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Aula 05: O Pensamento econômico de Cairu e os debates em sua volta REC

Aula 05: O Pensamento econômico de Cairu e os debates em sua volta REC 3402 DESENVOLVIMENTO E PENSAMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO 1º SEMESTRE 2017

Aulas passadas

Aulas passadas

José da Silva Lisboa (Salvador: 1756 – Rio de Janeiro 1835) • É considerado

José da Silva Lisboa (Salvador: 1756 – Rio de Janeiro 1835) • É considerado o grande difusor de Economia Política no Brasil e mesmo em Portugal, especialmente do pensamento de Smith

Cairu: principais obras econômicas (tem outras historia do primeiro reinado , da corte no

Cairu: principais obras econômicas (tem outras historia do primeiro reinado , da corte no Brasil. . ) • 1801: Princípios do Direito Mercantil e Leis da Marinha • 1804: Princípios de Economia Política • 1808: Observações sobre o comércio franco no Brasil (1ª obra publicada pela Imprensa Régia) • 1810: Observações sobre a franqueza da indústria e o estabelecimento das fábricas no Brasil • 1810: Observações sobre a prosperidade do Estado pelos liberais princípios da nova legislação • 1812: Extratos das obras políticas e econômicas de Edmund Burke • 1818: Estudos do bem comum e Economia Política • 1824: Constituição Moral e deveres do cidadão • 1827: Leituras de Economia Política ou direito econômico

 • José da Silva Lisboa nasce 1756 em Salvador • Filho de “arquiteto”,

• José da Silva Lisboa nasce 1756 em Salvador • Filho de “arquiteto”, • Cipriano Barata – acusações de falta de estirpe de Lisboa • inicio seus estudos na Bahia, mas com 18 anos vai a Portugal e faz educação superior em Coimbra, em letras, direito e filosofia moral • 1779 – Bacharel em Direito Canônico e Filosofia • Inicialmente professor na Bahia • depois de tentar ficar em Portugal • Da aulas de “filosofia racional e moral” e “grego” • 1797 - volta a Portugal e consegue participar de maneira importante da burocracia portuguesa em cargos relativos à administração colonial • Volta ao Brasil como deputado da Mesa de Inspeção da Agricultura e Comércio da Bahia • Escreve alguns (2) livros

1º Livro escrito em Portugal “sobre” Economia Politica: 1804: Princípios de Economia Política de

1º Livro escrito em Portugal “sobre” Economia Politica: 1804: Princípios de Economia Política de Jose da Silva Lisboa • Livro apresenta posições de A. Smith • 1795 – tradução de A Riqueza das Nações (Antônio Moraes e Silva vai a Salvador) • Não é o primeiro a escrever em Portugal sobre Smith – Vilanova Portugal, Conde de Linhares (Souza Coutinho) etc • Busca espaço no pensamento português entre • Fisiocracia – rebate Rodrigues de Brito (cap 12) • Fonte da riqueza – não esta necessariamente na terra, mas no trabalho, na divisão do trabalho e no comércio • Contra Fisiocracia portuguêsa que impõe dificuldades a livre mobilidade de trabalhadores • Mercantilismo – longa tradição em Portugal – desde Pombal, • Em Portugal diminui sua importância – mas efeitos das tradições mercantilistas sobre colônia fortes (restrições, monopólios) • Antes (1798/1801) havia escrito Princípios de Direito mercantil e leis da Marinha • Livro faz a defesa (forte) do liberalismo em termos de liberdade de comércio (especialmente internacional) e de liberdade de atividades – coloca isto do ponto de vista do direito e da jurisprudência

 • 1807/08 – Vinda Família Real ao Brasil no meio do caminho legislação

• 1807/08 – Vinda Família Real ao Brasil no meio do caminho legislação da abertura dos portos • Influencia e aproximação com Cairu • Interessante destacar tb que em 1808 foi criada a primeira “Aula” (Cátedra) de economia política • 23 de fevereiro – na vinda de D João VI, um mês depois da abertura dos portos • Precoce tb em termos internacionais – debates sobre primeira cátedras (efetivas ou não) • França: Say (1819); GB – 1825 (Nassau Senior), Portugal : 1836 (Cuidado com datas e o que é “ensino”) • Foi atribuída também a José da Silva Lisboa (depois Visconde de Cairu) • Nunca exerceu a aula (recebeu por ela), mas teve importantes

Ø Economia Política no Brasil – “nasce” com apoio do Estado, do Governo Monárquico

Ø Economia Política no Brasil – “nasce” com apoio do Estado, do Governo Monárquico Ø Aula de comércio; publicações (na imprensa regia) Ø mais forte do que na Inglaterra e na França a ligação entre a Economia Política e o aparelhamento do Estado Ø Brasil – formação da burocracia e assessoria ao governo (cameralismo) quando este se desloca para o Brasil, • “Sendo absolutamente necessário o estudo da ciência econômica (. . . ) para os meus vassalos para que me possam servir com mais vantagens” • “Ensino desta ciência, sem a qual se caminha às cegas e a passos lentos, e às vezes contrários, nas matérias de governo” (D. João VI) • Economia Política no Brasil – menos traço de ciência e mais traços de manual de administração pública • Livros de Cairu iniciais colocam a economia como uma ciência junto com Direito a serviço dos legisladores e dos governantes - inspirados no livro IV da Riqueza das Nações

Está junto da família real quando de sua vinda para o Brasil, recebe cargos

Está junto da família real quando de sua vinda para o Brasil, recebe cargos quando da instalação da Monarquia portuguesa no Brasil • Um dos cargos foi o de Censor Régio, • Também foi responsável pela Imprensa Régia (criada em 13. 05. 1808) • Pela imprensa regia – publica algumas de suas obras e de outros autores da mesma tradição • 1ª obra publica pela Imprensa Régia é de Cairu: 1808: Observações sobre o comércio franco no Brasil • 1810: Observações sobre a franqueza da indústria e o estabelecimento das fábricas no Brasil • 1810: Observações sobre a prosperidade do Estado pelos liberais princípios da nova legislação • depois Inspetor Geral dos estabelecimentos literários • Decide o que se pode publicar no Brasil • Depois: • Político, foi deputado brasileiro nas cortes de Portugal e, • Deputado na assembleia constituinte brasileira, • foi senador do Império

Ø Obras de 1804, 1818 e 1827: divulgação da economia política e das idéias

Ø Obras de 1804, 1818 e 1827: divulgação da economia política e das idéias de Smith. • Naturalmente o homem é capaz de viver em harmonia social perseguindo seus próprios interesses, sendo que é nesta busca de satisfação de interesses que está a garantia da opulência e do próprio progresso. • As condições para que isto ocorra são • a liberdade de ação, a concorrência e a garantia de propriedade dos frutos do próprio esforço. • Os problemas que podem ser percebidos, como as diferenças (desigualdade) • ou são naturais e até benefícios pois conduzem ao progresso, • Ou são frutos da errônea intervenção estatal e cabe à Economia Política instituir a situação correta • Economia política lida de forma reformista (em relação aos princípios mercantilistas) mas nunca revolucionária (como em autores como Rousseau ou Godwin) • Livros atacam a Revolução Francesa e tem influencia de Edmund Burke (ver trabalho de 1812) • Livros de 1808, e 1810 – defesa das medidas tomadas por D. João VI – defesas do liberalismo e da abertura • Citações em relação Smith menores, aparecem muitas citações de Malthus e Say

ØD João VI se vale dos princípios de harmonia social implícitos na tese da

ØD João VI se vale dos princípios de harmonia social implícitos na tese da mão invisível v Economia Política importante para D João VI: convencer e incorporar sociedade brasileira v utiliza-a como uma ideologia anti-revolucionária: imbuído dos princípios de Economia Política possível construir uma situação harmônica • Devemos lembrar problemas com revoluções (americana, francesa, antilhana) e algumas repercussões brasileiras • Dá aquilo que parece ser o essencial: liberdade de comércio e de produção • Busca evitar situação e/ou potencialização de conflito • liberdade e concorrência estava sendo implementado por governo aplacaria tensões sociais e levaria ao progresso

José da Silva Lisboa (Salvador: 1756 – Rio de Janeiro 1835) • É considerado

José da Silva Lisboa (Salvador: 1756 – Rio de Janeiro 1835) • É considerado o grande difusor de Economia Política no Brasil e mesmo em Portugal, especialmente do pensamento de Smith • Recebe a Aula de Economia Política, 1º livro e várias outras publicações • Objeto de opiniões extremas : • fortemente criticado (na época José Bonifácio, pela historiografia: Sergio Buarque de Hollanda): “puxa saco” da Monarquia, vendido aos interesses da Inglaterra, reacionário • Admirado: (Alceu Amoroso Lima) homem ilustrado, benfeitor da Pátria

Debates de Cairu com as tradições portuguesas • Crítica às medidas de tradição mercantilistas

Debates de Cairu com as tradições portuguesas • Crítica às medidas de tradição mercantilistas (Pombal) • Pombal: Monopolização das atividades e de comércio etc. • Cairu: Defesa da abertura dos portos, liberdade de comércio • Crítica à ascensão fisiocrata em Portugal • Defesa da divisão do trabalho e do valor trabalho • Controvérsia com Rodrigues de Brito, • problema fisiocratismo português acaba se associando com defesa das elites rurais portuguesas e do Antigo regime com a manutenção da colônia e defesa de privilégios destas classes (restrições a liberdade de trabalho e anti-industrialismo)

Criticas a Cairu • Defesa da abertura dos portos e do livre comércio –

Criticas a Cairu • Defesa da abertura dos portos e do livre comércio – liberalismo no comércio internacional e defesa da livre iniciativa no cenário interno Ø Obras de 1808 -1810: usa princípios de economia política para justificar “cientificamente” e defender medidas tomadas por D João VI: abertura dos portos, suspensão do alvará de 1785 • ser liberal é conservar as liberdades conquistadas em 1808 (de produzir, vender e comprar) • Visto como subserviência à Braganças e à Inglaterra • Critica por exemplo de Sergio Buarque de Holanda • A principio não defesa da agricultura contra a indústria – problema e de fatores escassos (trabalho e capital) x abundantes (terra) que confere “vantagem” para a agricultura • Critica feita por Hypolito da Costa e retomada, p ex, por Furtado • combina um liberalismo de princípio com a aplicação de algumas medidas “industrializantes” que ele tinha observado nos Estados Unidos. • Postura desconfiada do livre-cambismo e da abertura irrestrita, • Comparação com EUA e Alexander Hamilton as pressões diplomáticas da Grã-Bretanha em favor da liberdade de comércio eram feitas em seu próprio benefício • inicio dos debates protecionistas e retomada de alguns princípios mercantilistas existentes na fase Pombalina

 • Liberalismo Político – deixado de lado • Defesa do Poder moderador e

• Liberalismo Político – deixado de lado • Defesa do Poder moderador e de mecanismos autoritários • Problemas com escravidão e defesa da imigração e do branqueamento • Apesar de crítica teórica à escravidão e da aceitação da superioridade da mão de obra livre, dada a falta de mão de obra livre - aceitação da escravidão na prática • Governo ao invés de defender trafico de escravos deveria promover imigração • Controvérsia com divisão do trabalho manual x intelectual • Debate sobre tradução de Smith (judgement) • Tradição brasileira – desprezo pelo manual e visão da raiz do progresso no intelectual • Defesa de uma classe de homens, que mais do que “inventar máquinas”, estavam destinados à produção do bem comum a partir de cargos públicos •