INSTITUTO POLITCNICO DE VIANA DO CASTELO ESCOLA SUPERIOR

  • Slides: 20
Download presentation
INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE PONTE DE LIMA Raiva

INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE PONTE DE LIMA Raiva UNIDADE CURRICULAR: INSPEÇÃO SANITÁRIA LICENCIATURA EM ENFERMAGEM VETERINÁRIA DOCENTE: TERESA LETRA MATEUS DISCENTES: DANIELA SILVA, Nº 14419 ELSA CRUZ, Nº 14393

Introdução Enquanto profissionais da saúde, estamos expostos a uma diversa gama de agentes patogénicos.

Introdução Enquanto profissionais da saúde, estamos expostos a uma diversa gama de agentes patogénicos. Sendo que é uma profissão que requer bastante responsabilidade, devemos reconhecer os perigos e assumir as medidas necessárias para prevenir ou tratar qualquer doença que corresponda a um risco para saúde pública. Neste trabalho iremos abordar o tema da Raiva, não só enquanto doença, mas como um perigo profissional.

Etiologia ØO agente patogénico desta doença é um vírus, sendo género designado Lyssavirus conhecido

Etiologia ØO agente patogénico desta doença é um vírus, sendo género designado Lyssavirus conhecido por causar encefalite aguda fatal. ØAs diferentes variantes do vírus são obtidas através da determinação das trocas dos nucleótidos. Fonte: Green, 2012.

Patogenia Ø Nos países onde a raiva é uma doença considerada controlada as principais

Patogenia Ø Nos países onde a raiva é uma doença considerada controlada as principais fontes de infeção são os animais silvestres terrestres. No entanto, onde a doença não é controlada, na maioria dos países não desenvolvidos, o vírus é transmitido por várias espécies de animais domésticos e silvestres. Ø A raiva é transmitida diretamente pela saliva dos animais infetados. ØAs células alvo do Lyssavirus são as células nervosas. Quadro 1 - Período de incubação do cão, gato e homem. Espécie Cães Gatos Humanos Período de incubação 3 a 24 semanas 2 a 24 semanas 3 semanas a 1 ano Fonte: Green, 2012.

Entrada do vírus no hospedeiro O vírus no sistema nervoso central Do sistema nervoso

Entrada do vírus no hospedeiro O vírus no sistema nervoso central Do sistema nervoso central ao restante organismo Excreção do vírus

Epidemiologia ØTodos os animais de sangue quente são suscetíveis à raiva, contudo apenas os

Epidemiologia ØTodos os animais de sangue quente são suscetíveis à raiva, contudo apenas os mamíferos são conhecidos por serem vetores e reservatórios desta patologia. ØExistem sete variantes do vírus. ØO vírus aloja-se na saliva sendo a mordida a forma de infeção mais comum. Distribuição global pelo vírus da raiva. A vermelho os países ainda afetados pela patologia e a azul considerados livres do genótipo 1 do vírus pela WHO. A branco estão demonstradas as áreas livres de todos os genótipos do vírus, como é o caso de Portugal. Fonte: Sykes, 2013

Raiva em Portugal ØPortugal encontra-se livre desta patologia, o seu controlo passa essencialmente por

Raiva em Portugal ØPortugal encontra-se livre desta patologia, o seu controlo passa essencialmente por programas de controlo e programas vacinais. Ø Contudo, o controlo dos animais vindos de outros países deveria ser mais restrito e os proprietários deveriam ter que apresentar o registo da vacina antes de darem entrada com animais para o nosso país.

Sinais clínicos: nos humanos § Dor ou prurido no local da mordida; § Prostração,

Sinais clínicos: nos humanos § Dor ou prurido no local da mordida; § Prostração, dor de cabeça que dura cerca de 2 a 4 dias e febre; § Hidrofobia; § Intolerância à luz, ruído ou ar; § Ansiedade, confusão mental e agitação; § Depressão, irritabilidade, raiva, alucinações e insónias; § Hiperatividade; § Numa fase mais avançada da doença, o facto de a pessoa doente visualizar água pode provocar espasmos na garganta e no pescoço; § A duração média da doença é de 2 -3 dias, todavia pode durar cerca de 5 -6 dias ou mais, caso o humano receba terapia intensiva.

Sinais clínicos: nos animais Os sinais clínicos podem ser divididos em duas fases: Ø

Sinais clínicos: nos animais Os sinais clínicos podem ser divididos em duas fases: Ø Fase furiosa ou excitativa: os animais podem-se tornar agressivos e facilmente irritáveis. Desenvolvem sintomas neurológicos. Ø Fase paralítica: Um dos principais sinais desta fase é a incoordenação. Os neurónios motores apresentam-se danificados resultando numa paralisia progressiva. Paralisia da laringe com consequente dificuldade em engolir e hipersália. A paralisia progressiva leva à perca de capacidade respiratória e cardíaca resultando na morte do paciente. Ambas as fases evoluem paralisia, coma e morte.

Sabias que. . . ? Até ao ano de 2012, apenas dez pessoas com

Sabias que. . . ? Até ao ano de 2012, apenas dez pessoas com o vírus da raiva sobreviveram, sendo que em dois destes casos não houve história de profilaxia.

Desenvolvimento da raiva nos humanos Ø O vírus migra através do tecido subcutâneo, dos

Desenvolvimento da raiva nos humanos Ø O vírus migra através do tecido subcutâneo, dos músculos e dos nervos periféricos e, posteriormente, avança através dos nervos da espinal medula, atingindo o cérebro com uma velocidade média de 12 -24 mm por dia. Ø O período de incubação da doença pode ser de apenas dias, de vários meses e ainda pode ser de um ano.

Fatores predisponentes § Sistema imunitário comprometido; § Tipo de exposição; § Gravidade e o

Fatores predisponentes § Sistema imunitário comprometido; § Tipo de exposição; § Gravidade e o local da mordedura; § Quantidade de vírus introduzido; § Espécie animal responsável pela mordedura.

Diagnóstico Ø Análise do tronco cerebral e cerebelo através do método de imunofluorescência direta:

Diagnóstico Ø Análise do tronco cerebral e cerebelo através do método de imunofluorescência direta: antigénios do vírus da raiva e corpos de Negri. Ø Duração do exame: cerca de duas horas. Ø Resultados: entre as 24 h e 72 h seguintes. Ø 120 000 animais, no entanto apenas 6% têm resultados positivos para a raiva.

Diagnóstico Ø Presentes nos neurónios maiores, são inclusões intracitoplasmáticas e são exclusivos da doença

Diagnóstico Ø Presentes nos neurónios maiores, são inclusões intracitoplasmáticas e são exclusivos da doença da raiva. Ø Necessitam de algum tempo para se desenvolver e, por isto, não são encontrados em todas as fases da doença. Surgem apenas quando o paciente apresenta sinais neurológicos, ou seja, a morte precoce do animal diminui as probabilidades de serem detetados. Figura 2 – Corpos de Negri Green, 2012) Ø No cérebro de gatos saudáveis, muitas vezes são detetadas inclusões citoplasmáticas muito semelhantes aos corpos de Negri.

Diagnóstico Ø Fluido cérebro-espinal e ao soro: estes são analisados de forma a encontrar

Diagnóstico Ø Fluido cérebro-espinal e ao soro: estes são analisados de forma a encontrar anticorpos do vírus da raiva. Ø Saliva: pode ser examinada de duas formas, pelo isolamento do vírus ou pela transcrição inversa seguidamente com a reação em cadeia da polimerase (RT-PCR). Ø Amostras de pele: são examinadas através de biopsia com a finalidade de encontrar antigénios nervos cutâneos presentes nos folículos capilares.

Terapia Ø Não existe tratamento específico para a raiva. Ø A solução mais indicada

Terapia Ø Não existe tratamento específico para a raiva. Ø A solução mais indicada é a eutanásia, todavia, como isso não é permitido em Portugal nos humanos, administra-se medicação que atenue o sofrimento: diazepam (sedação) e clorpromazina ou morfina intravenosa (diminuição espasmos musculares e excitação).

Medidas de profilaxia Ø Medida mais eficaz: vacina anti-rábica. Ø Evitar o contacto com

Medidas de profilaxia Ø Medida mais eficaz: vacina anti-rábica. Ø Evitar o contacto com cães selvagens ou cães cujo historial é desconhecido. Para isto usar sprays repelentes. Ø Os humanos também são vacinados contra a raiva e se forem considerados em risco, devem ser mantidos em quarentena. Ø Utilizar equipamentos de proteção ao cuidar de um animal suspeito ou infetado. Ø Em caso de mordedura, lavar imediatamente a ferida com álcool 40 -70%. Ø Sendo a raiva uma zoonose e letal, é aconselhável optar pela eutanásia. Ø Não esquecer que é uma doença de declaração obrigatória!

Conclusão Ø A cada ano, mais de 55 000 pessoas, a maioria destas na

Conclusão Ø A cada ano, mais de 55 000 pessoas, a maioria destas na África e Ásia, morrem com a doença da raiva, o equivalente a uma pessoa por cada dez minutos. Ø A maior fonte de transmissão os casos descontrolados de cães. As crianças estão mais suscetíveis a serem mordidas e com múltiplas lesões. Ø Nos países menos desenvolvidos, é difícil prevenir, visto que têm poucos equipamentos de trabalho, não tem informação necessária e não tem acesso fácil a vacinas. Ø Em suma, a raiva deve ser encarada com seriedade principalmente pelos grupos de risco, tendo em conta que é uma patologia fatal.

Referências bibliográficas § BSAVA, 2001. A Manual of Canine and Feline Infectious Diseases. Eds.

Referências bibliográficas § BSAVA, 2001. A Manual of Canine and Feline Infectious Diseases. Eds. Ramsey, I. , Tennant, B. , British Small Animal Veterinary Association, Gloucester, 288 pp. § BSAVA, 2011. Medical disorders of dogs and cats and their nursing. In BSAVA Textbook of Veterinary Nursing, Eds. Cooper, B. , Mullineaux, E. , Turner, L. e Greet, T. , British Small Animal Veterinary Association, Gloucester, 537 -589. § CDC, 2012. What are the signs and symptoms of rabies? Site disponível: Centers for Disease Control and Prevention (Última atualização: 15 Fev. 2012), URL: http: //www. cdc. gov/rabies/symptoms/index. html. Consultado em 7 Out. 2016. § Green, C. E. , 2012. Rabies and Other Lyssavirus Infections. In Infectious Diseases of the Dog and Cat, Eds. Duncan, L. e Rudolph, P. , Elsevier Sanders, 179 -197. §HVA, s/d. Planos vacinais – como funcionam as vacinas. Site disponível: Hospital Veterinário do Atlântico, URL: http: //hvatlantico. pt/como-funcionam-as-vacinas/ Consultado em 9 Out. 2016. § Ministério da Agricultura, s/d. Revisão sobre a raiva. § Morato, F. , Ikuta, C. Y. e Ito, F. H. , 2011. Raiva: uma doença antiga, mas ainda atual. Parte 1. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-S, 3, 9, 20 -29. § Sykes, J. E. , 2013. Rabies. In Canine and Feline Infectious Diseases, Eds Saunders, W. B. , Elsevier, Philadelphia, 129 - 140. § WHO, 2013. Frequently asked questions on rabies. Site disponível: World Health Organization (2013), URL: http: //www. who. int/rabies/resources/SEA_CD_278_FAQs_Rabies. pdf Consultado em 7 Out. 2016.

Obrigada pela atenção prestada!

Obrigada pela atenção prestada!