Escola Promotora de Sade 20092010 AVENTURA SOCIAL www
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Escola Promotora de Saúde – 2009/2010 AVENTURA SOCIAL www. fmh. utl. pt/aventurasocial www. aventurasocial. com www. hbsc. org email: aventurasocial@fmh. utl. pt tel. 214149152 ou tel. 214149105 fax 214151248 FMH/UTL - Estrada da Costa 1495 -688 Cruz Quebrada AVENTURA SOCIAL Faculdade de Motricidade Humana / UTL Instituto de Higiene e Medicina Tropical / UNL Promoção da Saúde / Comportamento Social
VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
ESTRATÉGIAS (Matos et al. , 2005)
Inscrever uma vítima de bullying no karaté não é a melhor resposta ao seu problema; As causas do bullying podem ser diversas, assim temos que lidar com essa problemática de maneira diversificada; O envolvimento dos pais, professores, funcionários da escola, alunos e da comunidade envolvente é essencial para acabar com a violência nas escolas;
Preparar alguns alunos para ajudar os colegas a lidar com o bullying pode ser uma estratégia eficaz Existem várias técnicas que podem ser utilizadas nessa mediação entre os próprios alunos: Relaxa – afasta-te um pouco do teu problema e admite quais são os teus sentimentos; Opta por resolver o teu problema – permite que a outra pessoa saiba que estás disponível para conversar sobre o assunto; Partilha os teus sentimentos – fala sobre a situação usando afirmações do tipo: “Eu. . . ” Escuta – sem interromper escuta o ponto de vista da outra pessoa; Encontra uma solução – tentem entrar em acordo quanto à forma de resolver o problema;
Os alunos devem ser envolvidos na implementação de soluções para prevenção da violência, é importante ouvir o que têm a dizer sobre o assunto; Disponibilizar formação na gestão da raiva, alivio do stress, na mediação, em competências pessoais, aos funcionários da escola de forma a identificarem formas de ensiná-las aos próprios alunos;
Definir o que é o bullying em conjunto com os alunos, pode ser essencial para chegar a uma compreensão partilhada e alcançar uma linguagem comum acerca do bullying;
Promover a aceitação – quando os alunos se aceitam uns aos outros, os comportamentos de bullying podem diminuir e as possibilidades deles defenderem as vítimas do bullying aumentam: Pode-se pedir aos jovens que reflictam sobre formas de ajudar as pessoas a aceitarem-se melhor umas às outras através da realização de um projecto de aceitação. Como podem passar a mensagem para os outros? Através de peças de teatro? Cartazes? Anúncios? Artigos no jornal da escola? Devem ser os jovens a decidir acerca dos projectos a ser trabalhados.
Os projectos poderão ficar expostos para toda a comunidade escolar (inclusive pais, funcionários da escola. . . ); Através da exposição dos projectos pode-se promover um “debate aberto” na comunidade escolar sobre o bullying; Partilhar histórias sobre o bullying – incentivar a partilha de história sobre bullying pode ajudar os jovens a perceber que não estão sós. Não se devem partilhar os nomes das pessoas envolvidas nos comportamentos que serão partilhados. A partir das histórias partilhadas entre os jovens pode-se debater como acham que se sentiriam em situações semelhantes e o que fariam nesse caso;
Inquérito com objectivo de reunir informação acerca dos tipos de experiências que os alunos estão a viver sem acusar ninguém; Ex. Perguntas que podem ser incluídas no inquérito: Esta semana, na escola, um colega da minha turma : Nunca Uma vez Mais de 1 vez 1. 2. 3. 4. Chamou-me nomes Disse-me uma coisa Simpática Tentou dar-me um pontapé Tentou obrigar-me a dar-lhe dinheiro. .
1. Alguém te faz mal quando estás na sala de aula? Se a resposta for sim, descreve aquilo que te fazem. sim não 2. Alguém te faz mal durante os intervalos? Se a resposta for sim, descreve aquilo que te fazem. sim não 3. Alguma vez disseste a alguém na escola que te estava a acontecer isso? Sim não Se a resposta for não, por que razão não disseste nada a ninguèm? Se a resposta for sim, com quem falaste? Que fez essa pessoa para te ajudar?
Ensinar aos jovens Competências de Gestão da Raiva
coisas que podes para substituir a “raiva” ao invés de magoares outra pessoa: 1 • Pára e Pensa, não faças nada de imediato. Reflecte sobre as opções de que dispões. Pensa o que poderá acontecer se tu magoares a outra pessoa; 2 • Deves saber que, faças o que fizeres, é uma decisão tua. Tu podes decidir. Tu és responsável pelas tuas acções; 3 4 5 6 7 8 • Diz a ti mesmo: Não faz mal sentir raiva. Mas não está certo magoar outra pessoa; • Diz a essa pessoa: “Pára com isso! Não gosto do que estás a fazer!” • Não ergas as mãos para bater. Cerra os punhos e mete as mãos nos bolsos; • Não levantes os pés para dar pontapés; • Sai do local; • Trata essa pessoa com respeito e gentileza. Não será fácil, mas tenta. Isso pode surpreender essa pessoa e até pôr fim ao conflito; . . .
Os professores podem ajudar os alunos a falarem sobre o bullying criando diários de sala de aula, os alunos devem escrever uma vez por semana, de 15 em 15 dias. . . , sobre o que quiserem. O professor pode combinar que só ele terá acesso aos diários e só irá ler aos colegas aqueles que tiver autorização para tal; Pode ainda criar uma caixa de bilhetes para o professor, aonde os alunos poderão deixar bilhetes e se quiserem podem identificar-se; Ao encorajar os alunos a falarem sobre o bullying o professor terá de estar preparado para agir, se ele não reagir rápida e eficazmente a confiança que os alunos lhe irão depositar ficará comprometida, ou mesmo destruída, uma vez que eles estão a correr riscos ao denunciar essas situações;
Sugestões para fazer amigos (Alguns jovens tornam-se bullies porque não conseguem fazer amigos, outros tornam-se vítimas porque são solitárias. . )
Podem ser trabalhados em grupos actividades - Sugestões para fazer e manter amigos: Procura arranjar amigos. Não estejas sempre à espera que sejam os outros a dar o primeiro passo. Com um simples “Olá” e um sorriso, podes estar a iniciar uma longa amizade; Envolve-te. Adere a clubes ou grupos que te interessam. Oferece-te como voluntário. . Permite que as pessoas saibam que te interessas por elas. Não fales só sobre ti próprio, faz perguntas acerca das outras pessoas; Sê honesto. Conta a verdade acerca de ti. Quando pedirem a tua opinião, sê sincero. . .
Ainda em grupo, trabalhar com os jovens as características que fazem de alguém um bom amigo, e que género de coisas podem estragar uma amizade. As ideias devem ser registadas e fixadas na sala onde estão a trabalhar; Ex. : Um bom amigo está sempre presente quando precisas; Ser mandão É alguém pode afastar que sabe as escutar; pessoas; . . . Gabar-se constante mente pode afastar as pessoas; Alguém em quem podes confiar. . .
Trabalhar situações facilitadoras de iniciar amizades, ou se aproximar de outras pessoas pode ajudar os jovens com mais dificuldade em fazer amizades, uma boa técnica será o role play;
Explorar formas de lidar com os Bullies: (O que deves fazer quando alguém tem comportamentos de bullying contigo)
5 6 7 8 • Escutem cuidadosamente, e com respeito, enquanto a outra pessoa está a falar. Tentem compreender o ponto de vista da outra pessoa; • Tentem encontrar soluções para o conflito. Tentem encontrar o maior número de ideias possíveis; Todas as ideias são aceitáveis; Não ridicularizar as ideias dos outros; • Experimentem a vossa solução. Verifiquem se resulta. Esforcem-se ao máximo para que resulte. • Se uma solução não resultar, experimentem outra. Continuem a tentar. Reflictam sobre mais soluções, se for necessário.
Essas estratégias podem ser trabalhadas também através de role-play Ensinar competências de resolução de conflitos: 8 passos para a resolução de conflitos: 1 • Acalmem-se. Não tentem resolver um conflito quando estão zangados (ou quando a outra pessoa está zangada). Façam um intervalo ou marquem um encontro para outro dia; 2 • Descrevam o conflito. Cada um deve descrever o conflito com suas palavras sem ser interrompido. Embora cada pessoa possa ter um ponto de vista diferente, nenhuma das descrições está “certa” ou “errada”; 3 • Descrevam o que causou o conflito. Que acontecimentos específicos provocaram o conflito? Que aconteceu primeiro? E a seguir? O conflito surgiu com um desacordo menor ou como uma diferença de opiniões? Que aconteceu para se ter transformado num conflito? Não dizer que o conflito é culpa de uma das pessoas; 4 • Descrevam os sentimentos provocados pelo conflito. Uma vez mais cada pessoa deve usar as suas próprias palavras. A honestidade é importante. Culpar os outros não é permitido;
Ensinar competências de mediação Os jovens podem aprender a ajudar-se mutuamente através da mediação de pares. Os jovens identificados como bons mediadores devem ser calmos, devem saber ouvir, evitar tomar partido e pacientes. Deve-se deixar bem claro que isso não significa atribuição de poder, mas sim poder ajudar os outros a resolver os conflitos;
Se um jovem evidenciar alguns sinais de aviso, poderá ser necessário contactar os seus pais; Nenhum pai gosta de ouvir que o seu filho é vítima ou potencial vítima de bullying, por isso essa informação deverá ser transmitida muito cuidadosamente;
Ex. : Pode-se começar por realçar o empenho do jovem nos trabalhos escolares; Informar os pais sobre os esforços que estão a ser feitos para acabar com a violência entre os pares na escola; Informar aos pais dos indicadores que o filho pode estar a ser alvo de bullying; Deve informar que há comportamentos que não são observáveis na escola, e precisa da ajuda deles para os identificar; . . . Todos os funcionários da escola podem também ajudar a comprovar se esses indicadores de “alerta” estão realmente presentes naquele jovem;
Os jovens podem fazer a diferença simplesmente pela forma como reagem quando são testemunhas de incidentes de bullying. Devem ser partilhadas as seguintes sugestões:
Recusar participar; Recusar assistir; Intervir - “Não o trates dessa maneira. Isso não está correcto. ” “pára de lhe bater”; . . . ) Relatar quaisquer comportamentos de bullying de que ouçam ou de que sejam testemunhas; Intervir a favor da vítima e juntar-se a ela, ou convidá-la a juntar-se ao seu grupo (a segurança é maior quando se está num grupo); Ser simpático com a vítima; Fazer um esforço para integrar os alunos que normalmente ficam sozinhos ou são rejeitados;
Treinar estratégias de respostas diante do bully:
Concordar com tudo o que o bully diz: “Sim, isso é verdade. ”; “Tens toda a razão. ” “Tu estás 100% correcto. Eu sou um choramingas!” Desarmar o bully com o humor: Ri-te e afasta-te do bully. Ou ri-te, mas não te afastes. Ages como se tu e ele estivessem a partilhar uma boa anedota. Entra no jogo. Quando o bully começar a rirse, tu podes dizer algo do género: “Isto foi divertido. Até logo. Tenho que ir embora!”; Transforma um insulto numa anedota. “Chamaste-me trinca espinhas. Tens razão, eu preciso levantar pesos mais vezes. ”; Aborrecer o bully com perguntas: “Eu sou choramingas? O queres dizer com isso? Como sabes que eu sou choramingas? Conheces outros choramingas? . . . ” Ser um “disco riscado”: A qualquer coisa que o bully diga, responde-lhe sempre da mesma maneira. . . repetidamente. Bully: “Tu és um choramingas”; Tu: “Essa é a tua opinião. ”; Bully: “Sim, e tenho razão”; Tu: “Essa é a tua opinião”; Bully: “Vê se te calas”; Tu: “Essa é a tua opinião”. .
Dizer simplesmente “Não”: “Não podes ficar com o meu lanche. Estou a comê-lo”; “Não podes ficar com o meu dinheiro. Preciso dele para pagar o meu almoço”. . Ser “evasivo”: No caso de utilizar técnicas assertivas, dizendo ao bully para deixar de te chamar nomes, sem obter qualquer resultado, podes tentar responder com palavras e frases curtas e brandas que neutralizem a situação. “Possivelmente. ” “Podes ter razão. ” “talvez. ” Esgotar o tópico: Permanece calmo e confiante. Responde ao bully colocando-lhe perguntas depois de cada insulto, exigindo-lhe que explique ou desenvolva os seus comentários. “Chamaste-me gorducho. Que queres dizer com gorducho? Podes explicar-me quantos quilos uma pessoa tem que pesar para ser gorducho? . . . ” Transformar o tópico numa vantagem. Se o tópico dos insultos for alguma coisa que possuis de diferente transforma essa diferença numa vantagem. Exemplo: Um aluno que após uma série de tratamentos médicos perdeu cabelo e começou a ser provocado por causa disso. Respondeu ao bully que muitas pessoas famosas eram carecas, e que ele tinha esperança de ficar careca pelo menos até ao Carnaval.
Dar autorização para provocar: “Podes dizer tudo o que te apetecer. Eu não fico nada incomodado. ” Responde com um comentário do tipo: “Só um igual pode compreender o seu igual”. Depois dá meia volta, dizendo “deixo-te a pensar nisso. ” Reverte a provocação: Devolve ao bully o seu próprio insulto; Chama o bully pelo seu nome, e pergunta: “ Que disseste? Podes dizer isso outra vez? ” O bully pode repetir o que disse duas ou três vezes. Nessa altura, tu, dizes-lhe alguma coisa como: “Boa, Alberto! Conseguiste dizer o mesmo três vezes. ” Faz com que o bully faça figura de tolo, quando este disser uma coisa que é obvia: “Ele reparou que eu não tenho cabelo. Espantoso!” Antecipa os insultos do bully. Aproxima-te do bully antes de este dizer alguma coisa, e pergunta: “Que tens a dizer hoje? ” Nessa altura, desenrolas vários insultos que o bully usou anteriormente.
Os jovens devem estar avisados da possibilidade do bully poder voltar para se vingar, por isso é importante trabalhar para melhorar as estratégias
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