Diagnstico da Realidade da Morte Prof Arquimedes Fernandes

  • Slides: 22
Download presentation
Diagnóstico da Realidade da Morte Prof. Arquimedes Fernandes M. De Melo

Diagnóstico da Realidade da Morte Prof. Arquimedes Fernandes M. De Melo

Conceito de morte É uma realidade complexa que determina o fim da unidade biológica

Conceito de morte É uma realidade complexa que determina o fim da unidade biológica Pelo padrões tradicionais caracteriza-se pela parada das funções cerebrais, respiratória e circulatória.

Conceito de morte Não sinal de certeza da morte até surgirem os fenômenos transformativos

Conceito de morte Não sinal de certeza da morte até surgirem os fenômenos transformativos no cadáver, porque na realidade, não é um momento ou instante, mas processo gradativo.

Conceito de morte Para constatar a certeza da morte, é necessária a observação cuidadosa

Conceito de morte Para constatar a certeza da morte, é necessária a observação cuidadosa dos fenômenos que surgem no corpo a partir do momento da morte, representado por mudanças físicas, químicas e estruturais, de origem natural ou artificial. Fenômenos: Borri divide em 1. Abióticos, aviltais ou vitais negativos; 2. Transformativos.

Fenômenos abióticos Também chamados de avistais ou vitais negativos, se dividem em imediatos (devido

Fenômenos abióticos Também chamados de avistais ou vitais negativos, se dividem em imediatos (devido à cessação das funções vitais) e consecutivos (devido à instalação de fenômenos cadavéricos, de ordem química, física e estrutural).

Fenômenos abióticos imediatos v. Perda da consciência; v. Perda da sensibilidade; v. Abolição motilidade;

Fenômenos abióticos imediatos v. Perda da consciência; v. Perda da sensibilidade; v. Abolição motilidade; v. Perda do ônus muscular; v. Face hipocrática; v. Cessação da respiração; v. Cessação da circulação; v. Cessação da atividade cerebral

Fenômenos abióticos consecutivos 1) Desidratação cadavérica: Sujeito às leis da física, sofrendo evaporação tegumentar.

Fenômenos abióticos consecutivos 1) Desidratação cadavérica: Sujeito às leis da física, sofrendo evaporação tegumentar. Esta desidratação se traduz em: v Decréscimo de peso; Também chamados de Mediatos v Pergaminhqmento da pele: a pele endurece e torna- se sonora à percussão, tomando um aspecto de pergaminho. Apresenta-se com tonalidade pardacenta ou pardoamarelada e estrias decorrentes de arborização vascular que se desenha na pele.

Fenômenos abióticos consecutivos 1) Desidratação cadavérica: v Dessecamento das mucosas dos lábios; torna uma

Fenômenos abióticos consecutivos 1) Desidratação cadavérica: v Dessecamento das mucosas dos lábios; torna uma consistência dura e tonalidade pardacenta; v Modificações dos globos oculares: formação da tela viscosa, perda de tensão do globo ocular, enrugamento da córnea, mancha negra da esclerótica e turvação da córnea transparente.

Fenômenos abióticos consecutivos Esfriamento cadavérico (algor mortis) Com a morte o corpo tende a

Fenômenos abióticos consecutivos Esfriamento cadavérico (algor mortis) Com a morte o corpo tende a equilibrar sua temperatura com o meio. Começa pelas mãos e pés e os órgãos internos mantêm-se aquecidos por até 24 h.

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) Também chamadas de manchas de

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) Também chamadas de manchas de posição ou livores cadavéricos. Caracterizam-sepela tonalidade azul-púrpura. Apresentam-se em forma de placas, embora possam surgir as chamadas púrpuras hipostáticas, por se apresentarem como ponteados de escarlatina. A pele das regiões não atingidas pelas manchas toma uma tonalidade cérea.

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) As manchas hipostáticas cutâneas permanecem

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) As manchas hipostáticas cutâneas permanecem até o surgimento dos fenômenos putrefativos, quando elas são invadidas pela tonalidade verde-enegrecida que aparece devido à formação de hidrogênio sulfurado combinado com a hemoglobina.

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) Com a parada da circulação,

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) Com a parada da circulação, o sangue pela lei da gravidade, vai se acumulando paulatinamente nas partes mais baixas, deixando de aparecer apenas superfícies de contato que o cadáver sofre por compressão sob o plano resistente. Inicia-se sob a forma de pequenas manchas isoladas que vão juntando-se para formar as grandes áreas de livores. Em geral, começam a aparecer em torno de 2 a 3 h após a morte.

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) Por fim, pode-se observar o

Fenômenos abióticos consecutivos Manchas de hipóstase cutâneas (livro mortis) Por fim, pode-se observar o fenômeno chamado dentes rosados (pink teeth). Explicado pela dissociação da hemoglobina devido à autólise da polpa dentária que invade os canalículos da dentina, dando assim aspectos róseos à parte aparente do dente. É mais comum nos casos de afogamento, em virtude da posição do cadáver com a cabeça baixa.

Fenômenos abióticos consecutivos Rigidez cadavérica (rigor mortis) É o último sinal da vida, um

Fenômenos abióticos consecutivos Rigidez cadavérica (rigor mortis) É o último sinal da vida, um fenômeno físico-químico em um estado de contratura muscular, devido à ação dos produtos catabólicos do metabolismo, correspondente a uma situação de vida residual do tecido muscular Atualmente, acredita-se que a rigidez cadavérica é resultante de muitos fatores, todos eles decorrentes da supressão de oxigênio celular, indo impedir a formação de ATP, das modificações da permeabilidade das membranas das células, da formação de actomiosina e da ação da glicose anaeróbica, com inevitável acúmulo de ácido lático.

Fenômenos Transformativos Tafonomia é o estudo da transição dos restos biológicos a partir da

Fenômenos Transformativos Tafonomia é o estudo da transição dos restos biológicos a partir da morte até a fossilização. Os fenômenos transformativos podem ser de duas ordens: destrutivos (autólise, putrefação e maceração) e conservadores ( mumificação, saponificação, calcificação e corificação).

Fenômenos Transformativos Destrutivos Autólise Caracteriza-se por uma série de fenômenos fermantativos, que se verifica

Fenômenos Transformativos Destrutivos Autólise Caracteriza-se por uma série de fenômenos fermantativos, que se verifica no interior da célula, motivados pelas próprias enzimas celulares, que levam à destruição do corpo logo após a morte. Este processo passa por duas fases: na primeira (fase latente) as alterações são apenas no citoplasma; na segunda (fase necrótica) há o comprometimento do núcleo com o seu desaparecimento.

Fenômenos Transformativos Destrutivos Putrefação Consiste na decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de

Fenômenos Transformativos Destrutivos Putrefação Consiste na decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de germes. Depois da autólise, começa a se verificar a desorganização do corpo em substâncias mais simples. O intestino é o ponto de partida para a putrefação. Os primeiro sinais de putrefação se dá no abdome, correspondendo a mancha verde abdominal. Nos recém-nascidos, a putrefação invade o cadáver por todas as cavidades por via externa, principalmente por via respiratória. A putrefação é mais rápida em crianças e obesos.

Fenômenos Transformativos Destrutivos Maceração É um processo especial de transformação que sofre o cadáver

Fenômenos Transformativos Destrutivos Maceração É um processo especial de transformação que sofre o cadáver do feto no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez. A epiderme se destaca facilmente e os regumentos apresentam uma coloração avermelhada, devido ao fenômeno da embebição da hemoglobina. O corpo perde a consistência inicial, o ventre se achata e os ossos se livram dos tecidos, ficando como se estivessem soltos.

Fenômenos Transformativos Conservadores Mumificação A mumificação por processo natural exige condições ambientais que garantam

Fenômenos Transformativos Conservadores Mumificação A mumificação por processo natural exige condições ambientais que garantam a desidratação rápida, de modo a impedir a ação microbiana responsável pela putrefação.

Fenômenos Transformativos Destrutivos Saponificação ou Adipocera Caracteriza-se pela transformação do cadáver em substância untuosa,

Fenômenos Transformativos Destrutivos Saponificação ou Adipocera Caracteriza-se pela transformação do cadáver em substância untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, dando uma aparência de cera ou sabão. Ocorre quando certas enzimas bacterianas hidrolisar as gorduras neutras, dando origem a ácidos graxos, os quais em contato com elementos minerais se transformam em ésteres.

Fenômenos Transformativos Destrutivos Calclficação Ocorre mais frequentemente em fetos mortos e retidos na cavidade

Fenômenos Transformativos Destrutivos Calclficação Ocorre mais frequentemente em fetos mortos e retidos na cavidade uterina, constitui os chamados litopédios (criança de pedra). Nos cadáveres de menores ou adultos , esse fenômeno é raro, surgindo quando as partes moles desintegram-se rápido pela putrefação e o esqueleto começa a assimilar uma grande quantidade de sais de cálcio, tomando essa parte do corpo uma aparência pétrea.

Fenômenos Transformativos Destrutivos Corificação É. Um fenômeno muito raro, ocorre em cadáveres que são

Fenômenos Transformativos Destrutivos Corificação É. Um fenômeno muito raro, ocorre em cadáveres que são encontrados em urnas metálicas, fechadas hermeticamente, principalmente de zinco. Por isso, o corpo é preservado da decomposição, em face da inibição dos fatores transformativos. Apresenta a pele de cor e aspecto de coro curtido recentemente. Mostra-se com o abdômen achatado e deprimido, a musculatura e a tele subcutânea preservadas e os órgãos em geral amolecidos e conservados.