HISTRIA DA MEDICINA TROPICAL Esquistossomose Maria Patrcia Almeida

HISTÓRIA DA MEDICINA TROPICAL Esquistossomose Maria Patrícia Almeida

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE � As esquistossomoses são originárias da África e Ásia. � O parasitismo pelos trematódeos do gênero Schistosoma já afligia a humanidade desde épocas muito remotas a se julgar pelas documentações egípcias e pelo encontro, por parte de Ruffer, de ovos de Schistosoma haematobium nas múmias da 20ª dinastia (1250 -1000 a. C. ) conservadas nos museus do Cairo. � Também existem relatos de ovos do Schistosoma japonicum em cadáver de cerca de 2. 000 anos na China.

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE � Uma equipe de arqueólogos e biólogos descobriram um ovo com 6. 200 anos do parasita intestinal em uma antiga cova no norte da Síria. � O local, denominado Tell Zeidan, fica no vale do Eufrates, parte do famoso "Crescente Fértil", onde os humanos se assentaram para introduzir cultivos agrícolas quase 8. 000 anos atrás.

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE Rio Eufrates

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE Ovo de Schistosoma encontrado no esqueleto, datado de 6. 200 anos Esqueleto onde foi encontrado o ovo do Schistosoma a aprox. 6. 200 anos

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE Museu do Cairo - Egito Local onde foram encontrados os primeiros vestígios do Schistosoma , na África

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE Em 1851, Theodor Bilharz, helmintologista alemão anunciou ter descoberto nas veias mesentéricas de um nativo do Cairo um trematódeo de sexo separado, a que chamou de Distoma haematobia. � Bilharz considerou a Distoma haematobium como eliminadora de dois tipos de ovos: um ovo caracterizado pela presença de um espículo terminal e outro cujo característico seria um esporão lateral. � Theodor Bilharz

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE � Havia uma polêmica quanto à possibilidade de a esquistossomose ser provocada por outra espécie de Schistosoma além do haematobium, descoberto em 1851 pelo helmintologista alemão Theodor Bilharz.

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE � � � O Schistosoma mansoni difundiu-se pelas Américas do Sul e Central a partir do tráfico de escravos. Somente o S. Mansoni se desenvolveu no Brasil. Em 1904, Katsurada descobriu e descreveu pela primeira vez os vermes adultos da espécie conhecida S. Japonicum, esquistossomose japônica. S. mekongi e S. intercalatum, o primeiro é uma zoonose de cães e roedores e o segundo é comum nas regiões da África Central parasitando o homem. A parasitose já havia sido assinalada por Mauren em Antigua, por Letulle em 1903, em Martinica, e por Gonzalez. Martinez em 1904, em Porto Rico.

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE S. japonicum S. mekongi S. intercalatum S. haematobium

EPIDEMIOLOGIA NO MUNDO

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL Otto Wucherer ; Primeiro pesquisador no Brasil que tentou encontrar casos de esquistossomose. Não encontrou ovos de S. haematobium na urina. Descobriu as microfilarias , de uma nova espécie, denominada Wuchereria bancrofti Otto Wucherer

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL � A espécie existente no Brasil foi descrita, em 1907, pelo inglês Sambon, que a nomeou Schistosoma mansoni em homenagem a Patrick Manson, helmintologista inglês. Patrick Manson

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL Dr. Augusto Pirajá da Silva, médico baiano, descreveu e identificou o ovo do Schistosoma mansoni, com espícula lateral, examinando a estrutura do miracídio. Dr. Augusto Pirajá da Silva Fonte : http: //www. historiabahia. com/bibliografia/pirajasilva. htm

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL � � Em 1908, o médico baiano Manoel Augusto Pirajá da Silva (1873 -1961) publicava na Revista Brazil Medico o artigo Contribuição para o estudo da Schistosomíase na Bahia, Desde 1904, procurava ovos do Schistosoma haematobium em pacientes com esquistossomose na Bahia. Quatro anos depois, divulgava seu achado.

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL � � � Pirajá da Silva estudou uma espécie encontrada na Bahia dizendo que, provavelmente, seria uma nova espécie e a chamou de Schistosoma americanum. A contribuição de Pirajá da Silva não foi reconhecida na literatura inglesa. Descreveu o hospedeiro intermediário : moluscos do gênero Biomphalaria ( caramujos) espiral plana, que podem medir de 10 a 40 mm.

HISTÓRICO DA ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL Biomphalaria glabrata é uma espécie de caramujo da família Planorbidae hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni Ovo do S. Mansoni, descrito por Pirajá da Silva. Possui espícula lateral.

FORMA INFECTANTE: A CERCÁRIA esquistossômulo cauda Fonte: https: //www. pinterest. com/pin/

CICLO BIOLÓGICO DO PARASITO

FORMAS CLÍNICAS � � Aguda: assintomática e sintomática � Pode se apresentar sob forma leve com diarréia, febrícula, celaféia, sudorese, astenia, anorexia e emagrecimento Crônica : Varia de acordo com a carga parasitária e com o órgão mais afetado � Forma intestinal - presença de diarréias e epigastralgias � Forma hepática - presença de diarréias

FORMAS CLÍNICAS Forma hepatoesplênica compensada - dores abdominais atípicas, alterações das funções intestinais e sensação de peso � Forma hepatoesplênica descompensada – Considerada uma das formas mais graves. Diminuição acentuada do estado funcional do fígado �

APRESENTAÇÕES CLÍNICAS Dermatite cercariana. Fonte: http: //www. saudicas. com. br/esquistossomose/ Forma hepatoesplênica. Fonte: http: //www. scielo. br/img/revistas /rsbmt/v 42 n 2/pt_a 31 fig 01 a. jpg

EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL A região Nordeste e o estado de Minas Gerais foram as primeiras áreas endêmicas da S. mansoni, no Brasil.

PRAZIQUANTEL CONTRA A ESQUISTOSSOMOSE � � � Criado em 1975 num esforço conjunto das indústrias farmacêuticas Bayer e Merryck, o Praziquantel foi um medicamento desenvolvido para atuar na cura da esquistossomose. O Praziquantel não foi efetivo na cura da doença, isso porque o fármaco não ataca os ovos nem as formas jovens do Schistosoma mansoni, impedindo sua eliminação definitiva do organismo. Outra deficiência do medicamento foi relatada : o surgimento de casos de resistência ao Praziquantel por algumas cepas do verme no continente africano.

REFERÊNCIAS Brazil, T. K. (organizadora), Costa, M. F. , Brazil, T. K. - Manoel Augusto Pirajá da Silva. Projeto Herois da Saúde na Bahia. Disponível: http: //bvsms. saude. gov. br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni _diretrizes_tecnicas. pdf. Disponivel em : http: //www. bahiana. edu. br/herois/heroi. aspx? id=NQ==. Disponivel em : http: //www 6. ensp. fiocruz. br/radis/conteudo/piraja-da-silva Disponivel em : http: //www. gmbahia. ufba. br/index. php/gmbahia/article/view. File/975/953 CIMERMAN, Sérgio; CIMERMAN, Benjamin – Medicina Tropical - EDITORA ATHENEU — São Paulo, 2003 REZENDE, JM. À sombra do plátano: crônicas de história da medicina [online]. São Paulo: Editora Unifesp, 2009. 408 p. - <http: //books. scielo. org>. FALC O, Dr. Edgard de Cerqueira - Pirajá da Silva : o incontestável descobridor do “schistosoma mansoni” / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008.