UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR INSTITUTO DE GEOCINCIAS FACULDADE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS FACULDADE DE GEOLOGIAS INTRODUTÓRIAS Aula 1 Prof.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS FACULDADE DE GEOLOGIAS INTRODUTÓRIAS Aula 1 Prof. Milton Matta 2017 Prof. Milton Matta 1

Água do Planeta H i d r o s f e r a 100%

Água do Planeta H i d r o s f e r a 100% Fonte: Matta, 2002 Água Salgada 97, 5% Água das Calotas e Geleiras 1, 72% Água Doce 0, 78% Rios e Lagos 1, 01% Prof. Milton Matta Água Subterrânea 96, 1% Outras 2, 89% 2

Comparação entre os Volumes das diversas águas do Planeta Prof. Milton Matta 3

Comparação entre os Volumes das diversas águas do Planeta Prof. Milton Matta 3

Relação entre águas superficiais e subterrâneas. Prof. Milton Matta 4

Relação entre águas superficiais e subterrâneas. Prof. Milton Matta 4

Águas Subterrâneas 1 - Mais abundantes X Águas Superficiais 2 - Melhores qualidades Físicoquímicas

Águas Subterrâneas 1 - Mais abundantes X Águas Superficiais 2 - Melhores qualidades Físicoquímicas e Bacteriológicas 3 - Mais protegidas contra contaminação 4 - Mais protegidas contra evaporação 5 - Mais baratas (abastecimento) 6 - Dispensa longas redes de distribuição (poço no local) 7 - Permite investimentos gradativos com a demanda Prof. Milton Matta 5

A Política Brasileira e a água pouco fotogênica! Este é um fator que tem

A Política Brasileira e a água pouco fotogênica! Este é um fator que tem representado um importante papel na descaracterização das águas subterrâneas como um grande provedor para abastecimento de água potável. Para uma grande parte de nossos administradores, a construção de poços para explotação de água subterrânea “não dá votos, pois o povo não vê a obra!”. Não há como colocar uma placa! É muito mais interessante, politicamente, investir em grandes obras para captação e tratamento das águas superficiais , mesmo que sejam financeiramente inviáveis quando comparadas à um investimento menor nas águas subterrâneas. Com as águas superficiais o povo vê a obra e dá prestígio ao político responsável. Prof. Milton Matta 6

Águas subterrâneas – um bem mineral A água sempre foi considerada um bem livre

Águas subterrâneas – um bem mineral A água sempre foi considerada um bem livre e de uso comum (“de graça”)! Principalmente na Amazônia A maior descarga de Água doce do Planeta. Brasil: quinto país do mundo, em território e em população Destaca-se no cenário mundial como detentor de 53% da água doce da América do Sul e 12% do total mundial Abundância trouxe a cultura do desperdício e a não realização de investimentos no setor para um uso e proteção mais eficientes Prof. Milton Matta 7

A cobra representativa da ordem de valores dos 30 mais importantes matérias primas minerais

A cobra representativa da ordem de valores dos 30 mais importantes matérias primas minerais do mundo. Prof. Milton Matta O tamanho de cada bola e o número associado representam a ordem de importância do 8 bem mineral.

Na Amazônia, a população tem se acostumado a abrir as torneiras e deixar a

Na Amazônia, a população tem se acostumado a abrir as torneiras e deixar a água correr sem ter noção dos problemas que se enfrenta para captação e tratamento das águas. Neste contexto também se insere a água subterrânea. Os famosos poços escavados (poços amazonas), têm sido cavados nos quintais das casas e têm servido para enaltecer essa idéia de que a água é gratuita. Prof. Milton Matta Poço amazonas, a céu aberto e nas proximidades do sanitário e fossa 9

Na realidade, em diversos paises do mundo e mesmo em algumas regiões do Brasil,

Na realidade, em diversos paises do mundo e mesmo em algumas regiões do Brasil, as águas subterrâneas passaram a ser olhadas dentro de um outro prisma. Elas têm sido consideradas como um bem mineral e têm passado a representar um importante papel nos balanços econômico-financeiros. Nos estados Unidos, por exemplo, e em diversos países ditos do primeiro mundo, a motivação primária para o estudo das águas subterrâneas tem sido, tradicionalmente, sua importância como um bem mineral, com grande interesse econômico. No Brasil, a partir de 1997, com a Lei Federal N. 9433, o uso da água passou a ser cobrado e, as regiões com alto potencial hídrico, principalmente de águas subterrânea, ganharam um importante bem mineral para compor a matriz econômica. Prof. Milton Matta 10

Para se alcançar um uso mais eficiente da gota d’água disponível no mundo, uma

Para se alcançar um uso mais eficiente da gota d’água disponível no mundo, uma das recomendações do Banco Mundial (BM) e da Organização das Nações Unidas (ONU) é considerá-la uma mercadoria, com preço de mercado. Neste quadro, como os investimentos necessários à perfuração de poços e ao bombeamento da água subterrânea são feitos, regra geral, pelos próprios usuários, a sua utilização tende a ser mais eficiente em relação ao uso das águas superficiais, cuja oferta é feita e garantida por um “provedor” que investe muito dinheiro público para construção de obras extraordinárias. Assim, no Centro Oeste dos Estados Unidos - a maior economia de todos os tempos num meio árido com um coração desértico - o custo da água que é bombeada de poços cada vez mais profundos sendo crescente levou os agricultores a trocar os métodos de irrigação, cujas perdas totais da gota d’água disponível eram de 50%, por outros mais eficientes, com perdas de apenas 5%. Prof. Milton Matta 11

Da mesma forma, passaram a recuperar os estoques dos aqüíferos intensamente utilizados com águas

Da mesma forma, passaram a recuperar os estoques dos aqüíferos intensamente utilizados com águas de reuso, de enchentes dos rios ou importadas de bacias hidrográficas vizinhas. Por sua vez, trocaram culturas tradicionais por outras que consomem menos água e alcançam melhor preço no mercado. Certamente, seria de fundamental importância informar mais a mídia e a sociedade, em geral, sobre a existência das águas subterrâneas e o grande alcance social e econômico da sua utilização racional. É preciso mostrar que a utilização da água subterrânea, isto é, aquela que flui “escondida” pelo subsolo da região ainda é a alternativa mais barata para solução dos problemas hídricos nos países desenvolvidos, principalmente. O desafio que se apresenta é fornecer de forma regular a gota d’água pelo menor preço possível e usá-la com eficiência é mais importante que ostentar sua abundância. Prof. Milton Matta 12

O raciocínio nas cidades da Europa e Estados Unidos, por exemplo, é de que

O raciocínio nas cidades da Europa e Estados Unidos, por exemplo, é de que os índices de perdas totais da água fornecida às redes de distribuição - vazamento físico e perdas financeiras decorrentes do roubo d’água ou das célebres ligações “clandestinas” - fiquem em níveis considerados razoáveis, entre 5 e 15%. Entretanto, no Brasil, salvo honrosas exceções, estas perdas totais atingem níveis que variam entre 40 e 60%. Por sua vez, cerca de 64% das empresas de água no Brasil, não coletam, sequer, os esgotos domésticos que geram e estima-se que nove de cada dez litros de água utilizados são devolvidos aos rios, principalmente, sem nenhum tipo de tratamento. Desta forma, em termos de utilização das águas subterrâneas, continua sendo de fundamental importância que se diferencie um poço de um buraco de onde se extrai água. Para tanto, é de fundamental importância exercer um controle – federal, estadual ou municipal - das obras de captação da água subterrânea, ou dos poços, por exemplo, para que estes sejam sempre bem construídos, operados e abandonados de forma adequada, isto é, baseados no tripé do desenvolvimento sustentável: Ética, Ecologia e Economia. Prof. Milton Matta 13