PROFA DRA MARGARITA VILLAR Sumrio Origem do termo

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PROFA. DRA. MARGARITA VILLAR

PROFA. DRA. MARGARITA VILLAR

Sumário • • Origem do termo e “definições” da fase Aspecto legal Características da

Sumário • • Origem do termo e “definições” da fase Aspecto legal Características da fase Significados sociais modernos para o termo adulto • Influências do mundo do trabalho • Influências dos valores de mercado • Coexistência dos vários tipos de adulto • Insegurança nas escolhas • Incertezas da atualidade • Problemas de saúde mental mais frequentes na atualidade

A palavra adulto tem origem no latim do termo “adultus”, do latim cujo significado

A palavra adulto tem origem no latim do termo “adultus”, do latim cujo significado é “aquele que terminou de crescer”. É a etapa da vida, muitas vezes idealizada, a que toda a criança e adolescente quer chegar: ser adulto significa ser independente, autônomo, livre das autoridades dos outros adultos, capazes de decidir seu próprio destino, estabilizados e confiantes, dentre outros. (Piletti; Rossato, 2014)

É uma etapa da vida, que muitos tentam evitar, por considerar ainda não estarem

É uma etapa da vida, que muitos tentam evitar, por considerar ainda não estarem prontos para assumir um período ao qual atribuem muitas responsabilidades, ou até por não querer envelhecer. As mudanças físicas e cognitivas são mais graduais e variáveis, de um para outro indivíduo quando comparadas à infância. Muitas são as expectativas, positivas ou negativas e atributos estabelecidos para definir esse período da vida.

Ser adulto Aquele que atingiu o equilíbrio emocional, financeiro, profissional, a autonomia, a independência?

Ser adulto Aquele que atingiu o equilíbrio emocional, financeiro, profissional, a autonomia, a independência? Aquele que assume responsabilidades por sentimentos, ações, ideias, decisões e pelas relações estabelecidas e, assume as consequências disso? Aquele que se responsabiliza pela sua vida e pela daqueles com quem convive? Aquele que age de maneira diferente da criança e do adolescente por haver adquirido mais experiência? Aquele em condições de estabelecer uma união estável e constituir família e cuidar dela? Ser pai, mãe, cônjuge, ou aquele que tem relacionamentos afetivos mais estáveis? Aquele que não tem medos, ou que não os demonstra, que não é fraco, que não chora mais ou não “explode”, que sabe lidar com as frustrações e inseguranças?

Ser adulto É uma pessoa séria, com autoconfiança, autoestima elevadas? Aquele capaz de tomar

Ser adulto É uma pessoa séria, com autoconfiança, autoestima elevadas? Aquele capaz de tomar decisões com base na experiência nos valores da sua sociedade, que resolve problemas, que assume riscos, que é flexível, que sabe esperar, que não está pronto mas que não foge? Aquele que está experimentando a vida, as profissões, os relacionamentos, buscando o conhecimento e não se importa de ainda morar com os pais? Ou que já vive separado e independente deles? Muitas são as expectativas, positivas ou negativas e atributos estabelecidos para definir esse período da vida.

No Brasil, na perspectiva legal atingir os 18 anos significa adquirir a maioridade, marcada

No Brasil, na perspectiva legal atingir os 18 anos significa adquirir a maioridade, marcada por uma série de direitos antes restritos (carteira de habilitação, fazer uso de drogas lícitas, adotar um filho, prestar o serviço militar, fazer concursos, casar sem consentimento dos pais). Pode se estabelecer a idade adulta em : início, dos 20 aos 40 anos, vida adulta intermediária, a partir dos 40 aos 65 e final da vida adulta dos 65 em diante. ( Bee, 1997)

Características da fase Ser adulto envolve muitos desafios, contradições e respostas do indivíduo a

Características da fase Ser adulto envolve muitos desafios, contradições e respostas do indivíduo a muitas questões na tentativa de se adaptar a padrões, princípios, normas exigidas pelo contexto em que vive, esperadas de um adulto “normal” com ações que ele projeta para si nessa etapa da vida. Caso não consiga harmonizar expectativas receberá “rótulos” de louco, imaturo, inconsequente. Devido às dúvidas, aos prolongamentos e encurtamentos, essa etapa é considerada difícil. As concepções de adulto, tendem a valorizar ou desvalorizar esse período, com representações positivas ou negativas. A concepção corrente de adulto, pressupõem um conjunto de exigências requeridas e pouco questionadas, originárias do século XIX, que consideram importante e necessário para ser adulto apresentar requisitos como: ter independência financeira, estabilidade emocional, e sustentar os ideais de consumo ( carro, habitação própria, etc. ). Esse é o “adulto padrão” que se encaminha para alcançar a maturidade “definitiva”. (Souza, 2008)

As atrações do mercado, surgem sem parar, sempre existe algo lá na frente que

As atrações do mercado, surgem sem parar, sempre existe algo lá na frente que não foi adquirido e desfrutado, então imediatamente surge o desejo de possuí-lo, de se incluir entre os “afortunados” que já o detêm. O adulto vive a mobilidade, novas profissões, novos modelos conjugais projetados a curto e médio prazo, valorizam a “sociabilidade” e cuidados com o corpo e a imagem. A visão ainda é otimista mas a angústia existencial é um sentimento vivenciado. O fenômeno cultural desta sociedade, que exige a constante reinvenção do adulto, que aceite as incertezas, os lugares sociais não garantidos, o emprego não duradouro, as relações com “laços fracos”, as experiências intensas , imediatas mas fugazes, tem um preço alto para o ser humano, pois o predispõe a não suportar o adiamento da satisfação, não tolerar as frustrações Sennett, R. A corrosão do caráter. Rio de Janeiro: Record, 1999.

Início dos anos noventa firma-se o “adulto inacabado”, o processo de constante construção, passa

Início dos anos noventa firma-se o “adulto inacabado”, o processo de constante construção, passa a ser um fardo e questionado, surge a visão pessimista, a angústia e o desespero. O adulto vivencia, instabilidade no trabalho, na família; e à concepção de “adulto inacabado” acrescenta-se o “adulto problema”, aquele que percebe que sua escolha vocacional não o satisfaz, que não consegue se estabilizar no trabalho, que tem dificuldade ou incapacidade, para prever ou projetar o futuro e lidar com as crises que podem aparecer no seu caminho.

Na atualidade coexistem os diversos tipos de adultos: há a representação tradicional do que

Na atualidade coexistem os diversos tipos de adultos: há a representação tradicional do que seja adulto ( adulto padrão) e também a dos outros (“adulto flexível, “adulto inacabado”, adulto problema”); o adulto de hoje valoriza características atribuídas pela tradição e algumas enfatizadas nas concepções de adulto subsequentes e sofre com as incertezas e demandas de cada um dos tipos. Portanto não há atualmente uma representação dominante de um único tipo de adulto formal, padronizado. (Souza, 2008) Num mundo de incertezas os indivíduos podem ser levados a sentir que o esforço dirigido ao futuro pode ser em vão e a recompensa da espera pode parecer carente de garantias. É uma estrutura que favorece o aparecimento de sentimentos, emoções, práticas sociais, e hábitos mentais - que favorecem a fragmentação do indivíduo e consequentemente, podem afetar sua saúde como um todo ( incluída a saúde mental)

A sensação e o reconhecimento, os pensamentos , a consciência e as ações que

A sensação e o reconhecimento, os pensamentos , a consciência e as ações que indicariam o ser adulto na sociedade em que se vive, diferenciam-se individualmente e se relacionam às experiências e oportunidades vivenciadas no curso de etapas anteriores. O ser adulto também se relaciona com o sexo, com os papéis e relações historicamente designados a homens e mulheres nessa sociedade, com as características e demandas da mesma (leis, tradições – concepções de ser adulto, hábitos, economia). A sociedade, a cultura, a história de que o indivíduo faz parte e ele mesmo (o qual se constrói no processo de desenvolvimento), definirão se a pessoa é ou não adulta, nesse contexto.

Os problemas e transtornos mentais na modernidade 14% da carga mundial de doenças foi

Os problemas e transtornos mentais na modernidade 14% da carga mundial de doenças foi atribuída às doenças neuropsiquiátricas a maioria de natureza cronicamente incapacitante como a depressão e outros transtornos mentais comuns ( transtornos neuróticos, somatoformes e os relacionados ao estresse), as doenças por uso de álcool e outras substâncias psicoativas e as psicoses. A importância dos transtornos mentais tem sido subestimada devido à inadequada apreciação da conexão entre doença mental e outras condições de saúde. As doenças mentais aumentam o risco de haver doenças comunicáveis e não comunicáveis, e contribui para as lesões intencionais e não intencionais.

Os transtornos do humor, os transtornos por uso de álcool e outras substâncias psicoativas

Os transtornos do humor, os transtornos por uso de álcool e outras substâncias psicoativas a esquizofrenia e a demência, são os transtornos que mais contribuem para os anos de vida perdidos por incapacidade ( entre 31, 7% de todos os anos perdidos por incapacidade - WHO, 2005). A interação entre doenças mentais e incapacidade é mais complexa e extensiva do que se supõe, por exemplo: a depressão prediz o começo e progressão das incapacidades física e social, inversamente, a incapacidade é um importante fator de risco prospectivo para a depressão em jovens adultos.

Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool e outras substâncias

Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas podem ter um risco aumentado de contrair tuberculose. Inclusive a presença desses problemas pode estar associado à não adesão ao tratamento da TB. Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas têm alto risco de contrair HIV/AIDS. Comportamentos de risco são o fator mais frequente ( altas taxas de contatos sexuais com múltiplos parceiros, sexo sem proteção - condom, uso de drogas injetáveis compartilhadas ou com material não estéril ), uso de álcool ou outras substâncias antes do sexo, e sintomas depressivos. Há uma associação entre a infecção com HIV e saúde mental precária, vários mecanismos podem estar implicados; além do trauma psicológico da tomada de consciência do diagnóstico, a infecção por si só afeta o SNC, isso porque o vírus é neurotrópico e o SNC é um local propício para se instalar e há pouca penetração das drogas antirretrovirais. Manifestações neurológicas acometem de 40% a 70% ou mais dos pacientes portadores. A natureza das alterações é muito variada o determinante mais relevante da susceptibilidade é o grau de imunossupressão.

No curso da infecção pelo HIV o vírus entra no SNC e pode resultar

No curso da infecção pelo HIV o vírus entra no SNC e pode resultar em transtornos da função cognitiva e causar déficits dos processos mentais: atenção, aprendizado, memória, rapidez do processamento de informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas sensoriais e motores. Como a sobrevida dos portadores de HIV aumentou, é mais provável que na prática, os profissionais encontrem com mais frequência as manifestações neuropsiquiátricas da doença. Os mecanismos que levam ao dano cognitivo, ainda não são totalmente conhecidos. O HIV pode permanecer latente no SNC por muitos anos e sua mera presença pode levar a déficits sutis no funcionamento cognitivo e limitados a poucos domínios cognitivos ( depressão, lentidão psicomotora, diminuição da memória verbal ou diminuição no funcionamento verbal e não verbal, na ausência de transtornos do Humor). Nem todos os pacientes têm esses déficits. As complicações neuropsiquiátricas mais frequentes relacionadas ao HIV são: quadros de Depressão, Mania, Transtornos cognitivos e Demência. ( Prince, et al. Thelancet, 2007; Chisto, 2010)

Efeitos do álcool no cérebro O beber de risco é um padrão de consumo

Efeitos do álcool no cérebro O beber de risco é um padrão de consumo de álcool que aumenta o risco de problemas físicos e psicológicos, enquanto que no padrão de consumo nocivo esses riscos já estão presentes. Cabe ressaltar que segundo recomendação de consumo semanal pelo Organização Mundial de Saúde (OMS), para homens não se indica mais que 14 doses ( 140 gramas de álcool) por semana e 7 doses (70 gramas de álcool) para mulheres. O álcool afeta uma série de neurotransmissores cerebrais, tais como o sistema glutamatérgicos, opiáceis, gabaminérgicos, dopaminérgicos e serotaninérgicos (CHASTAIN, 2010). A ativação desses sistemas provoca a tolerância e, quando em ingestão contínua, a dependência. Esses efeitos tão diversos no cérebro findam por provocar um quadro de dependência dos mais difíceis de serem tratados dentre as drogas psicoativas e desafiam os profissionais a optarem por intervenções e tratamentos que sejam, cada vez mais, de comprovada efetividade na diminuição ou na cessação do uso de álcool.

(antigo transtorno maníaco-depressivo): ocorrência de episódios de depressão e episódios de humor anormalmente elevado

(antigo transtorno maníaco-depressivo): ocorrência de episódios de depressão e episódios de humor anormalmente elevado chamado mania (grave) ou hipomania (menos grave, aparece antes ou depois de uma depressão, o humor é geralmente irritável e a pessoa mostra-se provocativa) : leves sintomas de depressão crônicos, intermitentes, com duração de pelo menos 2 anos ( em adultos e 1 ano em crianças). Humor deprimido na maior parte do dia, segundo observação dos outros. TRANSTORNOS DO HUMOR NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL: blues ( 10 a 14 dias após o parto, sintomas: labilidade de humor , choro fácil, irritabilidade e ansiedade); depressão puerperal ( 1º mês do puerpério com a mesma duração de um episódio depressivo, sintomas humor deprimido, culpa , ansiedade, medo de causar mal ao bebê e pensamentos obsessivos; psicose puerperal (no 1º mês de puerpério duração variável de semanas a meses, sintomas desorientação, confusão, alucinações e mudanças rápidas de humor) FATORES DE RISCO: sintomas depressivos anteriores durante a gravidez, história de depressão, transtorno bipolar, transtorno disfórico pré-menstrual. : depressão que ocorre regularmente em estações com baixa luz solar ( outono e inverno)pelo menos por dois anos consecutivos. Sintomas atípicos, como aumento do apetite, do sono, do cansaço.

Queixas mais comuns identificadas por psiquiatras como sintomas de depressão Estou sem dormir Parece

Queixas mais comuns identificadas por psiquiatras como sintomas de depressão Estou sem dormir Parece que eu estou morto Tenho dores de cabeça Estou esquecido Eu tenho medo Eu tenho uma dor em meu peito Meus membros são pesados Eu não posso me levantar de manhã Tenho medo de ficar louco Eu tenho crises de choro Eu não tenho energia nenhuma Estou nervoso Meu corpo dói Eu explodo com qualquer coisa Eu me acho incapaz de fazer qualquer coisa Eu não tenho mais prazer sexual

Referências Bibliográficas. CHISTO, P P. Alterações cognitivas na infecção pelo HIV e AIDS. Rev

Referências Bibliográficas. CHISTO, P P. Alterações cognitivas na infecção pelo HIV e AIDS. Rev Assoc. Med Bras, vol 56, nº 2, p. 242 -247, 2010. . CORDÁS, T A; SALZANO, F T( org) Saúde mental da mulher. São Paulo: Editora Atheneu, 2004. . PRINCE, M ; PATEL, V; SAXENA, M M; MASELKO, J; PHILLIPS, R: RAHMAN, A. No health without mental health : Global mental Health 1. Thelancet. Com vol 370 september 8, 2007. . SENNETT, R. A corrosão do caráter. Rio de Janeiro: Record, 1999. . SOUZA, F C. O que é ser adulto: as práticas e representações sociais sobre o que é “ser adulto” na sociedade portuguesa. Rev eletrônica Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua portuguesa, vol 1, n. 2, mar/ agosto. 2007, p 56 -69, Universidade de São Paulo, Brasil. Disponível em: www. redalyc. org/artículo. oa? id=87910206

http: //slideplayer. com. br/slide/1265583 ( sobre álcool). CHASTAIN, G. Alcohol, neurotransmitter systems, and behavior.

http: //slideplayer. com. br/slide/1265583 ( sobre álcool). CHASTAIN, G. Alcohol, neurotransmitter systems, and behavior. J Gen Psychol. Oct; 133 (4): 329 -35, 2006. . WORLD HEALTH ORGANISATION (WHO). Global status report on alcohol and health. Geneva. 2014. Disponível em < http: //apps. who. int/iris/bitstream/10665/112736/1/9789240692763_eng. pdf Acesso em: Jan/2015. PILETTI, N; ROSSATO, S M; ROSSATO, G. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Contexto, 2014.