PRINCPIOS EPISTEMOLGICOS ESTRANHAMENTO E DESNATURALIZAO PRINCPIOS EPISTEMOLGICOS A

PRINCÍPIOS EPISTEMOLÓGICOS ESTRANHAMENTO E DESNATURALIZAÇÃO

PRINCÍPIOS EPISTEMOLÓGICOS → A Epistemologia é a ciência das ciências. É o estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento e de seus produtos intelectuais. É a teoria do conhecimento. → Logo, os Princípios Epistemológicos caracterizam-se como a estrutura do conhecimento, como fundamento para o

ESTRANHAMENTO O Princípio do Estranhamento consiste no ato de estranhar no sentido de se admirar, de se espantar diante de algo que não se tem conhecimento. As coisas do mundo, da natureza, da vida, passam para nós despercebidas, como sendo algo que está no cotidiano e nem nos damos conta. Este princípio que vem da tradição filosófica grega de Platão e Aristóteles, diz que devemos ter sempre diante da realidade uma posição de distanciamento, de questionamento: “Por que é assim? Por que é

ESTRANHAMENTO Estranhar as situações, inclusive as que fazem parte da nossa experiência de vida, é uma condição necessária a Sociologia. Todo processo científico, foi feito com base neste distanciamento que se tem e nas questões que são colocadas. A nós estudantes de Sociologia é, antes de tudo, colocado que a realidade não é como parece e, por isso, devemos procurar saber como realmente ela é. → O estranhamento possibilita o início de um movimento capaz de caminhar para além das

ESTRANHAMENTO Diante dos questionamos, somos tomados por um espanto diante dos fatos, e vemos que poderia ser diferente. Nesse movimento se instala em nós um certo estranhamento. Ele nos obriga a um deslocamento, a pensar que devemos nos distanciar da realidade que vivemos todos os dias e descobrir porque é assim. Todo processo científico, não só a Sociologia, foi feito com base neste distanciamento que se tem e nas questões que são colocadas. A nós estudantes de Sociologia é, antes

DESNATURALIZAÇÃ Ao lado do Estranhamento, outro movimento epistemológico tem papel importante na fundamentação do ensino da disciplina de Sociologia: a Desnaturalização. É comum ouvirmos no cotidiano a expressão: “Isso é natural”. Esta expressão aponta para a ideia de algo que sempre foi, é ou será da mesma forma, imutável na relação tempo e espaço. Em consequência, por exemplo, podemos nos deparar com uma situação assim: “É natural que exista a desigualdade social, é

DESNATURALIZAÇÃ Dessa forma, os indivíduos manifestam o entendimento de que os fenômenos sociais são de caráter natural, ou seja, não lhes é sabido que tais fenômenos são na verdade constituídos socialmente, isto é, historicamente produzidos e reproduzidos, como resultado das relações sociais em suas mais diversas estruturas. A desnaturalização das concepções a respeito dos fenômenos sociais surge como um papel central do movimento do pensamento sociológico. A Sociologia tem por objetivo dizer que os fenômenos sociais, econômicos e políticos são

DESNATURALIZAÇÃ Porque são construídos por pessoas, grupos, classes, de tal maneira que, efetivamente, mudam porque têm uma historicidade. Ex: a Família. Quando usamos esta expressão, parece que é um consenso. Nos tempos atuais não podemos mais falar em Família, mas sim em Famílias. Vejam a quantidade de composições familiares diferentes, ou seja, não podemos mais pensar em Família como um padrão único. Quando manifestamos o entendimento de que os fenômenos sociais são de

DESNATURALIZAÇÃ isto é, historicamente produzidos e reproduzidos, como resultado das relações sociais em suas mais diversas estruturas, estamos naturalizando os modos de ser e estar em sociedade. Porém quando pensamos historicamente a constituição de qualquer fenômeno social, estamos desnaturalizando. Percebemos então, que são construções históricas e humanas e não estão inscritas na natureza. Esses elementos nos permitem encaminhar uma discussão sociológica em que as relações humanas, são construídas por nós da sociedade e portanto,

DESNATURALIZAÇÃ respeito dos fenômenos sociais surge como um papel central do movimento do pensamento sociológico. Há desestruturação da tendência de se compreender as relações sociais, as instituições, os modos de vida e de organização das sociedades, a partir de argumentos que possibilita o resgate, primeiro, da historicidade desses fenômenos e, segundo, da noção de que certas mudanças ou continuidades históricas decorrem e dependem de um jogo de poder calcado em razões objetivas.

DESNATURALIZAÇÃ Um paralelo entre a noção do Estranhamento e da Desnaturalização nos leva de encontro à noção de que a vida em sociedade estrutura-se de forma dinâmica, ou seja, está em constante processo de transformação; constitui-se a partir da multiplicidade das relações sociais que, por sua vez, são capazes de revelar as mediações e as contradições da realidade objetiva de um período histórico. É também apreendida por um conjunto de ações capazes de alterar o curso dos

DESNATURALIZAÇÃ O saber sociológico, portanto, pode ser construído a partir da sistematização teórica e prática do processo social. Dessa forma, a postura inicial de atuação da Sociologia pode ser compreendida pela superação do senso comum em direção a uma análise científica da sociedade. O movimento de estranhamento e desnaturalização mesmo diante de situações tidas como óbvias, como, por exemplo, na temática familiar confere especificidade ao ensino da Sociologia, pois permite que fenômenos aparentemente consolidados suscitem dúvidas, revelem

DESNATURALIZAÇÃ O processo de Estranhamento nos oferece um ponto de partida, uma possibilidade para o desenvolvimento de um saber capaz de nos levar de encontro a um debate mais amplo. Somado a isso, a Desnaturalização surge como o início da superação de certas noções consolidadas naturalmente, o que nos permite ultrapassar os limites do senso comum. Esse movimento nos desperta a inquietação crítica e investigativa com questões corriqueiras e consagradas pela

DESNATURALIZAÇÃ Nós vos pedimos com insistência: Nunca digam - Isso é natural! Diante dos acontecimentos de cada dia, Numa época em que corre o sangue Em que o arbitrário tem força de lei, Em que a humanidade se desumaniza Não digam nunca: Isso é natural A fim de que nada passe por imutável. Bertolt Brech