As independncias da Amrica Latina Agitaes na Amrica

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As independências da América Latina

As independências da América Latina

Agitações na América espanhola Mário Yoshida - No início do século XIX, uma série

Agitações na América espanhola Mário Yoshida - No início do século XIX, uma série de insatisfações dos colonos da América espanhola veio à tona – as revoltas aconteceram, principalmente, em virtude da exploração econômica do pacto colonial. - Os colonos eram proibidos de realizar livre comércio devido ao monopólio exercido pela metrópole. Além disso, os nascidos na América não podiam ocupar altos cargos administrativos. - A população pobre, composta por indígenas, mestiços e negros, também mostrava descontentamento, além dos abusos comerciais cometidos, com as desigualdades sociais. - O exemplo da independência dos Estados Unidos e a influência do iluminismo e da Revolução Francesa acabaram levando a uma série de movimentos por libertação em toda América espanhola. Mapa das colônias americanas por volta de 1800. Destaque para as colônias espanholas, em vermelho.

Independência do Haiti Coleção Particular - A ilha de São Domingos foi uma colônia

Independência do Haiti Coleção Particular - A ilha de São Domingos foi uma colônia francesa que teve grande importância econômica para a metrópole. - Mas sua organização social era um verdadeiro barril de pólvora: - a minoria branca francesa era responsável pela administração; - abaixo dela estava a classe de mestiços libertos que se dedicava ao comércio e a ocupações diversas; - muitos desses possuíam bens, ainda assim eram tratados como inferiores pela minoria branca, por não terem os mesmos direitos; - porém, era a grande massa de negros escravos que sustentava a produção e gerava riquezas. - Em 1791, com a notícia de que o governo revolucionário francês tinha estendido a igualdade de direitos a todos os cidadãos livres das colônias, teve início uma série de revoltas contra a elite branca. Batalha de São Domingos, óleo sobre tela de January Suchodolski, 1845. A obra mostra a batalha entre tropas polonesas (a serviço da França) contra rebeldes haitianos.

Coleção Particular - Inicialmente as revoltas não aconteceram de maneira ordenada. Somente em 1794,

Coleção Particular - Inicialmente as revoltas não aconteceram de maneira ordenada. Somente em 1794, sob a liderança de Toussaint L'Ouverture, é que a luta pela independência se organizou. - L'Ouverture foi um escravo com obrigações domésticas que ganhou alforria e se instruiu – pela literatura aprendeu, inclusive, técnicas militares. Com o seu comando e de outros cabeças do movimento, os revoltosos conseguiram vencer as elites e as tropas francesas, uma invasão espanhola, uma expedição inglesa de sessenta mil homens e até mesmo outra, de Napoleão, em 1803. - Essas vitórias permitiram a fundação do Estado do Haiti (nome indígena dado a ilha antes da colonização). Bandeira vodu. Seda, veludo e miçangas, s/d. Museu Etnográfco, Berlim - Isso foi possível não só com as vitórias militares, mas também pela identidade comum criada entre os negros e mestiços da ilha. O vodu (um sincretismo do catolicismo com religiões africanas) e o creóle (língua falada pela população da ilha, tendo por base um francês simplificado, misturado a línguas africanas, português e espanhol) foram elementos importantes nessa aproximação. Toussaint L’Ouverture, gravura de autoria desconhecida do séc. XIX.

Independência do México Coleção Particular - A primeira tentativa de independência do México partiu

Independência do México Coleção Particular - A primeira tentativa de independência do México partiu de indígenas e mestiços, insatisfeitos com a opressão do sistema colonial e das elites mexicanas, formadas por descendentes de espanhóis nascidos na América (criollos). - Indígenas e mestiços estavam sujeitos a uma série de limitações, impostas por lei, como a proibição de exercerem cargos públicos e eclesiásticos, além do pagamento de tributos específicos. - Em 1810 iniciou-se um movimento popular contra a dominação espanhola, liderado pelo padre Miguel Hidalgo. Apesar do grande número de adeptos do movimento, a revolta foi suprimida em 1815 por forças espanholas, que tiveram o apoio das elites criollas. - Os criollos, apesar de almejarem maior autonomia em relação à metrópole, temiam que um movimento popular pudesse atingi-los, destituindo-os de suas posses e privilégios sociais. Grande parte dos criollos acreditava que era possível conquistar maior autonomia sem romper os laços com a Espanha. Miguel Hidalgo, óleo sobre tela de Antonio Fabres, séc. XIX.

Coleção Particular - A insatisfação das elites criollas com o sistema colonial eram crescentes

Coleção Particular - A insatisfação das elites criollas com o sistema colonial eram crescentes desde 1808, quando Napoleão Bonaparte destituiu o monarca espanhol. - O receio da perda de privilégios políticos e sociais, aliado à esperança da restauração da monarquia espanhola com a deposição de Napoleão, fizeram com que os criollos ajudassem na repressão do movimento de independência popular. - Porém, com a restauração da monarquia absolutista na Espanha, os anseios dos criollos não foram contemplados. - Com a revolução liberal na metrópole em 1820, e a imposição de uma monarquia constitucional, a autonomia política e a liberdade comercial almejada pelos criollos continuaram ignoradas. - Então as elites se levantaram em um movimento armado e, liderados pelo general Agustín de Iturbide, proclamaram a independência, em 1821. - Iturbide foi coroado imperador do México em 1823, porém no ano seguinte, derrubado pela instauração da República, acabou fuzilado. Agustín de Iturbide, retrato de Primitivo Mirando, 1860.

As independências na América do Sul - Os movimentos de independência organizados pelas elites

As independências na América do Sul - Os movimentos de independência organizados pelas elites criollas na América do Sul, porém, enfrentavam muitas dificuldades: - oposições internas entre monarquistas e republicanos; - temor de levantes populares contra os criollos; - grande número de divergências regionais entre as elites coloniais; - repressão pelas forças espanholas, que contavam com o apoio de grupos fiéis, centralizados em Lima. - A coroa espanhola conseguiu controlar a situação até 1815, impondo derrotas às tropas revoltosas e afastando algumas lideranças criollas – por prisões, exílios e fuzilamentos. Bolívar em Caracas, à frente de um desfile militar que festeja uma de suas vitórias. Litografia de R. Weibezahl, 1832. General San Martín depois de cruzar os Andes em 1817. Tela de Martin Boneo, c. 1865. Museu Histórico Nacional, Buenos Aires, Argentina Coleção Arquivo F. de Arte & História. - As insatisfações das elites criollas em outras regiões das América espanhola levaram à eclosão de uma série de movimentos pela independência a partir de 1810.

- Partindo do sul da atual Argentina, com o apoio dos ingleses, o general

- Partindo do sul da atual Argentina, com o apoio dos ingleses, o general José de San Martín conseguiu garantir a vitória na região do prata e depois seguiu para o Chile, onde apoiou as tropas de Bernardo O'Higgins (que viria a ser o primeiro presidente do Chile). Por fim, San Martín se dirigiu a Lima, reduto das tropas espanholas. - A partir de então a América tornou-se independente da Espanha, mas uma série de lutas internas antigas colônias ainda levaria à fragmentação da região. Batalha de Boyacá, óleo sobre tela de Martín Tovar y Tovar, 1890. Ocorrida em 1919, foi decisiva para a independência da região de Nova Granada. Palácio de La Moneda, Santiago - Partindo da Venezuela, Simón Bolívar foi uma das principais lideranças dos movimentos de independência. Após os primeiros fracassos frente aos espanhóis, em Caracas, é obrigado a se exilar no Chile. Em 1817 Bolívar volta à Venezuela e consegue reunir tropas, impondo consecutivas derrotas aos espanhóis no antigo vice-reino de Nova Granada, conquistando a independência de quase toda a região até 1821, e os derrotando definitivamente em 1826. Palacio Federal, Caracas - O passo decisivo para o sucesso dos movimentos de independência na América do Sul foi a união de forças das tropas revoltosas no combate contra as tropas espanholas. A Batalha de Maipú, óleo sobre tela de Johann Moritz Rugendas, 183537. Foi determinante para a independência do Chile, em 1818.

Fragmentação da América independente Mário Yoshida - Após o sucesso dos revoltosos, parte das

Fragmentação da América independente Mário Yoshida - Após o sucesso dos revoltosos, parte das lideranças dos movimentos de independência buscou manter a unidade do antigo território colonial espanhol. - Em 1826 foi realizado o Congresso do Panamá, no qual os líderes da Grande Colômbia, da América Central, do Peru e do México firmaram o tratado de União e Confederação Perpétua. - Contudo, com a queda de lideranças fiéis a Bolívar (principal articulador da união dos territórios) e os inúmeros conflitos que se estabeleceram entre as elites regionais, principalmente na Grande Colômbia, a fragmentação da região ocorreu em vários países: - 1828: independência do Peru e da Bolívia; - 1830: independência do Equador e da Venezuela. - O Chile, desde a conquista de sua independência, não compartilhou dos ideais de união americana, assim como a região do Prata. - Porém, o antigo vice-reino do Prata também não conseguiu se manter unido: o Paraguai se constituiu independente em 1811, logo no início dos movimentos; já o Uruguai se tornou independente em 1828, após disputas territoriais entre Argentina e Brasil. Mapa da América do Sul por volta de 1900. Após o processo de independência, a América espanhola se fragmentou em vários países.

A Independência na América Central - As elites locais da América Central, assim como

A Independência na América Central - As elites locais da América Central, assim como aconteceu no México, buscaram conseguir autonomia perante a metrópole, mas sem romper os laços com ela. Porém, a partir de 1820, com a instituição da monarquia constitucional na Espanha, a situação não se sustentou. - A Guatemala optou por se unir ao México e, com a resistência dos demais países da América Central em também se unirem, tropas mexicanas tomaram toda a região. - Em 1823, com as turbulências surgidas no governo mexicano, novamente as divergências regionais vieram à tona. Organizou-se então um Congresso na cidade de Guatemala, no qual decidiu-se a formação de uma federação na região: as Províncias Unidas da América Central. - Uma série de divergências com relação a questões representativas de cada região na federação, e questões tributárias, levou a mais insatisfações e revoltas. Em 1840, a federação dissolvia-se, fragmentando a região em cinco países: Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Coleção Particular - Ao mesmo tempo em que se tornava independente da Espanha, os diversos grupos regionais se organizavam para formar países independentes do governo central da Guatemala (que era a unidade administrativa central da região no período colonial). Bandeira das Províncias Unidas da América Central. Mapa da América do Central por volta de 1860. Com o fim das Províncias Unidas, a região se fragmentou em vários países.