Amrica Latina Industrializao e os limites do mercado

  • Slides: 28
Download presentation
América Latina: Industrialização e os limites do mercado Interno Amaury Gremaud

América Latina: Industrialização e os limites do mercado Interno Amaury Gremaud

América Latina no pós Guerra - até crise do Petróleo o 45 – 73:

América Latina no pós Guerra - até crise do Petróleo o 45 – 73: Período de “Bretton Woods” n n Crescimento elevado : 5, 3% de média do PIB (3 per capita) Apesar de não ser plenamente estável, variabilidade é menor Setor manufatureiro: principal motor do crescimento (6% a. a. ) Aumento forte da participação da industria no PIB o o n n n Industrialização mais significativa no Brasil, Argentina, México, Chile e Uruguai Colômbia mais modesto mas ascensão forte, Peru só nos anos 60 Caribe, A. Central, Equador, Paraguai e Bolívia Venezuela – exportações forte, elevação da industria mas ainda pequena Industrialização substituidora de importações Produtividade da mão de obra cresce (mas ainda inferior ao restante) Aumento das empresas estatais (Bolívia, Brasil, Argentina, Chile e Venezuela) o o Infraestrutura (energia elétrica) Alguns países indústria A Gremaud 2

América Latina: Depois da II GM diferente da virada do século XIX-XX o Ampliação

América Latina: Depois da II GM diferente da virada do século XIX-XX o Ampliação dos Estado nacionais e ampliação das capacidades institucionais n alguns dependendo do momento assumem a responsabilidade de promover o desenvolvimento econômico o o n adquire diversos instrumentos de pol econômica o o o n o Defesa das exportações, disponibilidade de bens essenciais Ampliação de infraestrutura, empresas estatais Capacidade de pol. Monetária discricionária Diversificação tributária Possibilidade de uso de políticas cambiais diferenciadas Promoção de novos empresários (criação) Ampliação da participação política n Mudanças populacionais, urbanização, incorporação das classes médias n Implica também preocupação com geração de emprego o Diminuição da capacidade de acesso às condições objetivas de existência 3

Estados Unidos n Assume papel de coordenador internacional do sistema o Coordena discussões para

Estados Unidos n Assume papel de coordenador internacional do sistema o Coordena discussões para o pós guerra – Bretton Woods n n Expansão do comércio e dos fluxos de capitais, redução dos controles discriminatórios, retorno à estabilidade cambial e volta paulatina da oferta internacional de capital Necessidade de recuperação das economias e liberalização das economias européias – Plano Marshall Mudanças com Guerra Fria Papel extremamente limitado da AL nesta reconstrução o Conferencias (1945 – México e 47 no RJ) n n solução da questão financeira: problema da conversibilidade Plano Marshall para a AL o o o Sem resposta solução captação privada Difícil - soluções bilaterais Mudanças políticas nos EUA Truman, Eisenhower, Kennedy

Bretton Woods: Funcionamento: da simetria a assimetria o Sistema era previsto como simétrico não

Bretton Woods: Funcionamento: da simetria a assimetria o Sistema era previsto como simétrico não funciona n n problema da escassez de meios internacionais de pagamento o Plano Marshall resolve em parte escassez de dólares; Mas Plano Marshall não vem para América Latina o Fluxos de capitais públicos também promessas e pouco efeito Fluxos de capitais privado – fortes contenções no início Necessário obter divisas com saldo comercial (e na região conversível) – dificuldades o o Protecionismo se manteve Mudanças meados anos cinquenta n n BC reverteu nos EUA negativo (tecnologia, gastos militares, desvalorizações) Conversibilidade em 1958 e início da criação de um mercado de capitais internacional melhor desenvolvido o diminuem as restrições (não acabam) e fluxos disfarçados o América latina: IED e multinacionais 5

A América Latina: problemas com cenário internacional (desilusão liberal) o Expansão comercial não ocorre

A América Latina: problemas com cenário internacional (desilusão liberal) o Expansão comercial não ocorre – protecionismo internacional permanece n n o AL: também protecionismo e controle de divisas o Quotas, cambio múltiplo, tarifas o Sobrevalorização e isenções (Bens de capital e Insumos) Industrialização substituidora de importações Não fluxos de capitais públicos, demora para montagem fluxo privado n Crescimento da participação do Estado o n Com possibilidade de capital privado: debate sobre capital estrangeiro o o n Não necessariamente tranqüilo – participação empresarial do Estado conflituoso IED – regras de favorecimento (quase todos os países) Explora competição e mudanças tecnológicas internacionais Industrialização: tripé privado nacional, estatais e multinacionais

Mobilidade do Capital na História Moderna – modelo estilizado Padrão-ouro 1880 -1914 Câmbio fixo

Mobilidade do Capital na História Moderna – modelo estilizado Padrão-ouro 1880 -1914 Câmbio fixo 1900 Alta • • 2000 • 1914 Câmbio flutuante 1971 -2000 1929 • Baixa • 1880 1860 • • 1918 • Bretton Woods 1945 -1971 1900 1920 1980 • • 1960 192 5 1914 -1945 Entre guerras, 1945 1880 • • 1940 1971 1960 1980 2000 Fonte: “Globalization and Capital Markets”. Maurice Obstfeld e Alan M. Taylor. NBER Conference Paper, May 4 -5, 2001, p. 6. 7

CEPAL (48) o o Apoio a política de industrialização Existe uma visão latino americana

CEPAL (48) o o Apoio a política de industrialização Existe uma visão latino americana n Resposta automática ao mecanismo de preços complicado – diferenças estruturais ligado à imperfeições de mercado assimétricas o o n Produtividade Demanda Justifica industrialização de modo a ganhar autonomia em relação aos problemas das exportações (além de instáveis – problemas de dinamismo) o o Importância do papel do governo neste processo Nada contra papel do capital estrangeiro n o Tb ilusão de recursos governo a governo Reconhece problema com as exportações n Foco mercado interno

Desenvolvimentismo: definição do conceito “Desenvolvimentismo é a ideologia de transformação da sociedade brasileira definida

Desenvolvimentismo: definição do conceito “Desenvolvimentismo é a ideologia de transformação da sociedade brasileira definida pelo projeto econômico que se compõe dos seguintes pontos fundamentais: a) A industrialização integral é a via de superação da pobreza e do subdesenvolvimento brasileiro b) Não há meios de se alcançar uma industrialização eficiente Ricardo e racional no Brasil através da espontaneidade das forças Bielschows de mercado, e por isso, é necessário que o estado planeje ky c) O planejamento deve definir a expansão desejada dos setores econômicos e os instrumentos de promoção desta expansão Pensamento Econômico Brasileiro (1988), p. 8) d) O Estado deve ordenar também a execução da expansão captando e orientando recursos financeiros e promovendo investimentos diretos naqueles setores que a iniciativa privada for insuficiente. ”

O processo de substituição de importações pode ser entendido como um processo de desenvolvimento

O processo de substituição de importações pode ser entendido como um processo de desenvolvimento “parcial” e “fechado” que, respondendo às restrições do comércio exterior, procurou repetir aceleradamente, e em condições históricas distintas, a experiência de industrialização dos países desenvolvidos

As Características do PSI o É uma industrialização fechada pois: n É voltada para

As Características do PSI o É uma industrialização fechada pois: n É voltada para dentro, visa o atendimento do mercado interno. n depende de medidas que protegem a industria nacional. o Desvalorização cambial o controles cambiais o taxas múltiplas de câmbio o tarifas aduaneiras

Características do PSI o É uma industrialização por etapas: n n apesar de ao

Características do PSI o É uma industrialização por etapas: n n apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a industrialização se faz por partes (rodadas) a pauta de importações ditava a sequência dos setores objetos dos investimentos industriais bens de consumo não duráveis – têxteis, calçados, alimentos bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, automóveis bens intermediários – ferro, aço, cimento, petróleo, químicos bens de capital – máquinas, equipamentos

Características do PSI Tendência ao desequilíbrio externo Ø desequilíbrio externo: fornece o impulso mas

Características do PSI Tendência ao desequilíbrio externo Ø desequilíbrio externo: fornece o impulso mas se recoloca por várias razões: v Baixos estímulos às exportações agrícolas v v v indústria sem competitividade devido ao protecionismo v v a política cambial transferia renda da agricultura para a indústria (“confisco cambial”) e desestimulava as exportações agrícolas; Não estímulos tarifários, subsídios Problem com os preços Protecionismo dos países desenvolvidos no setor agrícola (Produção interna e ex-colônias) Dificuldade de concorrência internacional elevada demanda por importações devido ao investimento industrial e ao aumento da renda.

o Paradoxo central do PSI: Vulnerabilidade externa cada vez maior n n Recolocação constante

o Paradoxo central do PSI: Vulnerabilidade externa cada vez maior n n Recolocação constante dos problemas do BP Demanda crescente de importações: o n Conteúdo altamente importador das estruturas de produção e de consumo Crescimento modesto das exportações: o o Deterioração dos termos de troca Demanda inelástica das exportações n o Preço e Renda Mercados concorrenciais 14

O Estado desenvolvimentista A partir dos anos 30 e especialmente depois da II Guerra

O Estado desenvolvimentista A partir dos anos 30 e especialmente depois da II Guerra Mundial, o sentido da intervenção do Estado em grande parte da AL passa a ser o de alterar o próprio modelo de desenvolvimento do país Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 15

Ampliação da intervenção Estatal (Estado desenvolvimentista) n Estado condutor o n Política econômica (moeda,

Ampliação da intervenção Estatal (Estado desenvolvimentista) n Estado condutor o n Política econômica (moeda, cambio, fiscalidade) conduzida tendo em vista a industrialização Estado regulamentador o Estatização dos conflitos, regulação das atividades e dos mercados n n n Estado produtor o n Mercado de trabalho (Ministério, Justiça, sindicatos, previdência, CLT) Conflitos inter capitalistas (leis, códigos, departamentos, conselhos) Estatização da provisão e produção de infra-estrutura e de bens intermediários Estado Financiador o Controle da absorção da poupança e de seu destino

Razões para estatização o Ideológicas n o o o Keynesianiso, Estruturalismo Técnicos: monopólios, economias

Razões para estatização o Ideológicas n o o o Keynesianiso, Estruturalismo Técnicos: monopólios, economias de escala, externalidades Tarifas / preço dos bens Fragilidade/desinteresse do Capital nacional Resistência do/ao capital estrangeiro Problemas de financiamento Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 17

Problema Como o Estado se financiava q Além dos recursos tributários, também com: Ø

Problema Como o Estado se financiava q Além dos recursos tributários, também com: Ø Ø Ü poupanças compulsórias, como recursos da recém criada Previdência Social dos ganhos no mercado de câmbio (câmbio múltiplo), mas também com v v financiamento inflacionário (emissão) endividamento externo

As dificuldades do PSI “Aumento” do grau de concentração de renda O PSI era

As dificuldades do PSI “Aumento” do grau de concentração de renda O PSI era concentrador de renda em função do: i. desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de oferta para mão de obra pouco qualificada e baixos salários, o inverso ocorre no mercado de mão de obra qualificada ii. o protecionismo e a concentração industrial permitiam preços elevados e altas margens de lucro para as indústrias.

PSI: Estratégia Dificil a Longo Prazo Problemas principais: 1) Desequilíbrio das contas externas 2)

PSI: Estratégia Dificil a Longo Prazo Problemas principais: 1) Desequilíbrio das contas externas 2) Aumento dos desequilíbrios setoriais 3) Questão distributiva e problema do tamanho do mercado 4) Aceleração da inflação Início dos anos 1960: Esgotamento do Modelo o n o Estratégia econômica deliberadamente desequilibrada 21 Meados anos 1960: mudanças importantes

Divisões na América latina o Existe diferença entre países n G 1: Brasil, México,

Divisões na América latina o Existe diferença entre países n G 1: Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai o Industrialização forte para mercado interno n n G 2: Venezuela, Equador, Peru, Bolívia e Paraguai o n n Década de 60 modificações e surgem problemas Permanecem com exportação de produtos primários como força propulsora apesar de adotar políticas voltadas para a dinamização do mercado interno G 3 : Cuba G 4: Caribe

Problemas da industrialização o Mercado interno – limites n Países grandes – industrialização mais

Problemas da industrialização o Mercado interno – limites n Países grandes – industrialização mais fácil o n Mesmo assim problemas com falta de competitividade, verticalização excessiva, distribuição de renda etc. Três discussões – anos 60 o o o Integração latino americana Distribuição de renda Diversificação fontes de dinamismo

Integração regional o o Alargar mercados (Prebisch: também concorrência ? ) Problema: quando discussão

Integração regional o o Alargar mercados (Prebisch: também concorrência ? ) Problema: quando discussão cresce vários países já industria diversificada – integração deixa de ser uma negociação simples n Problema: localização dos setores: o o racionalização da (re)distribuição localizacional e possíveis mecanismos de compensação Três iniciativas n MCCA o o o n ALALC o o o n mais bem sucedido – ISI impulsionado por integração países menos industrializados maior homogeneidade entre países – menor assimetria ) tratado de Montevideo 1960 – resposta a diminuição do comércio interno da América Latina Ampliação do comércio intra regional, especialmente em manufaturas (aquém , mas cresce) vantagens maiores para alguns (reforça diferenças ? ) Pacto Andino o Acordo de Cartagena - surge dentro da ALALC – como resposta a um problema de assimetria n o Facilita negociação internas e amplia poder de negociação dentro da ALALC Ampliar institucionalidade da Integração

Distribuição de renda o ISI e distribuição de renda n o Via de mão

Distribuição de renda o ISI e distribuição de renda n o Via de mão dupla – circulo virtuoso ou vicioso? Como superar impasse - reformas n Questões tributárias o n Setores “esquecidos” o n Ausência de reformas e qual sentido da reforma tributária Educação e Saúde – apoio de entidades internacionais (Aliança para o Progresso, USAID, BID, WB, Fundações Ford, Rockfeller) Reforma agrária

Reforma Agrária o o Constatação de que estrutura agrária latino americana era uma das

Reforma Agrária o o Constatação de que estrutura agrária latino americana era uma das mais desiguais do mundo Justificativas n Produtivista: Aumentar a produção (ineficiência das grandes fazenda não produtivas – ou de baixa produtividade) o o o n n o Justiça Social: Redistribuir ativos Políticas: redução da influencia das elites agrárias Efeitos positivos sobre crescimento (industrial) n n o Ampliar a oferta de alimentos (reduzir preços – aumentar renda real) Ampliar a demanda para produtos do setor urbano Ampliar o emprego Diretos: aumento da produção e demanda Indiretos: aumento de mercado por efeito redistribuidor de renda, diminuição da resistência política Reformas agrárias: efeito bem menores do que se esperava n Maiores: o o o n n n Revolução social: Bolívia, Cuba (mais amplas 4/5), México e Nicarágua (1/2) Governos eleitos: Chile (1/2) Militares: Perú (1/2) Brasil e Argentina – não existe (papel) Paraguai, Uruguai – programas de colonização, Venezuela (1/5) – terras estatais Propriedade coletiva de grandes fazendas x divisão em pequenas propriedades o o Dificuldade de recursos e gestão Volta aos antigos donos

Diversificação das fontes de dinamismo o Problema do viés anti-exportador da ISI n não

Diversificação das fontes de dinamismo o Problema do viés anti-exportador da ISI n não estimulo às exportações (agrícolas) o n n o confiscos, proteção como um impostos sobre exportação Problemas de competitividade Multinacionais x exportações Crescimento da perspectiva de exportação n n Diminuição das proteções internacionais Alteração tecnológicas o o n Novos nichos Abandono de antigas exportações por países centrais Problema de expansão: alterações de modelo o Alterações das políticas comerciais (diminuição do viés anti exportador) n Chile, Colômbia, Brasil, Argentina

Enfrentamento da Crise do PSI “Modelo burocrático-autoritário” n Governos militares e questão do mercado

Enfrentamento da Crise do PSI “Modelo burocrático-autoritário” n Governos militares e questão do mercado o n Aprofunda internacionalização o o n Forte entrada de capitais – endividamento externo Reforço das Multinacionais Diversificação das fontes de dinamismo: promoção de exportações o n Ampliação dos mercados sem redistribuição, via crédito - endividamento Muda politica cambial e de estimulo às exportações “Capitalismo de Estado” o Politicas pro mercado x intervencionismo 28