CAMPO DA SADE DO TRABALHADOR NO BRASIL Sade
CAMPO DA SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL Saúde do Trabalhador é campo de práticas e conhecimentos cujo enfoque teórico-metodológico, no Brasil, emerge da Saúde Coletiva, buscando conhecer (e intervir) (n)as relações trabalho e saúde-doença, tendo como referência central o surgimento de um novo ator social: a classe operária industrial, numa sociedade que vive profundas mudanças políticas, econômicas, sociais. Ao contrapor-se aos conhecimentos e práticas da Saúde Ocupacional, objetiva superá-los, identificando-se a partir de conceitos originários de um feixe de discursos dispersos formulados pela Medicina Social Latino-Americana, relativos à determinação social do processo saúde-doença; pela Saúde Pública em sua vertente programática e pela Saúde Coletiva ao abordar o sofrer, adoecer, morrer das classes e grupos sociais inseridos em processos produtivos. (Lacaz, 2007)
MOVIMENTO OPERÁRIO ITALIANO Lei 300, de 20/05/1970, “Estatuto dos Trabalhadores” s não delegação da vigilância da saúde ao Estado; s não monetização do risco; s validação do saber dos trabalhadores e a realização de estudos e investigações independentes (validação consensual - avaliação de uma situação de trabalho através do consenso dos trabalhadores interessados). s acompanhamento da fiscalização e o melhoramento das condições e dos ambientes de trabalho.
Marcos Importantes da Saúde Trabalhador no Paraná • Código de Saúde do Paraná(2001) http: //www. saude. pr. gov. br/arquivos/File/Codigo_Saude. pdf • Publicação da Política Estadual de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador do Paraná (2011) http: //www. sesa. pr. gov. br/arquivos/File/politicaestadualdesaudedotrabalhador. pdf
Do que trata a Política Estadual de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador do Paraná ?
• No Estado do Paraná, foram priorizadas as ações de vigilância em ambientes de trabalho e processos de trabalho: “. . . J)Setor público” E os 11 Agravos, da Portaria 2472/GM-MS/ 31/8/2010: 1. PAIR ( Perda Auditiva Induzida por Ruído; 2. Dermatose Ocupacional; 3. Pneumoconiose; 4. LER/DORT; 5. CANCER RELACIONADO AO TRABALHO; 6. ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO; 7. TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO; 8. ACIDENTE DE TRABALHO FATAL; 9. ACIDENTE DE TRABALHO COM MUTILAÇÕES; 10. ACIDENTE DE TRABALHO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES; 11. INTOXICAÇÃO EXOGENA. Fonte: Política Estadual de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador do Paraná
4. 1. 2 Assistência à Saúde do Trabalhador A assistência à saúde dos trabalhadores deve ser prestada em toda rede de serviços de saúde do SUS, com integração dos níveis de atenção básica, especializada e hospitalar, hierarquizada conforme seu nível de complexidade. Essas ações deverão ser incorporadas às rotinas das unidades básicas de atendimento, permitindo aos profissionais da área da saúde estabelecer as associações entre saúde-doença-trabalho. Deve contemplar o diagnóstico precoce, o tratamento, a reabilitação e a recuperação, utilizando-se sempre que possível, dos recursos humanos já existentes na rede SUS, devidamente capacitados. Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ”
4. 1. 2. 2 Vigilância Sanitária, Epidemiológica e Ambiental a) Elaboração do mapa das atividades produtivas no território; b) Identificação e cadastro dos trabalhadores; c) Vigilância das condições e dos ambientes de trabalho – Vigilância Sanitária; d) Busca ativa de casos de doenças relacionadas ao trabalho – Vigilância Epidemiológica; e) Referência e contra-referência para níveis mais complexos de cuidado. Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ”
4. 1. 2. 3 Vigilância Epidemiológica a) Ações desenvolvidas de modo contínuo para conhecer o comportamento da doença ou agravo; b) Impor medidas de intervenção pertinentes com eficácia. Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
4. 1. 2. 4 Informação a) Notificação dos agravos e das situações de risco para a saúde dos trabalhadores; b) Alimentação do Sistema de Informação (SINAN). Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
4. 1. 2. 5 Produção do Conhecimento a) Identificação de problemas de saúde e de outras questões relacionadas ao trabalho que necessitam ser investigadas ou estudadas; b) Participação em projetos e estudos. Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
4. 1. 2. 6 Atividades Educativas a) Orientação dos trabalhadores em nível individual e coletivo, grupos operativos, etc. ; b) Educação permanente; c) Produção e divulgação de material educativo Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
4. 1. 2. 8 Ações de Saúde do Trabalhador nos Serviços de Urgência e Emergência a) Realizar o diagnóstico e tratamento; b) Proceder à coleta sistemática da história ocupacional para o estabelecimento da relação do agravo com o trabalho; c) Fazer os encaminhamentos de referência e contrarreferência; d) Realizar os encaminhamentos ao INSS para o provimento dos benefícios previdenciários correspondentes; e) Notificar os agravos no SIA/SIH/SINAN; f) Comunicar as equipes de VISA a ocorrência de acidentes/doenças trabalho para investigação; k) Realizar a emissão da CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho. • Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
4. 1. 2. 9 Ações de Saúde do Trabalhador nos Serviços de Média Complexidade a) Realizar o diagnóstico e tratamento; b) Proceder à coleta sistemática da história ocupacional para o estabelecimento da relação do agravo com o trabalho; c) Fazer os encaminhamentos de referência e contrarreferência; d) Realizar os encaminhamentos ao INSS para o provimento dos benefícios previdenciários correspondentes; e) Notificar os agravos (SIA/SIH/SINAN); f) Comunicar às equipes de VISA a ocorrência de acidentes/doenças do trabalho para investigação. • Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
Ambulatórios de Saúde do Trabalhador Os ambulatórios de Saúde do Trabalhador são estruturas especializadas de atendimento aos trabalhadores vítimas de acidentes e ou doenças relacionadas ao trabalho e atuam como suporte técnico na avaliação dos casos mais complexos. Podem também atuar como campo de estágio e residência médica. • Fonte: “POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DO PARANÁ
Qual o perfil epidemiológico dos professores/as?
Estudos Internacionais • Alguns estudos têm avaliado as fontes e extensão da ansiedade como: Pressão do tempo, por Olander & Ferrell, (1970); o relacionamento com a administração e outros colegas (Moracco et alii, 1982); as ameaças verbais e físicas feitas pelos estudantes (Cichon & Koff, 1980), as tarefas extra-classe, reuniões e atividades adicionais e, problemas com alunos (Dedrick at al. , 1981).
-Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1981 apud Machado, 1993), um em cada dois professores participantes de uma pesquisa da Universidade de Munique estava exposto ao risco de sofrer um ataque cardíaco; -Entre docentes da Hungria constatou-se maior prevalência de distúrbios advindos do estresse, labirintite, faringite, neuroses e doenças dos aparelhos locomotor e circulatório; - Entre educadores franceses, segundo dados oficiais, 60% das solicitações de licença por motivo de doença relacionavam-se a distúrbios nervosos. Além disso, verificou-se, entre pessoas hospitalizadas por doenças mentais, maior incidência de neuroses com depressão entre os professores do que em outras categorias profissionais.
-Na Inglaterra, um estudo realizado em 1978, indicou que 25% dos professores não acreditavam na própria permanência na profissão pelos próximos dez anos, e 20% a 30% deles classificaram-na como causadora de estresse. • Nos Estados Unidos, De. Frank & Stroup (1989) estudaram professores de escolas elementares para avaliar a relação entre fatores pessoais, estresse, insatisfação no trabalho e problemas de saúde. Os problemas de saúde mais freqüentes foram: perda de energia, impaciência, dores de cabeça, hiperalimentação, aumento da irritabilidade e dores na coluna. Em sessão aberta do questionário, os professores estabeleceram como principais fatores de estresse: avaliações, tempo insuficiente para as tarefas estabelecidas, preocupações diárias (trabalho de casa, currículos, reuniões), responsabilidades extracurriculares, problemas com os pais que não se preocupavam com a vida escolar do aluno e falta de tempo para estar com a família
Estudos no Brasil • A investigação de Codo et al. (1998) sobre a saúde mental dos professores de 1 o e 2 o graus em todo o país, abrangendo 1440 escolas e 30. 000 professores, revelou que 26% dos professores da amostra estudada apresentavam exaustão emocional (cerca de 1 professor a cada quatro estudados). Essa proporção variou de 17% em Minas Gerais e Ceará a 39% no Rio Grande do Sul. A desvalorização profissional, baixa auto-estima e ausência de resultados percebidos no trabalho desenvolvido foram fatores importantes para o quadro encontrado.
• Ruiz et al. (1995), investigaram a demanda de professores de 1 o e 2 o graus da rede pública de Sorocaba, São Paulo, num ambulatório especializado em saúde ocupacional. A demanda por atendimento foi periódica nos semestres: no começo do ano era pequena, nos meses seguintes aumentava, no início do 2 o semestre voltava a diminuir e, novamente, aumentava no final do ano. Durante as férias, a demanda registrada era mínima. Segundo os autores, esse comportamento da demanda favorece a hipótese de que a procura do cuidado médico e, conseqüente afastamento do trabalho, aumentava no decorrer do período letivo, revelando um desgaste crescente dos professores. Dentre as doenças mais freqüentes encontraram a laringite, que representou 39, 8% dos diagnósticos realizados, seguida pela asma ocupacional (15, 3%), alergia ocupacional (6, 8%) e lesões por esforços repetitivos (LER).
• Carvalho (1995), estudando professoras primárias na cidade de Belém, encontrou níveis mais elevados de suspeição de sintomas psíquicos (de acordo com o instrumento de detecção utilizado), em escolas onde se relatou um relacionamento menos democrático com a direção, do que naquelas onde predominavam relações mais democráticas.
• Em Salvador, Bahia, o CESAT (Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador), órgão da Secretaria de Saúde do Estado, em um estudo da demanda do Ambulatório no período de 1991 a 1995, registrou o atendimento de 76 docentes. Após avaliação, 46 educadores (60. 5%) foram diagnosticados como portadores de doenças ocupacionais. As doenças encontradas foram: calos nas cordas vocais, 41. 3% dos casos, rinosinusite, 34. 8% dos casos, asma, 13. 0%, Lesões por Esforços Repetitivos, 6. 5%, dermatose, 2. 2% e varizes, 2. 2% (CESAT, 1997).
Elementos para a implantação de uma real política de saúde do trabalhador Adesão dos profissionais Movimento Social e Sindical organizado Comprometimento dos políticos
• • • LACAZ, Francisco Antonio de Castro. O campo Saúde do Trabalhador: resgatando conhecimentos e práticas sobre as relações trabalho-saúde. Cad. Saúde Pública [online]. 2007, vol. 23, n. 4 Minayo-Gome, Carlos Y Thedim-Costa, Sonia Maria Fonseca. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Cad. Saúde Pública [online]. 1997, vol. 13 Payne, RL & Fletcher, B. (1983) Job demands, supports, and constraints as predictors of psychological strain among school teachers, Journal of Vocational Behavior, 22, 136– 147
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