Tanatologia Forense Professora Lorena Braga Raposo Modalidades e
Tanatologia Forense Professora: Lorena Braga Raposo Modalidades e Causas de morte Tanatognose e Cronotanatognose Fenômenos Cadavéricos
Conceito Tanatalogia A médico-legal forense ou é o ramo da medicina legal que estuda o morto e a morte, assim como os fenômenos dela decorrentes. A morte, na sua acepção mais simples, consiste na cessação total e irreversível das funções vitais.
Critérios atuais para um diagnóstico de morte A morte atualmente é definida por critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução 1480/97) que a considera como sendo a parada total e irreversível das atividades encefálicas. É o que se denomina morte encefálica.
Modalidades de Morte morte anatômica morte histológica morte aparente morte relativa morte intermédia morte real morte clínica
Morte Histológica decorre da parada das funções circulatória e respiratória, caracterizando-se pela cessação definitiva, porém gradual e sucessiva, das atividades vitais dos diversos tecidos orgânicos
Morte Real É a morte absoluta. Cessam, em definitivo, TODAS as funções vitais. Demanda tempo para sua constatação.
Morte Clínica MORTE ENCEFÁLICA Órgãos encefálicos: Cérebro + Tronco cerebral Lei no 9. 434/97 (Lei dos Transplantes)
Outras Modalidades MORTE SÚBITA MORTE AGÔNICA repentina implica sofrimento inesperada é a morte lenta
Causas de Morte médicas ou clínicas: relacionadas ao estado mórbido letal; jurídicas: naturais ou violentas.
Mortes Violentas DE CAUSAS EXTERNAS homicídio suicídio acidentes: do trabalho, de trânsito, da natureza, casuais infanticídio lesão corporal seguida de morte abortamento provocado
Homicídio MATAR ALGUÉM art. 121, CP diagnóstico geralmente fácil possibilidade de lesões múltiplas regiões anatômicas variáveis possibilidade de mais de um meio ou instrumento
Homicídio
Suicídio diagnóstico necroscópico difícil relevância da perinecroscopia lesão única meio ou instrumento único região anatômica adredemente escolhida (órgão vital e fácil acesso) possibilidade de simulação
Suicídio
Acidente fácil diagnóstico lesões variadas meios e instrumentos diversos regiões anatômicas aleatórias
Lesão Corporal seguida de morte DOLO e CULPA causa concausas pré-existentes, concomitantes, supervenientes anatômicas, fisiológicas, patológicas.
Tanatognose e Cronotanatognose FENÔMENOS CADAVÉRICOS abióticos, avitais ou vitais negativos transformativos
Os Fenômenos Abióticos IMEDIATOS Parada circulatória Parada respiratória Perda da consciência Perda da sensibilidade (táctil, térmica e dolorosa) Abolição do tônus muscular (midríase paralítica, relaxamento de esfíncteres) CONSECUTIVOS rigidez cadavérica (rigor mortis) hipóstase (livor mortis) esfriamento do corpo (algor mortis) evaporação tegumentar
Rigidez Cadavérica A rigidez cadavérica se instala em razão do aumento do teor de ácido lático nos músculos e consequente coagulação da Miosina: começa pela nuca e mandíbula (01 a 02 horas); atinge os membros superiores (03 a 04 horas); depois tórax e abdômen (05 a 06 horas); generaliza-se ao atingir também os membros inferiores, entre 07 a 08 horas após a morte; persiste por muitas horas, por vezes, mais de 24 h.
Hipóstase Caracteriza-se pelo acúmulo de sangue nas partes mais declivosas (baixas) do corpo pela ação da gravidade na massa sanguínea que se encontra inerte por ausência de circulação, de acordo com a posição do cadáver. As hipóstases surgem em torno de 02 a 03 horas após a morte. Passadas 08 a 12 horas, fixam-se para não mais mudar de posição, ainda que o corpo tenha sua colocação alterada.
Hipóstase Dorsal
Hipóstase Anterior
Hipóstase Anterior Coxas
Esfriamento do Corpo a temperatura cai numa velocidade aproximada de 0, 5 o. C/h, nas três primeiras horas; a partir da quarta hora, cai ± 1 o. C/h; temperatura axilar no vivo: ± 36, 5 o. C; temperatura retal no vivo: ± 37, 2 o. C.
Fenômenos Transformativos DESTRUTIVOS autólise putrefação maceração CONSERVADORES mumificação corificação saponificação petrificação
Fenômenos Destrutivos autólise putrefação maceração
Autólise quebra da membrana celular por enzimas produzidas pela própria célula (lisossomos)
Autólise Com a morte e cessada a circulação, as células deixam de receber os nutrientes necessários à manutenção dos fenômenos biológicos. O meio vivo, que era neutro, passa a ser ácido, tornando impossível a realização dos fenômenos vitais. Com a alteração do p. H e pela ação da pressão osmótica, as membranas celulares se rompem desintegrando os tecidos.
Putrefação de bactérias nos tecidos moles do cadáver
A putrefação inicia-se logo após a autólise pela ação de germes. Inicia-se geralmente a nível do intestino grosso dando origem à chamada mancha verde abdominal e espalha-se pelo organismo. Embora exista uma variação muito grande na mancha de putrefação, variando com o local em que o cadáver está colocado ou mesmo em decorrência da causa mortis , a putrefação obedece 04 fases: Fase Início Duração Da colaração de 20 a 24 h até 07 dias Gasosa de 02 a 07 dias de 07 a 30 dias Coliquativa de 09 a 30 dias de 01 mês a 03 anos Esqueletização fase final
Fases da Putrefação de coloração ou cromática - a pele adquire um tom esverdeado que geralmente começa pelo abdômen (mancha verde abdominal); gasosa (grande aumento de volume do cadáver por ação dos gases da putrefação); coliqüativa - transformação das partes moles em putrilagem; de esqueletização - restam o esqueleto e dentes.
Mancha Verde Abdominal
Mancha Verde Abdominal
Mancha Verde
Mancha Verde
Fauna Cadavérica
Fauna Cadavérica
Fase Gasosa
Fase Gasosa
Fase Coliqüativa (dissolução pútrida)
Fase Coliqüativa - com larvas
Fase Coliqüativa - com larvas
Maceração amolecimento ou dissolução dos tecidos por embebição aquosa quando o cadáver permanece em meio líquido
Maceração A maceração é um fenômeno transformativo destrutivo, do qual os ossos se soltam dos tecidos, o abdome se achata e o tegumento se desprende sob a forma de largos retalhos.
Aborto Retido
Aborto Retido
Fenômenos Conservadores Mumificação; Corificação; Saponificação; Petrificação ou calcificação.
Mumificação resulta da desidratação intensa e rápida dos tecidos moles quando o cadáver permanece em meio quente, seco e aerado
Mumificação A mumificação é um processo conservativo que pode ser natural ou artificial. A mumificação artificial os corpos são submetidos a processos especiais destinados à conservação do corpo, como por exemplo, as múmias dos faraós egípcios. O processo natural ocorre quando as condições climáticas favorecem como rápida desidratação do corpo, impedindo a ação das bactérias que levam a putrefação.
Mumificação Parcial
Corificação resulta de desidratação intensa dos tecidos moles por absorção de zinco semelhança com couro
Saponificação os ácidos graxos dos tecidos transformam-se em sabão quando o cadáver permanece em meio úmido e sem ventilação
Saponificação A saponificação é um fenômeno transformativo conservador, em que o cadáver adquire consistência untuosa e mole como sabão ou cera. Normalmente, a saponificação atinge apenas partes do cadáver podendo, entretanto, atingir todo o corpo. A saponificação é um fenômeno que se inicia já quando o corpo se encontra em adiantado estado de putrefação e é facilitado por solos argilosos onde não há muita aeração.
Petrificação ou Calcificação endurecimento dos tecidos por absorção de cálcios (os litopédios).
Meios de Conservação do Cadáver Formolização; Embalsamamento; Mumificação; Congelação; Criogênese.
Para descontrair. . .
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