Caso clnico Leishmaniose Visceral Hellen Paula Oliveira Orientadora

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Caso clínico: Leishmaniose Visceral Hellen Paula Oliveira Orientadora: Dra Luciana Sugai www. paulomargotto. com.

Caso clínico: Leishmaniose Visceral Hellen Paula Oliveira Orientadora: Dra Luciana Sugai www. paulomargotto. com. br Brasília, 18 de maio de 2010

Identificação RMS, 3 anos e 8 meses, sexo feminino, natural de Cavalcante-GO, residente e

Identificação RMS, 3 anos e 8 meses, sexo feminino, natural de Cavalcante-GO, residente e procedente de Teresina- GO Informante: pai; fidedignidade ruim. Queixa principal: “Febre, há 1 mês”

HDA Pai refere que a criança começou a apresentar há 1 mês febre baixa,

HDA Pai refere que a criança começou a apresentar há 1 mês febre baixa, não aferida, intermitente, com um pico diário, ficando até 3 dias sem apresentar febre. Há 15 dias começou a apresentar febre alta, com 2 picos diários (manhã e tarde), melhorando parcialmente com o uso de Paracetamol (12 gotas). Com a piora da febre houve aumento do volume abdominal.

Revisão de sistemas Refere Inapetência e astenia Sem outros sintomas associados

Revisão de sistemas Refere Inapetência e astenia Sem outros sintomas associados

Antecedentes Pessoais Fisiológicos Nasceu de parto normal, a termo, hospitalar; Desenvolvimento neuropsicomotor sem alterações;

Antecedentes Pessoais Fisiológicos Nasceu de parto normal, a termo, hospitalar; Desenvolvimento neuropsicomotor sem alterações; Imunizações em dia (SIC)

Antecedentes Pessoais Patológicos Pai nega patologias prévias 1ª internação Antecedentes Familiares: – Pai, 39

Antecedentes Pessoais Patológicos Pai nega patologias prévias 1ª internação Antecedentes Familiares: – Pai, 39 anos, saudável – Mãe, 35 anos, Doença de Chagas – Tem 3 irmãos, saudáveis

Hábitos de Vida Mora em zona rural Casa de alvenaria Não tem água tratada

Hábitos de Vida Mora em zona rural Casa de alvenaria Não tem água tratada nem esgoto encanado Não possui animais domésticos.

Exame físico BEG, hipocorada (2+/4), hidratada, afebril ao tato, acianótica, anictérica Oroscopia: dentes em

Exame físico BEG, hipocorada (2+/4), hidratada, afebril ao tato, acianótica, anictérica Oroscopia: dentes em péssimo estado de conservação ACV: RCR em 2 T, BNF, com FC: 120 bpm AR: MVF, sem RA, FR: 26 ipm Abdome: globoso, doloroso leve, distendido, fígado a 4 cm RCD e baço a 9 cm, RHA + Ext: perfundidas e sem edema

Exames complementares PS Leucócitos: 3. 610 – ( Neu: 36, Bast: 0, Linf: 56,

Exames complementares PS Leucócitos: 3. 610 – ( Neu: 36, Bast: 0, Linf: 56, Mono: 08, Eos: 0) Hem: 2. 82, Hg: 5. 72, HT: 18. 8, Plaq: 60. 700 TGO: 14, TGP: 4, Uréia: 22, Creat: 0. 5, Na: 137, K: 3. 6, Cl: 110 PT: 6. 8 , Alb: 3. 0

Resumo do caso Febre prolongada + astenia + hiporexia + aumento do volume abdominal

Resumo do caso Febre prolongada + astenia + hiporexia + aumento do volume abdominal Hepatoesplenomegalia Pancitopenia Hipoalbuminemia + inversão albumina/globulina

Que é isso? ? ?

Que é isso? ? ?

Leishmaniose Visceral Antropozoonose causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida por insetos flebotomíneos.

Leishmaniose Visceral Antropozoonose causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida por insetos flebotomíneos.

Etiologia Leishmania donovani : Índia e leste da África Leishmania infantum: Ásia central e

Etiologia Leishmania donovani : Índia e leste da África Leishmania infantum: Ásia central e países do Mediterrâneo Leishmania chagasi: América Central

Disseminam-se pelo sist. Linfático e vascular, infectando fagócitos mononucleares do sist. reticuloendotelial

Disseminam-se pelo sist. Linfático e vascular, infectando fagócitos mononucleares do sist. reticuloendotelial

Por que a resposta Th 2 acontece? • Modo como o antígeno é apresentado

Por que a resposta Th 2 acontece? • Modo como o antígeno é apresentado • Virulência da parasito • Tamanho do inóculo infectante

Manifestações Clínicas Período de Incubação: 2 a 3 meses Forma assintomática: – Sorologia +,

Manifestações Clínicas Período de Incubação: 2 a 3 meses Forma assintomática: – Sorologia +, sem nenhuma manifestação clínica – Reatores no teste intradérmico Forma oligossintomática: – Sorologia + – Alguns sintomas inespecíficos : febrícula, tosse seca, diarréia, adinamia – Hepato ou esplenomegalia de pequena monta

Forma clássica: – Doença plenamente manifesta – Febre 38 -39º C, irregular – Emagrecimento

Forma clássica: – Doença plenamente manifesta – Febre 38 -39º C, irregular – Emagrecimento progressivo caquexia – Hepatoesplenomegalia volumosa, – Anemia, leucopenia e/ou plaquetopenia – Hipergamaglobulinemia

Há três períodos distintos: Período agudo: – Febre diária, de 15 a 21 dias,

Há três períodos distintos: Período agudo: – Febre diária, de 15 a 21 dias, estado geral preservado. Hepatoesplenomegalia e anemia discretas. Período de estado: – Manifestações exacerbadas: perda de peso, febre, diária, palidez cutaneomucosa, diarréia, anorexia, adinamia, astenia, edema de MMII, tosse e hepatoesplenomegalia.

Período final: – não tratados evoluem para óbito com fenô Pacientes menos hemorrágicos importantes

Período final: – não tratados evoluem para óbito com fenô Pacientes menos hemorrágicos importantes – hemorragia digestiva alta ou baixa; – Infecções bacterianas associadas; – Edema importante.

Portadores de HIV Pode ter comportamento oportunista; A manifestação é de uma forma visceral

Portadores de HIV Pode ter comportamento oportunista; A manifestação é de uma forma visceral Apresentações atípicas são comuns: sem esplenomegalia, com envolvimento de pulmão, pleura, intestino, medula óssea (anemia aplásica).

Diagnóstico Epidemiologia: – Procedente de área endêmica ou viagens nos últimos 12 meses; Clínica:

Diagnóstico Epidemiologia: – Procedente de área endêmica ou viagens nos últimos 12 meses; Clínica: – Febre irregular – hepatoesplenomegalia – anemia

Exames laboratoriais: – Anemia – Leucopenia – Plaquetopenia – Transaminases (2 X o normal)

Exames laboratoriais: – Anemia – Leucopenia – Plaquetopenia – Transaminases (2 X o normal) – Hipoalbuminemia – Hipergamaglobulinemia

Diagnóstico laboratorial Provas Imunológicas: – ELISA / IFI Boa sens. e espec. em imunocompetentes

Diagnóstico laboratorial Provas Imunológicas: – ELISA / IFI Boa sens. e espec. em imunocompetentes Reação cruzada de anticorpos- hanseníase, Doença de Chagas, leishmaniose cutânea

Diagnóstico laboratorial Confirmação diagnóstica: – Detecção do parasita Esfregaço do sangue periférico + em

Diagnóstico laboratorial Confirmação diagnóstica: – Detecção do parasita Esfregaço do sangue periférico + em 30% Aspirado de medula óssea + em 70% Aspirado esplênico + em 95% – Isolamento do parasito O cultivo in vitro em meios especiais apresentam positividades superiores a 60%.

Reação intradérmica de Montenegro • Reação de hipersensibilidade tardia • Relação infecção x exposição

Reação intradérmica de Montenegro • Reação de hipersensibilidade tardia • Relação infecção x exposição • HIV+ • Exames anteriores • Negativo na fase aguda - imunossupressão

Diagnóstico Parasitológico Inoculação em animais: – Inoculação em hamsters por via intraperitoneal – desenvolvimento

Diagnóstico Parasitológico Inoculação em animais: – Inoculação em hamsters por via intraperitoneal – desenvolvimento da doença – Isolamento em 1 a 3 meses PCR: – Sensibilidade entre 94 e 100% – Apresenta dificuldades técnicas para realização

Tratamento – 1ª. escolha: antimoniais pentavalentes 20 mg/kg/dia de antimônio (Sb+5) IV ou IM

Tratamento – 1ª. escolha: antimoniais pentavalentes 20 mg/kg/dia de antimônio (Sb+5) IV ou IM por 2040 dias , em média 28 dias IV ou IM Antimoniato de N-metil-glucamina (Glucantime®) Estibogluconato de sódio (Pentostan®) Efeitos colaterais em 30% – artralgias, mialgias, dor abdominal, vômitos, elevação de tansaminases e amilase – Alterações de repolarização no ECG, prolongamento de QT

– 2ª. escolha: anfotericina B No Brasil, no caso de falha na 1ª. escolha,

– 2ª. escolha: anfotericina B No Brasil, no caso de falha na 1ª. escolha, recidiva Nos EUA, anfotericina lipossomal é a 1ª. (excelente tolerância, mas custo alto) Anfotericina B desoxicolato (Fungizon ®) 1 mg/kg/dia IV Anfotericina B lipossomal (Ambisome ®) 35 mg/kg/dia IV por 5 a 10 dias Efeitos colaterais: – Flebite, náuseas, vômitos, comprometimento da função renal, hipopotassemia, hipomagnesemia.

Indicações de uso de antibióticos: Antibioticoprofilaxia – crianças menores de 2 meses; – número

Indicações de uso de antibióticos: Antibioticoprofilaxia – crianças menores de 2 meses; – número de neutrófilos < 500 células/mm 3. – Antibioticoprofilaxia: ceftriaxona – 75 a 100 mg/kg/dia em uma ou duas doses diárias + oxacilina 100 a 200 mg/kg/dia divididos em quatro doses diárias. Antibioticoterapia – pacientes com quadro infeccioso definido; – pacientes com sinais de toxemia. – Tratar de acordo com o foco.

Critérios de cura Primordialmente clínicos; Febre desaparece em torno do 5º dia; Ocorre posteriormente

Critérios de cura Primordialmente clínicos; Febre desaparece em torno do 5º dia; Ocorre posteriormente melhora do estado geral e diminuição da esplenomegalia; Os parâmetros laboratoriais tendem a reverter a partir de 2 semanas de tratamento.

OBRIGADA!

OBRIGADA!