SNTESE DA TEORIA DOS ATOS DE FALA A

  • Slides: 28
Download presentation
SÍNTESE DA TEORIA DOS ATOS DE FALA

SÍNTESE DA TEORIA DOS ATOS DE FALA

A QUESTÃO DA INFERÊNCIA n Quando um enunciado implica outro. Ex. A) João é

A QUESTÃO DA INFERÊNCIA n Quando um enunciado implica outro. Ex. A) João é meu sobrinho implica: n B) Sou tio de João. n C) Se tivesse chovido, não haveria falta de energia implica n D)Não choveu n E)há falta de energia. n

IMPLICAÇÕES X INFERÊNCIAS IMPLICAÇÃO: n Derivam do conteúdo lógico dos próprios enunciados e, portanto,

IMPLICAÇÕES X INFERÊNCIAS IMPLICAÇÃO: n Derivam do conteúdo lógico dos próprios enunciados e, portanto, não exigem, para que sejam feitas, informações retiradas do contexto. n INFERÊNCIA n Quando a comunicação não depende só do sentido “literal”, mas só pode ser entendida dentro do contexto. n -Nesse caso, os falantes comunicam muito mais do que as palavras das frases significam. n

EXEMPLOS DE INFERÊNCIAS n A) Não há mais homens no mundo. (comentário n B)

EXEMPLOS DE INFERÊNCIAS n A) Não há mais homens no mundo. (comentário n B) Você pode me passar esse pacote. (Não é uma n C) A lata de lixo está cheia. (Não se constata o fato, mas indica sobre o fato de muitos homens cuidarem da casa, enquanto as mulheres trabalham fora= o papel masculino está mudando) pergunta sobre a capacidade do interlocutor em passar o pacote, mas um pedido) que o lixo deve ser levado para fora)

FUNÇÃO DA PRAGMÁTICA n Mostrar como se fazem inferências necessárias para se chegar ao

FUNÇÃO DA PRAGMÁTICA n Mostrar como se fazem inferências necessárias para se chegar ao sentido dos enunciados. Entender: n -sentidos não literais; n -sentidos indiretos;

ALGUMAS DIFERENÇAS FRASE. (OBJETO DE ESTUDO DA SINTAXE E DA SEMÃNTICA) n (estrutura sintática

ALGUMAS DIFERENÇAS FRASE. (OBJETO DE ESTUDO DA SINTAXE E DA SEMÃNTICA) n (estrutura sintática + significação das palavras que a contem) n n SIGNIFICAÇÃO (produto das indicações lingüísticas dos elementos componentes da frase) n Ex. Está chovendo = Cai/tomba água do céu. n ENUNCIADO (OBJETO DE ESTUDO DA PRAGMÁTICA) n (Frase + informações do contexto) n SENTIDO (significação da frase + indicações contextuais e situacionais) n Está chovendo (num contexto em que se comenta o racionamento de energia derivado do esvaziamento das represas das hidrelétricas) = AGORA O RACIONAMENTO VAI ACABAR)

A INSTRUÇÃO n Será nosso objeto de estudo no próximo bimestre. (semântica enunciativoargumentativa). n

A INSTRUÇÃO n Será nosso objeto de estudo no próximo bimestre. (semântica enunciativoargumentativa). n DUCROT, KOCH, Guimarães, etc.

DOIS GRANDES TIPOS DE ATOS DE FALA CONSTATIVA As afirmações serviam para descrever um

DOIS GRANDES TIPOS DE ATOS DE FALA CONSTATIVA As afirmações serviam para descrever um estado de coisas e, portanto, eram VERDADEIRAS OU FALSAS. n Ex. O céu é azul n n n EU JOGO FUTEBOL (INDEPENDE DA MINHA ENUNCIAÇÃO) PERFORMATIVA Afirmações que não descrevem nada e, portanto, não são nem V nem F. n Correspondem, quando são realizadas, à execução de uma ação. n n EU ME DESCULPO PELO QUE OCORREU (depende da enunciação) n Outros exemplos: n n n Ex. Ordeno que você saia daqui. Declaro aberta esta sessão Eu te perdôo. Lamento que isso tenha ocorrido.

AS CONDIÇÕES DE FELICIDADE sucesso x fracasso e não V/F Para que a ação

AS CONDIÇÕES DE FELICIDADE sucesso x fracasso e não V/F Para que a ação correspondente a um ato performativo seja de fato realizada, é preciso não somente que ele seja enunciado, mas também que as circunstâncias de enunciação sejam adequadas. n Ex. Do irmão do noivo que não pode dizer “Eu aceito”. n O fiel comum que não pode dizer “eu te batizo”, etc. n

Principais condições de sucesso dos performativos -Adequação das pessoas e das circunstâncias. (ex. o

Principais condições de sucesso dos performativos -Adequação das pessoas e das circunstâncias. (ex. o faxineiro e não o presidente da câmara declara aberta a sessão. n -Usar a fórmula correta de enunciar. (Ex. o padre não pode dizer eu te perdôo , se se trata de um batizado) n -A enunciação deve ser realizadas integralmente pelos participantes. (ex. da aposta que só se concretiza se o outro a aceitar). n

outra condição: Não basta enunciar o performativo, ele precisa ter sucesso n 1. Quando

outra condição: Não basta enunciar o performativo, ele precisa ter sucesso n 1. Quando a enunciação exige que o falante tenha certos sentimentos ou intenções, o falante deve adotar esse comportamento implicado pelo próprio ato de enunciação. Ex. pêsames, sem demonstrar tristeza ou promessa que não se mostra com intenção de ser cumprida, etc.

OUTRAS FORMAS DE PERFORMATIVO (que não são com o verbo na primeira pessoa do

OUTRAS FORMAS DE PERFORMATIVO (que não são com o verbo na primeira pessoa do presente do indicativo) Foram realizados os performativos: n da proibição, n n 01. PROÍBIDO FUMAR n 02. OS SENHORES ESTÃO AUTORIZADOS A FALAR EM MEU NOME n da autorização n 03. OS ALUNOS FICAM ADVERTIDOS DE QUE OS QUE NÃO FIZEREM MATRÍCULA SERÃO DESLIGADOS DO PROGRAMA n e da advertência, n sem o uso do verbo em 1ª pessoa

DE FORMA CONTRÁRIA PODE HAVER: n n PERFORMATIVOS SEM QUE APAREÇAM NO ENUNCIADO PALAVRAS

DE FORMA CONTRÁRIA PODE HAVER: n n PERFORMATIVOS SEM QUE APAREÇAM NO ENUNCIADO PALAVRAS RELACIONADAS AO ATO A SER EXECUTADO: Ex. Curva perigosa (advertência) HAVER PALAVRAS RELACIONADAS AO ATO SEM QUE O ENUNCIADO SEJA PERFORMATIVO Ex. Você tinha mandado o aluno ficar quieto. (constativo, mesmo com a presença da palavra mandar).

QUANDO O ENUNCIADO SERÁ CONSIDERADO PERFORMATIVO n Quando puder transformar-se em outro enunciado que

QUANDO O ENUNCIADO SERÁ CONSIDERADO PERFORMATIVO n Quando puder transformar-se em outro enunciado que tenha um verbo performativo na primeira pessoa do singular do presente do indicativo da voz ativa. n Ex. Saia/ eu virei amanhã n Eu ordeno que você saia/prometo que virei amanhã.

Dois tipos de performativos EXPLÍCITOS n Os que contém o verbo na primeira pessoa

Dois tipos de performativos EXPLÍCITOS n Os que contém o verbo na primeira pessoa do singular presente do indicativo da voz ativa n IMPLÍCITOS n Os que não contém o verbo na primeira pessoa do singular presente do indicativo da voz ativa n

A AMBIGUIDADE DOS PERFORMATIVOS: Eu me desculpo= n Pode ser um pedido de desculpas=

A AMBIGUIDADE DOS PERFORMATIVOS: Eu me desculpo= n Pode ser um pedido de desculpas= performativo Eu me desculpo= n (Se a questão é essa, quando eu chegar lá eu me desculpo) = descrição do que se fará num futuro próximo n Levar em conta a movo verbal, a Levar em conta a situação de enunciação, situação ode entonação, etc. movo verbal (por ex. o imperativo) enunciação a entonação, etc. n n

QUE É QUE SE FAZ QUANDO SE DIZ ALGUMA COISA? n n n Ato

QUE É QUE SE FAZ QUANDO SE DIZ ALGUMA COISA? n n n Ato locucionário = é o que se realiza enunciando a frase. É o ato lingüístico de dizer (enunciar a frase abaixo) Ato ilocucionário = É o que se realiza na linguagem. Pode ser executado pela fórmula performativa correspondente. (ato de advertência) Ato perlocucionário = é o que se realiza pela linguagem. É um efeito eventual dos atos locucional e ilocucional (persuasão do interlocutor) Ex. Não faça mais isso. advirto-o a não mais fazer isso

VISÃO PERFORMATIVA DA LINGUAGEM EM AUSTIN Ele verificou que mesmo nos atos contativos, o

VISÃO PERFORMATIVA DA LINGUAGEM EM AUSTIN Ele verificou que mesmo nos atos contativos, o falante realiza um ato ilocucional (o de afirmação). Assim há uma parte que está sujeita a V/F e outra que não. Daí ele concluir que os constativos são na verdade um caso particular de performativos. Logo a linguagem é sempre ação. n Ex. Ele é um bom estudante. n (Eu afirmo que) ele é um bom estudante. n performativa - constativa (v/f) n

A PROPOSTA DE JOHN SEARLE n ATO PROPOSICIONAL Referência n Predicação= n Conteúdo comunicado

A PROPOSTA DE JOHN SEARLE n ATO PROPOSICIONAL Referência n Predicação= n Conteúdo comunicado n ATO ILOCUCIONAL n Ato que se realiza na linguagem, ao dizer n

Proposição x força ilocutória n Enunciados com força ilocucional diferente podem exprimir a mesma

Proposição x força ilocutória n Enunciados com força ilocucional diferente podem exprimir a mesma proposição. n Ex. n A)João estuda bastante. (afirmação) n B)João estuda bastante? (interrogação) n C) Estude bastante, João. (conselho) n D) Ordeno que você estude bastante, João. (ordem)

Marcador de força ilocutória Marcador de proposição F (p) n Os marcadores da força

Marcador de força ilocutória Marcador de proposição F (p) n Os marcadores da força ilocutória e da proposição nem sempre estão explícitos no enunciado. n Ex. Eu virei amanhã n (a força ilocutória da promessa não aparece no enunciado de forma explícita) n (Eu prometo que virei amanhã)

A NEGAÇÃO n Umas incidem sobre o ilocucional A) Eu não lhe ordeno n

A NEGAÇÃO n Umas incidem sobre o ilocucional A) Eu não lhe ordeno n que saia daqui n Outras incidem sobre o conteúdo proposicional n B) Eu lhe ordeno n que não saia daqui n Nega-se a proposição n SAIR DAQUI n n Nega-se o ato ilocucinal de ordenar

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ILOCUCIONAIS n n n Não se deve confundir a análise dos

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ILOCUCIONAIS n n n Não se deve confundir a análise dos VERBOS ilocutórios com a dos ATOS ilocutórios. Assim, nem todo ato ilocutório será expresso por um verbo (ou substantivo dele derivado). Muitas vezes, os atos ilocutórios são expressos indiretamente. (atos de fala indiretos). Exs. Quando alguém se atrasa, pode dizer: -Desculpem-me pelo atraso, ou: -O trânsito está terrível. (ato de fala indireto=pedido de desculpas) Ordem na forma de desejo (Eu queria um talão de cheques). -Pedido na forma de pergunta (Você tem cigarro? )

Teorias dos atos de fala n CLÁSSICA n Os atos de fala são universais

Teorias dos atos de fala n CLÁSSICA n Os atos de fala são universais n Pensa os atos de linguagem de maneira isolada, não como encadeamento de atos. Na visão interacionista, um pedido corresponde uma aceitação ou recusa. n Austin mostrou que dizer é fazer e os interacionistas que dizer é fazer (efeito nas relações interpessoais que levou aos estudos da polidez lingüística. n n INTERACIONISTA Os atos de fala variam de cultura para cultura, de grupo social para grupo social. n Ex. ato de agradecimento. Antes não se agradecia os criados, os garçons, etc. Hoje, agradece-se a eles por qualquer serviço que prestam. n Houve mudança cultural (aristocracia – democracia) n Já expressão como “que Deus lhe dê em dobro” só subsistem em áreas menos modernas do país. n

Teoria das faces LOCUTOR ATOS AMEAÇADORES DA FACE INTERLOCUTOR POSITIVA NEGATIVA CONFISSÃO AUTOCRÍTICA PEDIDO

Teoria das faces LOCUTOR ATOS AMEAÇADORES DA FACE INTERLOCUTOR POSITIVA NEGATIVA CONFISSÃO AUTOCRÍTICA PEDIDO DE PERDÃO PROMESSA GARANTIA JURAMENTO ORDEM CONSELHO AMEAÇA REPRIMENDA REFUTAÇÃO CRÍTICA

A POLIDEZ LINGÜÍSTICA Procura diminuir os efeitos dos atos ameaçadores da face e reforçar

A POLIDEZ LINGÜÍSTICA Procura diminuir os efeitos dos atos ameaçadores da face e reforçar os atos valorizadores da face. n POLIDEZ POSITIVA = PRODUZ E REFORÇA OS ATOS VALORIZADORES, mas também n Evita-se o excesso de atos valorizadores para não parecer hipócrita ou bajulador. n n POLIDEZ NEGATIVA = EVITA OU MINIMIZA OS ATOS AMEAÇADORES DA FACE. Já a falta disso pode levar o falante a parecer grosseiro. n TUDO ISSO DEPENDE DE CADA CULTURA.

QUESTÕES PARA RESPONDER EM DUPLAS. n n n n 1. Qual a força ilocutória

QUESTÕES PARA RESPONDER EM DUPLAS. n n n n 1. Qual a força ilocutória e perlocutória do enunciado do sujeito A no segundo quadro? 2. O pedido de confirmação obteve uma resposta satisfatória? Justifique apresentando as condições de sucesso ou fracasso desse ato. 3. Em qual dos quadros temos atos de fala constativos? 4. Que dados são retirados do cotexto para a interpretação humorística da charge e quais são retirados do contexto sítuacional e sócio-histórico? 5. Separe a força ilocucional do conteúdo proposicional do enunciado do sujeito A no segundo quadro. 6. que tipos de raciocínios inferenciais precisam ser feitos nessa charge para a sua interpretação. 7. Pense numa paráfrase que o sujeito B poderia fazer para dar sua resposta usando um verbo performativo.