A origem e nascimento da filosofia CHAUI Marilena

A origem e nascimento da filosofia CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. São Paulo: Ática, 1999.

As mudanças de qualidade que os gregos imprimiram no conhecimento do oriente. � Originalidade grega: � 1. Retiraram o pavor e humanizaram os deuses. � 2. Transformaram o conhecimento prático em ciência. � 3. Na organização social criaram a política, criaram instituições. � 4. Pensamento sistemático que segue regras.

MITO E FILOSOFIA �O que é? Uma narrativa sobre a origem de alguma coisa. Um discurso que é recebido como verdade pela confiança de quem narra. O poeta rapsodo. � Como o mito narra a origem do mundo? � 1. Geração dos seres, das coisas, das qualidades, por outros seres, que são seus pais e antepassados.

Exemplo: Eros ( filho de Penúria e Poros)

� 2. Rivalidade ou aliança entre deuses. Exemplos: Vitoria dos troianos e/ou dos gregos. A causa da guerra, Páris príncipe troiano sequestra Helena, mulher de Menelau, general grego.

� 3. Recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedece ou a quem os obedece. Prometeu Pandora

� COSMOGONIA: narrativa sobre o nascimento e a organização do mundo, a partir de forças geradoras (pai e mãe) divinas. � TEOGONIA: a narrativa da origem dos deuses, a partir de seus pais e antepassados. (A filosofia recebeu influência dos mitos ao nascer, foi um rompimento gradual. )

DIFERENÇAS: � MITO: 1. 2. 3. Narra sobre o passado e acredita que o presente é igual. Narra a origem pela genealogia ou rivalidade ou alianças entre forças divinas. Trabalha com contradições, pois a confiança vem da autoridade religiosa. � FILOSOFIA: 1. 2. 3. Explica a totalidade do tempo. Explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos elementos. A filosofia não admite contradição.

Condições históricas para o surgimento da filosofia � As viagens marítima (desencantamento). � A invenção do calendário (abstração e percepção do tempo). � A invenção da moeda (abstração e generalização, o cálculo do valor). � O surgimento da vida urbana (estímulo as técnicas e ao conhecimento). � A invenção da escrita alfabética (abstração, a ideia da coisa que esta sendo dita). � A invenção da política: 1. 2. 3. a lei ( expressão da vontade de uma coletividade) O surgimento do espaço público, com a polis, persuasão. A política estimula um pensamento que todos podem compreender e discutir.

Principais características da filosofia nascente � Tendência a racionalidade � Tendência a oferecer respostas conclusivas para os problemas. � Exigência que o pensamento apresente suas regras de funcionamento. (não contradição) � Recusa de explicações pré-estabelecidas. � Tendência à generalização, uma explicação tem validade para muitas coisas diferentes. (água, mesma coisa, aparece de maneira diferente e pensamento faz uma síntese. )

História da filosofia � FILOSOFIA ANTIGA (a. C. ): pré-socrático – natureza cosmologia Demócrito – átomo Pitágoras - números

Período socrático- antropológico Sofistas / Sócrates / Platão

� Período sistemático – Aristóteles � Período helenístico - decadência

Período cosmológico ou présocrático a partir do século VII a. C. � Pensadores: � Ex. : monistas e pluralistas Tales – água Heráclito - fogo Parmênides - gelo Empédocles - junção Demócrito - átomo

Cosmologia e o Direito � Os pensadores concebem o Direito como fênomeno natural. � Desenvolvem a ideia de imutabilidade do ser, pois tudo é subordinado a justiça. � Pitágoras funda a justiça em números. � “Definem a justiça como igualdade entre o fato e a conduta correspondente: um crime, uma penalidade, uma tarefa, uma retribuição. ”

As principais características da cosmologia são: � � � Explicação racional sobre a origem e as transformações da natureza, da qual os seres humanos fazem parte. Afirma que a Natureza é eterna e que tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer. O fundo eterno onde tudo nasce é invisível, para os olhos do corpo. Esse fundo de onde tudo brota e para onde tudo retorna chama-se physis. A physis é imortal e as coisas físicas são mortais. Todos os seres gerados e mortais estão em contínua transformação, mudando de qualidade e quantidade. A mudança chama-se devir. Devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece as leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo.

Período socrático ou antropológico

� Século de Péricles – Democracia � Igualdade e garantia de participação para todos os homens. Cidadão. � Virtude cívica – formação do bom orador – retórica.

Sofistas � sophia ou sofisma � Protágoras -“O homem é a medida de todas as coisas. ” Relativismo � Górgias - Ceticismo � Caráter relativo da justiça e do Direito.

SÓCRATES � Doxa � “Só X Episteme � Método sei que nada sei. ” � “Conhece-te a ti mesmo. ” de ensino: Dialética � Racionalismo segurança) � Condenado – ironia e maiêutica – obediência a lei. ( valor de a morte – veneno cicuta

PLATÃO - Arístocles Academia � 26 diálogos � Epistemologia – � Mundo sensível � Mundo da ideias � � Política - Sofocracia � Educação – alma de bronze � alma de prata � alma de ouro

� Justiça ideal – valor a ser alcançado. Os homens tem diferentes papéis, conforme suas aptidões. � Estado sem lei – magistrados com sabedoria para governar � O mito da caverna � Mauricio de Sousa � �A ideologia e a alienação

i. DEOLOGIA �O senso comum social, na verdade, é o resultado de uma elaboração intelectual sobre a realidade, feita pelos pensadores ou intelectuais da sociedade – sacerdotes, filósofos, cientistas, professores, escritores, jornalistas, artistas -, que descrevem e explicam o mundo a partir do ponto de vista da classe a que pertencem e que é a classe dominante de uma sociedade. Essa elaboração intelectual incorporada pelo senso comum social é a ideologia. Por meio dela, o ponto de vista, as opiniões e as idéias de uma das classes sociais – a dominante e dirigente – tornam-se o ponto de vista e a opinião de todas as classes e de toda a sociedade.

�IDEOLOGIA �A noção de ideologia veio mostrar que as teorias e os sistemas filosóficos ou científicos, aparentemente rigorosos e verdadeiros, escondiam a realidade social, econômica e política, e que a razão, em lugar de ser a busca e o conhecimento da verdade, poderia ser um poderoso instrumento de dissimulação da realidade, a serviço da exploração e da dominação dos homens sobre seus semelhantes. A razão seria um instrumento da falsificação da realidade e de produção de ilusões pelas quais uma parte do gênero humano se deixa oprimir pela outra.

ALIENAÇÃO SOCIAL �A alienação é o fenômeno pelo qual os homens criam ou produzem alguma coisa, dão independência a essa criatura como se ela existisse por si mesma e em si mesma, deixam-se governar por ela como se ela tivesse poder em si e por si mesma, não se reconhecem na obra que criaram, fazendo-a um ser-outro, separado dos homens, superior a eles e com poder sobre eles.

� Propagandas � Capitalismo – consumismo ( A história das coisas) you tube � Escola – Pink Floid – The Wall

ARISTÓTELES � Período sistemático � Lógica – silogismo – dedução � Ex: Todo homem é mortal. Premissa maior �Sócrates é homem. Premissa menor �Logo, Sócrates é mortal. Conclusão Silogismo é um processo jurídico.

Divisão do conhecimento filosófico � Ciências produtivas � Ciências práticas � Ciências teóricas POLÍTICA - Cidade Feliz

Período helenístico � Decadência da cultura grega � Filosofia pública torna-se particular. � Cosmopolita � Correntes � � de pensamento: Epicurismo Cinismo (neoplatonismo) Ceticismo Estoicismo

Período medieval � Nascimento � Patrística � Fé de Cristo e razão � Igreja Católica 313