EVOLUO DA INDUSTRIALIZAO E A INDUSTRIALIZAO BRASILEIRA De
EVOLUÇÃO DA INDUSTRIALIZAÇÃO E A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA “De País Agro-Exportador a Urbano-Industrial”
O QUE É INDÚSTRIA? O QUE É FÁBRICA? INDÚSTRIA é toda atividade (ECONÔMICA) humana que, através do trabalho, transforma matérias-primas em bens de consumo ou produção que, em seguida, são comercializados e que possuem, normalmente, maior valor agregado. VALOR AGREGADO MÁQUINAS ENERGIA QUALIFICAÇÃO MÃO-DE-OBRA SALÁRIO OBS: Fábrica é o termo utilizado para identificar o conjunto de instalações, equipamentos e trabalhadores voltados para a transformação de matérias-primas.
O QUE É INDUSTRIALIZAÇÃO? Industrialização representa o processo pelo qual a indústria aparece como o setor MAIS dinâmico de uma economia, aquele que agrega mais valores ao produto total e/ou cria maior número de empregos. De outro lado, o processo que provoca a reversão do crescimento e da participação da indústria na produção e na geração de empregos é conhecido por “desindustrialização”
Estágios da Produção Industrial • A evolução da matéria prima em produto transformado ocorreu em 4 estágios. São eles: 1 - Artesanato Hoje é típica de países subdesenvolvidos 2 - Manufatura 3 - Indústria (Maquinofatura) 4 - Revolução Técnico-científica (Maquinofatura)
ARTESANATO É a produção de caráter familiar na qual o artesão possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas, desde o preparo da matéria-prima até o acabamento final, ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto.
MANUFATURA A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; em seguida tingir; depois tecer e, finalmente, fiar. Surgiram fábricas com assalariados sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção.
INDÚSTRIA MAQUINOFATUREIRA Na maquinofatura, o trabalhador estava subordinado ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. A produtividade multiplicou com a mecanização da mão-deobra, o produto final barateou e o desemprego cresceu.
Estágios de Produção Industrial MANUFATURA ARTESANATO Trabalho Assalariado MECANIZAÇÃO ROBOTIZAÇÃO DIVISÃO DO TRABALHO FERRAMENTAS MANUAIS TRABALHO MANUAL FAMILIAR Trabalho Primitivo/Servil MAQUINOFATURA
ORIGENS: v Clássica : É aquela que surgiu na Inglaterra no séc. XVIII, e na Europa, EUA e Japão no séc. XIX. VAPOR (carvão mineral) v Planificada : É aquela que surgiu no séc. XX nos países socialistas. v Tardia : É aquela que surgiu nos países subdesenvolvidos pós 2º Guerra Mundial. COMMODITIES, significam mercadorias que tem uma enorme importância na economia mundial, alto consumo, pouca industrialização, produzidos e negociados por várias empresas, com qualidade quase uniforme.
A INDUSTRIALIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL Fases da Revolução Industrial: Primeira Revolução Industrial : (1760 – 1850) v Surge na Inglaterra do séc. XVIII com a máquina á vapor (carvão mineral) e depois França. v Implicou a mudança de uma economia de base agrícola e artesanal para uma economia de base industrial e mecanizada. v A indústria têxtil e a siderurgia (ferro) foram as impulsionadoras da 1ª Revolução Industrial. v O jornal e depois o telegrafo foram os meios de comunicação da época p/ longas distâncias 1832 – telégrafo eléctrico - Morse
Segunda Revolução Industrial : (1850 – 1980) v Surge no séc. XIX com a descoberta de novas fontes de energia (eletricidade e petroquímica) v Nascem as empresas automobilísticas (Ford e GM) com a criação dos motores v EUA, Japão, Alemanha, Canadá e Rússia se industrializam v Taylorismo (trabalho no menor tempo possível com recompensa) v Fordismo ( linha de montagem de produção em série com divisão do trabalho) v Foi a época do rádio e da televisão como meios de comunicação de massa.
Terceira Revolução Industrial : (1980 – hoje) v Surge no séc. XX com a passagem de tecnologia militar para o meio civil. v Nasce a informática, internet, SIGs, robótica, nanotecnologia, biotecnologia, telecomunicações. v Toyotismo (produção flexível com estoques mínimos) – Japão pós Bombas Atômicas v Privatização e Descentralização Industrial
TIPOS DE INDÚSTRIAS DE BASE OU BENS DE PRODUÇÃO Transformam matérias-primas ou energia em produtos que vão ser usados pelas indústrias de bens de capital ou de consumo. Se localizam perto das fontes fornecedoras ou dos postos e ferrovias, onde fica fácil a recepção das matérias e a saída da produção. Ex: siderúrgicas, as metalúrgicas e as petroquímicas. INDÚSTRIAS DE BENS DE CAPITAL OU INTERMEDIÁRIA Esse tipo de indústria produz máquinas e equipamentos que serão utilizados pelas indústrias leves ou pesadas. Essas indústrias se localizam principalmente perto de seus consumidores, nos centros industriais. INDÚSTRIAS DE BENS DE CONSUMO (OU DE BENS FINAIS) Produzem produtos duráveis (móveis, eletrodomésticos, automóveis, etc) ou não-duráveis (alimentos, bebidas, etc). Essas indústrias abrigam a maior parte dos trabalhadores e atingem um amplo mercado consumidor. Por isso, encontram-se nas cidades médias ou em centros urbanos. A produção destina-se à população em geral.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE INDÚSTRIAS Segundo a função : Indústrias germinativas : elas geram o aparecimento de outras indústrias, como a petroquímica. Indústrias de ponta : são as indústrias dinâmicas que comandam a produção industrial. Ex. automobilística. Segundo a tecnologia : Indústrias tradicionais : são empresas que ainda estão ligadas com a Primeira Revolução Industrial. Geralmente são empresas familiares, e existem algumas dessas ainda no Brasil. Indústrias dinâmicas : usam muita tecnologia e capital e pouca força de trabalho. Está ligada com o desenvolvimento mais recente da química e eletrônica. Operam em economia de escala.
Tipos de indústria Indústria Pesada ou de Base • Siderurgia • Metalurgia • Produção de energia elétrica • Extração mineral • Petrolífera • Cimento
Tipos de indústria Indústria intermediária ou de Bens de Capital v v v Máquinas Ferramentas Automobilística Naval Têxtil Ferroviária
Tipos de indústria Bens Finais ou de Consumo Duráveis Não-duráveis (automóveis, eletrodomésticos) (produtos alimentícios, têxteis)
Tipos de indústria Indústria Dinâmica • • • Informática Robótica Comunicações Aeroespacial Biogenética
ONDE SE LOCALIZAM AS INDÚSTRIAS? POR QUE ALGUNS LUGARES POSSUEM MAIS INDÚSTRIAS QUE OUTROS? FATORES DETERMINANTES NA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL Como mencionamos, as indústrias estão distribuídas desigualmente no mundo. Isto se deve às condições ou fatores favoráveis que nem todos os lugares apresentam. Alguns fatores favoráveis são: v v v v v Fontes de energia; Mão-de-obra barata e qualificada; Matéria-prima; Mercado consumidor; Infraestrutura de transporte; Rede de comunicação; Incentivos fiscais; Disponibilidade de água. Leis ambientais não rígidas
LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA: QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA. Qual a melhor localização, no triângulo, para as três indústrias abaixo? JUSTIFIQUE sua resposta. INDÚSTRIA SIDERÚRGICA INDÚSTRIA AUTOMOBILISTICA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
HISTÓRIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA PRELÚDIO: Antes da industrialização, a organização do espaço geográfico no Brasil era do tipo “arquipélago”, Ciclo extrativo do Pau-Brasil ( litoral-Mata Atlântica ) Ciclo da Cana-de-Açúcar ( litoral do nordeste – zona da mata ) Economia de Arquipélago Ciclo da Mineração ( interior – Minas Gerais ) Ciclo da Borracha ( Amazônia ) e do Café ( Rio de Janeiro e São Paulo ) Ciclo da Industrialização ( início do séc. XIX ) A industrialização promove a integração do espaço nacional, colocando fim ao “arquipélago econômico”.
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA A industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808, chamado de "Proibição"; o segundo período, de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o terceiro período, de 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira, o quarto período, após 1956, chamado de fase da internacionalização da economia brasileira. Bases para crescimento industrial – fins do séc. XIX – economia cafeeira (não proposital): Crise de 1929 - capitais – rede bancária e comercial – rede ferroviária – mão-de-obra qualificada e não qualificada – energia elétrica – mercado consumidor; Acompanhou o ritmo de crescimento da população urbana. Adotou o modelo de substituição das importações. Dependência de tecnologia externa. Fases: Concentração E Desconcentração nacional - Presença das multinacionais
CAUSAS DO FRACO/ATRASADO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO: permanência da escravidão – fraco mercado de consumo interno; domínio político da aristocracia agroexportadora; elevada concorrência externa – Inglaterra e EUA; No século XIX, a industrialização do país era fraca, em razão de vários fatores, como o domínio econômico da aristocracia rural agroexportadora e das relações escravagistas de trabalho. O escravo era um empecilho à industrialização, pois não participava do mercado consumidor, já que não recebia rendimentos, além do que não poderia ser demitido numa crise ou contratado numa fase de expansão. Observe, pela tabela a seguir, a “tímida” industrialização.
1930 – Nossa 1ª Revolução Industrial: Getúlio Vargas (Criação da CSN , Petrobrás e Vale do Rio Doce) – Inicia a Substituição de Importação predomínio da indústria leve; dependência tecnológica (importações) – Ing/EUA; concentração industrial (Sudeste) – reunião de fatores atrativos; nova polarização social: burguesia industrial X operariado; ligas operárias – sindicatos trabalhistas (influência externa); ausência de legislação trabalhista – desrespeito – contenção policial; controle social – bairros operários – segregação – guetos – cortiços.
1930 a 1955 (início da 2ª RI brasileira): • crise cafeeira – êxodo rural – disponibilidade de mão-de-obra – exército industrial de reserva; • redução das importações • política nacionalista – desenvolvimento autônomo; • intervencionismo estatal – abandono do liberalismo; • indústria de base e diversificação da agricultura; • 2ª Guerra Mundial; • período Dutra (1946/50) – favorecimento ao capital externo. • alta da balança comercial/reestruturação.
PERÍODO JK (1956 A 1961): • maior enfrentamento aos obstáculos à industrialização; • Plano de Metas (2/3 do orçamento para energia e transporte); • forte participação do capital estrangeiro – internacionalização da economia /Multinacionais; • panorama externo: fim da 2ª GM, descolonização, sobra de capitais; • transplante de tecnologias; • marketing agressivo – sociedade de consumo; • papel do governo brasileiro: criação de infraestrutura; • consolidação da dependência norte-americana; • aumento de encargos exteriores (royalties, juros, serviços); • reforço da indústria de base; • carro chefe: ibcd (automobilística e eletroeletrônicos); • desenvolvimento associado ao capital estrangeiro (não integrado, mas participante);
1964 a década de 1980: (Ditadura – Anos de Chumbo) • Governo Médici • Copa do Mundo de 1970 (primeira á cores)- Pra Frente Brasil • modelo associado e dependente do capitalismo mundial; • penetração do capital estrangeiro (indústria, agricultura e mineração); Termina Substituição de Importação • controle estatal: industrialização e modernização conservadora; • 1967/74 – “milagre econômico” – cresc. PIB supera os 10%; • sustentação do milagre: incentivo às exportações de manufaturados e primários; desvio de subsídios (agric. subsist. - agric. comercial); financiamento do consumo das classes alta/média; endividamento externo (petrodólares); Crise do Petróleo de 1974 • supressão de liberdades/controle; • política recessiva imposta pelo FMI – diminuição de invest. sociais; • elevada inflação e concentração de renda • Obras Faraônicas de Logística (Itaipu – Ponte Rio-Niterói) • 1967 – Zona Franca de Manaus (Suframa); Desconcentração Industrial
Década de 1980 – a década perdida: • Recessão, inflação e desemprego caracterizaram esta época • crises do petróleo (1979) – impossibilidade de pagamento de juros – queda de invest. sociais; • redirecionamento de capitais: forma produtiva (infraestrutura) – empréstimos; • queda do PIB; • continuação do êxodo rural – urbanização descontrolada; • ciranda financeira – venda de papéis (títulos públicos) – falta de invest. em indústrias; • cresc. populacional (1, 91%) > cresc. PIB (1, 5%); • consequências: modelo dependente, associado e excludente – conc. de renda – conc. Fundiária;
Década de 1990 – abertura comercial: • Modernização produtiva: dependência do capital estrangeiro – vulnerabilidade; • Plano Real: combate à inflação – aumento do consumo; • desestatização; (Privatização) • desemprego estrutural; • tecnologia + mão-de-obra especializada – educação.
Terceira Rev. Industrial – pós 2ª GM – Guerra Fria – grandes avanços (científicos/tecnológicos); Brasil - fatores impeditivos: dívidas; desvio de capitais; concorrência tecnológica; mau uso de capitais – desenv. científico em segundo plano; atrasos das décadas de 1980 e 90; falta de cultura voltada para pesquisa – herança econômica; falta de integração entre os setores público e privado. Tecnopólos – grandes centros de produção de tecnologias (instituições de ensino + empresas) São José dos Campos (ITA, Inpe), São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Campina Grande, São Carlos, Campinas, Brasília. inovações tecnológicas: barateamento da produção + ganho de competitividade + melhoria de qualidade; cuidado: dispensa de mão-de-obra + pobreza; concentrações industriais: Sudeste – aproveitamento de fatores positivos São Paulo; centro da economia capitalista brasileira; propagação concêntrica; aprofundamento de desigualdades regionais.
BRASIL – INDÚSTRIAS ATUAIS (2012) Diversificação industrial Automação Presença de multinacionais e grandes grupos coorporativos Abertura de novos mercados consumidores Escassez de matéria prima SITUAÇÃO ATUAL DA INDÚSTRIA BRASILEIRA Características: Brasil - Ind. tardia - Tec. clássica - Ind. incompleta - Multinacional - Mercado interno - Transferência de Tecnologia do 1º Mundo para 3º Mundo, da Tec. de Ponta para Tec. clássica - Vinda das multinacionais: - Dependência tecnológica (pouco desenvolvimento econômico) - Descapitalização ( o dinheiro vai para fora) - Adaptação (tec. de uma realidade é implantada em outra totalmente diferente, causando desemprego) - Compra - Migração de Cérebro - do 3º Mundo para 1º Mundo
PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA PELO SETOR INDUSTRIAL BRASILEIRO EM SUA TENTATIVA DE RECUPERAÇÃO: - elevada carga tributária; - elevadas taxas de juros (investimento produtivo – investimento especulativo); - falta de infraestrutura; - concorrência externa; REAÇÃO AOS PROBLEMAS: - busca pela participação no mercado externo (empresas que buscam outros países); - tentativa de aumento nas exportações; - tentativa de aumento do valor agregado dos produtos.
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