Lus Fernando Amncio Santos Reviso Elaine Campos e

Luís Fernando Amâncio Santos Revisão: Elaine Campos e Castro, Michele Fialho e Luiz Carlos Villalta

Raças: elas existem? n n Este trabalho usa o termo “raça” porque ele fazia parte do vocabulário da época colonial. Atualmente, com o mapeamento do genoma humano, sabe-se que não há diferenças raciais entre os membros da espécie homo sapiens, à qual pertencemos. A diferença genética entre um branco nórdico e um negro africano é de 0, 005. Por isso, não se usa mais o termo raça. No passado, algumas características, como cor de pele, tipo de cabelo ou forma do nariz, eram tomadas como indícios de diferenças raciais. Esqueciam-se, porém, outros traços, como altura, miopia, resistência a resfriados. . . Se fôssemos enquadrar a humanidade por essas e outras características, haveria milhares de raças com indivíduos participando de várias delas. Por causa disso, há um bom tempo concluiu-se que os grupos raciais são totalmente arbitrários, pouco científicos. Os avanços científicos tornam inconcebível acreditar na existência de raças no gênero humano.

Veja as seguintes notícias: Site Gazeta do Povo Online, 03/04/2006

Revista Espaço Acadêmico, nº 46, Março de 2005 Clique aqui para ler a definição de neonazismo na Wikipédia.

Racismo nas relações de trabalho: Estado de São Paulo, 12 de agosto de 2005

Vimos, até agora, alguns exemplos de práticas racistas presentes na nossa sociedade. E você, o que poderia dizer? Reflita sobre as questões abaixo: n n n Você já presenciou alguma atitude preconceituosa? Já escutou alguma piada ou brincadeira com conteúdo racista? Se alguma resposta for sim, qual raça ou situação social era ridicularizada?

Exemplos antigos de preconceitos entre grupos: n n Os gregos classificavam os povos que não falavam o grego de bárbaros. Roma foi invadida por populações que viviam ao norte do Império, que também foram denominadas bárbaras. As Cruzadas, durante a Idade Média, tiveram como inimigos os muçulmanos, chamados de infiéis pelos cristãos. Para alguns grupos muçulmanos de hoje, os

A situação na Península Ibérica: A Península Ibérica, durante o período medieval, possuía mouros e judeus como habitantes invasores. Contra os mouros foi proclamada guerra, a “Reconquista”, uma guerra que durou séculos, tendo iniciado por volta de 713 d. C. Longos anos foram utilizados nessa empreitada que se encerrou com a expulsão dos muçulmanos e escravização de alguns deles, no século XV, primeiro em Portugal e, depois, na Espanha. Muitos mouros, sobretudo em Portugal, permaneceram nos territórios conquistados pelos cristãos. Embora sua presença não fosse violenta, a população local teve uma atitude hostil, sem incorporar os mouros totalmente. A questão em relação aos judeus é diferente. Até o século XIII, eles viviam sem grandes problemas, apesar de constituírem um grupo culturalmente distinto. A partir do século XIV, começaram a surgir restrições aos hebreus, como a obrigação de usar símbolos que os distinguissem, taxas especiais e demissão de certos cargos públicos. Na Espanha, a situação foi mais radical, havendo maus-tratos e massacres de judeus. As coisas caminharam de um modo que, no fim do século XV, os judeus foram expulsos de Portugal e Espanha sendo os que permaneceram em território português obrigados a se converterem ao cristianismo.

Repare: n n Convertidos ao catolicismo, os judeus e seus descendentes eram denominados “cristãosnovos”, em oposição a “cristãos-velhos”, aqueles de famílias tradicionalmente católicas. Com base nessas denominações, você acredita que a conversão ao catolicismo igualou realmente os judeus aos demais portugueses de fé cristã?

Os nobres, segundo a mentalidade vigente no Brasil Colonial: Os nobres, brancos puros, eram considerados superiores a qualquer outra raça. Sua relação com indivíduos diferentes desse ideal de perfeição era desigual. Privilégios e posição destacada eram entendidos como direitos dos brancos, pelas supostas de sua raça.

Quatro raças eram classificadas “infectas” no Brasil Colônia: n n Índios Negros Mestiços (mulatos, mestiços, caboclos etc) Cristãos-Novos

ÍNDIOS Figura: Fragmento de uma das aquarelas da expedição coronel Afonso Botelho de Sampaio, ao sul do Brasil, entre 1768 e 1773.

Leia os seguintes relatos: “Os costumes dos portugueses, moradores que então se achavam nestas villas, vinham a ser quase como os dos índios; porque sendo christãos, viviam a modo dos gentios; na sensualidade, era grande a sua devassidão, amancebando-se ordinariamente de portas a dentro com as suas mesmas índias, ou fossem casadas ou solteiras. ” Pe. Simão de Vasconcelos. Apud. PRADO, Paulo. Retrato do Brasil : ensaio sobre a tristeza brasileira. 4. ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet. P. 41/42 “Parece-nos, agora, que estão as portas nestas Capitanias para a conversão dos gentios (índios), se Deus Nosso Senhor quiser dar maneira, com que sejam postos debaixo do jugo, porque para este gênero de gente não há melhor pregação do que espada e vara de ferro, na qual, mais que em nenhuma outra, é necessário que se cumpra o compelle eos intrare [= force-os a entrarem]. ” Padre José de Anchieta. Apud. BOXER, C. R. Relações raciais do Império colonial português 1415 -1825. . Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967. P. 127.

“Primeiramente, nossas tropas com que fomos à conquista do gentio bravo desse vastíssimo sertão não é de gente matriculada nos livros de Vossa Majestade, nem obrigada por soldo, nem por pão de munição; são umas agregações que fazemos alguns de nós, entrando cada um com os servos de armas que tem e vamos juntos ao sertão deste continente, não a cativar índios, como alguns hipocondríacos pretendem fazer Vossa Majestade crer, mas adquirir o tapuia, gentio bravo e comedor de carne humana. Tudo para o reduzir esse gentio ao conhecimento da urbana humanidade e humana sociedade à associação Racional trato, para por esse meio chegarem a ter aquela luz de Deu e dos mistérios da fé católica que lhes basta para a sua salvação. Em vão trabalha quem os quer fazer anjos, antes de os fazer homens. E desses assim adquiridos e reduzidos, engrossamos nossas tropas e com eles guerreamos a obstinados e renitentes, forçando-os a se sujeitarem. Depois, servimo-nos deles para as nossas lavouras; nenhuma injustiça lhes fazemos, pois seu trabalho é tanto para sustentá-los como a a seus filhos e também a nós e aos nossos. Estamos, assim, bem longe de os cativar, antes se lhes faz um irremunerável serviço em os ensinar a saberem lavrar, plantar, colher e trabalhar para seu sustento, cousa que antes que os brancos lho ensinem, eles não sabem fazer”. Adaptação de Domingos Jorge Velho explicando seu ponto de vista sobre as bandeiras para a Corôa. Apud. BOXER, C. R. Relações raciais do Imperio colonial portugues 1415 -1825. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967. p. 129 Clique aqui para ler o texto original

A partir dos textos, reflita: n n Qual era a posição do índio na visão do colonizador? O que podemos notar que era condenável nos costumes dos índios para os europeus?

Acerca desses relatos, observe que: n O Padre Simão de Vasconcelos denuncia as atitudes dos colonos. Mas ele censura o fato de “viverem como os gentios”. Portanto, demonstra que não aprova o modo de vida desses. n José de Anchieta, n Domingos Jorge Velho importante jesuíta, comenta que, para os índios “não há melhor pregação do que espada e vara de ferro”. destaca que os tapuias são “gentio bravo e comedor de carne humana”. Mais à frente, ele salienta que, ao aprisionar os índios, fazia-lhes um “irremunerável serviço em os ensinar a saberem lavrar, plantar, colher e trabalhar para seu sustento, cousa que antes que os brancos lho ensinem, eles não sabem fazer”.

Pensando mais: O Padre Anchieta, um religioso, e Domingos Jorge Velho, um bandeirante: a) Eles vêem com fins diferentes os indígenas? b) O modo com que pretendem retirar os índios de suas aldeias é diferente? c) Qual artifício eles querem usar para retirá-los de suas aldeias? n

Destinos dos índios submetidos pelos europeus n n n Um destino dos ameríndios no Brasil foram as Missões Jesuíticas. Lá eles recebiam catequização e, nessa condição, eram mais bem aceitos na sociedade. Um índio cristão poderia, por exemplo, tornar-se clérigo. Outro destino freqüente para as mulheres indígenas foi a casa de brancos, em regiões com ausência de européias, como concubinas. As bandeiras, expedições para aprisionamento de índios (e outros fins), ofereciam aos índios um outro destino: o trabalho agrícola como escravo. Embora o negro de origem africano tenha predominado no geral como escravo, o índio não deixou de ser escravizado.

NEGROS Figura: Henrique Dias (Acervo: Museu do Estado de Pernambuco)

Figura: Uma senhora brasileira em seu lar, de Jean Baptiste Debret (1835)

Figura: Jantar no Brasil, de Jean Baptiste Debret (1835)

Observe: n n n Qual a posição dos negros nessas imagens? Há como ver essas imagens e não localizar os negros como escravos? A posição das crianças, no chão e aceitando restos de comida, é mais próxima da de seres humanos ou de animais?

Explicando a posição dos negros nas imagens Os negros eram trazidos da África para serem escravos. Logo, na sua própria viagem, estava implícita a condição social inferior em que estariam no Brasil. Essa condição os colocava na pior das posições, como uma raça digna de sofrer os maus-tratos e ter a existência voltada para o trabalho. A alforria, ou nascer já liberto, proporcionava uma melhor condição ao indivíduo de raça negra. Isso, porém, não mudava muito a situação. O negro liberto, na sociedade, vivia numa posição marginal.

CRISTÃOS-NOVOS Figura: Antônio José da Silva, o Judeu (1704 -1739), cristão-novo, dramaturgo carioca morto pela Inquisição, conforme o filme O Judeu, de Jom Tob Azulay (Fonte: Isto é, http: //www. terra. com. br/istoe/cultura/140711. htm)

Como já foi dito, os judeus foram expulsos de Portugal. Os que ficaram tiveram que converter-se ao catolicismo. Todavia, mesmo como cristãos-novos eles eram perseguidos. Por isso, muitos deles vieram para o Brasil, fugindo do preconceito e onde muitos esperavam poder encontrar uma situação melhor, ocultando sua ascendência judaica. Na Colônia, a perseguição aos cristãos-novos não teve tanta violência como em Portugal. Mas os cristãos-novos viveram em um ambiente de insegurança. Eles eram freqüentemente denunciados por ocupar ilegalmente cargos públicos ou funções de confiança junto a pessoas importantes (isso era proibido pela lei´). Havia ainda a perigosa denúncia de praticar o judaísmo. Pequenos indícios de costumes judeus eram observados e muitas vezes encaminhados ao Tribunal da Inquisição em Lisboa. Através de fraudes que escondiam sua ascendência, esses cristãos -novos conseguiam certa ascensão na sociedade brasileira. Essas atitudes, entretanto, apenas confirmam a situação irregular e insegura que eles possuíam.

Datas de restrições legais feitas aos Cristãos-Novos de ter acesso a: n n n n 1499 – Emigração 1514 – Cargos públicos 1529 – Ordens Militares 1550 – Ordens Religiosas 1581 – Matrimônios mistos 1600 – Misericórdia 1604 – Universidade de Coimbra 1671 – Morgados CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Preconceito racial em Portugal e Brasil Colônia: os cristão-novos e o mito da pureza de sangue. 3. ed. , rev. e ampl. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 68.

“Disso se seguia grande destruição do Reino e da Nobreza dele, além de muitos inconvenientes no serviço de Deus Nosso senhor e sua Igreja [. . . ] a experiência tem mostrado o irreparável dano e grande perigo: ELES, os cristãos-novos, NÃO melhoraram a fé que fingiram abraçar e infeccionaram a muitos com esta doutrina. Além disso, sujaram com o seu sangue os moradores deste reino e ainda muita gente da Nobreza [. . . ]. Nestes nossos tempos [. . . ] cresceu tanto a nossa desgraça [. . . ] e muito ruins conseqüências para futuro vermos o Reino todo aparentado com essa gente (lástima grande). ” Discriminação contra os descendentes de judeus exposta pela Junta da Nobreza em uma Consulta a Junta do Estado Eclesiástico (Texto adaptado). CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Preconceito racial em Portugal e Brasil Colônia: os cristão-novos e o mito da pureza de sangue. 3. ed. , rev. e ampl. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 64.

Através desses textos. . . n n n Você diria que os cristãos-novos eram bem aceitos na sociedade portuguesa e colonial? Alguma vez você já se deparou comentários maldosos acerca de judeus? Haveria uma ligação entre o pensamento colonial sobre os cristãos-novos e o atual sobre os judeus?

Biológicas Ø Ø Ø Essa era a justificativa mais presente na classificação das “raças infectas” (expressão usada no período). Os índios eram vistos como seres bestiais, com pouca racionalidade. Eram tidos indolentes, como incapazes para exercer diversas funções e dotados de indolência. A mesma visão valia para os negros e os cristãos-novos. Os brancos, para argumentar sua superioridade, pregavam a incapacidade intelectual dos negros e cristãos-novos. A partir disso, diziam ser prejuízo mantêlos em alguma função que exigisse maiores capacidades mentais.

Religiosa Ø Ø Ø Práticas religiosas diversas das proclamadas pela Igreja Católica, como crenças politeístas indígenas e africanas, eram condenadas. Heresia, em grego, significa escolha, preferência. No que se refere ao catolicismo, significa desvio, discordância, dos preceitos fundamentais da fé católica. Herege é aquele que, tendo sido batizado, não quer acreditar nas verdades defendidas pela igreja católica, defendendo essa posição por repetidas vezes. A acusação de heresia era muito séria. O crime de heresia era julgado pela Inquisição. Essa acusação freqüentemente pesava sobre os cristãosnovos. Apesar de serem poucos os que ainda possuíam cultura hebréia, o fantasma de ser um praticante da fé judaica era constante sobre eles.

Maldições Ø Ø Algumas “raças” eram acusadas de trazer consigo maldições antigas que eram influentes no presente. A presença de cristãos-novos, em algum momentos, foi associadas a tragédias, como catástrofes naturais e más colheitas. Assim, pensava-se que eles traziam consigo esses acontecimentos infelizes. A escravidão dos negros era justificada com teses religiosas. Essa submissão dos africanos era vista como conseqüência de eles terem antepassados amaldiçoados ao trabalho escravo. Havia duas teses: a que os associava à Caã, filho de Noé, que viu o pai nu e bêbado e, por isso, recebeu a maldição; e a associação a Caim, filho pródigo de Adão, que matou o irmão Abel. Os índios também foram associados aos descendentes de Caã.

Sobre essa última tese, veja: “Pois nós, os brancos, somos descendentes de Adão e os negros, de Caim, que era negro e morreu amaldiçoado pelo próprio Deus, conforme relata a Escritura. ” Trecho de um panfleto anônimo publicado em Lisboa, em 1764. Apud. BOXER, C. R. Relações raciais do Imperio colonial portugues 14151825. . Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967. p. 138.

Barreiras no acesso às Ordens e Irmandades n n Para entrar em Ordens Sacras e Menores e Irmandades ou Confrarias Religiosas, era necessário o atestado de Genere (isto é, de pureza de sangue, de não ter ancestrais negros, mulatos, cristãos-novos, trabalhadores manuais etc). Como essas instituições eram de grande influência na vida social da colônia, era muito importante entrar nelas. Era comum a falsificação desses atestados por aqueles ditos “impuros”. As Ordens Militares (Ordem de Cristo, de Aviz e de Sant’Iago) possuíam uma rígida seleção de seus membros. Eles deviam ser brancos puros, nobres e sem mancha de trabalho manual em seus ancestrais. Entrar no clero também era vedado aos “impuros”. A única exceção eram os índios catequizados, pois o esforço dos jesuítas conseguiu dar-lhes mais crédito na sociedade.

n n Por causa das qualificações pejorativas e proibições, os portadores de sangue “infecto” possuíam poucas alternativas. Conseguiam participar do sistema dos privilegiados por meio da ocultação de suas origens. No Brasil, aparentar ser o que não se era tornou-se muito freqüente. Mulatos, visivelmente de antepassados negros; cristãos-novos, com os avós judeus ainda na lembrança; entre outros, usaram do pó-de-arroz que a sociedade oferecia e camuflaram sua ascendência. Se, aos olhos dos outros, não fossem impuros, eles não teriam problemas.

Segundo o pensamento do período colonial, quais características eram atribuídas ao grupo abaixo? Cristãos Novos Considerados descendentes de Caã Acusados de Hereges Devassos (luxúria) Indolentes Aptos apenas para o trabalho manual Associados às ocorrências de tragédias

Segundo o pensamento do período colonial, quais características eram atribuídas ao grupo abaixo? Negros Considerados descendentes de Caã Acusados de Hereges Devassos (luxúria) Indolentes Aptos apenas para o trabalho manual Associados às ocorrências de tragédias

Segundo o pensamento do período colonial, quais características eram atribuídas ao grupo abaixo? Negros Considerados descendentes de Caã Acusados de Hereges Aptos apenas para o trabalho manual Devassos (luxúria) Indolentes Aptos apenas para o trabalho manual Associados às ocorrências de tragédias

Segundo o pensamento do período colonial, quais características eram atribuídas ao grupo abaixo? Índios Considerados descendentes de Caã Acusados de Hereges Devassos (luxúria) Indolentes Aptos apenas para o trabalho manual Associados às ocorrências de tragédias

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Cristãos Novos Acusados de Hereges Negros Índios Considerados descendentes de Caã Devassos (luxúria) Considerados descendentes de Caã Associados às ocorrências de tragédias Aptos apenas para o trabalho manual Indolentes

n O preconceito de hoje possui justificativas parecidas com as usadas pelos portugueses no período colonial contra índios, negros e cristãos-novos?

O mito da “Democracia Racial” Ø Ø Nos Estados Unidos Tomando, há uma situação de forte oposição entre negros e brancos. No Brasil, por causa da situação dos EUA, houve a crença de que uma “Democracia Racial”. A miscigenação presente em todo o processo histórico brasileiro era a maior prova usada para demonstrar essa suposta igualdade de raças brasileiras. O livro “Casa grande e senzala”, clássico da historiografia, escrito pelo sociólogo Gilberto Freyre, contribui para o mito. Essa obra apresenta a sociedade colonial de uma forma em que o escravo, apesar de sua submissão, propaga seus valores culturais em diversas esferas. Nesse aspecto e em outros, segundo o livro, a convivência entre “senhor e escravo” promoveu um entrelaçamento positivo de culturas.

Reflita: n n Pensando na situação colonial, você concorda com o mito da “democracial”? E tomando como base a situação atual, você acredita na aplicação dessa tal democracia nossos tempos?

Segundo o pensamento do período colonial, quais características eram atribuídas ao grupo abaixo? Cristãos Novos Trazidos ao continente para a escravidão Acusados de Hereges Associados as ocorrências de tragédias Devassos (luxuria) Indolentes Aptos apenas para o trabalho manual Associados as ocorrências de tragédias

Errado Atenção! Essa não era um característica atribuída aos cristãos novos durante o período colonial. Voltar

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Segundo o pensamento do período colonial, quais características eram atribuídas ao grupo abaixo? Negros Considerados descendentes de Caã Acusados de Hereges Aptos apenas para o trabalho manual Devassos (luxuria) Indolentes Aptos apenas para o trabalho manual Associados as ocorrências de tragédias

Errado Atenção! Essa não era um característica atribuída aos negros durante o período colonial. Voltar

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Neonazismo n n n O neonazismo está associado ao resgate do nazismo, ideologia política criada por Adolf Hitler, em meados anos 20. O suposto movimento neonazista (ou neo-nazi) tem suas origens colocadas em preceitos racialistas, primando sempre pela raça pura ariana. Suas ações normalmente são de extrema violência, principalmente contra grupos homossexuais, negros, latinos (quando nos Estados Unidos e na Europa), e religiosos judeus. Há grande oposição vinda dos neonazistas com relação a grupos punks, fazendo com que haja uma hostilidade entre os dois grupos. Apesar da prática racialista ou racista, os neo-nazis não se denominam racistas, promovendo às vezes discussões e debates sobre culturas opostas à ideologia nazista, com o intuito de engrandecer a favorecer o movimento neonazista. Muitos jovens participam destes movimentos, mesmo sendo esses proibidos em alguns países. http: //pt. wikipedia. org/wiki/Neonazismo Voltar

Texto original: “Primeiramente nossas tropas com q-êmos à conquista do gentio brabo desses vês issimo sertão, não he de gente matriculada nos livros de V. Mag. de nem obrigado por soldo, nem por pão de munição; são huas agregaçoens q-fazemos algús de nos, entrando cada hu com os servos de armas q-tem e juntos ao sertão desta cantinente não a cativar como algus hypocondriacos pretendem fazer crer a V. Mag. , de senão adqueriu o Tapûia gentio barbo e comedor de carne humana para o deduzir ao conhecimento da urbana humanidade e humana sociedade à associação Racional trato pa por esse meio chegarem a ter aquella lus de Deos e vão trabalha quem os quer fazer anjos, antes de fazer homens e desses asse adquiridos, e reduzidos, engrossamos nossas tropas, e com elles guerreamos a obstinados e renitentes, a se reduzirem: e ao dezpoiz nos servirmos delles para as nossas lavouras; nenhuma injustiça lhes fazemos, pois tanto he p às sustentarmos a elles e a seus filhos como a nós e aos nossos: e isto bem longe de os cativar, antes se lhes faz hu irremunerável serviço em os ensinar a saberem labrar, prantar, colher, e trabalhar p seu sustento, couza q-antes q-os brancos lho ensinem, elles não sabem fazer”. Domingos Jorge Velho explicando seu ponto de vista sobre as bandeiras para a Corôa. Apud. BOXER, C. R. Relações raciais do Imperio colonial portugues 14151825. . Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967. p. 129 Voltar

n n n Misericórdia: Irmandades (Nossa Senhora da Misericórdia) que cuidam da assistência a pobres, crianças abandonadas e doentes, existentes em Portugal desde 1498. Transplantadas para o Brasil no período colonial, existem até hoje. Na época colonial, só os membros dos grupos privilegiados da sociedade poderiam dirigir as Misericórdias. As atividades citadas, semelhantes aos dos modernos hospitais, eram desenvolvidas nas Santas Casas de Misericórdia. Morgado: titular de um morgadio. Morgadio: instituição pela qual um conjunto de propriedades tornava-se inalienável, isto é, não poderia ser vendido, e indivisível, transmitindo-se hereditariamente a um único membro da família, via de regra, o primogênito. Isso deixava os outros herdeiros em situação delicada, mas dava prestígio à linhagem familiar.