Aula introdutria do Projeto Literrio Atualizando Oliver Twist

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Aula introdutória do Projeto Literário “Atualizando Oliver Twist” 8º ano – Prof. Julia Mello,

Aula introdutória do Projeto Literário “Atualizando Oliver Twist” 8º ano – Prof. Julia Mello, Diego Verissimo e Tigran Magnelli

Esta apresentação será dividida em três pontos. . . 1. As condições de trabalho

Esta apresentação será dividida em três pontos. . . 1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX 2. Literatura Inglesa no século XIX 3. Oliver Twist: o texto

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- 1.

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- 1. 1. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução: B. A. Schuman. São Paulo: Boitempo, 2010. P. 108 -117. Todas as grandes cidades têm um ou vários “bairros de má fama” onde se concentra a classe operária. É certo ser frequente a miséria abrigar-se em vielas escondidas, embora próximas aos palácios dos ricos; mas, em geral, élhe designada uma área à parte, na qual, longe do olhar das classes mais afortunadas, deve safar-se, bem ou mal, sozinha. Na Inglaterra, esses “bairros de má fama” se estruturam mais ou menos da mesma forma que em todas as cidades: as piores casas na parte mais feia da cidade; quase sempre, uma longa fila de construções de tijolos, de um ou dois andares, eventualmente com porões habitados e em geral dispostas de maneira irregular. Essas pequenas casas de três ou quatro cômodos e cozinha

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- chamam-se

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- chamam-se cottages e normalmente constituem em toda a Inglaterra, exceto em alguns bairros de Londres, a habitação da classe operária. Habitualmente, as ruas não são planas nem calçadas, são sujas, tomadas por detritos vegetais e animais, sem esgotos ou canais de escoamento, cheias de charcos estagnados e fétidos. A ventilação na área é precária, dada a estrutura irregular do bairro e, como nesses espaços restritos vivem muitas pessoas, é fácil imaginar a qualidade do ar que se respira nessas zonas operárias – onde, ademais, quando faz bom tempo, as ruas servem aos varais que, estendidos de uma casa a outra, são usados para secar a roupa. (. . . ) Mas St. Giles não é o único bairro miserável de Londres. Nesse gigantesco labirinto de ruas há milhares de vielas e de becos, cujas casas são demasiado horríveis para qualquer um que ainda possa dispor de uma pequena quantia para pagar uma habitação humana – e muitas vezes esses

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- miseráveis

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- miseráveis refúgios do pior pauperismo se encontram próximos dos suntuosos palácios dos ricos. Foi assim que recentemente, quando de um inquérito mortuário, uma área junto de Portman Square, uma praça ampla e arejada, recebeu a qualificação de moradia “de uma multidão de irlandeses moralmente degradados pela sujeira e pela pobreza”. Em ruas como Long Acre e outras, não propriamente espaços de luxo, mas bastante convenientes, incontáveis porões são usados como habitações, dos quais saem à luz do dia silhuetas de crianças doentes e mulheres esfarrapadas, meio mortas de fome. Nas vizinhanças do teatro de Drury Lane – o segundo de Londres – encontram-se algumas das ruas mais degradadas da cidade (Charles Street, King Street e Parker Street), cujas casas são habitadas, dos porões aos desvãos, por famílias paupérrimas. Nas paróquias de St. John e St. Margaret, em Westminster, segundo o Journal of the Statistical Society, em 1840, 5. 366 famílias de operários viviam em 5. 294 “habitações” (se é

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- que

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- que a palavra pode ser usada): homens, mulheres e crianças, misturados sem qualquer preocupação com idade ou sexo, num total de 26. 830 indivíduos – e três quartos do total dessas famílias dispunham de um só cômodo. Na aristocrática paróquia de St. George (Hanover Square), de acordo com a mesma fonte, 1. 465 famílias de operários, totalizando cerca de 6 mil pessoas, viviam nas mesmas condições – e, delas, mais de dois terços das famílias amontoavam-se num só cômodo. (. . . ) O que é verdade para o vestuário, é-o também para a alimentação. Aos trabalhadores resta o que repugna à classe proprietária. Nas grandes cidades da Inglaterra, pode-se ter de tudo e da melhor qualidade, mas a preços proibitivos e o operário, que deve sobreviver com poucos recursos, não pode pagá-los. Ademais, o operário, na maior parte dos casos, recebe seu salário somente no sábado à tarde (alguns pagamentos começaram a

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- ser

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- ser feitos na sexta-feira à noite, mas esse sistema ainda não está generalizado) e, por isso, só vai ao mercado no final do sábado, por volta das quatro, cinco e até sete horas, quando o que havia de bom já foi comprado pela classe média. Pela manhã, o mercado transborda de coisas boas; mas quando chega o operário, esses produtos já acabaram – e ainda que lá estivessem, ele muito provavelmente não poderia comprá-los. Em geral, as batatas que adquire são de má qualidade, os legumes estão murchos, o queijo envelhecido é mau, o toucinho é rançoso e a carne é ressequida, magra, muitas vezes de animais doentes e até mesmo já em decomposição. Frequentemente, os vendedores são pequenos varejistas que compram mercadorias ordinárias em quantidade e as revendem a preço baixo exatamente por causa de sua má qualidade. Os operários mais pobres, para sobreviver com o pouco que ganham, devem recorrer – mesmo para adquirir produtos muito inferiores – a um artifício: como à meia-noite de

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- sábado

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- sábado as mercearias têm de fechar e nada pode ser vendido no domingo, as sobras que se estragariam até segunda-feira de manhã são liquidadas, a partir das dez horas da noite do sábado, a preços irrisórios, embora nove décimos desses restos já não sejam comestíveis no domingo de manhã; mas precisamente essas sobras constituem o prato dominical da classe mais pobre, que as compra. Nessas circunstâncias, a carne vendida aos operários é intragável; porém, uma vez comprada, é consumida (. . . )

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- 1.

1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- 1. 2. A mão de obra infantil na Revolução Industrial

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1. As condições de trabalho e vida na Inglaterra do século XIX ------------------------------------- 1. 3. Charles Dickens: vida e obra “(. . . ) Isto estava acontecendo ao mesmo tempo que a multidão em Londres, milhares de habitantes da cidade deslocando-se para seus atos cotidianos, compunha um espetáculo que, na época, incitou fascínio e terror pois, na cidade de Londres a população crescera de maneira vertiginosa no século XIX (ela duplicara entre 1821 e 1851) e esta não possuía planejamento, infraestrutura e condições básicas mínimas para os novos membros. Portanto, sabendo que as revoltas, temas, valores e motivos são sugeridos pelo tempo, as ruas de Londres ofereciam um espetáculo inédito e insólito para os seus habitantes e fazem parte das crônicas de Dickens” (SEVCENKO, Nicolau. “Perfis urbanos terríveis em Edgar Allan Poe”. In: Revista Brasileira de História, v. 5, nº 8/9, set. 1984/abr. 1985, p. 69 -83. )

2. Literatura Inglesa no século XIX

2. Literatura Inglesa no século XIX

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 1. Origem: Romantismo * Lyrical Ballads

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 1. Origem: Romantismo * Lyrical Ballads (William Wordsworth e Samuel Coleridge) – 1798 – Identificação com o campesinato (ser mais humanizado e em sintonia com a natureza) * Temas / Assuntos de referência: Folclore, Misticismo, Religiosidade, retorno ao passado, mistério (gótico)

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 2. Autores referenciais * William Blake:

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 2. Autores referenciais * William Blake: The Little Black Boy (dar voz a uma criança escrava); The Sick Rose (tom apocalíptico e vampirismo) * Percy B. Shelley: tom revoltoso contra as tradições e leis * Lord Byron: tom satírico

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 3. Charles Dickens * Romantismo/Realismo –

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 3. Charles Dickens * Romantismo/Realismo – folhetins em 1837 * Os escritores realistas, segundo Campedell (1999, p. 157) “[. . . ] deram prefere ncia ao momento presente: as narrativas estavam ambientadas num tempo contempora neo ao escritor. Com isso a cri tica social ficaria mais concreta. Nesse sentido, a literatura passou a denunciar o que havia de mau na sociedade.

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 4. Correspondentes * Dickens e um

2. Literatura inglesa no século XIX -------------------------------------------------------- 2. 4. Correspondentes * Dickens e um dos primeiros a trazer as experie ncias da cidade grande para a literatura, sendo conhecido como o autor que retrata Londres, um si mbolo nota vel da literatura vitoriana e que aparece com freque ncia e como cena rio principal da trama em parceria com a explorac a o desenfreada do ser humano. * E. T. A. Hoffman (Alemanha, 1822): A janela de esquina do meu primo * Edgar Alan Poe (EUA, 1840): O homem das multidões * Charles Baudelaire (França, 1857): As flores do Mal * Aluísio Azevedo (Brasil, 1892): O cortiço

3. Oliver Twist: o texto

3. Oliver Twist: o texto

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. Testemunho literário da criança órfã Ao

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. Testemunho literário da criança órfã Ao retratar as condições da exploração e da miséria no país pioneiro da industrialização – a Inglaterra pós. Revolução Industrial de meados do século XVIII – e ao apresentar o estado de tantos cidadãos privados da real cidadania, enquanto alguns privilegiados reservam para si os ganhos da nova expansão econômica, o autor inglês Charles Dickens dá voz a uma denúncia na obra literária onde o protagonista é uma criança.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. 1. Retrato da desigualdade social Na

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. 1. Retrato da desigualdade social Na obra “Oliver Twist” – nome do protagonista –, há um interesse de desvelar as condições de miséria. Mais do que as dificuldades do pobre menino órfão, evidencia-se o desejo de retratar a realidade da desigualdade social – após a Revolução Industrial de meados do século XVIII, na Inglaterra e na França. Os pobres são seres excluídos benefícios do novo mundo comercial – e apenas podem recorrer ao paternalismo das instituições públicas.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. 2. Literatura e História Ao mostrar

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. 2. Literatura e História Ao mostrar em forma literária estes lados sombrios da industrialização, Dickens se projeta enquanto escritor além da própria época, pois é notado enquanto testemunho, não apenas para os contemporâneos, mas até para os historiadores. Como foi a época dita Vitoriana na Inglaterra? Como se expandia o Império Britânico? Como as condições sociais se apresentavam nas distintas classes em relação aos ganhos e perdas do industrialismo?

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. 3. Glória x fracasso O autor

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 1. 3. Glória x fracasso O autor Dickens é testemunha de uma época de mudanças, com a França napoleônica derrotada, com o reacionarismo na Europa central – com os governos austríaco e russo firmes no poder centralizador –, com o atraso econômico das futuras Itália e Alemanha, ainda em processo de unificação, somente completado no ano da morte do escritor inglês. No sentido de autor-testemunha temos “outros Dickens”. Assim, o Charles Dickens da França seria Victor Hugo, enquanto o da Rússia seria Dostoiévski. Autores que não hesitam em mostrar os lados pouco gloriosos de suas sociedades.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 2. Orfandade Especificamente, o tema de “Oliver

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 2. Orfandade Especificamente, o tema de “Oliver Twist” é o da orfandade, o do desamparo de uma criança num sistema injusto. Se o mundo já é cruel para os adultos, então imagine para as crianças! Não faltam outros órfãos na literatura da Era vitoriana , vide o caso de David Copperfield, protagonista de romance do mesmo Dickens. Na França temos o Gavroche, no romance “Les Misérables” de Victor Hugo. A questão dos 'meninos de rua' (na Inglaterra, 'street child'; na França, 'gamin '; ) já era visível no século XIX. No século XX, a triste condição das crianças abandonadas se fez visível no Brasil – “Capitães da Areia ”, 1935, de Jorge Amado.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 3. Folhetim O formato folhetim – em

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 3. Folhetim O formato folhetim – em publicação seriada, descontínua, não em livro, mas jornal ou revista – ajuda a criar um clima de suspense, pois o narrador interrompe a ação muitas vez num ápice, num aparente beco-sem-saída, onde o protagonista está nas mãos do(s) antagonista(s). Assim o leitor é 'fisgado' para acompanhar o desenrolar do enredo no próximo capítulo – na próxima edição do jornal. No original, entre fevereiro de 1837 e abril de 1839.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- No Brasil, entre 23 de abril e 23

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- No Brasil, entre 23 de abril e 23 de agosto de 1870. Dos 53 capítulos, atribui-se a tradução de 28 deles a Machado de Assis.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 3. 1. Súmula Assim, cada capítulo apresenta

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 3. 1. Súmula Assim, cada capítulo apresenta uma súmula dos acontecimentos, para excitar a curiosidade dos leitores.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 4. A história de Oliver O nascimento

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 4. A história de Oliver O nascimento e a orfandade abrigo e trabalho com um agente funerário as ruas de Londres a quadrilha de Fagin desafios e reviravoltas os segredos de sua origem

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 5. Caricaturas e ironias O narrador de

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 5. Caricaturas e ironias O narrador de Oliver Twist simpatiza evidentemente com o protagonista, o pobre órfão Oliver, e não hesita em caricaturas ao ironizar os antagonistas – os gentlemen, um tanto quanto obesos, que fazem caridade; os protetores de órfãos. (Protetores? Como assim? Parecem mais carcereiros. . . ) As contradições do sistema social são todas desmascaradas. A presença da riqueza (sugada das colônias ao redor do mundo) ao lado da miséria mais vergonhosa. A bondade precisa da miséria? É preciso haver pobres para que os ricos possam exercer a piedosa caridade?

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 5. 1. Exemplos Súmula do capítulo XVIII:

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 5. 1. Exemplos Súmula do capítulo XVIII: “Como Oliver passou o tempo na companhia de seus respeitáveis amigos” Súmula do capítulo XIX: “Onde um plano notável é discutido e traçado” A narrativa é irônica. Afinal que discípulos esperançosos são esses? Não são apenas pobres crianças exploradas por um bandido? Fagin, o velho com ares suspeitos, “ampara” as crianças desde que elas “trabalhem” para ele – ou seja, pratiquem os pequenos furtos. As crianças estão sob a “proteção” de um criminoso em tanto desamparo como quando

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 5. 2. Semelhanças Qual a diferença entre

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 5. 2. Semelhanças Qual a diferença entre os “gentlemen” que lucram com a “venda” das crianças para os cargos de “jovens aprendizes” em relação ao bandido que usa as crianças para lucrar com pequenos furtos? Em ambos, as crianças servem a interesses alheios – que em nada aliviam a miséria e desamparo delas.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 6. Dinâmica do texto (alternância entre as

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 6. Dinâmica do texto (alternância entre as cenas) Digressão 1. Ação ou resultado de se desviar do assunto tratado: um discurso cheio de digressões. 2. Desvio, afastamento de um objetivo (digressão de rota). [ Antôn. : aproximação ] 3. Viagem, passeio; excursão. 4. Evasiva, pretexto; subterfúgio. 5. Liter. Recurso literário us. para esclarecer, detalhar, ilustrar ou criticar um assunto. Quando o narrador para de contar uma história e ocorre a mudança de rumo na narrativa; o narrador para de contar a história de repente.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 6. 1. Exemplo O narrador alterna cenas

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 6. 1. Exemplo O narrador alterna cenas de Oliver sob os cuidados do Sr. Brownlow e da Sra. Bedwin com as cenas no interior do covil dos meninos criminosos. É o contraste entre os solícitos e altruístas com os egoístas e mercenários.

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 7. Empatia Encontrar Oliver envolvido no mundo

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 7. Empatia Encontrar Oliver envolvido no mundo dos criminosos é de partir o coração. E era exatamente isso que o autor Dickens pretendia: emocionar a plateia com as vicissitudes do protagonista tão ingênuo. Eis onde a ingenuidade leva: o pequeno órfão entra para uma gangue de menores infratores. Aumenta-se o ingrediente de peripécias – e emoção! – com as cenas de pequenos roubos, ainda que se tenha de arruinar a pureza de Oliver – até então irrepreensível. Esta complexa condição da criança-protagonista enquanto herói envolvido com anti-heróis está presente também em obras como “Meninos da Rua Paulo” (1906, de Ferenc Mólnar) e “Capitães da Areia ” (1935, de Jorge Amado).

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 8. Capítulo I Sobre o lugar e

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- 3. 8. Capítulo I Sobre o lugar e as circunstâncias do nascimento de Oliver Twist Entre os prédios públicos de determinada cidade havia um abrigo, uma casa de cuidados onde nasceu o ser cujo nome se encontra no título deste capítulo. Por muito tempo depois de ter chegado a este mundo pelas mãos do médico da paróquia, permaneceu a dúvida se a criança iria sobreviver, pois houve dificuldade para induzir Oliver Twist a respirar por si mesmo. Mas Oliver acabou respirando, espirrando e alertando para o fato de que um novo fardo estava se impondo à paróquia ao chorar mais alto do que seria esperado de um bebê. Então o rosto pálido de uma jovem mulher ergueu-se com dificuldade do

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- travesseiro, e uma voz fraca articulou com dificuldade:

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- travesseiro, e uma voz fraca articulou com dificuldade: “Deixe-me ver a criança e morrer”. – Ah, você não deve falar sobre morte – disse o médico. – Santo Deus, não! – completou a enfermeira. O médico colocou a criança em seus braços. A moça tocou seus lábios frios na testa do bebê, acariciou sua face, estremeceu e caiu para trás, morta. Eles massagearam seu peito, mãos e têmporas, mas o sangue estava parado para sempre. – Está acabado, Sra. Thingummy! Era uma garota bonita, de onde veio? – Foi trazida ontem à noite – respondeu a velha. – Encontraram-na caída na rua. Deve ter andado muito, porque seus sapatos estavam em pedaços, mas, de onde veio, ninguém sabe. O médico se inclinou sobre o corpo e ergue a mão esquerda. – A velha história –, disse balançando a cabeça. – Sem aliança de

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- casamento. Boa noite! O cavalheiro saiu para jantar,

3. Oliver Twist: o texto --------------------------------------------------------------- casamento. Boa noite! O cavalheiro saiu para jantar, e a enfermeira, depois de dar um gole numa garrafa verde, sentou-se numa cadeira baixa em frente ao fogo e começou a vestir a criança. Embrulhado no cobertor, Oliver poderia ser o filho de um nobre ou de um mendigo. Mas, agora que estava vestido com roupas de chita amareladas pelo uso, marcadas e etiquetadas, fora colocado de vez em seu lugar: um órfão de um abrigo a ser maltratado pelo mundo. Oliver chorou com força. Se soubesse que era um órfão deixado à mercê dos curadores da igreja, talvez tivesse chorado com mais força ainda. (DICKENS, Charles. Oliver Twist. Tradução de Sandra Pina. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2012. p. 2 -4)

O projeto

O projeto

O projeto ------------------------------------------------------------------------ Execução A partir da leitura comentada de Oliver Twist e da

O projeto ------------------------------------------------------------------------ Execução A partir da leitura comentada de Oliver Twist e da apresentação de reportagens atuais que tratam de temas análogos aos que os personagens vivem ao longo do romance, os alunos serão convocados à elaboração de uma obra literária (poesia, conto, HQ, desenho ou semelhante) que faça uma releitura atualizada da narrativa. Subsídios Os alunos serão apresentados, em aula, a algumas reportagens préselecionadas pelos professores acerca de temas como tráfico infantil, exploração sexual, más condições de moradia e semelhantes). As reportagens serão lidas e discutidas em sala de aula. Da mesma forma, os alunos serão apresentados pelos professores a características próprias dos gêneros ou plataformas que optarem por produzir.

O projeto ------------------------------------------------------------------------ Data prevista A data prevista para entrega do trabalho é 22/04.

O projeto ------------------------------------------------------------------------ Data prevista A data prevista para entrega do trabalho é 22/04. Avaliação A atividade vale 11, 0 pontos. A nota será atribuída igualmente às disciplinas de Língua Portuguesa e História. Serão avaliados os itens a seguir: * gênero (3, 3 pontos; 30%) – “A obra produzida pelo aluno contém os elementos próprios de seu gênero? ” * conteúdo (3, 3 pontos; 30%) – “A obra produzida pelo aluno foi inspirada em alguma passagem do romance Oliver Twist? ” * criação (3, 3 pontos; 30%) – “Que elementos podemos destacarna obra produzida como traços de maior criatividade e elaboração? ” * processo produtivo (1, 1 pontos; 10%) – “Como foi o engajamento do aluno no processo de produção da obra? ”

FIM

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