocional de um indivíduo tem consequências no comportamento de outros, incluindo o comportamento emocional. Por exemplo, o simples facto de uma pessoa rir pode causar o sorriso noutras pessoas. Este contágio emocional é comum no desporto.

Consequências das Emoções l l O modelo das Individual Zones of Optimal Functioning –

Consequências das Emoções l l O modelo das Individual Zones of Optimal Functioning – IZOF (zonas individuais de funcionamento óptimo): determinar as consequências das emoções no rendimento desportivo ( Hanin, 1993, 1999). A maioria da investigação acerca das Aprofunda consequências tem-se dirigido para as do no Módulo consequências intrapessoais (para o seguinte! indivíduo que experimenta a emoção).

Consequentes das emoções l l Hanin (1999) sugere que algumas pessoas podem render o

Consequentes das emoções l l Hanin (1999) sugere que algumas pessoas podem render o seu melhor com altos níveis de ansiedade e outros com níveis consideravelmente baixos. Mais, altos níveis de experiência emocional podem ter uma função facilitadora em certos tipos de desporto.

Consequentes das emoções l l Quanto às consequências interpessoais das emoções no desporto e

Consequentes das emoções l l Quanto às consequências interpessoais das emoções no desporto e exercício existe pouca investigação. Estes estudos incluem investigações da ansiedade interpessoal e intragrupo e o impacto dos padrões de comunicação sobre os estados emocionais dentro de diferentes desportos (Vallerand & Blanchard, 1999).