O Impacto das Tecnologias Disruptivas no Mercado de

O Impacto das Tecnologias Disruptivas no Mercado de Trabalho Prof. Dr. Paulo Cesar Baria de Castilho

Sumário 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Introdução O mundo em transformação. Inovações tecnológicas no decorrer da história Tecnologia disruptiva Perspectivas do mercado de trabalho diante desse “Novo Mundo” Mercado de trabalho na área jurídica Tributação dos serviços dos robôs Conclusão Bibliografia recomendada

1. Introdução • A primeira mudança significativa no comportamento humano se deu há 10. 000 anos. Foi quando o homem deixou o forrageamento (busca por alimentos) e passou a se dedicar à agricultura, fixando-o um pouco mais à terra. As transformações em escala global sempre demoraram séculos para acontecer, dado o estilo de vida e as condições naturais enfrentadas por nossos antepassados. • Tudo era muito difícil e custoso. • A vida caminhava a passos lentos. .

2. O mundo em transformação. • O mundo sempre esteve em transformação, o que é próprio do espírito humano, especialmente em viradas de século. • O tear mecanizado (que é a marca registrada da 1ª Revolução Industrial), demorou 120 anos para se espalhar fora da Europa. A internet, ao contrário, espalhou-se por toda a face da terra em menos de uma década. • Essas mudanças, mais frequentes e mais rápidas, irão nos atingir, de um forma ou de outra, participando pessoalmente delas ou vendo um filme passar, como alguém que observa da janela. Como isso irá nos atingir?

3. Inovações tecnológicas na história Klaus Schwab, em seu livro A Quarta Revolução Industrial, faz importante retrospectiva das inovações tecnológicas ao longo dos últimos três séculos, fornecendo parâmetros e datas importantes em que ocorreram tais mudanças, que podem ser resumidas conforme abaixo se expõe. Revolução Industrial ao longo da história Revolução Industrial Período Duração 1ª 1760 - 1900 140 anos 2ª 1900 - 1960 60 anos 3ª 1960 - 1990 30 anos 4ª 1990 - 2005 15 anos

4. Tecnologia disruptiva • Dentro desse conceito evolutivo é que surge a chamada tecnologia disruptiva, que é um termo descrevendo a inovação tecnológica, produto, ou serviço, que utiliza uma estratégia "disruptiva" (em vez de "revolucionária" ou "evolucionária"), para derrubar uma tecnologia existente dominante no mercado. • Para citar exemplos clássicos: - Uber – Airbnb - Amazon - Alibaba

5. Perspectivas do mercado de trabalho diante desse “Novo Mundo” • A adoção gradual da energia renovável (solar e eólica) trará nova mudança na matriz energética à disposição da sociedade. Pesquisa recente nos E. U. A. dá notícias de que, a partir de 2025, os carros serão movidos à energia elétrica. (Fonte: http: //epoca. globo. com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-doplaneta/noticia/2017/07/carro-eletrico-estamos-vendo-o-inicio-do-fim-docarro-gasolina. html).

5. 1. Pontos de inflexão esperados até 2025 O primeiro farmacêutico robótico dos EUA 86, 5% O primeiro carro produzido/impresso em 3 D 84, 1% O primeiro governo a substituir o censo por fontes de big-data 82, 9% O primeiro telefone celular implantável e disponível comercialmente 81, 7% O primeiro transplante de um fígado impresso em 3 D 76, 4% A Primeira arrecadação de impostos através de um blockchain* 73, 1% A primeira cidade semáforos com mais de 50. 000 pessoas 63, 7% A primeira máquina de IA – Inteligência Artificial de um conselho de administração 45, 2% Fonte: Deep shift – Tecnology Tipping Points and Societal Impact, Global Agenda Council on the Future of Software and Society. Fórum Econômico Mundial, set. 2015. Apud: Schwab, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2017. (*) Blockchain é a estrutura de dados que representa uma entrada de contabilidade financeira ou um registro de uma transação, especialmente utilizada no âmbito da moeda virtual Bitcoin.

5. 2. Pontos de inflexão esperados até 2025 10% das pessoas com roupas conectadas à internet 90% das pessoas com armazenamento ilimitado e gratuito 1 trilhão de sensores conectados a internet 10% de óculos de leitura conectados à internet 80% das pessoas com presença digital na internet 5% dos produtos aos consumidores impressos em 3 D 90% da população em smartphones 90% da população com acesso regular à internet Carros sem motoristas chegarão a 10% de todos os automóveis em uso nos EUA 30% das auditorias corporativas realizadas por IA – Inteligência Artificial Mais de 50% do tráfego da internet voltado para os utilitários e dispositivos domésticos 91, 2% 91, 0% 89, 2% 85, 5% 84, 4% 81, 1% 80, 7% 78, 8% 78, 2% 75, 4% 69, 9% Globalmente, mais viagens/trajetos por meio de partilha do que em carros particulares 67, 2% 10% do produto interno bruto mundial armazenado pela tecnologia blockchain* 57, 9% Fonte: Deep shift – Tecnology Tipping Points and Societal Impact, Global Agenda Council on the Future of Software and Society. Fórum Econômico Mundial, set. 2015. Apud: Schwab, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2017. (*) Blockchain é a estrutura de dados que representa uma entrada de contabilidade financeira ou um registro de uma transação, especialmente utilizada no âmbito da moeda virtual Bitcoin.

6. Mercado de trabalho na área jurídica • Em todo o mundo começam as primeiras experiências com inteligência artificial na área jurídica. • Austrália: robô que atende ao cliente e distribui a ação. • EUA - o robô Watson, da IBM • Brasil: ELI (sigla para Enhanced Legal Inteligence ou Inteligência Legal Melhorada)

7. Tributação dos serviços dos robôs • Atento a realidade que o cerca, o multibilionário Bill Gates escreveu importante artigo no ano de 2015 (Fonte: https: //qz. com/911968/bill-gates-the-robot-thattakes-your-job-should-pay-taxes/), no qual defende que, ante a robotização, as empresas que se utilizam em larga escala dessa tecnologia, devem ser compelidas a recolher um tributo específico destinado a cobrir o rombo provocado nas contas da previdência social, ante a falta de recolhimento por parte dos empregados atingidos pela substituição da mão de obra.

7. 1. Tributação dos serviços dos robôs • Seria uma forma de compensação à sociedade pelos malefícios causados pela redução dos postos de trabalho. A ideia é ainda muito insipiente, mas precisa ser levada a sério, não só pelo autor da proposta, mas também pelos desafios que surgirão ao mercado de trabalho diante da Revolução Industrial que estamos vivendo.

8. Conclusão Diante do exposto, conclui-se que: a) Estamos vivenciando uma Revolução Industrial sem comparativo em nossa história, seja pelas profundas alterações, seja pela velocidade com que ocorrem; b) A tendência é que todas as atividades repetitivas realizadas pelo ser humano sejam substituídas por máquinas, o que é bom por um lado, pois economiza esforço desnecessário do corpo humano, mas por outro, sacrifica milhões de empregos;

8. 1. Conclusão c) A sociedade e as empresas envolvidas com o setor produtivo devem encontrar meios para equilibrar o uso da tecnologia e a manutenção e criação de novos empregos, que certamente serão necessários para atender essa demanda tecnológica; ; b) O Direito deve atuar como regulador da vida social, evitando seu desequilíbrio, fazendo-o por meio de lei, inclusive pela criação de tributos de compensação pela utilização de tecnologias inovadoras que venham reduzir postos de trabalho.

9. Bibliografia recomendada: • (1) Schwab, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2017.

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