tica de normas x tica de virtudes Exame

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Ética de normas x ética de virtudes

Ética de normas x ética de virtudes

Exame de caso a) Grande grupo editor nacional. Várias unidades de negócio. O nome

Exame de caso a) Grande grupo editor nacional. Várias unidades de negócio. O nome e o prestígio vêm da editora, conhecida tanto pelos livros escolares quanto pela publicação de clássicos e de grandes escritores contemporâneos. Mas o faturamento e a rentabilidade vêm principalmente da indústria gráfica, uma das maiores e mais modernas do país, que está muito bem ajustada e apontando para um crescimento continuado; b) cultura interna muito bem estabelecida e explicitada de valores como honestidade, trabalho em grupo, transparência; c) a editora, no entanto, está em crise. Perdendo rentabilidade e competitividade de ano para ano. É um setor muito competitivo e a equipe está um pouco envelhecida e desmotivada; d) o CEO do grupo, que é jovem e tem um diagnóstico bastante claro dos problemas a enfrentar, decide buscar, depois de ouvir os seus principais diretores gerais, um novo gestor para a editora. Contrata-se um head-hunter. Encontra-se um profissional jovem, Fernando, com todas as credenciais técnicas e, aparentemente, morais, que acaba contratado; e) em pouquíssimo tempo, Fernando confirma o diagnóstico do CEO, mas identifica ainda outras oportunidades de melhoria de desempenho. Demonstra também uma grande capacidade de trabalho e de mobilização da equipe. f) ao fim de 60 dias, no entanto, antes de Fernando entregar um plano geral de reestruturação da unidade, começam a chegar ao CEO, através de seus demais diretores, uma série de informações muito desagradáveis acerca do comportamento dele: pequenas mentiras, desrespeito às normas da empresa, deslealdade com os demais diretores, uma forte tendência a não trabalhar em grupo, etc. . . Os fatos são verdadeiros e as provas irrefutáveis. g) os demais diretores entendem que é necessária uma demissão imediata, antes que o dano à organização e à cultura da organização seja ainda maior. O CEO recebe a pressão dos diretores e deve tomar uma decisão. Sabe, no entanto, que o conjunto dos funcionários está satisfeito com o trabalho de Fernando e que vai ser muito difícil encontrar antes de 3 meses um novo gestor com uma competência similar.

Ética de normas x ética de virtudes Ética normativa n n n Ética Kantiana:

Ética de normas x ética de virtudes Ética normativa n n n Ética Kantiana: preocupação de formular as normas éticas. Imperativo categórico: formulações tais que pudessem ser elevadas ao nível de uma exigência universal. Bentham (utilitarismo): teoria do mínimo ético. Direito e ética como realidades semelhantes (conjunto de normas), mas de extensões distintas. Positivismo lógico-lingüístico (fortemente anglosaxão). Ética como conjunto de proposições de dever-ser (as quais, contudo, não teriam nenhum valor científico).

Ética de normas x ética de virtudes Problemas éticos na visão normativa n n

Ética de normas x ética de virtudes Problemas éticos na visão normativa n n é lícito ou não trabalhar em um hospital que faz abortos? devo denunciar ou não um colega médico que prescreve medicamentos porque recebe dinheiro da indústria farmacêutica? preciso tirar o passaporte porque tenho uma viagem importante em dois dias e a única forma é pagar uma “taxa de urgência”. Devo ou posso sujeitar-me a isso ou não? uma “coladinha” que ninguém perceba: posso ou não? Não estou prejudicando ninguém.

Ética de normas x ética de virtudes Ética de virtudes ou ética da excelência

Ética de normas x ética de virtudes Ética de virtudes ou ética da excelência n n busca do melhor e mais perfeito. Ciência da indagação do que o homem está chamado a ser, do que é a realização integral e plena do homem. Torna-te o que és poderia ser o lema dessa compreensão da ética. O que se busca é conhecer a excelência humana Outra formulação: “fazer triunfar o Homem dentro do homem” (Platão, A República) esquema teórico substancialmente diferente: fim último do homem, virtudes. Apresenta-se o modelo: a isso deve apontar a conduta humana.

Ética de normas x ética de virtudes Limitações de uma ética normativa n n

Ética de normas x ética de virtudes Limitações de uma ética normativa n n transforma-se facilmente em moral negativa, em moral de limites. ajuda pouco a resolver os casos difíceis. dá a impressão de ser um saber de especialistas, e não do homem da rua, quando, na verdade, todos os homens estão e devem estar implicados pela ética. do ponto de vista mais teórico: tende a tornar a ética algo externo ao homem. A ética - a moral - seria algo necessário, mas externo ao homem e que limita a este; algo desvinculado do seu ser, ou que a sociedade impõe, ou que a natureza ou a divindade determinam.

Ética de normas x ética de virtudes Aretê e virtude Para os gregos, a

Ética de normas x ética de virtudes Aretê e virtude Para os gregos, a idéia de excelência, contida na palavra Arete, é dos tempos mais remotos. Seu sentido exato foi variando ao longo da história: n em Homero: excelência guerreira (coragem, sagacidade, atos e palavras) n em Hesíodo: “o conceito abarca simultaneamente a habilidade pessoal e o que dela deriva – bem-estar, êxito, consideração. Não se trata da arete guerreira da antiga nobreza, nem da arete da classe proprietária, baseada na riqueza, mas sim da arete do homem trabalhador n em Sólon: prudência, justiça, fortaleza. n em Platão: arete está ligada ao conceito de justiça, que engloba e satisfaz todas as exigências do perfeito cidadão.

Ética de normas x ética de virtudes Virtude n n existe uma excelência para

Ética de normas x ética de virtudes Virtude n n existe uma excelência para o homem. Qualidades como a coragem, a honestidade, a veracidade, a prudência, a sinceridade, a fortaleza são características que se adquirem, que se forjam, e que, em todas as épocas, foram admiradas (ainda quando por vezes se dava maior atenção a uma do que a outra). São conhecidas como virtudes e, para toda a experiência do ocidente e boa parte do oriente, foram vistas como o fim da educação do homem cabal é sobretudo o homem virtuoso, ainda quando seus dotes intelectuais ou sua formação cultural não sejam os melhores ou mais completos.

Ética de normas x ética de virtudes “virtuoso no sentido clássico é não quem

Ética de normas x ética de virtudes “virtuoso no sentido clássico é não quem leva uma vida incensurável porque não fez nada mal, que é amável e bondoso, embora de resto não valha muito, mas quem sempre usa suas capacidades humanas para o bem, faz o bem de modo soberano, constante e alegre, é competente e engenhoso, sabe o que fazer e é capaz de avaliar toda situação rápida e corretamente; em suma: quem realiza o que Aristóteles denomina “vida boa”, eupraxia” (Rhonheimer)

Ética de normas x ética de virtudes “Muitas coisas dependem por inteiro de ti:

Ética de normas x ética de virtudes “Muitas coisas dependem por inteiro de ti: a sinceridade, a dignidade, a resistência à dor, (. . . ), a aceitação do destino, (. . . ), a benevolência, a liberalidade, a simplicidade, a seriedade, a magnanimidade. Observa quantas coisas podes já conseguir sem que caiba alegar pretextos de incapacidade natural ou inaptidão, e por desgraça permaneces voluntariamente por baixo das tuas possibilidades. Por acaso te vês obrigado a murmurar, a ser avaro, a adular, a culpar o teu corpo, a dar-lhe satisfações, a ser frívolo e a submeter a tua alma a tanta agitação, porque estás defeituosamente constituído? Não, pelos deuses! Faz tempo que podias haver-te afastado desses defeitos” Meditações – Marco Aurélio

Ética de normas x ética de virtudes “- Pois bem. . . Sou assim.

Ética de normas x ética de virtudes “- Pois bem. . . Sou assim. É natural. Herdei isso de mamãe. Todos os Kröger têm inclinação para o luxo. Com a mesma calma teria declarado que era leviana, irascível ou vingativa. O seu senso de família, fortemente desenvolvido, como que a tornava alheia às idéias de vontade própria e de autonomia, a ponto de ela constatar e confessar, com uma estoicidade quase fatalista, os traços do seu caráter. . . sem fazer diferenças entre eles, nem esforços para corrigi-los. Sem o notar, era da opinião de que todos eles, quaisquer que fossem, significavam um legado, uma tradição da família, sendo por isso veneráveis e merecedores, em todo o caso, de serem tratados com respeito” Thomas Mann, Os Buddenbrook Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1981, p. 199

Ética de normas x ética de virtudes Lei moral/normas éticas n n Formulações, em

Ética de normas x ética de virtudes Lei moral/normas éticas n n Formulações, em enunciados deontológicos, das exigências da realização humana; Não configuram restrições à liberdade humana corretamentendida “Dentro de um avião, o espaço é bastante reduzido e há pouca liberdade de movimentos. Contudo, quem compra uma passagem para Roma e entra no avião não afirma a sua liberdade saindo da aeronave em pleno vôo. A liberdade que lhe interessa é a que lhe permitirá chegar a Roma, e as restrições que lhe são impostas dentro do avião – pressurização, altura, velocidade, etc. – são formas de tirar o máximo partido do exercício da sua liberdade”

Normas proibitivas O fim não justifica os meios

Normas proibitivas O fim não justifica os meios

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Normas proibitivas ra te Li ra tu al ci en pi sa Conteúdo Intenção Circunstâncias

Normas proibitivas As normas proibitivas são condições-limite da conservação da identidade humana. “Os raciocínios

Normas proibitivas As normas proibitivas são condições-limite da conservação da identidade humana. “Os raciocínios precedentes demonstram que as normas proibitivas não são outra coisa que a formulação dos limites do agir humano" (M. Rhonheimer, p. 295)

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Normas proibitivas ra te Li ra tu al ci en pi sa Éticas normativas Conteúdo Intenção Circunstâncias

Ética de normas x ética de virtudes Ética, qualidade, responsabilidade social n não são

Ética de normas x ética de virtudes Ética, qualidade, responsabilidade social n não são realidades substancialmente diversas. As duas últimas são consequências ou aspectos da primeira; quando se entende a ética no seu sentido originário e completo, de busca da excelência, fica evidente que a qualidade, a excelência materializada, nada mais é do que uma consequência de um atuar ético; com a responsabilidade social, idem