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Ano Letivo 2014/2015 Relações sociais e pessoais: os valores da honra e a Antropologia

Ano Letivo 2014/2015 Relações sociais e pessoais: os valores da honra e a Antropologia “do” Mediterrâneo Contextos Etnográficos Árabes e Islâmicos Outubro de 2014 Docente: Maria Cardeira da Silva Trabalho realizado por: Ana Laura Morgado, nº 41262 Carolina Meco, nº 41324 Raquel Afonso Louro, nº 41487 Rita Tavares, nº 41497

 • “Para que haja desafio, é necessário que aquele que o lança considere

• “Para que haja desafio, é necessário que aquele que o lança considere que aquele que o recebe deve ser desafiado, quer dizer, capaz de aceitar o repto, em suma, que o tenha por seu igual em matéria de honra. ” (Bourdieu, 2002: 9)

 • O desafio faz a honra; • Quem desafia um homem incapaz de

• O desafio faz a honra; • Quem desafia um homem incapaz de ripostar ao desafio, desonrase a si próprio; • Só um desafio lançado por um homem igual em honra merece resposta.

 • “O desafio propriamente dito, e também a ofensa, supõe, como o dom,

• “O desafio propriamente dito, e também a ofensa, supõe, como o dom, a escolha de disputar um jogo determinado conforme certas regras. O dom é um desafio que honra aquele a quem se endereça, ao mesmo tempo que põe à prova o seu ponto de honra (nif). ” (Bourdieu, 2002: 14)

Honra Hurma Ponto de Honra Nif Hurma Haram

Honra Hurma Ponto de Honra Nif Hurma Haram

 • “O que faz a vulnerabilidade do grupo é aquilo que ele possui

• “O que faz a vulnerabilidade do grupo é aquilo que ele possui de mais sagrado. ” (Bourdieu, 2002: 24) • “O ponto de honra só te significação e função para um homem para o qual existem coisas sagradas, coisas que merecem ser defendidas. ” (Bourdieu, 2002: 25)

 • “O ethos da honra opõe-se, no próprio princípio, a uma moral universal

• “O ethos da honra opõe-se, no próprio princípio, a uma moral universal e formal afirmando a igualdade em dignidade de todos os homens e, consequentemente, a identidade dos direitos e deveres. ” (Bourdieu, 2002: 33)

(Abu-Lughod, 1986: 5)

(Abu-Lughod, 1986: 5)

 • “São os discursos contraditórios por um lado, o género de poesia lírica

• “São os discursos contraditórios por um lado, o género de poesia lírica sobre o amor e a vulnerabilidade, por outro, a ideologia de honra nas conversas do dia-a-dia e comportamentos quotidianos entre os Awlad ‘Ali. ” (Abu-Lughod, 1986: 10, tradução nossa) • “Os beduínos acreditavam que todos os árabes não-egipcíos eram beduínos, falando um dialeto e tento um estilo de vida similar ao seu. ” (Abu-Lughod, 1986: 14, tradução nossa)

Asl Laços mais importantes: Garãba • Agnáticos; • Parentesco Materno; • Co-residência. Açabiia •

Asl Laços mais importantes: Garãba • Agnáticos; • Parentesco Materno; • Co-residência. Açabiia • Beduínos vêm a comunidade residencial (naji’) como unidades sociais definidas por laços agnáticos. • “O parentesco partilha preocupações e a honra. ” (Abu-Lughod, 1986: 65, tradução nossa)

 • “ Os Awlad ‘Ali acreditam que a moralidade é o que os

• “ Os Awlad ‘Ali acreditam que a moralidade é o que os distingue e o que os torna superiores aos outros. No centro do seu sistema moral, estão os valores de honra e modéstia. ” (Abu-Lughod, 1986: 78, tradução nossa)

Família Relações socias fora da família Relação hierárquica Relação (mais) igualitária • “A distinta

Família Relações socias fora da família Relação hierárquica Relação (mais) igualitária • “A distinta qualidade moral das obrigações e dos afectos recíprocos carateriza estas relações de desigualdade quer seja dentro da família ou simplesmente concetualizado no idioma familiar. ” (Abu-Lughod, 1986: 85, tradução nossa)

 • “Qual é a rede de valores ligados à honra? E como é

• “Qual é a rede de valores ligados à honra? E como é que estes valores legitimam uma melhor posição social? ” (Abu-Lughod, 1986: 87, tradução nossa) Gadr

 • “A deferência voluntária é o modo honroso da dependência. ” (Abu-Lughod, 1986:

• “A deferência voluntária é o modo honroso da dependência. ” (Abu-Lughod, 1986: 104, tradução nossa) • Hashama modéstia, vergonha e timidez (mas também propriedade). • “O hasham manifesta-se como um desconforto emocional ou vergonha, é o que motiva o evitar dos mais poderosos e em sua manifestação de atos de modéstia provocados por esses sentimentos, é um disfarce protetor que ocorre quando a exposição dos mais poderosos é inevitável. ” (Abu-Lughod, 1986: 112, tradução nossa)

 • Como podem os Awlad ‘Ali glorificar o discurso poético se este viola

• Como podem os Awlad ‘Ali glorificar o discurso poético se este viola as ideologias da honra e da modéstia?

 • “(…) os poemas, como parte de uma tradição cultural, não podem representar

• “(…) os poemas, como parte de uma tradição cultural, não podem representar rebeliões contra os valores da sociedade. ” (Abu-Lughod, 1986: 240, tradução nossa) • “A poesia possibilita uma forma modesta de comunicar sentimentos imodestos e uma forma honrosa de comunicar sentimentos de dependência. ” (Abu-Lughod, 1986: 240, tradução nossa)

 • “Bourdieu vê as “regras de honra” como as da lógica de desafio

• “Bourdieu vê as “regras de honra” como as da lógica de desafio e contra -resposta, na qual o desafio valida a honra individual por reconhecer o indivíduo como merecedor do desafio e serve como a provocação para respostas. Inabilidade de responder ao desafio resulta numa perda de honra. ” (Abu-Lughod, 1986: 89, tradução nossa) • “O sentido de honra é promulgada em frente a outras pessoas. Nif está acima de tudo, o que leva um homem a defender a todo o custo, uma certa auto-imagem que se pretende para os outros. ” (Abu-Lughod, 1986: 236, tradução nossa)

 • “Bourdieu argumenta que no sistema de honra de Cabila, a pessoa é

• “Bourdieu argumenta que no sistema de honra de Cabila, a pessoa é particularmente exposta ao ultraje mas consegue garantir respeito. A honra só faz sentido para o homem que tem coisas que valem a pena defender. ” (Abu-Lughod, 1986: 246, tradução nossa) • “Os antropólogos geralmente assumem que descrever a ideologia ou a cultura é equivalente a descrever o comportamento e a experiência dos membros da sociedade. ” (Abu-Lughod, 1986: 254, tradução nossa)