FERDINAND SAUSSURE PAI DOS ESTUDOS LINGUSTICOS APRESENTAO Ferdinand

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FERDINAND SAUSSURE PAI DOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

FERDINAND SAUSSURE PAI DOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

APRESENTAÇÃO � Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de Novembro de 1857 - Morges, 22

APRESENTAÇÃO � Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de Novembro de 1857 - Morges, 22 de Fevereiro de 1913) foi um linguista e filósofo suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo. Além disso, o pensamento de Saussure estimulou muitos dos questionamentos que comparecem na linguística do século XX. � Entendia a linguística como um ramo da ciência mais geral dos signos, que ele propôs fosse chamada de Semiologia. Graças aos seus estudos e ao trabalho de Leonard Bloomfield, a linguística adquire autonomia e seu objecto e método próprio passam a ser delineados. � Os seus conceitos serviram de base para o desenvolvimento do estruturalismo no século XX.

OBRA � Paralelamente ao trabalho teórico mais tarde reunido na obra Cours de Linguistique

OBRA � Paralelamente ao trabalho teórico mais tarde reunido na obra Cours de Linguistique Générale, Saussure realizou, entre 1906 e 1909, um outro estudo que é comummente chamado de Os anagramas de Saussure. � Morreu prematuramente em 1913. Após sua morte, seus alunos basearam-se no arquivo de notas do mestre, no intuito de publicar um livro que apresentasse a doutrina exposta nas suas aulas e que abria novos horizontes para a linguística. Contudo, as buscas foram frustradas e nenhuma nota foi encontrada. � Assim, liderados por Charles Bally e Albert Sechehaye, resolveram compilar e comparar as notas dos alunos feitas durante as aulas. Esse trabalho culminou na obra Curso de Linguística Geral (Cours de Linguistique Générale), publicada em 1915, ainda hoje leitura obrigatória para todos os estudantes e pesquisadores de linguística.

A SEMIOLOGIA �Para Saussure, a Semiologia é a “ciência que estuda a vida dos

A SEMIOLOGIA �Para Saussure, a Semiologia é a “ciência que estuda a vida dos sinais no seio da vida social” – estudo dos sinais e das regras que os regem, fundamentais para a comunicação humana. �Tendo por objecto todos os sistemas de signos, a semiologia também se ocuparia do estudo das linguagens. �Entende, por isso, a Linguística como um dos ramos da Semiologia dedicado como vimos ao estudo do signo linguístico. Um dos contributos fundamentais de Saussure para a Linguística consiste precisamente na fixação da língua como sistema semiológico.

�No Curso de Linguística Geral, funda algumas questões que serão centrais para o seu

�No Curso de Linguística Geral, funda algumas questões que serão centrais para o seu entendimento da Semiologia: referindo-se naturalmente à língua e inaugurando os Estudos Linguísticos, o certo é que do alcance do modelo linguístico é possível extrair certos conceitos gerais fundamentais para a descrição e para a compreensão de outros sistemas de signos.

�Podemos sintetizar a seis pontos a abordagem semiológica de matriz linguística devida a Saussure:

�Podemos sintetizar a seis pontos a abordagem semiológica de matriz linguística devida a Saussure: �I. As oposições Langue / Parole; �II. A Natureza do Signo Linguístico; �III. Significado e valor; �IV. Sincronia / Diacronia; �V. Sintagma / Paradigma; �VI. Denotação e Conotação;

Sintagma / Paradigma �O sintagma, é definido por Saussure como “a combinação de formas

Sintagma / Paradigma �O sintagma, é definido por Saussure como “a combinação de formas mínimas numa unidade linguístico superior”, e surge a partir da linearidade do signo, ou seja, ele exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do momento em que ele contrasta com outro elemento. �Já o paradigma é , como o próprio autor define, um "banco de reservas" da língua fazendo com que suas unidades se oponham pois uma exclui a outra.

Langue / Parole � Na teoria da linguagem de Saussure, distingue-se o social do

Langue / Parole � Na teoria da linguagem de Saussure, distingue-se o social do individual; o essencial do acessório: o social e essencial recaem sobre a língua, cabendo à fala o recorte do que é individual e acidental. � A Língua apresenta-se, assim, como um sistema que préexiste ao indivíduo, uma instituição social que acumulou historicamente um conjunto de valores e sobre a qual o indivíduo não tem nenhuma ascendência. � A Fala, ao contrário, é um acto individual de utilização da língua, a maneira de combinar os elementos do sistema, num dado acto de comunicação; é um processo que actualiza e dá existência concreta à língua, tornando a comunicação um fenómeno e não apenas uma potencialidade.

� Língua e fala estabelecem entre si uma relação dialéctica: não existem separadamente; a

� Língua e fala estabelecem entre si uma relação dialéctica: não existem separadamente; a fala surge como o uso legitimador da existência da língua, que por sua vez autoriza a fala. � O conceito de uso permite que este par – langue / parole – possa ser expresso numa outra terminologia – esquema / uso – proposta por Louis Hjelmslev. Estes termos são inclusive mais adequados a uma semiologia dos sistemas não linguísticos: substituindo a fala por uso contorna-se a questão do carácter vocal da linguagem, mantendo-se intacto o aspecto de manipulação e de actualização de um conjunto de elementos previamente estabelecidos.

A Natureza do Signo Linguístico �Uma mensagem qualquer é composta pelo falante / emissor

A Natureza do Signo Linguístico �Uma mensagem qualquer é composta pelo falante / emissor a partir de uma selecção promovida num reportório de SIGNOS: entenda-se por signo tudo aquilo que representa outra coisa, que a substitui, que está em vez dela. �Sem o signo, a comunicação seria inviável pois pressuporia o manuseamento, a todo o instante, dos objectos sobre os quais incidiria o discurso. O signo tem portanto um carácter substitutivo e é uma medida de economia comunicativa.

Significante / Significado � Na teoria de Saussure, o signo é uma entidade bifacial

Significante / Significado � Na teoria de Saussure, o signo é uma entidade bifacial composta por um conceito e por uma imagem acústica, termos que mais tarde o autor substitui por significado e significante. � O significante é a parte material do signo: o som que o conforma; o significado é o conceito veiculado por essa parte material, o seu conteúdo, a sai imagem mental. � Na teoria linguística, o signo é considerado a unidade mínima de primeira articulação, pois não pode ser dividido numa sucessão de unidades menores e portadoras de sentido.

Características do signo linguístico �ARBITRARIEDADE �Para Saussure, a designação de signo deve ser entendida

Características do signo linguístico �ARBITRARIEDADE �Para Saussure, a designação de signo deve ser entendida como signo linguístico, especificamente; �Este é arbitrário – a arbitrariedade do Signo Linguístico consiste na relação entre significante e significado que é convencional e assenta num hábito colectivo. �Os sinais puramente arbitrários realizam melhor o ideal semiológico – por isso a língua é o mais difundido dos sistemas de expressão.

�Linearidade do significante �Mutabilidade �Imutabilidade

�Linearidade do significante �Mutabilidade �Imutabilidade

Significado e valor �A significação de um signo não deve confundida com o seu

Significado e valor �A significação de um signo não deve confundida com o seu significado. �O significado é o conceito, a imagem mental que vem na esteira de um significante; a significação é a união efectiva entre um certo significado e um certo significante. �Se quisermos, e por outras palavras, a questão do significado está no domínio da língua, e a da significação no domínio da fala, é uma questão individual, localizada no tempo e no espaço.

� - A significação também não se deve confundir, segundo Saussure, do valor do

� - A significação também não se deve confundir, segundo Saussure, do valor do signo, embora seja difícil distinguir os dois conceitos. O valor de um signo pode ser determinado por aquilo que está à volta do signo, no seu entorno e depende da situação recíproca dos elementos da língua. � � - Esta situação de instabilidade do signo levou Saussure a falar em termos de “massas flutuantes de sentido”: em última instância, o significado é uma entidade que serve de ponto de referência que pode submergir a qualquer momento sob o peso da significação.

Sincronia / Diacronia �Ferdinand de Saussure enfatizou uma visão sincrónica, um estudo descritivo da

Sincronia / Diacronia �Ferdinand de Saussure enfatizou uma visão sincrónica, um estudo descritivo da linguística em contraste com a visão diacrónica do estudo da linguística histórica, estudo da mudança dos signos no eixo das sucessões históricas, a forma como o estudo das línguas era tradicionalmente realizado no século XIX. �Com tal visão sincrónica, Saussure procurou entender a estrutura da linguagem como um sistema em funcionamento num dado ponto do tempo (recorte sincrónico).

Denotação e Conotação � De um signo denotativo pode dizer-se que ele veicula o

Denotação e Conotação � De um signo denotativo pode dizer-se que ele veicula o primeiro significado derivado do relacionamento entre um signo e um objecto. � Já o signo conotativo põe em evidência significados segundos que vêm agregar-se ao primeiro naquela mesma relação signo / objecto. � Estando a conotação ligada à significação e ao valor, pode dizer- se que esse fenómeno não está situado ao nível do signo isolado mas, sim, ao nível do discurso na sua totalidade no qual se insere o signo em questão. A conotação pode ser também entendida como um outro modo de conceber o mesmo objecto, trazendo ao receptor do signo uma concepção subsidiária do objecto.

SIGNO DENOTATIVO Significante Significado SIGNO CONOTATIVO Significante + Significado

SIGNO DENOTATIVO Significante Significado SIGNO CONOTATIVO Significante + Significado

�Quer isto dizer que ocorre conotação quando o significante mais o significado de um

�Quer isto dizer que ocorre conotação quando o significante mais o significado de um signo se tornam significante de outro signo, ao qual é acrescentado outro significado. �Na passagem de um signo denotativo para um conotativo, não há uma simples substituição de significados: o significado denotativo permanece no signo, agregado ao seu significante, e a este conjunto acrescenta-se um outro significado.

CONCLUSÕES �Para Saussure, a língua é um sistema de signos articulados e é nesta

CONCLUSÕES �Para Saussure, a língua é um sistema de signos articulados e é nesta articulação que reside a função sígnica do signo. Portanto, o signo só faz sentido quando integrado no sistema da língua, um sistema social, finito e homogéneo. �Aquilo que sustenta o signo é o sistema e não o real, é o sistema que dá coesão interna a significantes e significados. Assim, a semiologia saussureana não exige uma dinâmica comunicativa, pois Saussure determina as estruturas virtuais da capacidade da linguagem mas separa-as do uso concreto, isolando-se na esfera virtual dos códigos.

�Com todas as suas limitações, a caracterização que Saussure faz da língua como sistema

�Com todas as suas limitações, a caracterização que Saussure faz da língua como sistema de signos com singularidade e unidade próprias é muito importante pois esse sistema é exemplar e paradigmático de todos os outros sistemas semiológicos. �De facto, os seguidores da semiologia de Saussure (Mounin, Prieto, Eric Buyssens) distinguem claramente os signos intencionais e artificiais e todas aquelas manifestações naturais ou não intencionais a que, em rigor, não se reserva o nome de signos.