ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO COMO CONCLUSO DA RESIDNCIA

  • Slides: 29
Download presentation
ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO COMO CONCLUSÃO DA RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL REGIONAL

ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO COMO CONCLUSÃO DA RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL(HRAS)/HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA (HMIB) Teratoma sacrococcígeo em recém-nascido: manejo do diagnóstico ao tratamento Renata Vitorino Frossard Orientadora: Mônica Ferreira Leite Brasília, 27 de novembro de 2012 www. paulomargotto. com. br

OBJETIVO

OBJETIVO

OBJETIVO • Relatar um caso clínico de teratoma sacrococcígeo e discutir a importância do

OBJETIVO • Relatar um caso clínico de teratoma sacrococcígeo e discutir a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO • Teratoma: grego “teraton” que significa “monstro”; • Origem do teratoma: tecido proveniente

INTRODUÇÃO • Teratoma: grego “teraton” que significa “monstro”; • Origem do teratoma: tecido proveniente de uma ou mais das três camadas de células germinativas (endoderma, mesoderma, ectoderma); • Células pluripotentes do “nodo de Hensen” falha de migração multiplicação em outros locais como a região sacrococcígea teratoma sacrococcígeo; • Histologia: células bem diferenciadas (maduro) ou tecidos primitivos (imaturo).

INTRODUÇÃO: Teratoma sacrococcígeo • Incidência: 40 a 60% dos teratomas; • Diagnóstico: antes do

INTRODUÇÃO: Teratoma sacrococcígeo • Incidência: 40 a 60% dos teratomas; • Diagnóstico: antes do nascimento através da ecografia gestacional; • - Prognóstico se correlaciona com diversos fatores: idade do paciente; extensão da massa tumoral; tipo histológico; presença ou não de metástases. • Tratamento: ressecção do tumor, em alguns casos acompanhado de quimioterapia.

DESCRIÇÃO DO CASO

DESCRIÇÃO DO CASO

DADOS DA GESTAÇÃO: • Mãe, 23 anos de idade, G 2 P 1 A

DADOS DA GESTAÇÃO: • Mãe, 23 anos de idade, G 2 P 1 A 0; • Sorologias do pré-natal negativas; • 1 a consulta no 2 o trimestre; • Ecografias gestacionais: - 26 semanas: abertura do canal vertebral em região lombossacral; - 29 semanas: imagem sugestiva de mielomeningocele.

DADOS DO NASCIMENTO: • Parto cesárea, sem intercorrências (IG 38 s+6 d); • Recém-nascido

DADOS DO NASCIMENTO: • Parto cesárea, sem intercorrências (IG 38 s+6 d); • Recém-nascido a termo, AIG, Apgar 9/9; • Sexo feminino; • Peso: 3810 g / Est. : 50 cm / PC: 36 cm; • Ao exame: “abaulamento em região sacral de consistência amolecida, recoberta por pele, sem extravasamento de líquido, compatível com teratoma sacrococcígeo”.

Recém-nascido apresentando volumosa massa tumoral em região glútea:

Recém-nascido apresentando volumosa massa tumoral em região glútea:

HISTÓRIA CLÍNICA: • Admitido na UTI neonatal; • Iniciado investigação diagnóstica: - Ecografia de

HISTÓRIA CLÍNICA: • Admitido na UTI neonatal; • Iniciado investigação diagnóstica: - Ecografia de abdome total e massa lombossacral: “Presença de massa complexa componente sólido e cístico, além de uma calcificação de permeio, em região sacrococcígea, apresentando pequeno componente intrapélvico pré-sacral, em íntima relação com a parede posterior da bexiga. ”

TC de coluna lombar e sacral: volumosa massa sacrococcígea externa, medindo aproximadamente 9 x

TC de coluna lombar e sacral: volumosa massa sacrococcígea externa, medindo aproximadamente 9 x 7 x 4 cm. Não foi identificado componente intra-espinhal da lesão, sugerindo teratoma sacrococcígeo tipo II (Altman).

HISTÓRIA CLÍNICA: • Exames laboratoriais (marcadores tumorais) – 2 o dia de vida: -

HISTÓRIA CLÍNICA: • Exames laboratoriais (marcadores tumorais) – 2 o dia de vida: - Alfa-fetoproteína: > 350, 00 ng/m. L (VR: 0 – 8, 00 ng/m. L) - Gonadotrofina coriônica: 2, 8 m. UI/m. L (VR: 0 – 5 m. UI/m. L)

INTERVENÇÃO CIRÚRGICA: • Com 7 dias de vida foi encaminhado para cirurgia; • Realizada

INTERVENÇÃO CIRÚRGICA: • Com 7 dias de vida foi encaminhado para cirurgia; • Realizada ressecção total da massa tumoral, com retirada do cóccix em bloco, com diâmetro aproximado de 12 cm, não aderida à medula espinhal; • Biópsia da peça cirúrgica confirmou o diagnóstico de teratoma sacrococcígeo maduro.

PÓS-OPERATÓRIO: • Transcorreu sem intercorrências. • 4 o dia de vida: alfa-fetoproteína elevada e

PÓS-OPERATÓRIO: • Transcorreu sem intercorrências. • 4 o dia de vida: alfa-fetoproteína elevada e gonadotrofina coriônica dentro da normalidade. • Alta no 9 o DPO, com 17 dias de vida, com boa evolução clínica, sendo encaminhado para o ambulatório de neonatologia e cirurgia pediátrica.

DISCUSSÃO

DISCUSSÃO

DISCUSSÃO: • Incidência: 1: 35. 000 a 40. 000 nascidos vivos; • Predomínio no

DISCUSSÃO: • Incidência: 1: 35. 000 a 40. 000 nascidos vivos; • Predomínio no sexo feminino (3 - 4 F: 1 M); • Um dos tumores mais comuns do período neonatal; • O seu diagnóstico deve ser feito ainda na gestação, pois sabe-se que uma proporção de teratoma sacrococcígeo tem potencial maligno.

DIAGNÓSTICO: • Pré-natal: - Ecografia gestacional (tamanho, extensão, localização, componente). • - Após o

DIAGNÓSTICO: • Pré-natal: - Ecografia gestacional (tamanho, extensão, localização, componente). • - Após o nascimento: Ecografia de abdome total e massa tumoral; TC de coluna lombar e sacral; Ressonância magnética; Ecocardiograma; Dosagem de marcadores tumorais (alfa-fetoproteína e gonadotrofina coriônica).

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: • Mielomeningocele; • Lipoma; • Hemangioma; • Cisto pilonidal e epidermóide; •

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: • Mielomeningocele; • Lipoma; • Hemangioma; • Cisto pilonidal e epidermóide; • Tumores sólidos.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO (ALTMAN): • I – Predominantemente externo com mínimo comprometimento pré-sacral;

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO (ALTMAN): • I – Predominantemente externo com mínimo comprometimento pré-sacral; • II – Externo, componente intrapélvico significativo; • III – Externo, componente pélvico e extensão acima do abdome; • IV – Inteiramente pré-sacral, sem apresentação externa.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO HISTOLÓGICO: • Maduro ou benigno: composto de tecidos bem diferenciados;

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO HISTOLÓGICO: • Maduro ou benigno: composto de tecidos bem diferenciados; • Imaturo: estruturas de tecido neuroepiteliais, além de componentes imaturos do mesênquima (tem elevada incidência de malignidade); • Tumor componente maligno: contem um ou mais componentes de células germinativas malignas.

COMPLICAÇÕES MATERNAS: • Hiperêmese gravídica • Pré-eclâmpsia • Trabalho de parto prematuro COMPLICAÇÕES PARA

COMPLICAÇÕES MATERNAS: • Hiperêmese gravídica • Pré-eclâmpsia • Trabalho de parto prematuro COMPLICAÇÕES PARA O FETO: • • Polidramnia Falência cardíaca Hidropsia Hemorragia tumoral Intervenção in utero antes de 30 semanas de gestação!!!

TRATAMENTO: • Cirúrgico, com ressecção completa da massa tumoral, incluindo remoção do cóccix em

TRATAMENTO: • Cirúrgico, com ressecção completa da massa tumoral, incluindo remoção do cóccix em bloco; • Terapia adjuvante (quimioterapia); • Recidiva tumoral: observada em 10 a 20% dos tumores inicialmente benignos e, dentre esses, 50% irão malignizar; • Risco de malignização depende da extensão da ressecção tumoral e do tempo de diagnóstico: - Menores de 2 meses: 7 a 10% - Até 1 ano de vida: 37% - Até 2 anos: mais de 50%

ACOMPANHAMENTO: • Dosagem seriada de marcadores tumorais: - alfa-fetoproteína; - gonadotrofina coriônica. A cada

ACOMPANHAMENTO: • Dosagem seriada de marcadores tumorais: - alfa-fetoproteína; - gonadotrofina coriônica. A cada 2 a 3 meses até completar 3 anos de idade. Níveis elevados de alfa-fetoproteína podem sugerir doença residual ou recidiva tumoral.

PROGNÓSTICO: • Idade do paciente • Tamanho do tumor • Tipo histológico • Velocidade

PROGNÓSTICO: • Idade do paciente • Tamanho do tumor • Tipo histológico • Velocidade de crescimento • Grau de vascularização • Metástase • Falência cardíaca • Polidramnia • Êxito na ressecção cirúrgica

 • O TSC muito volumoso pode ser causa de hemorragia grave espontânea in

• O TSC muito volumoso pode ser causa de hemorragia grave espontânea in utero, hidropsia fetal, coagulopatia e até mesmo óbito fetal. Lesões acima de 5 cm de extensão Parto cesárea (Minimizar o risco de distócia e rupturas)

CONSIDERAÇÕES FINAIS: • Número crescente de casos de teratoma sacrococcígeo publicados na literatura •

CONSIDERAÇÕES FINAIS: • Número crescente de casos de teratoma sacrococcígeo publicados na literatura • Avanço tecnológico nos exames • Assistência adequada no pré-natal • Menor retardo no diagnóstico • Menores taxas de malignização • Tratamentos mais precoces • Melhor prognóstico

CONSIDERAÇÕES FINAIS: É fundamental incentivar o envolvimento de equipes multidisciplinares para o acompanhamento do

CONSIDERAÇÕES FINAIS: É fundamental incentivar o envolvimento de equipes multidisciplinares para o acompanhamento do feto e da gestante, com o intuito de assegurar vigilância e atenção rigorosas.

OBRIGADA!

OBRIGADA!