CHAILLEY Jacques Histoire Musicale du Moyen Age Paris

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CHAILLEY, Jacques Histoire Musicale du Moyen Age. Paris, PUF, 1950

CHAILLEY, Jacques Histoire Musicale du Moyen Age. Paris, PUF, 1950

Cap. I: O fim da civilização romana o o Os gregos ensinaram aos Latinos

Cap. I: O fim da civilização romana o o Os gregos ensinaram aos Latinos a misturar a música às manifestações mais elementares do espírito Todo um mundo musical morre nos três primeiros séculos da era cristã, enquanto que outro se constrói sobre os escombros, na obscuridade das catacumbas ou, mais tarde, na pompa das basílicas

o o Não havia festas ou banquetes em que a música não tivesse seu

o o Não havia festas ou banquetes em que a música não tivesse seu lugar: funerais, sacrifícios, cerimonias acompanhadas de dança e litanias (orações de caráter responsório) O povo tinha seu romanceiro popular, como entre nós, cantando melodias tradicionais, cantando as vitórias de César, Nero. . .

o o p. 4) Música instrumental: cítara, aulos, tíbia (palheta próxima ao clarinete) Cícero:

o o p. 4) Música instrumental: cítara, aulos, tíbia (palheta próxima ao clarinete) Cícero: “Aqueles que não podem se tornar tocadores de cítara tornam-se tocadores de aulos”

o o Tuba, lituus, buccina (instrumentos militares) Sêneca descreve um verdadeiro concerto para voz

o o Tuba, lituus, buccina (instrumentos militares) Sêneca descreve um verdadeiro concerto para voz e instrumentos Caráter superficial que explica sua decadência Ausência total de textos sérios e documentados sobre música

Grécia o o Platão, Aristóteles falavam de música como profissionais Aristóxeno de Taranto aprofundou

Grécia o o Platão, Aristóteles falavam de música como profissionais Aristóxeno de Taranto aprofundou esse estudo Sófocles: inovações musicais em Édipo Rei Sistema coerente de escritura musical

o o o Mesmo sob Roma, Aristides Quintiliano Gaudêncio, Alípio entre outros, continuam a

o o o Mesmo sob Roma, Aristides Quintiliano Gaudêncio, Alípio entre outros, continuam a tradição teórica grega Em Roma, nada. . . Alguma esparsa com Sêneca, Petrônio ou Silius Italicus

o o Amadorismo no mau sentido Quintiliano se interessa pela música, mas em função

o o Amadorismo no mau sentido Quintiliano se interessa pela música, mas em função da arte oratória Caio Graco: flauta de marfim para indicar o tom a adotar no discurso Repetem-se servilmente as implicações morais dos gregos (frivolidades reproduzidas durante a Idade Média como curas etc)

Causas da indigência: 1ª o o Pouca inclinação dos latinos para o pensamento puro.

Causas da indigência: 1ª o o Pouca inclinação dos latinos para o pensamento puro. Aceitam passivamente a arte musical pronta dos gregos Não se integram à cultura grega nem a desenvolvem musicorum et cantorum magna est distantia/isti dicunt, illi sciunt, quae componit musica, /Nam qui canit quod non sapit diffinitur bestia (sec. XIII)

o o o Martianus Capella (séc. V): não grego de Cartago 2ª causa: desclassificação

o o o Martianus Capella (séc. V): não grego de Cartago 2ª causa: desclassificação social do músico. Na Grécia, elite; em Roma, escravos ou libertos Música (e o Teatro) perde(m) sua dignidade em mãos “pouco nobres”

o o Plínio evocava cantores centenários em cena Greves dos tocadores de Tíbia Os

o o Plínio evocava cantores centenários em cena Greves dos tocadores de Tíbia Os músicos se tornam odiosos pelo seu orgulho e suas exigências Horácio nota que essa gente se faz indefinidamente louvar, pois, uma vez lançadas nisso, não conseguem mais parar

o o o Intrigas e rivalidades Os autores dramáticos não eram mais capazes, como

o o o Intrigas e rivalidades Os autores dramáticos não eram mais capazes, como os poetas gregos, de compor eles mesmos sua música Play back. . . Do anonimato a nomes ilustres Na medida em que a decadência se acentua, os imperadores parecem se interessar cada vez mais à música

o o Calígula acorda no meio da noite três cônsules para ouvi-lo cantar e

o o Calígula acorda no meio da noite três cônsules para ouvi-lo cantar e representar e depois desaparece sem explicação Compunha hinos de vitória Tito cantava e tocava lira Outros admiravam e incentivavam os artistas

o o o Estácio quer que sua filha toque lira, cante e componha canções

o o o Estácio quer que sua filha toque lira, cante e componha canções (letra e música) Nero odiava Britanicus por seu talento de cantor Não era a música que crescia, mas a elite que se rebaixava

o o o Nada na literatura do período mostra qualquer coisa sobre a música

o o o Nada na literatura do período mostra qualquer coisa sobre a música como missão ou ideal desinteressado de pesquisa Apenas aplausos, favores, dinheiro No encontro da música grega com a Idade Média, a música latina é morta e sem descendência

o o Evoca-se cantos de outros tesouros musicais: germanos, escoceses, trácios, ibéricos, gauleses. .

o o Evoca-se cantos de outros tesouros musicais: germanos, escoceses, trácios, ibéricos, gauleses. . . “Civilizado”, o império romano pratica o circo e os gladiadores

o o o Séc. I: Primeiras escolas de retórica e os principais centros de

o o o Séc. I: Primeiras escolas de retórica e os principais centros de estudos gregos eram em Marseille e Autun Enfraquecimento da cultura transplantada (Brasil Colonial) Tradição teórica grega x cristianismo

Cap. II: O pitagorismo e as tradições musicais da Grécia o o Cícero: decadência

Cap. II: O pitagorismo e as tradições musicais da Grécia o o Cícero: decadência grega pela doçura de sua música Vicissitudes de uma transferência de civilização (Brasil colônia) Gregos: estética e técnica Os filósofos gregos dos primeiros séculos da era cristã continuam a estudar o espírito e o papel da arte sonora

o o Séc. I: Philon de Alexandria (grecojudeu) atribui à música, como a todas

o o Séc. I: Philon de Alexandria (grecojudeu) atribui à música, como a todas as artes, um papel de preparação à filosofia — mais próximo de Platão Depois de Platão e Aristóteles, essas ideias serão retomadas por Plotino (séc. III d. C), para quem o Belo é o meio de se chegar ao Bom, objetivo supremo do universo

Pitágoras o o Venerado após sua morte como um deus, dando nascimento a uma

Pitágoras o o Venerado após sua morte como um deus, dando nascimento a uma verdadeira religião, ainda hoje viva sob o aspecto filosófico Tábua de multiplicação, quadrado da hipotenusa, bases simbólicas dos números, estabelecimento dos princípios da metafísica cósmica e de uma austera regra de vida

o o Tornou-se objeto de um culto integral, enriquecido de fábulas: compreendia a língua

o o Tornou-se objeto de um culto integral, enriquecido de fábulas: compreendia a língua dos animais, conversava com os rios, lembrava-se de suas vidas anteriores, ouvia o canto dos mundos em movimento Seita formada pela elite pensante, os pitagóricos mantiveram intactas as bases de sua doutrina

o o De César (100 -44 a. C) a Nero (37 -68 d. C),

o o De César (100 -44 a. C) a Nero (37 -68 d. C), o pitagorismo ajudou a encontrar as fontes das instituiçõs romanas O neo-pitagorismo ganha status de religião, com templos, sacrifícios e credo. Precursor da metafísica cristã Doutrina de transição entre o paganismo e o cristianismo, deixando traços sensíveis no cristianismo

o o o São Paulo herda conceitos de fraternidade e vida após a morte

o o o São Paulo herda conceitos de fraternidade e vida após a morte Escolha dos sons e dos intervalos Chineses, Árabes etc têm outras divisões que não são as nossas, regidas por outras atrações e tendências, tornando-as impermeáveis para nós.

o o o Música europeia devido aos cálculos iniciais de Pitágoras (monocórdio: oitavas, quartas

o o o Música europeia devido aos cálculos iniciais de Pitágoras (monocórdio: oitavas, quartas e quintas ) que deram origem a nossa escala A quinta introduz o número 3 no cálculo = primeiro número perfeito Tônica e dominante têm uma relação à base de 3

o o o Santíssima Trindade = Perfeição Notas pontuadas, uso do C Depois do

o o o Santíssima Trindade = Perfeição Notas pontuadas, uso do C Depois do 3, segundo número perfeito éo 7 Teorias cósmicas: o número não é a explicação da realidade, mas a causa A realidade é a aparência do número

De Pitágoras a Rameau o o Quadrivium: música, aritmética, geometria e astronomia (regra geral

De Pitágoras a Rameau o o Quadrivium: música, aritmética, geometria e astronomia (regra geral da educação medieval) Música = ciência e arte Aritmética = mãe da música até Descartes (1596 -1650) Rameau (1682 -1764): união de arte e ciência

Boécio (480 -525) o o o Atraso da teoria em relação à prática: nomes

Boécio (480 -525) o o o Atraso da teoria em relação à prática: nomes gregos de notas até Guido (992 -1033) Música mundana (harmonia das esferas) , humana (dança, corpo) e instrumental Harmonia das esferas = escala musical formada pelos planetas

Cada planeta produz uma nota; quanto mais longe, mais agudo

Cada planeta produz uma nota; quanto mais longe, mais agudo

o o Boécio codifica o dogma e toda a Idade Média o repete O

o o Boécio codifica o dogma e toda a Idade Média o repete O céu canta. . . (cluster? !) Ronsard: celeste harmonia do céu Da Vinci: fricção dos corpos celestes produzem som ou não? (o atrito consome os corpos. . . )

o o A realidade das ideias é superior à realidade dos fatos (platonismo) Agostinho:

o o A realidade das ideias é superior à realidade dos fatos (platonismo) Agostinho: porque o n. 6 é santo que Deus criou o mundo em 6 dias ré (lua)-dó (mercúrio)-si (vênus)-lá (sol)sol (marte)-fá (júpiter)-mi (saturno) Em quintas: lua, marte, mercúrio, júpiter, vêenus, saturno, sol (dias da semana)

o o Pressentimento do movimento da Terra (antes de Copérnico e Galileu) Enriquecimento dos

o o Pressentimento do movimento da Terra (antes de Copérnico e Galileu) Enriquecimento dos acordes possíveis através da aumentação contínua das cordas da lira Zodíaco e a Terra (as ideias não podem falhar) Som nasce do movimento

o Ideia de um fogo central em torno do qual gira a Terra

o Ideia de um fogo central em torno do qual gira a Terra

Cap. III: A infância da música cristã o o Prolongamento do culto hebraico Não

Cap. III: A infância da música cristã o o Prolongamento do culto hebraico Não somente a liturgia cristã é modelada sobre a liturgia primitiva e rudimentar das sinagogas, e em parte do templo, mas também permanece tributária de seus desenvolvimentos durante quatro séculos, graças às conversões de judeus

o o o Analogias apontam origem comum Predomina o material judeu passado à fé

o o o Analogias apontam origem comum Predomina o material judeu passado à fé cristã Testemunhos mais antigos são do século XVI Templos: cordas, sopros, percussão Sinagogas: música vocal monódica, recitação, ritmo livre, não métrico

o o Salmodia — IV e V a. C Artifícios judeus como vocalise penetram

o o Salmodia — IV e V a. C Artifícios judeus como vocalise penetram na Igreja