As categorias Pessoa Espao Tempo o TEXTO uma

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As categorias : Pessoa – Espaço – Tempo o TEXTO - é uma unidade

As categorias : Pessoa – Espaço – Tempo o TEXTO - é uma unidade de manifestação do discurso, que constitui um todo organizado de sentido.

O que é texto? o Se é uma unidade de manifestação, significa que é

O que é texto? o Se é uma unidade de manifestação, significa que é a manifestação de um conteúdo por um plano de expressão. Isso quer dizer que um texto não é apenas manifestado verbalmente, isto é, por meio de uma língua natural, como o inglês, o francês, o árabe, o português. Na verdade, ele pode manifestar-se visualmente, como uma pintura, por meio da linguagem verbal, visual e musical, como o cinema, nos quadrinhos, etc. Assim, um romance é um texto; um trecho de um romance é um texto; uma poesia é um texto; uma escultura é um texto; uma ópera é um texto.

Tipos de textos

Tipos de textos

Texto o Dizer que é um todo organizado de sentido implica afirmar que o

Texto o Dizer que é um todo organizado de sentido implica afirmar que o sentido de uma parte depende do sentido das outras. No caso dos textos verbais, isso significa que ele não é um amontoado de frases, ou seja, nele as frases não estão simplesmente dispostas umas depois das outras, mas mantêm relações entre si. Isso quer dizer que o sentido de uma frase depende dos sentidos das demais, o sentido de uma parte do texto depende do sentido das outras.

O Texto Poético Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar.

O Texto Poético Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar. . . as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. Carlos Drummond de Andrade

O que é discurso? o O discurso é produto de uma enunciação, que é

O que é discurso? o O discurso é produto de uma enunciação, que é realizada por um sujeito, num dado tempo e num determinado lugar. Por isso, o discurso é integralmente linguístico e integralmente histórico. o O texto é a manifestação do discurso. Portanto, analisar o texto é estudar um discurso produzido por uma enunciação radicada numa dada formação social, num determinado momento da história.

Enunciação o No texto a enunciação é o “EU” que realiza o ato de

Enunciação o No texto a enunciação é o “EU” que realiza o ato de dizer em um determinado tempo e espaço. o “Aqui” é o espaço do “eu”, a partir do qual todos os espaços são ordenados ( aí, lá, etc) ; o “agora” é o momento em que o “eu” toma a palavra e, a partir dele, toda a temporalidade linguística é organizada. o A Enunciação é a instância que povoa o universo de pessoas, de tempos e espaços.

CATEGORIAS – Tempo , espaço, pessoa o Se existe um dito há um dizer

CATEGORIAS – Tempo , espaço, pessoa o Se existe um dito há um dizer que o produziu. o DITO = enunciado o DIZER = enunciação ( quem disse? onde disse? quando disse? ) Em uma narrativa, as categorias: pessoa, espaço e tempo, referem-se ao: o TEMPO = momento em que ocorrem os fatos; o PESSOA = personagem; o ESPAÇO = local dos acontecimentos.

Análise do tempo No texto essas categorias criam um efeito de realidade – simulacro

Análise do tempo No texto essas categorias criam um efeito de realidade – simulacro do mundo em que vivemos. “Que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam”. Agostinho Santo

Exemplos de textos sobre o tema: TEMPO o “Tudo tem seu tempo determinado, e

Exemplos de textos sobre o tema: TEMPO o “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derribar e tempo de edificar, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria, tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras, tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar, tempo de buscar e tempo de perder, tempo de guardar e tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de coser, tempo de estar calado e tempo de falar, tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz”. Ecl esiaste, 2. o “Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo claro e brevemente? [. . . ] e que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? ” Santo Agostinho

O tempo – visão de Santo Agostinho discute o não ser do tempo da

O tempo – visão de Santo Agostinho discute o não ser do tempo da seguinte maneira: O passado não existe porque não é mais. O futuro – ainda não é; Portanto, só o presente pode ser medido. Para Agostinho há três tipos de presente: 1 - o do passado : a memória 2 - o do presente : o olhar 3 - o do futuro : a espera

TEMPO DA ENUNCIAÇÃO o o o O momento em que o texto é produzido

TEMPO DA ENUNCIAÇÃO o o o O momento em que o texto é produzido é sempre um presente: os acontecimentos narrados podem ser anteriores ao momento da enunciação ( chorei); concomitantes ao momento da enunciação (choro) ou posteriores ao momento da enunciação (chorarei). Na narrativa o tempo também aparece por meio de sucessões, antecipações, lembrança, instabilidades, transformações. Todo texto narrativo pressupõe a progressão temporal, o que implica transformação, ou seja, um antes e um depois. EX: “Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente(. . . )” Tempo = presente eterno (é) Ex: “ Quando hoje acordei, ainda fazia escuro (Embora a manhã já estivesse avançada) Chovia uma triste chuva de resignação. Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite. Então em levantei. Bebi o café que eu mesmo preparei. Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando. . . - Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. ” Manuel Bandeira Sujeito da enunciação – alguém que recria a intensidade do já vivido, prolongando-o no presente. Representação da categoria pessoa – “EU” Categoria espaço – “quarto” (deitar/levantar)

Emprego metafórico dos tempos – Embreagem e debreagem. o Ao instalar o tempo, a

Emprego metafórico dos tempos – Embreagem e debreagem. o Ao instalar o tempo, a enunciação pode agir denotativamente: o presente é o presente, a que chamaremos de DEBREAGEM ; ou conotativamente: o presente, por exemplo, pode substituir o passado, a que chamaremos de EMBREAGEM. Ex: Viajo amanhã para São Paulo. - embreagem. EX: Viajarei amanhã para São Paulo. – debreagem. o Exemplos de embreagem a) o pretérito perfeito no lugar do futuro do pretérito – efeito de certeza. Ex: Paulo, essa prova até eu fazia! (faria) b) o pretérito mais que perfeito no lugar do pretérito perfeito – efeito de distanciamento. Ex: Quando menino assaltara um bar. Hoje é delegado. (assaltou) c) o futuro do presente no lugar do presente – efeito de incerteza. Ex: Onde estará o meu livro? (está)

Emprego e semântica dos marcadores temporais. o Os advérbios e as locuções adverbiais são

Emprego e semântica dos marcadores temporais. o Os advérbios e as locuções adverbiais são marcadores temporais e podem manifestar, no texto, a noção de anterioridade – concomitância – posterioridade. o Anterioridade – ontem, na semana passada, na véspera. . . o Posterioridade – amanhã, na próxima semana, um ano depois. . . o Concomitância – agora, neste momento, hoje. . .

Quanto ao aspecto, o advérbio pode manifestar: um aspecto pontual : de repente, subitamente,

Quanto ao aspecto, o advérbio pode manifestar: um aspecto pontual : de repente, subitamente, de supetão. . . um aspecto durativo contínuo : gradativamente, gradualmente, paulatinamente. . . o um aspecto durativo iterativo ( que se repete) : normalmente, habitualmente, cotidianamente, muitas vezes, costumeiramente. . . o um aspecto incoativo ( início de processo) : primeiramente, no início, para começar. . . o um aspecto terminativo : enfim, finalmente, no término. . . Observe: o Ele ainda está fazendo o seu exercício. o Ele já está fazendo o seu exercício. AINDA = pressuposto: anterioridade posto : inacabado JÁ = pressuposto : posterioridade posto : concomitância/acabado o o

Análise do espaço O espaço articula-se entre as oposições: o Aberto x fechado o

Análise do espaço O espaço articula-se entre as oposições: o Aberto x fechado o Fixo x móbil o Interior x exterior o Verticalidade x horizontalidade Quanto ao espaço há ainda as noções de lateralidade e perspectiva. Canção do exílio facilitada lá? ah! sabiá. . . papá. . . maná. . . sofá. . . sinhá. . . cá? bah!

Espaço – EMBREAGEM / DEBREAGEM Os marcadores espaciais podem ser empregados: Conotativamente ( embreagem)

Espaço – EMBREAGEM / DEBREAGEM Os marcadores espaciais podem ser empregados: Conotativamente ( embreagem) ou denotativamente (debreagem). o Ex: ESTES vigaristas não saem do meu pensamento, eu preciso pegar o meu dinheiro de volta, preciso pegá-los! (Estes = aqueles) – efeito de aproximação ( estão presentes no pensamento). o Ex: Pegue ESTES documentos em minhas mãos e retirese! (Estes = sentido literal – aproximação) o Ex: E ESSE carro bacana que você comprou, conta aí? Esse = no lugar de “este” cria-se um efeito de aproximação. o EX: Esse aqui ao meu lado não faz nada, professora!! Esse = no lugar de ESTE efeito de distanciamento. o

CATEGORIA DE PESSOA – embreagem e debreagem. o Debreagem com as pessoas do discurso

CATEGORIA DE PESSOA – embreagem e debreagem. o Debreagem com as pessoas do discurso ( actancial) consiste no seu uso literal; já a embreagem consiste no emprego conotativo – UMA PESSOA SUBSTITUI A OUTRA COM A INTENÇ O DE CRIAR UM EFEITO DE SENTIDO. o A primeira pessoa do singular (eu) no lugar da terceira pessoa – efeito de distanciamento. o Ex: - O pai gosta de passear, mas o pai também gosta de trabalhar! ( o pai dizendo ao filho) o A primeira pessoa do singular no lugar da terceira pessoa do plural – efeito de aproximação. o Ex: Então eu arrebento o bar, não pago a conta e ainda xingo a mãe do dono! O que eles estão pensando?

o A segunda pessoa do singular (tu) no lugar da segunda pessoa do plural

o A segunda pessoa do singular (tu) no lugar da segunda pessoa do plural ( vós) – efeito de aproximação. o Ex: - Tu queres passar de ano? Estuda, assiste à aula! (quereis) (estudai) (assisti) o A primeira pessoa do plural ( nós) no lugar da primeira pessoa do singular ( eu) – efeito de modéstia. Ex: Ontem nós falamos sobre enunciação. . . o A terceira pessoa do singular no lugar da terceira pessoa do plural – efeito de aproximação. Ex: “Você leitor, deve estar curioso sobre o destino de Capitu. . . ” (vocês leitores)