Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina

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Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina Princípios de Bioestatística Prof. Enrico A.

Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina Princípios de Bioestatística Prof. Enrico A. Colosimo Grupo 1 Amanda Viana Machado Gisseila Garcia Hannah Cardoso Barbosa Nathália Pacífico de Carvalho 1º. 2018

 O câncer cervical (CC) é o terceiro câncer mais comum em mulheres no

O câncer cervical (CC) é o terceiro câncer mais comum em mulheres no mundo e o segundo mais frequente na região nordeste do Brasil (18, 79 casos/100. 000 hab). A prevalência de HPV em mulheres no Brasil varia de 16, 8% a 26, 8%, sem estratificação pela citologia. Introdução: câncer e HPV Classificação dos HPVs De acordo com o risco oncogênico Alto risco Baixo risco 16*, 18*, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 66 6, 11, 40, 42, 43 e 44 Associados com o processo de carcinogênese Associados com o desenvolvimento de lesões benignas, como os condilomas *Relacionados com mais de 70% dos casos de CC. 1

 A infecção pelo HPV é uma condição necessária para o desenvolvimento de lesões

A infecção pelo HPV é uma condição necessária para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais pré-neoplásicas e CC invasivo. No entanto, o HPV sozinho não é uma causa suficiente. É necessária a associação de outros cofatores para o desenvolvimento, manutenção e progressão das lesões intraepiteliais. Introdução: câncer e HPV Fatores de risco – infecção HPV Número de parceiros sexuais Iniciação sexual precoce Novo parceiro sexual Tabagismo Uso prolongado de contraceptivos Histórico de ISTs (clamídia, herpes tipo II e HIV) Imunossupressão Pré-disposição genética 2

 As alterações iniciais das lesões cervicais são anormalidades citológicas de baixo grau, como:

As alterações iniciais das lesões cervicais são anormalidades citológicas de baixo grau, como: Células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US) Introdução: câncer e HPV 48 tipos de HPV presentes em 51, 2% dessas lesões (Rev. sistemática) HPV de alto risco detectado em 43% dessas lesões (Meta-análise) Lesões de baixo grau intraepiteliais escamosas (LSIL) 48 tipos de HPV presentes em 74, 2% dessas lesões 3

 O Maranhão é o estado com o maior número de quilombolas, com 642

O Maranhão é o estado com o maior número de quilombolas, com 642 comunidades Quilombolas. Introdução: população “Grupos étnicos, predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. ” Disparidades étnicas e raciais são observadas para o CC: mulheres negras não-hispânicas e mulheres hispânicas apresentaram maiores incidências e mortalidade em comparação com outros grupos raciais. Dados sobre a saúde da população Quilombola são escassos, especialmente com relação à prevalência, genótipos e fatores de risco para infecção por HPV. 4

Objetivo Determinar a prevalência e a distribuição dos tipos de HPV em mulheres Quilombola

Objetivo Determinar a prevalência e a distribuição dos tipos de HPV em mulheres Quilombola e avaliar os fatores de risco associados com a infecção causada pelo HPV. 5

Metodologia: tipo e área do estudo Estudo transversal Local: Maranhão – em diversos municípios,

Metodologia: tipo e área do estudo Estudo transversal Local: Maranhão – em diversos municípios, em diversas comunidades Quilombolas 6

 População: 161 famílias Quilombolas. Idade entre 12 e 84 anos. Metodologia: população e

População: 161 famílias Quilombolas. Idade entre 12 e 84 anos. Metodologia: população e amostra Critério de inclusão Critérios de exclusão - Mulher Quilombola - É/foi sexualmente ativa - Procurou espontaneamente o Programa de Controle de CC como usuárias do SUS* - Assinou o TCLE - Histerectomizadas ou submetidas a cirurgia cervical - Deficientes mentais - Mulheres cujas amostras apresentaram degradação do DNA ou com esfregaço cervical insatisfatório * Viés de seleção Amostra: 395 mulheres Quilombolas que passaram por exame citológico, PCR e genotipagem para detecção de HPV. 7

 Amostras coletadas entre março de 2012 e fevereiro de 2013. Entrevista com questionário

Amostras coletadas entre março de 2012 e fevereiro de 2013. Entrevista com questionário estruturado (informações sociodemográficas, hábitos, histórico sexual e reprodutivo). Metodologia: dados coletados Exame clínico, com inspeção da área externa do genital e da região perianal. Coleta de secreções para examinação citológica por método convencional. Amostras coletadas para PCR (detecção de DNA de HPV). Esfregaços para citologia (Papanicolau). O grau de anormalidades cervicais foi interpretado de acordo com o Bethesda System revisado em 2001. 8

 Software SPSS. Metodologia: análise estatística Análise descritiva de variáveis numéricas (idade, idade na

Software SPSS. Metodologia: análise estatística Análise descritiva de variáveis numéricas (idade, idade na menarca e no início da vida sexual): máximo, mínimo, mediana, desvio padrão. Associação entre tipos de HPV e resultados citológicos em mulheres com infecção única: teste qui-quadrado. Associação entre tipos de HPV e variáveis sociodemográficas e clínicas: ANOVA não paramétrica, teste de Kruskal Wallis. Em todos os testes, o corte do nível de significância foi de 5% e todos os resultados foram considerados significativos quando p <0, 05. 9

N = 395 12 – 84 anos Média: 41, 3 ± 14, 4 Resultados:

N = 395 12 – 84 anos Média: 41, 3 ± 14, 4 Resultados: descritiva 10

N = 395 Resultados: descritiva 10 – 43 anos Mediana: 16, 6 ± 3,

N = 395 Resultados: descritiva 10 – 43 anos Mediana: 16, 6 ± 3, 1 9 – 17 anos Mediana: 13 ± 1, 5 11

N = 395 Resultados: descritiva 12

N = 395 Resultados: descritiva 12

N = 395 Resultados: descritiva 33 (8, 4%) atípicas, das quais: - 15, 2%

N = 395 Resultados: descritiva 33 (8, 4%) atípicas, das quais: - 15, 2% ASC-H - 33, 3% ASC-US - 30, 3% HSIL - 21, 2% LSIL 13

Presença de HPV e resultados citológicos Resultados Prevalência de HPV: 12, 6% (50/395) Das

Presença de HPV e resultados citológicos Resultados Prevalência de HPV: 12, 6% (50/395) Das 33 mulheres com citologia atípica, 12 (36, 4%) eram positivas para HPV 33 Associação significativa entre presença de anormalidades citológicas e presença de HPV 14

Tipos de HPV e resultados citológicos Resultados Genótipos mais prevalentes: 68 (26, 0% -

Tipos de HPV e resultados citológicos Resultados Genótipos mais prevalentes: 68 (26, 0% - 13/50), 58 e 52 (20, 0% cada) (. . . ). Alto risco: mais prevalente (78, 0%) vs. Baixo risco (22, 0%) Tabela incompleta 15

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados 16

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados 16

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados 17

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados 17

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados 18

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados 18

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados Não foi estatisticamente significativa

Tipos de HPV e resultados citológicos: estratificação faixa etária Resultados Não foi estatisticamente significativa a associação para essa faixa etária 19

ANOVA não paramétrica, teste de Kruskal Wallis Associação entre tipos de HPV e variáveis

ANOVA não paramétrica, teste de Kruskal Wallis Associação entre tipos de HPV e variáveis sociodemográficas Resultados 20

Preditores comportamentais de HPV Resultados 21

Preditores comportamentais de HPV Resultados 21

 A população negra no Brasil apresenta maiores taxas de mortalidade por câncer em

A população negra no Brasil apresenta maiores taxas de mortalidade por câncer em comparação com a população geral. As comunidades Quilombolas podem entrar nesse grupo, supondo sua ancestralidade negra e a exposição a fatores sociais mais críticos. Discussão A prevalência de HPV pode variar com a população estudada e a técnica utilizada. Nesse estudo, P = 12, 6% com a técnica de hibridização. A faixa etária (especialmente < 30 anos) mostrou importante influência na presença de HPV e na detecção de anormalidades citológicas. Limitações: ausência de grupo de comparação, possíveis vieses de informação das entrevistadas, viés de seleção. 22

 O estudo fornece uma estimativa regional da prevalência de HPV em mulheres Quilombola.

O estudo fornece uma estimativa regional da prevalência de HPV em mulheres Quilombola. Evidenciou a alta prevalência do HPV 68. Conclusão Os achados desse estudo podem estimular o desenvolvimento de estratégias que visem a saúde dessas mulheres, especialmente para prevenção e tratamento de tipos específicos de HPV. É importante ampliar os conhecimentos sobre a forma de aquisição de HPV, fatores de risco e frequência de infecção por HPV em diferentes idades e grupos populacionais. Isso pode contribuir para a percepção de risco dessas pessoas e influenciar na adesão ao rastreamento ou mesmo encorajar mudanças de comportamento de risco. 23

Referência NASCIMENTO, M. D. S. B. et al. Prevalence of human papillomavirus infection among

Referência NASCIMENTO, M. D. S. B. et al. Prevalence of human papillomavirus infection among women from quilombo communities in northeastern Brazil. BMC Women’s Health, v. 18, n. 1, 2018. 24