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RELATO DE EXPERIÊNCIA Relações Étnico-raciais e linguagem na Educação Infantil: construção da identidade a

RELATO DE EXPERIÊNCIA Relações Étnico-raciais e linguagem na Educação Infantil: construção da identidade a partir da competência linguística Profª Ms. Iolanda Rodrigues Nunes

EDI PROFESSORA MARIA BERENICE PARENTE DIVERSIDADE CULTURAL DAS REGIÕES BRASILEIRAS: um enfoque na Educação

EDI PROFESSORA MARIA BERENICE PARENTE DIVERSIDADE CULTURAL DAS REGIÕES BRASILEIRAS: um enfoque na Educação Infantil

1 - Como se constrói a identidade da criança? 2 - Existe conflitos entre

1 - Como se constrói a identidade da criança? 2 - Existe conflitos entre as crianças por conta de seus pertencimentos raciais? 3 - Qual a função da linguagem na construção da identidade?

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Levei em consideração, ao fazer esse recorte, o fato de que “a

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Levei em consideração, ao fazer esse recorte, o fato de que “a formação da identidade da criança acontece por meio da socialização e das relações estabelecidas com “o outro” construindo, assim, sua autoimagem e autoconceito” (Bento, 2012). Logo, é de extrema necessidade incorporar o discurso da diferença na Educação Infantil não como desvio, mas como algo que enriquece nossas práticas e as relações entre as crianças, possibilitando, desde cedo, o enfrentamento de práticas de racismo, a construção de posturas mais abertas às diferenças e, consequentemente, a construção de uma sociedade mais plural (ABRAMOWICZ et al. , 2006). Para estudar as questões relativas à linguagem busquei fundamentação teórica em KOCK.

Levei em consideração um ponto fundamental do modelo reggiano que é a organização do

Levei em consideração um ponto fundamental do modelo reggiano que é a organização do trabalho educativo baseado na prática da pesquisa e no rever constante de projetos e atitudes. Também busquei embasamento teórico em SMITH, Alice Paige; CRAFT, Anna e colaboradores, na obra "O Desenvolvimento da prática reflexiva na Educação Infantil".

. . . os ambientes que particularmente encorajavam aquilo que a equipe de pesquisa

. . . os ambientes que particularmente encorajavam aquilo que a equipe de pesquisa chamava de "pensamento compartilhado e sustentado", entre os adultos e as crianças, possibilitavam a estas um maior progresso cognitivo, linguístico, social e comportamental. O que o trabalho demonstrou foi que esse tipo de envolvimento entre adultos e crianças depende de os adultos observarem sensivelmente o que as crianças estão fazendo e o modo como exploram o mundo, de maneira que as discussões envolvam uma profundidade e um significado para todos os envolvidos. (. . . ) Refletir sobre como as crianças interagem e sobre como nós interagimos com elas, é parte vital disso. Pensar juntos pode ser visto como outra maneira de falar sobre um pensamento compartilhado, sustentado e ligado integralmente a uma abordagem reflexiva da prática, como um elemento importante de um trabalho eficaz nos primeiros anos de aprendizagem.

O QUE É IDENTIDADE?

O QUE É IDENTIDADE?

Podemos considerar que identidade é o que nos identifica enquanto pessoa. Não apenas os

Podemos considerar que identidade é o que nos identifica enquanto pessoa. Não apenas os caracteres físicos, mas também os caracteres pessoais, como os nossos valores, nossas ações, nossas preferências, nosso modo de agir diante de determinadas situações. Enfim, a maneira como somos e nos revelamos para as pessoas.

Quem sou eu? O que me faz ser o que sou? Escultura Kioka (20

Quem sou eu? O que me faz ser o que sou? Escultura Kioka (20 minutos)

A identidade sempre acontece em um contexto histórico-social. Temos características que são comuns a

A identidade sempre acontece em um contexto histórico-social. Temos características que são comuns a todos os seres humanos e temos um conjunto de características que são bem individuais, que nos identifica. Somos iguais e somos diferentes.

1 - Como se constrói a identidade da criança? A construção da identidade da

1 - Como se constrói a identidade da criança? A construção da identidade da criança acontece por meio da socialização e das relações estabelecidas com “o outro” construindo, assim, sua autoimagem e autoconceito. (Bento, 2012).

Quem não se vê não se reconhece. Quem não se reconhece não se identifica.

Quem não se vê não se reconhece. Quem não se reconhece não se identifica. Quem não se identifica, não se ama, tem baixa auto-estima e se desinteressa por tudo o que representa a educação formal. Reflexões diante de um espelho sem reflexo Oswaldo Faustino 2007.

2 - Existe conflitos entre as crianças por conta de seus pertencimentos raciais? O

2 - Existe conflitos entre as crianças por conta de seus pertencimentos raciais? O silêncio que atravessa os conflitos étnicos na sociedade é o mesmo que sustenta o preconceito e a discriminação no interior da escola.

3 - Qual a função da linguagem na construção da identidade? Nas diretrizes curriculares

3 - Qual a função da linguagem na construção da identidade? Nas diretrizes curriculares Nacionais para a educação das relações Étnico-Raciais, dentre as ações educativas de combate ao racismo e as discriminações está: A valorização da oralidade, da corporeidade e da arte, ao lado da escrita e da leitura.

Quando o professor lê, oferece às crianças a possibilidade de fluição de um texto

Quando o professor lê, oferece às crianças a possibilidade de fluição de um texto bem escrito, de apreciação de belas imagens, nas ilustrações, o contato com a linguagem escrita e a oportunidade de se identificar com os personagens, refletir sobre aspectos de sua vida, seu cotidiano, de sentimentos e pensamentos. (CEERT, 2011).

As crianças em idade pré-escolares, fazem uso do preconceito e da discriminação por meio

As crianças em idade pré-escolares, fazem uso do preconceito e da discriminação por meio do plano verbal, e à medida que vão adquirindo mais idade, tendem a transformá -los em atitude, portanto valorando os vocábulos raciais diferentemente. Trinidad (2011)

METODOLOGIA

METODOLOGIA

Uma questão fundamental é fazer com que as crianças superem suas limitações expressando suas

Uma questão fundamental é fazer com que as crianças superem suas limitações expressando suas ideias e sentimentos por meio de diversas linguagens e gêneros textuais, demonstrando valorização das próprias características e respeitando as características do outro, possibilitando, desde cedo, o enfrentamento de práticas de racismo e outros tipos de preconceitos.

O domínio da leitura não pode ser isolado das práticas linguísticas, e essas não

O domínio da leitura não pode ser isolado das práticas linguísticas, e essas não podem ser dissociadas práticas semióticas e comunicativas. É evidente que falar bem melhora a prática da escrita e esta, por sua vez, as competências de leitura. Podemos dizer que praticando a produção de textos, se aprende não apenas a escrever, mas também se cresce em termos do domínio da língua escrita, que inclui as práticas de leitura. (BAJARD, p. 60)

O projeto ainda está em andamento, mas os resultados parciais já apontam para a

O projeto ainda está em andamento, mas os resultados parciais já apontam para a compreensão de que o desenvolvimento cognitivo das crianças não está relacionado à quantidade de atividades e muito menos às diferenças étnicos-raciais. Sabemos que a aprendizagem é um processo complexo e que envolve uma gama de fatores. Porém, é inegável que a elevada autoestima é um dos fatores primordiais para que a aprendizagem ocorra.

Também é possível estabelecer uma relação da elevada autoestima com um maior domínio da

Também é possível estabelecer uma relação da elevada autoestima com um maior domínio da competência linguística. Ao se sentirem valorizadas e respeitadas as crianças se sentem seguras, criando o sentimento de pertencimento de grupo, fortalecendo, assim, a individualidade tão necessária para a construção do conhecimento.

Tomar consciência de si (consciência positiva) e do outro é primordial para que a

Tomar consciência de si (consciência positiva) e do outro é primordial para que a criança se constitua enquanto sujeito e vença barreiras socialmente impostas pelas diferenças étnicos-raciais, colaborando, consequentemente, para a construção de uma sociedade mais plural.

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar” (Rubem Alves) Então, o professor não ama só o pássaro, mas, sobretudo, ama o vôo do pássaro!

REFERÊNCIAS ABRAMOWICZ, Anete; SILVÉRIO, Valter Roberto; OLIVEIRA, Fabiana; TEBET, Gabriela Guarnieri de Campos. Trabalhando

REFERÊNCIAS ABRAMOWICZ, Anete; SILVÉRIO, Valter Roberto; OLIVEIRA, Fabiana; TEBET, Gabriela Guarnieri de Campos. Trabalhando a diferença na educação infantil. São Paulo: Moderna, 2006. BAJARD, Élie. Caminhos da Escrita: espaços da aprendizagem. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002. BENTO, Maria Aparecida Silva. A identidade racial em crianças pequenas. In: BENTO, Maria Aparecida Silva (Org. ). Educação infantil, igualdade racial e diversidade: aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT, 2012. KOCH, Ingedore Villaça. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2010. MALAGUZZI, Loris (et AL). La educacion infantil em Reggio Emilia. Editora Octaedro, 2009. SMITH, Alice Paige; CRAFT, Anna e colaboradores; tradução Vinícius Figueira. O Desenvolvimento da prática reflexiva na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2010.