Universidade Federal de Campina Grande Centro de Cincias

Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos Engenharia de Alimentos O PROCESSO EMPREENDEDOR Prof. Dr. Vinícius Rodrigues Vieira Fernandes

Existe uma relação entre inovações tecnológicas, acumulação capitalista e desenvolvimento econômico. (Celso Furtado).

ESTRUTURA DA AULA v. Revolução do empreendedorismo; v. Empreendedorismo no Brasil; v. Análise histórica do surgimento do empreendedorismo; v. Diferenças e similaridades entre o administrador e o empreendedor; v. Conceituando empreendedorismo; vÉ possível ensinar empreendedorismo? v. O processo empreendedor

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. O mundo tem passado por várias transformações em curtos períodos de tempo; v. Século XX: criação da maioria das invenções: i. 1903: avião motorizado; ii. 1943: computador; iii. 1961: o homem vai ao espaço; iv. 1993: clonagem de embriões humanos; v. Essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de como utilizar coisas já existentes;

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais: i. Visionárias; ii. Questionadoras; iii. Que arriscam; iv. Que querem algo diferente; v. Que fazem acontecer; vi. Que empreendem. v. Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular e querem ser reconhecidas, admiradas, referenciadas;

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais: i. Visionárias; ii. Questionadoras; iii. Que arriscam; iv. Que querem algo diferente; v. Que fazem acontecer; vi. Que empreendem; v. Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular e querem ser reconhecidas, admiradas, referenciadas.

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. Alguns conceitos administrativos predominaram em determinados períodos do século XX: i. Inicio do século: racionalização do trabalho; ii. 1930: relações humanas; iii. 1940 -1950: funcionalismo estrutural; iv. 1960: sistemas abertos; v. 1970: contingências ambientais; vi. Atualmente: empreendedorismo.

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. O avanço tecnológico tem sido de tal ordem que requer um número muito maior de empreendedores; v. A economia e os meios de produção e serviços também se sofisticaram, necessitando-se formalizar conhecimentos; v. A ênfase em empreendedorismo surge muito mais como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez; v. A competição na economia também força novos empresários a adotar paradigmas diferentes; v. Os empreendedores eliminam barreiras, encurtam distâncias, globalizam e renovam os conceitos econômicos, geram riqueza.

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. O contexto atual é propício para o surgimento de um número cada vez maior de empreendedores; v. Crescente preocupação das instituições de ensino com o tema; v. Antigamente, o foco eram nos empregos oferecidos pelas grandes empresas e no setor público; v. O ensino da administração era voltado a este foco: formar profissionais para administrar grandes empresas e não para a criação.

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. Desde então, o empreendedorismo tem adentrado na agenda dos países: i. Reino Unido (1998): necessidade de aprofundar o empreendedorismo; ii. Alemanha (1990): apoio financeiro e para criação de novas empresas, centros de inovação; iii. Finlândia (1995): criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como uma fonte de geração de emprego e incentivar a criação de novas empresas; iv. Israel: Programa de Incubadoras Tecnológicas e investimento de capital de risco; v. França: promover o ensino do empreendedorismo nas universidades, inclusive existem muitas incubadoras com sede nesses espaços.

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. Para além das ações dos governos nacionais, o empreendedorismo tem atraído a atenção de organizações multinacionais: i. OECD (1998): buscou compreender o estágio de desenvolvimento do empreendedorismo nos países membros e identificar quais as políticas necessárias; ii. Comissão Europeia (1998): propostas para simplificar a abertura de novas empresas, facilitando o acesso ao crédito, e desenvolvendo um espírito de empreendedorismo na comunidade; iii. Criação do mercado de ações; iv. Fórum Econômico Mundial: empreendedorismo como tema de interesse global.

A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO v. Economia norte-americana: o grande exemplo de compromisso nacional com o empreendedorismo i. Iniciativas dos governos locais e de organizações privadas; ii. Papel do Estado; v. Alguns resultados: i. Desde 1980, 34 milhões de empregos foram criados; ii. Em 1996, foram criados 1, 6 milhão de empregos; iii. Empresas com menos de 500 funcionários empregam 53% da mão -de-obra privada, e são responsáveis por 51% do PIB.

EMPREENDEDORISMO NO BRASIL v Década de 1990: criação do Sebrae e Softex: i. Sebrae fornece suporte para empreendedores; ii. O Softex foi criado com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo; v Antes disso, o tema não era muito discutido, muito em função do contexto político e econômico; v Outras ações ao longo dos anos: i. Softex e GENESIS, que apoiam atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina e a geração de novas empresas; ii. Programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor, do Sebrae, e o Programa Brasil Empreendedor, do governo federal; iii. Diversos cursos e programas criados nas instituições de ensino; iv. Criação de empresas de internet no país; v. Incubadoras de empresas.

EMPREENDEDORISMO NO BRASIL v. Em 2000, o Brasil apareceu como o país que possuía a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total dessa população: 1 em cada 8; v. Portanto, apesar de ocorrer de forma não tão organizada como em países desenvolvidos, o empreendedorismo no Brasil exerce papel fundamental na economia; v. Enclaves: i. Ausência de políticas públicas de longo prazo; ii. Paradigma cultural de não valorização de empreendedores.

ANÁLISE HISTÓRICA DO SURGIMENTO DO EMPREENDEDORISMO v. O termo tem origem francesa e significa “aquele que assume riscos e começa algo novo”; v. Marco Polo: assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro para vender as mercadorias deste; v. Idade média: empreendedor era aquele que gerenciava grandes projetos de produção; v. Século XVII: o empreendedor estabelecida um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos a partir de preços prefixados; v. Século XVIII: diferença entre o empreendedor e o capitalista; v. Séculos XIX e XX: empreendedores foram tomados como gerentes ou administradores.

DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE O ADMINISTRADOR E O EMPREENDEDOR v. Henry Fayol: O trabalho do administrador concentra-se em planejar, organizar, dirigir e controlar; v Rosemary Stewart: O trabalho dos administradores seria semelhante ao dos empreendedores: i. Demandas (o que tem que ser feito); ii. Restrições (limites internos e externos); iii. Alternativas (o que fazer e como fazer); v. Hampton (1991): os administradores diferem entre o nível que ocupam e o conhecimento que detém: i. Os níveis podem ser de supervisão, médio e alto; ii. Funcionais (encarregados de partes específicas) e gerais (assumem responsabilidades amplas e multifuncionais).

DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE O ADMINISTRADOR E O EMPREENDEDOR v Kotter (1982): estudo das características dos gerentes gerais, que procura mostrar o que os gerentes eficientes fazem: i. Criam e modificam as agendas; ii. Incluem metas e planos para sua organização; iii. Desenvolvem redes de relacionamentos cooperativos; iv. São ambiciosos e especializados, buscam o poder, possuem temperamento imparcial e muito otimismo; v Mintzberg (1986): propôs uma abordagem que trata da atividade do trabalho gerencial, focando nos papeis dos gerentes: i. Interpessoais (líder); ii. Informacionais (interlocutor); iii. Decisórios (alocador de recursos, negociador).

DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE O ADMINISTRADOR E O EMPREENDEDOR v. O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador; v. Possuem, também, atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa; v. Lembrem-se: de uma ideia, surge uma inovação, e desta, uma empresa; v. O empreendedor é um administrador, mas com diferenças em relação aos gerentes tradicionais, uma vez que são mais visionários.

DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE O ADMINISTRADOR E O EMPREENDEDOR v. Os empreendedores têm dificuldades de tomar as decisões do diaa-dia dos negócios, uma vez que se preocupam mais com os aspectos estratégicos; v. O gerente é voltado para a organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos; v. O empreendedor possui um maior conhecimento do negócio em que atua; v. Diferença entre o empreendedor de sucesso e o administrador comum: paradoxo do planejamento a partir de uma visão de futuro.

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES visionários Conhecimento Sabem tomar decisões Planejam Fazem a diferença oportunidades

DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE O ADMINISTRADOR E O EMPREENDEDOR TEMAS GERENTES EMPREENDEDORES Motivação Promoção e recompensas Independência, oportunidade Tempo Curto prazo Longo prazo Atividade Delegam e supervisionam Envolvem-se diretamente Status Preocupam-se Não se preocupam Risco Cautela Assumem riscos calculados Falhas e erros Tentam evitar Aprendem com erros e falhas Decisões Consenso Seguem seus sonhos A quem serve Superiores Individualmente e clientes Histórico familiar Grandes empresas Pequenas empresas Relacionamento Hierarquia Transações e acordos

CONCEITUANDO EMPREENDEDORISMO v. Schumpeter: o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais; v. Kirzner: empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente; v. Em síntese, empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados: i. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; ii. Utiliza recursos disponíveis de forma criativa; iii. Assume riscos e a possibilidade de fracassos.

É POSSÍVEL ENSINAR EMPREENDEDORISMO? v Antigamente, acreditava-se que o empreendedor era inato, diferenciado; v Logo, pessoas sem essas características, não poderiam ser empreendedoras; v Atualmente, entende-se que o empreendedorismo pode ser ensinado e compreendido; v O ensino do empreendedorismo contribui para a formação de melhores empresários, melhores empresas e na maior geração de riqueza; v Qualquer curso de empreendedorismo deveria focar em: i. Identificação e entendimento das habilidades do empreendedor; ii. Como ocorre a inovação e o processo empreendedor; iii. Importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico; iv. Como preparar e utilizar um plano de negócios; v. Como identificar fontes e obter financiamentos; vi. Como gerenciar e fazer a empresa crescer.

O PROCESSO EMPREENDEDOR v. Fases do processo empreendedor: i. Identificar e avaliar a oportunidade; ii. Desenvolver o plano de negócios; iii. Determinar e captar os recursos necessários; iv. Gerenciar a empresa criada.