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Universidade Sénior de Avintes Ciclo de Conferências – 4ª Sessão “A importância das Universidades/Academias

Universidade Sénior de Avintes Ciclo de Conferências – 4ª Sessão “A importância das Universidades/Academias Sénior na sociedade actual” 29 de Abril de 2017

A sociedade contemporânea pós segunda guerra mundial e da década de sessenta, seguida da

A sociedade contemporânea pós segunda guerra mundial e da década de sessenta, seguida da revolução de abril de 1974, pelos respectivos factos, saiu evoluída e reforçada para combater o ostracismo, a penúria, a ignorância e a oportunidade de um trabalho, pelas transformações que se foram operando. Com mais ou menos dificuldades, muitos conseguiram realizar a escolaridade essencial e outros chegaram a outros níveis de conhecimento, qualquer um deles para seguir um horizonte que buscava e desejava, um trabalho, se possível justamente remunerado. Quem tenha uma idade longa já percebeu que o nosso caminho é feito de tempos, umas vezes de continuidades outras de acertos sucessivos, onde tudo surge e se cruza, onde cada um já resolveu no seu meio, próprio ou comunitário, situações extraordinárias, que nem os governos dos países conseguem. Assim, passado o meio século de cada um, está-se “maduro”, experimentado, capacitado para comparar, para decidir que ainda falta alguma coisa que então não quis, não podia ou não sabia, mas que agora se quer. É assim a nossa humanidade, porque se temos a bicicleta queremos a motorizada, mas não alienamos a primeira, e se temos a motorizada queremos o carro, mas também não nos desfazemos dos meios anteriores. Em tudo, construímos a vida de coisas acumuladas, por isso a aprendizagem e o conhecimento, também cabem na complexa máquina que transportamos, porque nos interessa o que falamos, vemos, ouvimos, provamos e tocamos. É moderno, talvez contemporâneo, procurar realizar noutras idades o que não conseguimos ou foi possível mais cedo, porque é indispensável à auto-estima de cada um e preenchemos ou completamos um tempo que ainda não sabemos gerir, porque somos novos na idade avançada e por isso ainda não temos o necessário conhecimento, a indispensável experiência. Aqui chegados ficamos perante uma realidade que cruza os nossos dias, ou seja – o interesse por completar o tempo apreendendo ou reaprendendo – por isso as escolas seniores.

Vários psicólogos americanos defenderam, em conjunto ou em complementaridade, princípios de necessidades para a

Vários psicólogos americanos defenderam, em conjunto ou em complementaridade, princípios de necessidades para a realização dos indivíduos. Harold Maslow (1908 -1970) estabeleceu uma pirâmide de necessidades que pretende mostrar que para chegar ao todo é necessário passar pelas partes, mas também pretende provar a existência de indivíduos que se auto-realizam sem passar por todas as etapas da pirâmide, havendo outros que estão realizados mas sentem ainda falta de alguma coisa, o que não quer dizer que não tenham passado por todas as etapas, só que a personalidade, a motivação e o meio social de cada um influencia a auto-realização, que quando não é conseguida pode gerar frustração, assinalando na sua pirâmide cinco necessidades para a realização do individuo – fisiológicas, segurança, afiliação, estima e auto-realização. Clayton Alderfer (1940 -2015) apresentou a teoria de necessidades ERC – existência, relacionamento e crescimento. Frederick Herzberg (1923 -2000) indicou a teoria dos dois factores de necessidades – higiénicos e motivação. David Mc. Clelland (1917 -1998) deixou a teoria das necessidades aprendidas – afiliação, poder e realização. Estas teorias podem-se comparar nos diagramas seguintes. O primeiro junta as ideias dos quatro teóricos e o segundo compara as preocupações da pirâmide de Maslow, com as necessidades ERC de Alderfer e os dois factores de necessidades de Herzberg.

Estamos perante um novo paradigma, uma nova concepção de “envelhecimento”, com novas possibilidades de

Estamos perante um novo paradigma, uma nova concepção de “envelhecimento”, com novas possibilidades de projectos interventivos, surgindo outras e novas respostas sociais, como as escolas de idades seniores, para uma educação não-formal ou informal, independentemente do grau académico ou biografia profissional dos indivíduos. Estas respostas criam e dinamizam com regularidade actividades sociais, culturais, educacionais e de convívio, preferencialmente para e pelos maiores de cinquenta anos, onde se propõe um quadro de actividades relacionais que desafiam intelectualmente o indivíduo, promovendo um estilo de vida activo, alargando o repertório de acções e relações, para o incremento da qualidade de vida. Sucedem-se por isso, programas de educação permanente (de carácter humanista e democrático), multidisciplinares, de promoção da saúde e bem-estar psicossocial e da cidadania, retirando exclusividade ao “sistema escolar”, garantindo igualdade no acesso à educação – porque todos os espaços devem ser educativos – melhorando e ampliando a alfabetização. É motivação contra os “chavões” e preconceitos ligados à velhice, porque promove a auto-estima, resgata a cidadania, incentiva a autonomia, a auto-expressão, a reinserção social e a valorização do indivíduo. Nos anos sessenta do século passado surgiram as primeiras escolas, vulgo “universidades seniores” em França, centradas na ocupação e convívio cultural dos reformados. Posteriormente as organizações juntaram-lhes o entretenimento, o ensino e a pesquisa. A primeira escola sénior portuguesa é criada em 1976 no Chiado, sendo designada pela Universidade Internacional da Terceira Idade de Lisboa. Trata-se de um fenómeno urbano, com principal enfoque nas regiões litorais, que entretanto se disseminou pelo país. O fenómeno não se deveu ao estado ou às universidades públicas tradicionais mas às iniciativas pessoais, das associações, dos centros paroquiais ou sociais, por vezes recebe apoios dos poderes locais, da segurança social, da igreja ou entidades privadas, contudo, o suporte, a base económica, está nos valores contribuídos pelos alunos.

Para o resultado que se conhece é relevante a importância e o contributo dos

Para o resultado que se conhece é relevante a importância e o contributo dos professores voluntários, porque uma escola só existe com eles. Em Portugal seguem o modelo inglês, oferecendo em paralelo aulas de línguas, ciências sociais e humanas, cultura e arte, saúde e desporto, visitas de estudo e recreativas, com o objectivo de ajudar os seniores a compreender as modificações corporais, cognitivas e de comportamentos na fase mais adiantada da vida, integrá-los nas mudanças tecnológicas e culturais da sociedade contemporânea, desenvolver com eles capacidades para as mutações socioculturais, adquirir aptidões para lidar com novas situações e descoberta de novos papéis como o voluntariado. A UNESCO organizou em 1949 a Primeira Conferência Internacional de Educação de Adultos, em Elsinor, na Dinamarca, destacando, naquela altura, o sentido democrático da educação de adultos e a nível pedagógico acentuou a necessidade de uma demarcação relativamente à educação escolar tradicional e o desenvolvimento de metodologias de trabalho próprias, menos assentes na divisão de saberes, mas que partam de situações concretas que valorizam as experiências de vida, indo ao encontro dos interesses e necessidades dos adultos. Esta conferência emoldurou a evolução futura da educação de adultos até aos dias de hoje.

Enquanto representante de uma instituição da economia social com implantação efectiva desde 1996 na

Enquanto representante de uma instituição da economia social com implantação efectiva desde 1996 na comunidade avintense, entendemos a importância das escolas para seniores no contexto social, porque se trata de um lugar onde a aprendizagem é continuada, a ausência ocupacional é preenchida, o grau de conhecimento pode ser alcançado, os vazios de vida podem ser colmatados, a utilidade social é encontrada. Acrescerá que este nível social é rico e muitíssimo importante, porque trata de indivíduos experimentados, sendo a antecâmara de outros tempos, que hão-de surgir. Quanto maior e melhor envolvimento tivermos durante este patamar da vida, outras condições vamos ter para viver e ultrapassar os seguintes, que são quase sempre mais difíceis. Os níveis seguintes são absolutamente fundamentais para acudir aos restantes indivíduos que já não apresentam capacidades de várias naturezas. Assim, os centros de convívio e de dia, os apoios domiciliários, as residências para idosos, têm de ser valorizados, porque continuarão a ter um importante papel nas fases seguintes dos adultos. Como é evidente a nossa vida tem muitos e diversificados níveis, confirmando-se que a educação avançada para adultos tem o seu lugar reservado, sendo parte essencial para o evoluir e crescer do indivíduo, porque as sociedades estão em permanente inquietação e serão sempre cada vez mais exigentes. OBRIGADO

ACMA e USA – Universidade Sénior de Avintes CICLO DE CONFERÊNCIAS – 4ª SESSÃO

ACMA e USA – Universidade Sénior de Avintes CICLO DE CONFERÊNCIAS – 4ª SESSÃO Avintes, 29 DE ABRIL DE 2017 CENTRO SOCIAL Mário Mendes da Costa, IPSS CONTRIBUTOS