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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação SISTEMA MANDALLA DE PRODUÇÃO: TECNOLOGIA SOCIAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM DIFERENTES CONTEXTOS SÓCIO-ORGANIZATIVOS DA AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA Prof. Dr. Arilde Franco ALVES IFPB – Campus João Pessoa Graduandas: Cynthia Alves Félix de SOUSA Jadsely Clementino dos SANTOS Jadely Clementino dos SANTOS Gestão Ambiental – IFPB – Campus João Pessoa Alagoa Grande (PB), fevereiro/2013.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Introdução¹ Ao se enfocar a Agricultura Familiar Camponesa não apenas como um sistema de produção agrária com função meramente econômica, mas como um sistema diversificado, que confere forte caráter de unidade básica de uma peculiar realidade sócio-cultural e política, pois, sendo uma organização social constituída pelas famílias rurais, que convivem com a biodiversidade tropical, propicia o desenvolvimento de ‘paisagens’ sociais e culturais próprias (ALVES, 2009).

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Introdução² Exemplos dessas situações podem ser observados em comunidades rurais de pequenos posseiros, de assentados da reforma agrária, de quilombolas. Nesse contexto, o fortalecimento da Agricultura Familiar, além de passar, necessariamente, por um processo de ordenamento territorial, por políticas de crédito e de preços e outras políticas estruturais (energia elétrica, acesso, armazenamento, etc. ), deve valorizar as experiências dos agricultores e das pesquisas agroecológicas, servindo como “insumo” fundamental de uma desejada sustentabilidade (ALVES, 2009).

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Objeto A experiência Permacultural do Sistema Mandalla de Produção, como forma de conciliar a Produção de autoconsumo e a Sustentabilidade das famílias de agricultores camponeses (PATRÍCIO et al. , 2011).

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Onde Tomando como exemplo duas situações empíricas – uma comunidade quilombola¹ e outra de assentados da reforma agrária² –, ambas localizadas no município de Alagoa Grande-PB, nas quais os acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFPB vêm realizando pesquisas de Iniciação Científica, onde a proposta está sendo a de submeter à experiência Permacultural do Sistema Mandalla de Produção. ________________ ¹Quilombolas Caiana dos Crioulos ²Assentamento Severino Ramalho

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Objetivo Avaliar essas experiências, numa perspectiva comparativa entre essas diferentes situações socioculturais e organizativas, apontando qual delas melhor abstraiu essa importante alternativa de desenvolvimento sustentável na agricultura

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação O que é a Mandalla O Sistema Mandalla de produção se encaixa numa visão de desenvolvimento sustentável, que leva em consideração além do contexto ambiental, as questões sociais, procurando ainda funcionar como fonte alternativa de renda. Segundo Willi Pessoa (2001), “com a tecnologia de Mandallas os resultados em seu conjunto têm um impacto positivo na melhoria da qualidade de vida do produtor”, principalmente para famílias rurais, proporcionando melhores condições financeiras e sociais.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Como é uma Mandalla A Mandalla básica compõe-se de um tanque circular com 3 metros de raio e 1, 80 metros de profundidade. Geralmente, possui 9 círculos produtivos, não sendo necessário trabalhá-los todos de uma vez. A montagem pode ser feita em apenas 2 dias. Podem ser cultivados cerca de 30 produtos vegetais e 10 espécies de animais. Custo aproximado de R$ 1. 250, 00.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Como é uma Mandalla

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Apontamentos metodológicos Reconhecimento da área de atuação do(s) projeto(s); Levantamento socioeconômico das famílias envolvidas; Divulgação do Sistema Mandalla de Produção; Planejamento de ações e estratégias (Prefeitura & Ag. DHSA); Definição do local mais adequado; Implantação da Mandalla modelo na comunidade; [Caiana] Acompanhamento do sistema produtivo, e da aprendizagem e conscientização dos agricultores; [Caiana] Comparativo técnico agronômico entre os dois contextos sócio-econômicos, concomitante à orientação que está sendo feita dos trabalhos de pesquisa PIBICT/PIBITI, que visam, respectivamente, acompanhar o desenvolvimento e implantar o sistema produtivo entre os camponeses das comunidades. (? )

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Ações iniciais em 2010 e 2011

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação A Mandalla na comunidade Quilombola¹ [2011]

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação A Mandalla na comunidade Quilombola² [2011]

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação A Mandalla na comunidade Quilombola³ [2012]

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação A Mandalla no Assentamento S. Ramalho (fase inicial)

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Primeiros resultados [2011 no geral] Em termos agronômicos, mesmo que a avaliação comparativa ainda não tenha sido efetivada, percebemos que, devido à diferenciação sócio-cultural dessas comunidades, já é possível afirmar que assentados terão um melhor perfil para tocar esse projeto de tecnologia social. Outra questão, que diferencia a comunidade de assentados está no fato de já possuírem experiência agrícola na produção diversificada voltada ao autoconsumo, diferentemente da comunidade quilombola, que, originalmente, vem do trabalho escravo, depois assalariado na lavoura da cana-de-açúcar. Contudo, os trabalhos PIBICT/PIBITI, que vêm sendo desenvolvidos pelos alunos do CSTGA do IFPB saberão minimizar essas diferenças e, quiçá, mudar esse diferencial inicialmente percebido, no sentido de que ambas as comunidades venham desenvolver minimamente essa tecnologia sustentável, propiciando nossa avaliação agronômica mais fidedigna.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Primeiros resultados [2012 em Caiana¹] Mesmo ainda com o projeto em desenvolvimento é de que os resultados socioeconômicos começam a aparecer. O fato das mulheres (camponesas) terem abraçado o Projeto. Das camponesas terem compreendido a importância da independência de insumos externos; da importância de não terem que dependerem, única e exclusivamente de subvenções públicas; de perceberem as vantagens da qualidade dos produtos, pela ausência de agrotóxicos, etc. Esses 3 elementos também elevaram a auto-estima dessas camponesas. Segundo, pelo fato de já estarem usufruindo de algum resultado financeiro com a comercialização dos primeiros quantitativos de excedente produzido, nesses 6 (seis) primeiros meses do Projeto³. _______________ ³ Normalmente, as camponesas têm conseguido manter certa regularidade na produção de coentro, alface, cebolinha e couve, com relativo volume de excedentes que têm sido comercializados semanalmente na feira de Alagoa Grande.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Primeiros resultados [2012 em Caiana²] Com as primeiras vendas de hortaliças, por exemplo, adquiriram material para a construção de uma cerca de proteção da Mandalla, visto que a área é coletiva, onde animais ficam soltos. Também têm adquirido insumos como sementes e alguns utensílios (ferramentas) de manejo dos cultivos. Nossa pesquisa pode perceber que as inovações que têm uma construção coletiva e surgem após uma ampla discussão interna entre os participantes, são favorecidamente, assumidas com mais empenho e como mais um produto da comunidade. Sociologicamente, uma clara manifestação de pertencimento, que se traduz numa maior possibilidade de continuidade.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Referências¹ ● AGÊNCIA MANDALLA DHSA. Disponível em: http: //www. agenciamandalla. org. br/modules. php? Acesso em: 25 de abril de 2010. ● ALMEIDA, J; NAVARRO, Z. (orgs. ). Reconstruindo a agricultura: idéias na perspectiva de um desenvolvimento rural sustentável. 2ª ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998. ALVES, A. F. As múltiplas funções da agricultura familiar camponesa: práticas socioculturais e ambientais de convivência com o semiárido. Tese (Doutorado em Ciências Sociais). Campina Grande: PPGCS/UFCG, 2009. 314 p. ● ANDRADE, M. C. A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. 6ª ed. Recife: Editora da UFPE, 1998. ● ARRUTI, J. M. A. As comunidades negras rurais e suas terras: a disputa em torno de conceitos e números. São José do Rio Preto-SP: Dimensões, Vitória, v. 14, p. 243 -269, 2002. ● BERGAMARCO, S. M; PAMARD, C. B; CHONCHOL, M. E. Pour un Atlas des Assentamentos brésiliens: Reforme Agraire et espaces de recherche. CAHIERS DES SCIENCES HUMAINES, Paris, v. 3, p. 149 -175, 1997. ● CARVALHO, C. X. de. Agroecologia, movimento social e campesinato no Agreste da Paraíba. Tese (Doutorado em Sociologia) João Pessoa: PPGS/UFPB, 2008. 184 p. (+ anexos) ● GARCIA JUNIOR, A. R. O Sul: caminho do roçado: estratégias de reprodução camponesa e transformação social. São Paulo: Marco Zero; Brasília: MCT/CNPq, 1989. ● EHLERS, E. Agricultura Sustentável: Origens e perspectivas de um novo paradigma. 2ª ed. Guaíba, RS: Editora Agropecuária, 1999. ● MALAGODI, E; QUIRINO, E. Mercado e consciência ambiental: Dilemas da agricultura familiar. In: DUQUE, G. (org. ). Agricultura familiar, meio ambiente e desenvolvimento. . João Pessoa: Ed. UFPB, 2002. pp. 75 -90.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Referências² ● MAZOYER, M. Histoire dês agricultures du monde: du néolitique à la crise contemporaine. 1 er éd. Paris: Éditions du Seuil, 1997. ● MOREIRA, A. P. da C. A luta pela terra e a construção do território remanescente de quilombo de Caiana dos Crioulos. Dissertação (Mestrado em Geografia). João Pessoa: CCEN/UFPB, 2009. 116 p. ● PALMEIRA, M. Casa e trabalho: nota sobre as relações sociais na plantation tradicional. Rio de Janeiro: 2 (2), nov, 1977. pp. 103 -114. ● PATRÍCIO, G. R; FERNANDES, J. I; AZEVEDO, V. C. F; ALVES, A. F. Proposta de implantação de Mandallas no quilombo Caiana dos Crioulos em Alagoa Grande-PB. In: VI SEMANA DE C & TECNOLOGIA DO IFPB, 2010. ● ______. Desenvolvimento Agrícola Sustentável: uma experiência no quilombo Caiana dos Crioulos em Alagoa Grande-PB. In: III WORKSHOP INT. SOBRE PLANEJ. & DES. SUSTENT. EM BACIAS HIDROGRÁF. , 2011. ● PAULINO, R. D et al. Mandalla - Da tradição à contingência: um exemplo simples de desenvolvimento ambiental e sustentável. II JORNADA NACIONAL DE AGROINDÚSTRIA, 2007. ● PESSOA, W. Tecnologia de Mandallas: Implantação e manejo. João Pessoa: Agência Mandalla, DHSA, 2001. ● RELATÓRIO DE IDENIFICAÇÃO. Caiana dos Crioulos, Alagoa Grande-PB. In: PAIVA, R. dos; SOUZA, V. R. F. de P. e (pesquisadores). Projeto de mapeamento e identificação das áreas remanescentes de quilombos. Convênio Fundação Cultural Palmares/UFAL, Recife, junho 1998. ● SIGAUD, L. Os Clandestinos e os Direitos. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1979. ● SOARES, A. L. J. Conceitos básicos sobre permacultura. Brasília: MA/SDR/PNFC, 1998. Disponível em: http: //permacoletivo. files. wordpress. com/2008/05/conceitos_basicos_permacultura. pdf. Acesso em: 05 de maio de 2010. ● SUNDFELD, C. A. (org). Comunidades Quilombolas: Direito a Terra. Brasília: Fundação Cultural Palmares / Min. C / Editorial Abaré, 2002.

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Obrigado! Arilde Franco Alves – francalves 11@ gmail. com Agradecimentos Prefeitura Municipal de Alagoa Grande