INTERVENES BREVES Profa Dra Margarita Antonia Villar Luis
INTERVENÇÕES BREVES Profa. Dra. Margarita Antonia Villar Luis EERP/USP
Abordagem para lidar com: • uso de substâncias psicoativas e outros comportamentos aditivos. • Recentemente foi incorporada a tratamentos de doenças crônicas que demandam mudanças de comportamento
ACONSELHAMENTO Estratégia para favorecer a reflexão do usuário, fornecer ao profissional uma ação estruturada, fazer sua avaliação inicial e iniciar o processo de relacionamento terapêutico. Aconselhar consiste em acolher o indivíduo diante do problema compartilhando a responsabilidade de buscar resolver em conjunto a situação (ajuda a aconselhar o conhecimento de duas bases teóricas: a entrevista motivacional e o modelo Transteórico de estágios de mudança)
ACONSELHAMENTO GERAL – um aconselhamento rápido (mínimo) pode ser feito por qualquer profissional e pode induzir alguns usuários a interromper ou modificar seu comportamento buscando manter sua saúde. ajuda ativa – a motivação para mudar também passa pelo interesse do profissional O confronto e argumentação geram mais resistência: motivar busca encontrar pontos de atuação conjunta. O usuário não precisa “ouvir verdades” ou “ser convencido” mas refletir.
QUESTÕES NORTEADORAS DO PROCESSO DE ACONSELHAMENTO Chamar a reflexão – Qual a sua opinião (por exemplo) sobre o seu consumo atual de drogas? Dar responsabilidade – O que você pretende fazer em relação a isso? Dar opção de escolha – Vamos discutir as alternativas que você tem para não se comportar assim (estar embriagado, drogado) no seu emprego (escola)? Demonstrar interesse – Conte mais sobre sua semana, como foram as suas tentativas para se manter abstinente (sem usar) ou reduzir o consumo? Facilitar o acesso – Vamos encontrar um horário que se ajuste bem a nós dois?
ROTULAÇÕES: evitar responder a questões como por exemplo de um usuário de álcool ou outra substância “Eu sou um viciado? ”, “Eu sou um drogado? ” isso pode aumentar a sua resistência. O papel do profissional é o de ajudá-lo a resolver uma situação. PREPOTÊNCIA DE ESPECIALISTA: o papel do especialista não é o de “dono da verdade”, se essa postura for assumida pode eliminar a possibilidade de cooperação.
A CULPA – o foco não deve ser a busca de culpados, até porque isso não existe, mas pode haver pessoas dispostas a assumir responsabilidade de resolver um problema atual.
ENTREVISTA MOTIVACIONAL É uma forma de aconselhamento mais elaborada; tem como premissa a ideia de que em todo o usuário sempre Há uma prontidão para a mudança que deve ser despertada. Pressupõe avaliar o estágio motivacional do indivíduo. (obs. : qualquer abordagem requer esse último requisito)
ENTREVISTA MOTIVACIONAL • Auxiliar nos processos de mudanças comportamentais, trabalhando a resolução da ambivalência. • Influências: Terapia cognitivo-comportamental, Terapia Sistêmica e Terapia Centrada na Pessoa (Carl Rogers) • Técnica breve : 4 ou 5 sessões (1991) Miller & Rollnick
ENTREVISTA MOTIVACIONAL Técnica de não confronto Estratégias para lidar com a resistência e ambivalência (mudar ou não mudar? ) Crítica o modelo moral e baseiase na empatia A mudança é auto-realizável Toda mudança no indivíduo passa por estágios motivacionais
ESTÁGIOS DE MUDANÇA Contemplação Determinação Pré-contemplação problema Ação Recaída Manutenção Término Modelo transteórico: Prochaska & Di. Clemente, 1982
- Não está consciente que seu PRÉ CONTEMPLAÇÃO comportamento está causando problem - Acredita estar imune às consequência adversas - Resiste ou nega as consequências tra por seu comportamento - usuários felizes - não respondem a conselhos de mudança - fornecer informações para encorajá-los a mudar
CONTEMPLAÇÃO - Ambivalência em relação ao consumo - Percebem coisas boas e menos boas - ajudar o paciente a reconhecer sua força e habilidade de m - sugerir estratégias parar ou diminuir (menu de opçõe
AÇÃO Para atingir este estagio é necessário que - perceba que seus problemas têm soluçã - que acredite ser capaz de mudar - Negociar objetivos e metas para a mudança - sugerir estratégias para a mudança - ajudar a identificar situações de risco - desenvolver plano conjunto de ação (reduzir/parar)
MANUTENÇÃO Estágio mais difícil - reorganização do estilo de vida Para manter a mudança é necessário : - ter consciência da possibilidade da recaída Com a recaída eles voltam a um dos estágios anteriore - realizar a mudança passo
FOCO DO ENCONTRO CENTRADO NO ESTÁGIO MOTIVACIONAL: PRÉ-CONTEMPLAÇÃO – não há espaço para soluções, mas para reflexão de assuntos que muitas vezes o indivíduo não relaciona com o uso de substâncias. ( os assuntos são amplos, pouco relacionados ao consumo: a medida que a motivação aumenta podem tornar-se mais específicos, conduzindo o usuário no rumo dos estágios de ação e manutenção). Mostrar disponibilidade para escutar os problemas, remover as barreiras, oferecer opções e criar boas expectativas.
CONTEMPLAÇÃO – discussão dos prós e contras de permanecer como está ou mudar de atitude. Desenvolver discrepância, isto é: ficando como está, será possível alcançar seus objetivos futuros? Não propor soluções para as quais o usuário não está preparado. Alguém contemplando a mudança não aceita deixar de fumar maconha ou beber álcool só pelo conselho do profissional, mas pode concordar em discutir mais do assunto em outros encontros. É um período dedicado a analisar os riscos e acentuar as potencialidades inerentes, visando superar a ambivalência
PREPARAÇÃO / AÇÃO – o compromisso com a mudança não é eterno, nem indicador de sucesso por si mesmo. É momento de remover barreiras e ajudar ativamente a busca de ajuda. A demonstração de interesse e apoio à iniciativa do indivíduo são fundamentais.
MANUTENÇÃO Manter a abstinência (ou a redução, seja qual for o contrato estabelecido) será sempre colocada em xeque pela ambivalência e pelos fatores de risco que acompanham o indivíduo, daí a importância de aplicar a prevenção da recaída.
RECAÍDA Consiste no retorno ao consumo após um período considerável de abstinência. O lapso constitui um retorno pontual numa situação de abstinência. Recaída e lapso, devem ser percebidos por usuário, familiares amigos e profissional, como um aprendizado para todos. Mais de 70% dos usuários recaem nos primeiros 90 dias de
REAÇÕES POSSÍVEIS do usuário “Eu bebo e gosto, não faz mal coisa nenhuma; as pessoas é que estão botando minhoca na minha cabeça. ” (pré-contemplação) “Voltei a fumar, sei que me faz mal, mas por enquanto continuarei fumando. ” (contemplação) “Não resisti e bebi, vou ligar para o serviço de saúde agora. ” (preparação/ação)
ABORDAGEM MOTIVACIONAL (ESTRATÉGIAS PARA MOTIVAR A MUDANÇA) a) OFERECER ORIENTAÇÃO: clara, oportuna moderna, respeitando o estágio motivacional; sem confronto ou compaixão. A boa orientação inclui três preceitos: 1 -) identificação do problema ou situação de risco sem exagerar ou minimizar; 2 -) explicação do porque a mudança é importante; 3 -) propor mudanças específicas, ajudando na escolha do melhor caminho. b) REMOVER BARREIRAS, que impedem a chegada ou permanência no tratamento, pois impedimentos práticos
c-) PROPORCIONAR ESCOLHAS: partir da discussão das opções de escolhas que o indivíduo possui para a solução de seus problemas. Ele deve sentir liberdade e responsabilidade pelas mesmas. d-) DIMINUIR O ASPECTO “desejável” do comportamento – identificar as expectativas positivas dos usuários em relação ao seu consumo de substância, não se limitar à identificar fatores que incentivam o uso, ajudar na percepção de consequências negativas do comportamento de uso. Atuar nas contingências sociais pode auxiliar; solicitar
e-) PRATICAR A EMPATIA: é essencial, mas não confundir compaixão. A escuta empática caracteriza-se pela compreensão das ideias trazidas pela pessoa e procurar refletir com ela todas as hipóteses envolvidas na questão. f-) PROPORCIONAR O RETORNO DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS: permite que o usuário perceba sua situação de vida e estado físico e emocional. Em geral, ele não percebe o quanto tem se mostrado ansioso, irritado com problemas de saúde, com sua vida desorganizada e o seu tempo mal aproveitado.
O ACONSELHAMENTO PODE SER: Mínimo – por 3 a 5 minutos Breve – de 5 a 10 minutos Intensivo – por mais de 10 minutos No primeiro encontro – avalia-se o problema. No segundo encontro – são oferecidas estratégias de mudança. No terceiro encontro – avalia-se o resultado. No quarto encontro – avalia-se a efetividade
COMPONENTES DAS INTERVENÇÕES BREVES
SEM PROBLEMAS? ? ? COM PROBLEMAS GRAVES INTERVENÇÃO BREVE
Método FRAMES Miller & Sanches (1993) Elementos essenciais para o processo de IB: Feedback Retorno Responsability Responsabilidade Advice Aconselhamento Menu of option Menu de Opções Empathy Self efficacy Empatia Auto-eficácia
Feedback Responsabilidade Ênfase na responsabilidade pessoal do paciente pela mudança. Advice Menu of option Empathy Self efficacy Vários autores relatam que a percepção de “responsabilidade”, age como motivador para a mudança de comportamento (OCKENE et al. , 1988; MILLER, 1985, 1991).
- Orientações claras com vistas a mudança de comportamento. - Discussão sobre possíveis metas Feedback Responsability Aconselhamento -Folhetos informativos Menu of option O que um paciente pode EVITAR e Empathy GANHAR com a moderação: O que você vai evitar? Self efficacy • Ressaca • Situações embaraçosas/risco • Pressão familiar/escolar a respeito das nota O que você vai ganhar? • Maior prazer • Economia ($) • Melhor desempenho escolar • Controle da situação
Feedback Responsability Advice Menu de opções Identificação das situações de risco (onde, com quem, etc) Oferecer várias estratégias para enfrentar as situações de risco (com vistas a mudança de comportamento Empathy Self efficacy Oferecer várias opções, aumentar a sensaçã de controle e escolha pessoal. Mais chance de persistir no comportamento
Feedback Responsability Advice Menu of option Empatia Self efficacy Empatia do profissional = forte determinante para motivação e mudan Mesmo quando os pacientes são confront com feedback ou recebem conselhos dire isso pode e DEVE ser feito de modo empá
Feedback Responsability Advice Menu of option Empathy Auto eficácia Refere-se à crença de um indivídu em sua capacidade de realizar ou êxito em uma tarefa específica. Neste caso, deve-se persuadir o paciente de que ele pode fazer a mudança. Estimular a autoconfiança do paciente.
LIMITAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DA IB v Falta de Qualificação e treinamento dos profissionais da saúde na identificação. v O problema ( uso de álcool, por ex) é detectado em estágios graves; profissionais de saúde – queixamse de falta de tempo, de conhecimento, sentem-se constrangidos para abordar.
AÇÕES EM REDE Conscientização da comunidade local Equipe: Aquisição de conhecimento/habilidades Institucionalização Mudança de atitudes e Da ação potencialização de com atores locais habilidades já adquiridas Monitoramento/ continuidade da TIB Incentivo a lideranças para monitorar a TIB
Referências Bibliográficas Marlatt, G. A. ; Donovan, D. M. (org) Prevenção de Recaída (2 ed. ) Porto Alegre: Artmed, 2009. Miller, W. R. ; Rollnick, S. Entrevista Motivacional. Porto Alegre: Artmed, 2001. Vaillant, G. E. A história natural do alcoolismo revisitada. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1999. Ronzani, Telmo Mota, Fuentes-Mejía, Cristina, Mota, Daniela Cristina Belchior, Gomide, Henrique Pinto, Ferreira, Maira Leon, & Cruvinel, Erica. . Intervenciones breves para el abuso de sustancias en sistemática. Psicologia América em Latina: Estudo, 24, una revisión e 44393. Epub
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