FILOSOFIA INICIAO FILOSOFIA Marilena Chaui 2 ano ensino

FILOSOFIA

INICIAÇÃO À FILOSOFIA Marilena Chaui 2º ano ensino médio

CAPÍTULO 16 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO • O mundo das artes passou por uma intensa transformação. • Racionalidade e a objetividade. • Novas teorias. • Controle racional. No início do século XX, o mundo das artes passou por uma intensa transformação. Depois de mais de um século em que a racionalidade e a objetividade predominaram na ciência e na filosofia, novas teorias mostravam a fragilidade dessas ideias e da nossa própria consciência. Isso inspirou diferentes movimentos artísticos a romper com as tradições acadêmicas e explorar aquilo que está além do nosso controle racional. Um desses movimentos, o Surrealismo, se inspirava principalmente no plano dos sonhos – como podemos ver na obra O sono (1937), óleo sobre tela de Salvador Dalí. Observe a deformação da figura representada e a fragilidade das muletas que sustentam esse indivíduo num estado em que o inconsciente aflora. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre Coleção particular/Reprodução MUITO ALÉM DA CONSCIÊNCIA

CAPÍTULO 16 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO Charles B. Slackman/Bettmann/Corbis/Latinstock O INCONSCIENTE • Narcisismo: conta um mito grego que o jovem e belo Narciso que nunca tinha visto a própria imagem. • A psicanálise • Freud usava a hipnose e a sugestão no tratamento dos distúrbios mentais ou de doentes mentais. Freud sobre Freud, desenho do ilustrador Charles B. Slackman (19342015). Deitado no divã e sentado na cadeira, Freud analisa a si mesmo, remetendo-nos à antiga mensagem inscrita sobre o portal de entrada do templo de Apolo, em Delfos, na Grécia. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 16 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO • Ideologia • Alienação social • Alienar: palavra originada do latim alienus que significa outro. • Práxis: palavra grega que significa ação. Dança de mulheres em Bubaque, uma das ilhas do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau. Marx mostrou que as diferentes instituições sociais são construídas pelos próprios seres humanos, de acordo com condições históricas determinadas. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre Nicolas Thibaut/Photononstop/Agência France-Presse A ALIENAÇÃO SOCIAL

CAPÍTULO 16 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO • Divisão social do trabalho: na luta pela sobrevivência, os seres humanos se agrupam para explorar os recursos da natureza. • Poder político: os mais ricos e poderosos reúnem-se e decidem controlar o conjunto de famílias. Volta à cidade de um proprietário de chácara (1822), aquarela de Jean-Baptiste Debret. Na divisão da sociedade colonial brasileira, os senhores de terras detinham poder político, bens e riqueza, enquanto os africanos escravizados eram subjugados a eles, sem direito a nenhuma dessas coisas e forçados a abandonar seus saberes. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre Reprodução/Museus Castro Maya, Rio de Janeiro. RJ. POR QUE HÁ ALIENAÇÃO SOCIAL?

CAPÍTULO 16 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO Arquivo/Coletivo Partida Teatral MODOS DE PRODUÇÃO • Conjunto das condições materiais de uma sociedade foi designado por Marx como modo de produção. • Fatores principais: • Forma da propriedade • Meios de produção • Divisão social • Relações sociais de produção Trabalhador finaliza o acabamento de uma peça de uma empresa de componentes plásticos em Sumaré (SP), em 2011. Em 2003, os trabalhadores dessa empresa, que estava prestes a falir por dívidas, assumiram sua direção. Segundo Marx, a práxis permite superar a alienação social. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 16 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO • Os procedimentos da ideologia • A alienação social se exprime numa teoria do conhecimento espontâneo, formando o senso comum da sociedade. • A principal função da ideologia é ocultar e dissimular as divisões políticas Cartaz estadunidense que representa operários ( labor) e gerentes ( management) unidos para o esforço da Segunda Guerra Mundial. Por meio da ideologia, afirma-se a igualdade entre as pessoas de um grupo ou sociedade, quando, na realidade, há profundas divisões internas. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre Reprodução/National Archives, College Park, Maryland, EUA. A IDEOLOGIA

CAPÍTULO 17 – A ORIGEM DA METAFÍSICA Album/akg-images/Latinstock O QUE É ISTO QUE É? • Boa parte da obra desse pintor propõe o questionamento sobre o que as coisas são e o que elas não são. A traição das imagens (1928) é uma das obras mais conhecidas do pintor belga René Magritte (1898 -1967). Abaixo do cachimbo pintado aparece a frase “Ceci n’est pas une pipe. ” (‘Isto não é um cachimbo. ’, em francês). Uma das interpretações possíveis da obra de Magritte é que a imagem do cachimbo é uma obra de arte, e não uma reprodução de um objeto. Boa parte da obra desse pintor propõe o questionamento sobre o que as coisas são e o que elas não são. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 17 – A ORIGEM DA METAFÍSICA AS INDAGAÇÕES METAFÍSICAS • A metafísica é a investigação filosófica em que o pensamento trabalha com a pergunta. • Significa existe • Significa natureza • Características da metafísica em seus períodos • Crítica: Kant empregou a palavra crítica no sentido que possuía em grego de estudo das condições da possibilidade de algo INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 17 – A ORIGEM DA METAFÍSICA Anna Jurkovska/Shutterstock CARACTERÍSTICAS DA METAFÍSICA • Investigava aquilo que é ou existe a realidade em si. • Era um conhecimento sistemático, isto é, cada conceito dependia de outros. • Existia a distinção entre ser e parecer ou entre realidade e aparência Hume mudou os rumos da metafísica ao dizer que os conceitos metafísicos não correspondem a uma realidade em si, mas a nomes gerais que atribuímos às coisas singulares em razão do hábito mental de associar sensações, percepções e impressões dos sentidos. Na foto, frascos de medicamentos rotulados e organizados em farmácia do século XIX. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 17 – A ORIGEM DA METAFÍSICA Celso Brandão/2013 DROOG O NASCIMENTO DA METAFÍSICA • O realismo da filosofia nascente • Da cosmologia à metafísica • Investigar a essência ou o sentido • Investigar a relação necessária • Fornecer uma descrição • Metafísica ou ontologia? Exposição “Em louvor da diversidade: bancos do Brasil”, realizada em setembro de 2012, em Amsterdã, capital da Holanda. A Filosofia Primeira estuda o Ser das coisas, a essência. Assim, a ela não importa a aparência que um banco pode ter, mas o que faz dele um Ser, de maneira que todos os bancos possuem a mesma essência. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 17 – A ORIGEM DA METAFÍSICA Alexandre Rotenberg/Shutterstock PLATÃO E O MUNDO DAS IDEIAS • O mundo sensível e o mundo inteligível • A solução de um impasse • O sentido de substantivo • O sentido verbal forte • O sentido verbal mais fraco Em foto de 2016, dois homens discutem no Speaker's Corner, em um parque em Londres, Inglaterra. Nesse local qualquer pessoa pode subir em um caixote e fazer um discurso crítico sobre qualquer tema, exceto a família real e o governo inglês. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 17 – A ORIGEM DA METAFÍSICA • Os diálogos de Platão colocam em marcha a dialética. Tomemos um diálogo de Platão para acompanhar seu procedimento. Eros e Psique (1793), escultura em mármore de Antonio Canova (17571822), que se encontra no Museu do Louvre, em Paris. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre Gianni Dagli Orti/Art Archive/Agência France-Presse/Museu do Louvre, Paris, França. DIALÉTICA PLATÔNICA: DO SENSÍVEL AO INTELIGÍVEL

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES • As coisas do mundo sensível • Essência inteligível • Discordando de Parmênides e Platão • Mudanças não são contraditórias nem ilusórias Uma borboleta, ao se preparar para deixar a crisálida, é uma borboleta? Mesmo que verde e pequeno, um fruto é um fruto? Como se explica que vejamos o girino se transformar em anfíbio? Se as coisas do mundo sensível mudam porque são ilusórias, seria possível encontrar sua essência inteligível? Discordando de Parmênides e Platão, Aristóteles propôs outros rumos para o que viria a se chamar metafísica, mas manteve no centro a questão “O que é? ”. Ao afirmar que a mudança não é contraditória nem ilusória, mas própria da essência dos seres da natureza, Aristóteles considerou o devir um conceito a ser examinado pela Filosofia Primeira ou metafísica. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo O SER: POTÊNCIA E ATO

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES DIFERENÇA ENTRE ARISTÓTELES E SEUS PREDECESSORES As inovações de Aristóteles • Metafísica: é o conhecimento da essência daquilo que existe. • Não se pode pensar apenas em um ser uno e não é a imutabilidade que garante a verdade ou não de um ser. • Os diferentes seres têm essências diferentes e a mudança é o critério que as diferencia. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES Lisi Niesner/Reuters/Latinstock O MOVIMENTO • Para os gregos, movimento não significa simplesmente mudança de lugar ou locomoção, significa toda e qualquer mudança que um ser sofra ou realize. Físico retira amostra de rocha em caverna de gelo na Áustria, em 2012, durante experimentos preparativos para uma futura missão a Marte. Para Aristóteles, a Física se incumbiria de responder à questão “Como? ” lançada sobre determinado fenômeno da realidade, ao passo que a metafísica se ocuparia com o que antecede esse fenômeno, comprovando a realidade dele, por meio da resposta à questão “O que é? ”. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES A METAFÍSICA ARISTOTÉLICA Objetos de estudo da metafísica • O ser divino ou o primeiro motor imóvel • Os primeiros princípios e as primeiras causas de todos os seres • As propriedades gerais de todos os seres, isto é, a substância em geral e seus predicados (qualidades, quantidades, relações, etc. ). INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES OS PRINCIPAIS CONCEITOS • Principais conceitos da metafísica aristotélica • Princípios lógicos e causas primeiras: • Primeiros princípios • Causas primeiras • Causa material • Causa formal • Causa eficiente • Causa final INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES O QUE FAZ UM SER O QUE É • Matéria: é o elemento de que as coisas da natureza, os animais, os seres humanos, os artefatos são feitos. • Forma: é o que individualiza e determina uma matéria, fazendo existir as coisas ou os seres particulares. • Potência: é a virtualidade que está contida numa matéria e pode vir a existir se for atualizada por alguma coisa. • Ato: é a atualização de uma matéria INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre

CAPÍTULO 18 – A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES Arquivo do jornal O Estado de S. Paulo/Agência Estado O QUE FAZ UM SER COMO É • Essência: é a unidade interna e indissolúvel entre uma matéria e uma forma. • Acidente: é uma propriedade ou atributo que uma essência pode ter ou deixar de ter sem perder seu ser próprio. • Substância: é aquilo em que se encontram a matéria-potência Pelé conduz a bola em jogo disputado no interior de São Paulo, na década de 1960. O gênero animal e as espécies vertebrado, mamífero e humano não existem em si mesmos, mas existem, por exemplo, na substância individual Pelé ou por meio do indivíduo Pelé. INICIAÇÃO À FILOSOFIA| Volume 2 – 2º Bimestre