Transtornos de Ansiedade Prof Esp Mariane Rizzetto Caracterizao
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Transtornos de Ansiedade Prof. Esp. Mariane Rizzetto
Caracterização dos Transtornos de Ansiedade A experiência da ansiedade é universal e parte integrante da existência humana Todas as pessoas já experimentaram algum grau de ansiedade algum dia Ela é imprescindível para o desenvolvimento humano. Pequena dose de ansiedade é necessária para a criança em idade escolar aprender, para o artista criar e para todos nós podermos enfrentar os desafios que a vida apresenta
Caracterização dos Transtornos de Ansiedade A partir da hora que a ansiedade deixa de ser apenas uma das molas propulsoras do desenvolvimento do ser humano passou a ser objeto de distúrbio em face das exigência crescentes e estressantes da sociedade atual O estresse passou a ser o desencadeante da ansiedade com todas as suas repercussões psíquicas
Caracterização dos Transtornos de Ansiedade A ansiedade é uma experiência que gera desconforto intenso na pessoa podendo impedi-la de realizar as tarefas do cotidiano, podendo chegar a episódios tão aterrorizantes que podem imobilizá-la Para aliviar os desconfortos = indivíduos recorrem a comportamentos não adaptativos agravam os sintomas
Etiologia – Fatores Genéticos Pesquisas mostram que alguns transtornos de ansiedade são, pelo menos em parte, geneticamente determinados tem focalizado possíveis genes defeituosos que regulam mensageiros químicos específicos do cérebro – serotonina e dopamina 15 a 25% de transtornos do pânico em familiares portadores da enfermidade Em cerca de 50% das pessoas com transtorno do pânico encontra-se pelo menos 1 familiar com o mesmo quadro
Etiologia – Fatores Bioquímicos Pessoas com transtorno de ansiedade tem uma vulnerabilidade biológica ao estresse – tendem a ter um tônus simpático aumentado- o que as torna mais suscetíveis aos estímulos ambientais demoram mais a adaptar-se às alterações do sistema nervoso autônomo Clientes com transtorno de ansiedade são hipersensíveis aos efeitos do dióxido de carbono considerada substância indutora do pânico, liberada pelos pulmões durante a expiração
Etiologia – Fatores Neuroanatômicos Estudos de imagens por RM têm identificado que áreas cerebrais como o sistema límbico e o córtex cerebral se “ tornaram foco de muitas hipóteses envolvendo os substratos neuroanatômicos dos transtornos de ansiedade”
Etiologia – Fatores Psicológicos Teorias psicológicas tentam explicar a origem dos diversos transtornos de ansiedade: v. Em relação as fobias papel da convivência familiar no desenvolvimento de transtornos de ansiedade – evidenciam forte correlação entre os temores dos pais e de seus filhos v. De alguma forma, parece que a criança “aprende” medos imitando as respostas ansiosas de seus pais
Etiologia – Condições Clínicas Alguns transtornos de ansiedade associam-se a condições clínicas específicas – embora não seja ainda relação causal Ex: Ex hipertireoidismo , hipotireoidismo, hipoparatireoidismo, prolapso de válvula mitral, entre outros
Etiologia – Eventos Vitais Traumáticos O mais óbvio é o transtorno de estresse póstraumático Estupro, agressões físicas, assalto, seqüestro, violência urbana são categorias de alto risco O transtorno do pânico à ansiedade após separação, ou perda de pessoas ou objetos significativos Especialistas acreditam que só alguém que é vulnerável apresentará um transtorno ansioso após um trauma
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Prevalência = oscila entre 4 a 6%, havendo predomínio no sexo feminino Caracterizada por: - Ansiedade persistente, de grau intenso e incontrolável, apreensiva e desproporcional ao estímulo levando à preocupação crônica, não realista e excessiva – sentimento de apreensão em relação aos problemas e eventos do dia-a-dia - Sintomas presentes há 6 meses ou mais e não podem ser atribuídos a fatores orgânicos específicos (como intoxicação por cafeína ou hipertireoidismo)
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Sinais e sintomas freqüentes: - Insônia Dificuldade para relaxar Angústia Irritabilidade aumentada Dificuldade de concentração Sintomas físicos: físicos taquicardia, cefaléia, tontura, tremores, dor muscular, epigastralgia, boca seca, parestesias, sudorese e lipotímia
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Identificar precocemente as manifestações de ansiedade é imprescindível = prevenir a progressão rápida dos sintomas. Ex: andar de um lado para outro, “torcer as mãos” v Ensinar o cliente identificar os sinais e sintomas do aumento de ansiedade e maneiras de interromper sua progressão = técnicas de relaxamento, exercícios de respiração profunda, meditação, atividades físicas, caminhadas e corridas)
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Manter abordagem não ameaçadora, direta e franca, avaliando seu próprio nível de ansiedade, em um esforço consciente para manter a calma. a ansiedade é contagiosa e o cliente se sentirá mais confiante com um membro da equipe não ansioso e controlado v Diminuir os estímulos ambientais o máximo possível (iluminação adequada, som reduzido, poucas pessoas, decoração simples)
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Saber ouvir, demonstrar empatia quando o cliente verbaliza sentimentos desagradáveis, aceitando-o como pessoa ele conseguirá expressar melhor seus sentimentos em um ambiente seguro e acolhedor v Usar palavras simples e mensagens breves, ditas com calma e clareza, para explicar as experiências no hospital. v Uso de comunicação terapêutica = clientes altamente ansiosos podem ser incapazes de tolerar explicações complexas
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medos v Ajudar a identificar áreas da situação da vida que o cliente consiga controlar, bem como aquelas cujo controle esteja além de sua capacidade encorajando a verbalização de sentimentos relacionados a sua incapacidade
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Discutir a realidade da situação com o cliente para facilitar o reconhecimento de aspectos que podem ou não ser alterados quando ele tiver condições de fazê-lo v Permanecer com o cliente fazer asseverações de segurança e tranqüilidade, não o deixando sozinho quando ele estiver experimentando ansiedade o sintomas do cliente podem piorar quando deixado sozinho durante algum tempo. Podem progredir para uma ansiedade no nível do pânico
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Atender inicialmente às necessidades de dependência do cliente quando necessário, encorajar a independência. v Oferecer os cuidados relacionados ao tratamento, observando e documentando as mudanças no comportamento do cliente
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Discutir com o cliente os estressores e a conexão de cada um com a ansiedade, quando o nível desta estiver bem reduzido v Desencorajar tomadas de decisão quando o cliente estiver com alto nível de ansiedade v Estabelecer com o cliente objetivos realistas e analisar as possibilidades de sucesso com o mesmo
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Deixar o cliente assumir o máximo de responsabilidade possível pelas práticas de auto-cuidado Ex: deixar o cliente estabelecer os horários para a realização do auto-cuidado, incluir o cliente no estabelecimento dos limites do auto-cuidado, dar privacidade quando essa necessidade for determinada e oferecer feedback positivo para as decisões tomadas
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Respeitar o direito do cliente em tomar decisões de modo independente quando essa não acarretarem prejuízo para ele e para os outros Não influenciá-lo a favor daquelas decisões que pareçam mais lógicas ao profissional v Proporcionar ambiente no qual o cliente se sinta seguro e explorar sua percepção da ameaça à integridade física ou da ameaça ao conceito do eu
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Intervenções de Enfermagem: v Ajudar o cliente a identificar os fatores que impedem ou que interrompem seu sono e repouso ou as atividades de auto-cuidado promovendo esquema para manter horários regulares para deitar-se e levantar-se = favorecendo o funcionamento do relógio biológico
Transtorno do Pânico Prevalência do transtorno do pânico = 1, 5 a 3%. Para os ataques de pânico isolados é de 3 a 4% Início deste transtorno pode ocorrer em qualquer idade, em média surge, ao redor dos 25 anos De modo geral as mulheres são mais vulneráveis que os homens numa proporção de “ 2 -3: 1”
Transtorno do Pânico Caracterizado por: Presença de ataques do pânico, com vivência da angústia diante da possibilidade de perigo, que ameaça a segurança física ou psíquica da pessoa Paciente tem medo de morrer, de perder a razão, o próprio controle ou de cometer atos inadequados
Transtorno do Pânico Caracterizado por: Sente uma angústia que dura pouco tempo, é limitante e cerceia a sua liberdade e sua capacidade para realizar os atos da vida Os clientes podem evoluir para depressão
Transtorno do Pânico Na angústia presente aos ataques de pânico, ocorre importante descarga do sistema autonômico, produzindo sintomas como: v. Taquicardia v. Sudorese v. Tremores v. Dispnéia v. Dor e desconforto torácico v. Náusea e desconforto abdominal v. Boca seca v. Ondas de calor, calafrios v. Parestesias nos membros e lábios v. Sensação de desfalecimento
Transtorno do Pânico Nas crises intensas = paciente pode experimentar diversos graus de despersonalização, sensação de perda de controle e desrealização, sensação de que o ambiente está estranho Nessa crise geralmente ocorre o medo de ter um infarto, de morre ou de enlouquecer
Transtorno do Pânico Os ataques são de início abrupto, chegam ao pico em 5 a 10 minutos, geralmente tem duração de 5 a 30 minutos Tais sensações levam os indivíduos ao prontoatendimento onde geralmente são rotulados de histéricos e recebem a tradicional frase “você não tem nada” nada – nada é encontrado em nos exames laboratoriais e tampouco alterações físicas que justifique as manifestações apresentadas
Transtorno do Pânico As crises agudas são periódicas e repetitivas aumentando em freqüência. Quando não tratadas surge o medo que exige atendimento de urgência Os ataques são espontâneos – ocorrem em qualquer local, situação, hora e até durante o sono não sendo possível prever o momento de seu desencadeamento
Transtorno do Pânico Ataques do pânico isolados – não significam que a pessoa tenha o transtorno do pânico mas podem ser considerados fatores de risco para o desenvolvimento de outros transtornos de ansiedade e depressão
Transtorno do Pânico Intervenções de Enfermagem: v. Encorajar paciente a explorar sentimentos subjacentes que possam contribuir para temores irracionais e planejar com ele os meios possíveis de enfrentá-los em vez de suprimi-los v. Incluir o cliente na tomada de decisões relacionadas à seleção de estratégia de enfrentamento, de acordo com o nível de ansiedade. Ex: o cliente pode decidir evitar o estímulo fóbico ou tentar eliminar o medo a ele associado
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Prevalência na população geral: 2 a 3% Ambos os sexos são igualmente propensos na idade adulto Início mais precoce nos homens (na infância) e mais tardio nas mulheres (puberdade e início da fase adulta) Atualmente é considerado o transtorno mental de maior prevalência sendo superado apenas pelas fobias, transtornos depressivos e pelo uso de substâncias psicoativas
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Caracterizado essencialmente por comportamentos compulsivos e obsessivos recorrentes Obsessão: Obsessão conceituada como pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que se impõem à pessoa de modo intrusivo, repetitivo e estereotipado gerando ansiedade intensa e sofrimento
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) A pessoa tenta frequentemente ignorá-los ou eliminá-los sem sucesso Ela reconhece, reconhece entretanto, que se trata de seus próprios pensamentos, mas estranhos à sua vontade e, em geral, vão contra seus valores causando sofrimento e mal-estar intenso
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) A situação descrita gera compulsão = uma manifestação consciente de comportamento ou atos mentais repetitivos e estereotipados levam a diminuição da ansiedade Ex: - Repetir uma série de números - Lavar as mãos repetidas vezes - Tocar objetos ou pessoas - Buscar simetria ou ordenação de objetos sempre no mesmo lugar e da mesma forma e na mesma seqüência A ansiedade aumenta quando há a resistência à realização da ação
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Intervenções de Enfermagem: v. Determinar junto com o cliente, os tipos de situações que aumentam a ansiedade e ocasionam comportamentos ritualísticos v. Dar tempo suficiente para execução dos rituais no início do tratamento não fazendo críticas ao comportamento da pessoa
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Intervenções de Enfermagem: v. Começar a limitar gradualmente o tempo que o cliente gasta na execução do ritual à medida que o cliente for se envolvendo mais nas atividades da unidade v. Planejar com o cliente horário estruturado para a realização das atividades diárias
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Intervenções de Enfermagem: v. Dar reforço positivo aos comportamentos não ritualísticos v. Ajudar o cliente a aprender maneiras de interromper os pensamentos obsessivos e o comportamento ritualístico técnicas como suspensão da corrente de pensamentos, relaxamento e exercícios
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Intervenções de Enfermagem: v. Identificar o papel anterior do cliente na família e o grau em que foi alterado pela doença v. Encorajar o cliente a identificar e discutir conflitos evidentes no sistema familiar identificar como o cliente e os outros membros responderam e reagiram a esse conflito e ao comportamento ritualístico
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Intervenções de Enfermagem: v. Explorar as opções disponíveis para mudanças ou ajustes no papel existentes no local onde o cliente vive Estimulá-lo a praticar o desempenho de seus papéis
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Intervenções de Enfermagem: v. Encorajar a participação da família na elaboração de planos para efetuar mudanças positivas para reduzir a ansiedade que leva o cliente a ter comportamentos ritualísticos
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Compreende um conjunto de sintomas físicos e emocionais ligados à ansiedade e que ocorre logo após um evento psicologicamente estressante: - Agressão física ou sexual Assalto Seqüestro Ataque terrorista Tortura Encarceramento Acidente automobilístico Diagnóstico de doença que ameace a vida Eventos traumáticos
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Consiste: v Na re-vivência do trauma em sonhos e pensamentos durante a vigília v Fuga persistente de coisas que lembrem o trauma v Embotamento da resposta a esses indicadores v Hiper-excitação persistente
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Os sintomas que caracterizam a re-vivência são: são - Lembranças intrusivas - Pesadelos - Sofrimento ao recordar-se do trauma - Embotoamento e entorpecimento = são esforços para afastar para evitar o pensamento e manter-se distante do que possa lembrar o trauma
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Intervenções de Enfermagem: v. Obter história exata com os familiares sobre o trauma e a resposta específica do cliente v. Freqüentar atividades de grupo com o cliente se isso for assustador para ele v. Ter cuidado com o contato físico. Identificar com o cliente as possíveis vias de escape para as situações de ansiedade muito intensas
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Intervenções de Enfermagem: v. Reconhecer e oferecer reforço positivo quando ele interage voluntariamente com os outros v. Procurar manter os mesmos membros da equipe, usando uma abordagem não ameaçadora, franca e direta, porém amistosa, respeitando os desejos do cliente quanto à interação com indivíduos do sexo oposto nesse momento – particularmente se o trauma tenha sido ocasionado por estupro
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Intervenções de Enfermagem: v Permanecer junto ao cliente no período de flashback e pesadelos tranqüilizá-lo quanto ao fato de que esses sintomas não são raros após o trauma da magnitude que ele vivenciou v Encorajar o cliente a falar a respeito do trauma no seu próprio ritmo v Proporcionar um ambiente não ameaçador com privacidade, e incluir um ente querido se o cliente assim desejar
Transtorno do Estresse Pós-Traumático Intervenções de Enfermagem: v. Discutir as estratégias de ajuste usadas em resposta ao trauma, assim como aquelas usadas como em situações de estresse no passado identificar as que foram mais úteis e discutir alternativas para o futuro
Intervenções de Enfermagem: v. Utilizar os sistemas de apoio disponíveis: crenças religiosas e culturais. Identificar as estratégias de ajuste não adaptativas: uso de drogas e etc. praticar estratégias de ajuste mais adaptativas v. Ajudar o indivíduo a compreender o trauma, se possível. Discutir os sentimentos de vulnerabilidade e o “lugar” do indivíduo no mundo após o trauma
Tratamento Nos transtornos de ansiedade: ansiedade - Terapias farmacológicas (ansiolíticos e antidepressivos) - Enfoques psicoterapêuticos: Terapia cognitivo-comportamental Técnicas de relaxamento Terapia familiar
Tratamento das fobias: fobias - Dessensibilização expõem gradualmente o cliente à uma situação que desencadeia o medo e o comportamento de fuga - Terapia cognitivo-comportamental associada à terapia farmacológica tem sido usada com êxito no tratamento dos clientes com TOC
Tratamento Eletroconvulsoterapia v Usada quando os sintomas do TOC são decorrentes do episódio depressivo ou de depressão maior, quando o cliente se mostra resistente ao tratamento com psicofármacos
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