Usos sociais da lngua escrita e da leitura

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Usos sociais da língua escrita e da leitura Carmen Pimentel UFRRJ

Usos sociais da língua escrita e da leitura Carmen Pimentel UFRRJ

Planejamento Aula 2 Análise linguística Gramática, ortografia e produção textual – como trabalhar a

Planejamento Aula 2 Análise linguística Gramática, ortografia e produção textual – como trabalhar a gramática no segundo segmento do Fundamental; gramática e ortografia a partir da leitura, mas sem didatizar a leitura literária. Perceber que recursos linguísticos predominam nos diferentes gêneros textuais (literários e não literários, orais e escritos). Gramática e ortografia a partir da produção escrita dos alunos. A sistematização dos tópicos gramaticais. O cuidado com o uso do livro didático.

 • “Haverá muito o que mudar, antes que o ensino de Português possa

• “Haverá muito o que mudar, antes que o ensino de Português possa ser o que deve ser: um processo no qual o professor e os alunos entre si, se enriquecem reciprocamente compartilhando sua experiência vivida de língua (. . . ). Mas a mudança virá daqueles que vivem o ensino, não daqueles que especulam sobre ele. De dentro. ” Rodolfo Ilari (1985)

O ensino de Língua Portuguesa no Brasil • Brevíssima introdução!

O ensino de Língua Portuguesa no Brasil • Brevíssima introdução!

1549 • Jesuítas • Colégios e missões – Locais de leitura no Brasil Colônia

1549 • Jesuítas • Colégios e missões – Locais de leitura no Brasil Colônia – Filhos da elite – Catequese de índios

Século 18 • Bibliotecas particulares – clérigos – Livros “perigosos”: ideias iluministas (compreensão dos

Século 18 • Bibliotecas particulares – clérigos – Livros “perigosos”: ideias iluministas (compreensão dos fenômenos humanos e culturais) Cenas do filme “O Nome da Rosa”

1808 • Família real • Impressão no Brasil – Primeiros livros de leitura: “Tesouro

1808 • Família real • Impressão no Brasil – Primeiros livros de leitura: “Tesouro dos meninos” (traduzido do francês) e “Leitura para meninos” (1818) 1827 • Lei de Instrução Primária – Ensino de leitura e escrita, das quatro operações matemáticas e de geometria – Prendas domésticas • Ensino baseado na oralidade e na memorização

1860 -1890 • Livros didáticos • 1872 - Primeiro Censo Nacional: 85% de analfabetos

1860 -1890 • Livros didáticos • 1872 - Primeiro Censo Nacional: 85% de analfabetos 1890 -1910 • Produção editorial para crianças

1930 • Criação do Ministério da Educação: governo Getúlio Vargas 1931 • Nova disciplina:

1930 • Criação do Ministério da Educação: governo Getúlio Vargas 1931 • Nova disciplina: Português 1938 • Produção de livros didáticos é regulamentada 1942 • Curso de Português em três partes: gramática, leitura explicada e exercícios

1971 1961 • Nova LDB • Lei de Diretrizes e Bases – Texto literário

1971 1961 • Nova LDB • Lei de Diretrizes e Bases – Texto literário como base para o ensino de português e como meio para aquisição de um saber superior • Acesso ao ensino é universalizado – Ensino de português: instrumento de comunicação e expressão da cultura brasileira • Linguística textual • Boom da literatura infantil – Livros paradidáticos – Fichas de leitura 1986 -1988 • Conceito de LETRAMENTO Análise das práticas de leitura e de escrita

Origens da Gramática = “arte de escrever” (grego) Antiguidade clássica Investigar as regras da

Origens da Gramática = “arte de escrever” (grego) Antiguidade clássica Investigar as regras da língua escrita Preservar as formas consideradas mais “corretas” e “elegantes” • Minimizar as distâncias entre língua oral e língua escrita • Fonte = literatura clássica • •

Origens da Gramática outra visão • Valores sociais dominantes • Estratégias escolares discutíveis •

Origens da Gramática outra visão • Valores sociais dominantes • Estratégias escolares discutíveis • Preconceitos e mitos acerca do ensino da norma padrão em relação à classe dominada • Instrumento controlador da língua

Ensino de Gramática Língua materna Consciência do uso Domínio da gramática (norma) Usar as

Ensino de Gramática Língua materna Consciência do uso Domínio da gramática (norma) Usar as habilidades linguísticas de forma precisa; Permitir o uso da fala e da escrita com maior eficácia.

Ensino da Língua Portuguesa • Ensino da gramática – Normativista; tradicionalista – Sistema fechado

Ensino da Língua Portuguesa • Ensino da gramática – Normativista; tradicionalista – Sistema fechado – Preocupação com a norma culta – Fragmentação do ensino – Metodologia: transmissão • Frases isoladas desvinculadas do sentido do texto • Análise linguística – Constante transformação; prática social – Interação entre sujeitos – Preocupação com os gêneros do discurso – Produção textual – Metodologia: análise e compreensão de uso • Aluno estimulado a encontrar relações e tirar conclusões

Gramática normativa • Subsidia o usuário em suas necessidades textuais e orais • Garante

Gramática normativa • Subsidia o usuário em suas necessidades textuais e orais • Garante ao usuário e falante da língua conhecer o funcionamento de sua própria língua materna • Possibilita a total noção de características essenciais que pertencem à sua cultura

Gramática normativa • Terminologia, classificações, conjugações, regras, funções etc. • Métodos teóricos, sem significação

Gramática normativa • Terminologia, classificações, conjugações, regras, funções etc. • Métodos teóricos, sem significação e/ou aplicabilidade na vida dos alunos • Sem relações entre a teoria gramatical e a prática de texto

“Saber escrever” • Prática de leitura e de escrita • Respaldo dos conceitos gramaticais

“Saber escrever” • Prática de leitura e de escrita • Respaldo dos conceitos gramaticais – Para evitar o plano das suposições

Análise linguística • O ensino da língua portuguesa = harmonia entre o ensino da

Análise linguística • O ensino da língua portuguesa = harmonia entre o ensino da gramática normativa e a contextualizada • Não se descarta completamente as terminologias e regras gramaticais

Análise linguística • Curiosidade científica • O aluno aprende a consultar o dicionário e

Análise linguística • Curiosidade científica • O aluno aprende a consultar o dicionário e a gramática • Pesquisa: com o incentivo do professor

 • "A gramática deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisa, que

• "A gramática deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisa, que possibilitem ao aluno a produção de seu próprio conhecimento linguístico, como uma arma eficaz contra a reprodução irrefletida e acrítica da doutrina gramatical normativa". (BAGNO, 2000, p. 87)

Ensino da língua Normativo Ensino da gramática Análise linguística Domínio da língua Ensino da

Ensino da língua Normativo Ensino da gramática Análise linguística Domínio da língua Ensino da gramática

“Saber expressar-se numa língua não é simplesmente dominar o modo de estruturação de suas

“Saber expressar-se numa língua não é simplesmente dominar o modo de estruturação de suas frases, mas é saber combinar essas unidades sintáticas em peças comunicativas eficientes, o que envolve a capacidade de adequar os enunciados às situações, aos objetivos de comunicação e às condições de interlocução. ” (Neves, 2002, p. 226)

Língua em uso Domínio da língua Reflexão sobre a língua Norma Produção textual Curiosidade

Língua em uso Domínio da língua Reflexão sobre a língua Norma Produção textual Curiosidade

“É de fundamental importância saber discernir o que é adequado a cada situação, para

“É de fundamental importância saber discernir o que é adequado a cada situação, para se poder, com eficiência, escolher esta ou aquela norma, este ou aquele padrão vocabular, este ou aquele tom, esta ou aquela direção argumentativa”. Antunes (2007, p. 99).

Ensinar língua • Ler (textos variados: científico, literário, jornalístico, dissertação, narração, propaganda e marketing,

Ensinar língua • Ler (textos variados: científico, literário, jornalístico, dissertação, narração, propaganda e marketing, leis, tratados etc. ) • Escrever (diversos gêneros) • Considerar as variações • Pesquisar • observar oralidade e escrita, elaborar hipóteses sobre as normas sociais de uso, elaborar hipóteses das formas em “conflito”, em vista de alteração ou continuidade A “prática discursiva” (Pêcheux, 1997) tem servido de “pretexto” ou referência evidente para o pensar o ensino da língua.

DISCURSO E TEXTO • Discurso é aquilo que alguém produz ao se manifestar em

DISCURSO E TEXTO • Discurso é aquilo que alguém produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos. • Texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual.

DOMÍNIO DISCURSIVO • Esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana =

DOMÍNIO DISCURSIVO • Esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana = práticas discursivas. • Não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de gêneros bastante específicos. • Ex: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, discurso político, discurso acadêmico, discurso lúdico, discurso militar, discurso publicitário, discurso ficcional etc.

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO § Referem-se a diferenças estruturais e são válidos, em

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO § Referem-se a diferenças estruturais e são válidos, em princípio, para todas as culturas. § Tem a ver com o modo de organizar internamente o texto, independentemente da finalidade a que se destina. § Considera-se que são 5 os modos de organização do discurso: 1) 2) 3) 4) 5) Narração Descrição Exposição Argumentação Injunção

(1) NARRAÇÃO § A narração é uma sequência de fatos. § Ela se caracteriza

(1) NARRAÇÃO § A narração é uma sequência de fatos. § Ela se caracteriza por (a) presença de ações; (b) predomínio de verbos no pretérito, principalmente o perfeito; (c) ocorrência de personagens; e (d) presença de ordenação cronológica dos fatos. § O texto narrativo estrutura-se a partir de uma situação inicial de equilíbrio, perturbada por um fator qualquer de desequilíbrio, para o qual surge uma solução, geradora de novo equilíbrio, podendo ocorrer no mesmo texto um ou mais trinômios desse tipo. Exemplo: F. e P. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe. A fortuna, porém, não os assistiu com a mesma equidade. F. foi adotado e criado por uma família ilustre; P. deixou-se ficar com os pobres pais. F. Tirou título de doutor; P. morreu aos 18 anos em um tiroteio com a polícia.

(2) DESCRIÇÃO § Aponta atributos do objeto da descrição que pode ser uma pessoa,

(2) DESCRIÇÃO § Aponta atributos do objeto da descrição que pode ser uma pessoa, um animal, um processo, um ser inanimado, uma cena etc. § Quanto aos sentidos empregados na observação do objeto descrito, uma descrição pode ser visual, auditiva, táctil, gustativa ou olfativa. Podemos também descrever entidades abstratas, como sentimentos, conceitos matemáticos, valores éticos, estéticos etc. , cujo conhecimento não depende diretamente dos sentidos. Exemplo: Eis São Paulo às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tom pálido incidem sobre o cinza dos prédios.

(3) EXPOSIÇÃO § O que caracteriza o texto expositivo ou dissertação expositiva é a

(3) EXPOSIÇÃO § O que caracteriza o texto expositivo ou dissertação expositiva é a intenção de sistematizar informações com fins didáticos. § Não há um tom polêmico como se observa nos textos argumentativos. § A exposição é muito comum em livros didáticos e enciclopédias. Nesse tipo de texto, o autor com autoridade de especialista dirige-se a um destinatário leigo, ficando excluída a possibilidade de contestação. Exemplo: As condições de bem-estar e comodidade nos grandes centros urbanos como São Paulo são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de habitantes num espaço que não foi projetado para alojá-los. Com isso, praticamente todos os polos da estrutura urbana ficam afetados: o trânsito é lento; os transportes coletivos, insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviço, ineficazes.

(4) ARGUMENTAÇÃO § O texto argumentativo visa a persuadir o ouvinte ou leitor de

(4) ARGUMENTAÇÃO § O texto argumentativo visa a persuadir o ouvinte ou leitor de uma tese, para a qual o argumentador procura direcionar os sujeitos-alvo da argumentação. § Visar a persuadir, no entanto, não basta para caracterizar um texto argumentativo. Uma fábula, por exemplo, embora tenha a finalidade de persuadir o leitor da tese contida na “moral da história”, não é um texto argumentativo, uma vez que não tem argumentos explícitos. § A explicitação dos argumentos é o que caracteriza o texto argumentativo.

(5) INJUNÇÃO § O texto injuntivo, também chamado de instrucional, é na verdade um

(5) INJUNÇÃO § O texto injuntivo, também chamado de instrucional, é na verdade um tipo específico de descrição de processos, caracterizando-se pelo objetivo de “fazer saber fazer”, isto é, de capacitar o destinatário a executar uma tarefa específica desdobrável em “minitarefas”, ordenadas cronologicamente. § São exemplos de textos injuntivos as receitas, os folhetos explicativos, os manuais de uso. § Nesse tipo de texto, o uso do imperativo é marcante: primeiro faça isso, depois aquilo, e assim por diante. Exemplo: Aqueça a panela em fogo médio. Acrescente 1 colher de sopa de manteiga. Logo após, utilize todo o leite condensado junto à manteiga. Em seguida, acrescente 4 colheres de sopa de chocolate em pó e mexa sem parar até desgrudar da panela. Unte um recipiente onde a mistura será despejada e faça pequenas bolas com a mão, passando a mistura no chocolate granulado.

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO: objetivos e marcas textuais MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO: objetivos e marcas textuais MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO DESCRIÇÃO OBJETIVO E TEMÁTICA MARCAS LINGUÍSTICAS DE DESTAQUE Identificar, localizar e qualificar seres, objetos, lugares, apresentando características físicas ou “psicológicas” Relatar fatos, acontecimentos e ações, numa sequência temporal Substantivos, adjetivos e advérbios (de modo e intensidade, principalmente); verbos no presente ou pretérito imperfeito do indicativo Verbos, advérbios e conjunções (tempo, lugar. . . ); verbos no presente ou pretérito perfeito do indicativo EXPOSIÇÃO Informar ou expor um tema, numa organização lógica, mostrando relações de causa/efeito, contraposição, etc. ARGUMENTAÇÃO Defender um ponto de vista ou opinião; persuadir ou convencer o interlocutor por meio de argumentos, numa organização lógica, mostrando relações de causa/efeito, contraposição, etc. Dar ordens, apresentar regras e procedimentos a serem seguidos Operadores discursivos (conjunções, preposições e expressões denotativas), modalizadores (talvez, sem dúvida, provavelmente etc. ), verbos no presente do indicativo Idem anterior NARRAÇÃO INJUNÇÃO Presença explícita de argumentos Verbos com valor imperativo (mesmo que não estejam no modo imperativo, mas no infinitivo, por exemplo), pronomes (você, vocês)

Os gêneros textuais • Operam prospectivamente, abrindo o caminho da compreensão. • Os interlocutores

Os gêneros textuais • Operam prospectivamente, abrindo o caminho da compreensão. • Os interlocutores seguem, em geral, três critérios para designarem seus textos: – Suporte (telefone, carta, telegrama. . . ) – Critérios formais (nível de linguagem, público alvo, objetivos. . . ) – Natureza do conteúdo (piada, prefácio de livro, receita culinária, bula de remédio, conto, discussão, poema. . . )

Gêneros textuais Realizações linguísticas concretas definidas po r propriedade s sociocomun icativas Textos empiricamente

Gêneros textuais Realizações linguísticas concretas definidas po r propriedade s sociocomun icativas Textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, resenha, inquérito policial, conferência, bate-papo virtual, etc. Abrangem um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.

Os GÊNEROS são historicamente construídos e apresentam padrões característicos que nos permitem reconhecê-los

Os GÊNEROS são historicamente construídos e apresentam padrões característicos que nos permitem reconhecê-los

Novos gêneros, velhas bases • As novas tecnologias, ou seja, a intensidade do uso

Novos gêneros, velhas bases • As novas tecnologias, ou seja, a intensidade do uso das tecnologias e suas interferências nas atividades comunicativas diárias propiciaram o surgimento de novos gêneros textuais, formas inovadoras. • Fato já notado por Bakhtin (1997), quando falava na transmutação dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro gerando novos. Exemplos: a) conversa -> telefonema -> chat -> wathsapp b) bilhete /carta -> e-mail -> twitter

Gêneros híbridos • Os gêneros híbridos permitem observar melhor a integração entre os vários

Gêneros híbridos • Os gêneros híbridos permitem observar melhor a integração entre os vários tipos de linguagens: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.

Relação entre sequências tipológicas (modos) e gêneros textuais • Os textos ainda podem apresentar

Relação entre sequências tipológicas (modos) e gêneros textuais • Os textos ainda podem apresentar sequências tipológicas variadas dentro de um mesmo gênero

 • Com gêneros – Uma letra de música em uma notícia Práticas

• Com gêneros – Uma letra de música em uma notícia Práticas

Práticas – Uma receita culinária em uma receita poética

Práticas – Uma receita culinária em uma receita poética

Análise linguística • • Sequências tipológicas Estruturas frasais Tempos verbais Vocabulário Ortografia Morfologia Entre

Análise linguística • • Sequências tipológicas Estruturas frasais Tempos verbais Vocabulário Ortografia Morfologia Entre outros aspectos. . .

Quando dominamos um gênero textual, dominamos uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em

Quando dominamos um gênero textual, dominamos uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares.

“O objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais exatamente, o

“O objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer outra hipótese é um equívoco político e pedagógico. A tese de que não se deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos alunos que conhecem e usam dialetos não padrões baseia -se em parte no preconceito segundo o qual seria difícil aprender o padrão. ” Sírio Possenti (2000: 17)

Uma ideia. . . Caçadas de Pedrinho Monteiro Lobato 1882 -1948

Uma ideia. . . Caçadas de Pedrinho Monteiro Lobato 1882 -1948

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • • Biografia do autor: contextualização. Procurar no

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • • Biografia do autor: contextualização. Procurar no texto os diálogos e as explicações do narrador: texto riquíssimo para analisar a construção do narrador em discurso direto. Verbos de dizer. Uso de movimento e sentimento para “explicar” como o personagem fala. Uso abundante de comparativos e superlativos. Neologismos: pernilonguismo; pernilingalmente; defesa pernil; está tudo pernilongo. Mesmo fundo semântico. Alargamento de vocabulário. Observar que as novas palavras mantêm regras estruturais da morfologia.

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • • • Expressões metafóricas: trocar por expressões

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • • • Expressões metafóricas: trocar por expressões semelhantes, criar outras – “tremia que nem geleia fora do copo”, “mais trêmulo que manjar branco”. Uso de adjetivos: emoções, sentimentos dos personagens. Uso de epítetos para se referir aos personagens (uma alternativa ao pronome): Marquês de Rabicó: leitão, fidalgo, artilheiro; Narizinho: menina do nariz arrebitado; Emília: boneca, terrível bonequinha.

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • Escolher 3 ou 4 traços linguísticos para

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • Escolher 3 ou 4 traços linguísticos para trabalhar a fundo: – Riqueza de narrador – Estruturas de substituição – Grau dos adjetivos – Criação de novas palavras

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • Outras possibilidades de trabalho interdisciplinar: – caçar

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • Outras possibilidades de trabalho interdisciplinar: – caçar ou não caçar os animais da floresta? (debate oral – júri simulado) – questões que envolvam o meio ambiente – estudo sobre os animais que aparecem na história (em parceria com aulas de ciências) – organização de trabalho em grupo – dramatização de cenas

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • Produção escrita: novas caçadas; carta para personagens;

“CAÇADAS DE PEDRINHO”, de Monteiro Lobato • Produção escrita: novas caçadas; carta para personagens; descrição de outras invenções para ajudar em caçadas; cartazes de “procurase”

Referências bibliográficas • • • • ANTUNES, Irandé Costa. Muito além da gramática: Por

Referências bibliográficas • • • • ANTUNES, Irandé Costa. Muito além da gramática: Por um ensino sem pedras no caminho. 1ª Edição. Belo Horizonte: Ed. Parábola, 2007 BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: O que é, como se faz. São Paulo: Ed. Loyola, 1999. ______. Dramática da Língua Portuguesa. São Paulo, Ed. Loyola, 2000. CURY, Carlos Roberto Jamil. Educação e contradição. 4º Edição. São Paulo: Ed. Cortez, 1985. ILARI, Rodolfo. A linguística e o ensino de língua portuguesa. 1ªed. Livraria Martins Fontes: São Paulo, 1985. ______. Linguística e ensino de língua portuguesa como língua materna. 2009. Disponível em: http: //www. poiesis. org. br/mlp/colunas_interna. php? id_coluna=3, Acesso em 02 de julho de 2012. LOBATO, Monteiro. Caçadas de Pedrinho. 60ª ed. SP: Ed. Brasiliense, 1994. NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática-história, teoria, analise e ensino. São Paulo. UNESP, 2002. PERINI, Mário ª Gramática descritiva do Português. São Paulo: Ática, 2006. POSSENTI, S. Porque (não) ensinar gramática na escola. São Paulo-SP; Mercado das Letras, 1996. SILVA, Délcio Barros da. As principais tendências pedagógicas na prática escolar Brasileira e seus pressupostos de aprendizagem. Disponível em: http: //www. ufsm. br/lec/01_00/Delcio. L&C 3. htm>. Acesso em: 15 fev. 2009. SONIA, Natália de Lima. A decisão de ensinar (ou não) a gramática teórica: depoimentos de professores de rede pública. Taubaté, São Paulo, 2006. Dissertação http: //www. uniube. br/propep/mestrado/revista/vol 06/14/ponto_vista/P-14 -001. pdf http: //meuartigo. brasilescola. com/gramatica/ensino-gramatica-nas-escolas. htm http: // www. ufsm. br/linguagem_e_cidadania/02_03/Liane. htm. Acesso em: 22/10/2008)