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Inclusão

• Infelizmente, se nós temos de discutir inclusão é porque pessoas com determinadas características são excluidas de certas atividades. O preconceito e a falsa idéia de que algumas pessoas não conseguem, ou não podem, realizar certas atividades acabaram por dificultar a vida de portadores de necessidades especiais. • Imagine essas pessoas em situações cotidianas, como andar em uma calçada, atravessar a rua e subir uma escada. Pense em um deficiente físico que dependa de cadeira de rodas, como é que ele atravessa a rua? E se a calçada for estreita e não couber a cadeira de rodas entre a parede e o poste, ou as árvores? Como ele sobe uma escada? Agora pense em um deficiente visual na mesma situação, como ele sabe o momento certo de atravessar a rua com segurança? Como ele sabe se chegou perto de uma escada ou obstáculo? Como ele fará para desviar de um galho de árvore que possa estar na altura de sua cabeça?

• Atualmente, as cidades estão melhorando a infraestrutura dos calçamentos, por exemplo: o aumento da largura e rebaixamento de calçadas, o uso de piso tátil nas calçadas, para sinalizar possíveis obstáculos e diferenciar áreas livres de áreas de serviço; implantação de semáforos com sinalização sonora, rampas de acesso, etc. • Faz parte do pensamento inclusivo abrir mão de vontades individuais para que todos, apesar das diferenças, possam conviver juntos com os mesmos direitos.

Goalball

• Vocês conhecem a história do Goalball? Criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, o esporte tinha como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. O Goalball se tornou um esporte exclusivo para pessoas com deficiência visual e em 1976 foi apresentado ao mundo nos Jogos Paraolímpicos de Toronto. Desde então, o esporte se tornou regular nas edições dos jogos. O esporte chegou ao Brasil em 1985 e a seleção brasileira fez sua estréia nas Paraolimpíadas de Pequim em 2008. Cada jogo é realizado em uma quadra e dividido em dois tempos de 10 minutos cada. Os atletas usam máscaras blackout para cobrir totalmente a visão, já que alguns atletas não são 100% cegos. • O objetivo do jogo é rolar a bola para a baliza oposta para marca um gol, o time adversário deve tentar bloquear a bola com seus corpos. Sinos dentro das bolas ajudam a orientar os jogadores, indicando a direção da bola. Portanto, enquanto o jogo está em progresso, o silêncio completo é necessário no local para permitir que os jogadores ouçam o sino para se posicionar para pegar a bola.

Vôlei sentado

• Essa modalidade tem sua estrutura e regras semelhantes as do vôlei convencional, mas com algumas diferenças: a quadra é menor (10 m X 6 m), a altura da rede também é diferente ( de 1, 05 m a 1, 15 m) e todos os jogadores devem estar sentados durante o jogo. Praticado em grande parte por pessoas com deficiência física, principalmente nos membros inferiores, porém não impede a participação de pessoas que não tenham esse tipo de deficiencia, desde que todos obedeçam á regra de permanecer sentados.

Vídeo: Jogos mundiais para portadores de deficiência intelectual. • Entre as várias pessoas que são excluidas de determinadas atividades, estão também os portadores de deficiência intelectual, que também têm dificuldade de participar em atividades esportivas- confirmando a ideia de que a prática de esportes demanda, além das habilidades motoras, as intelectuais. • Assista ao vídeo, indicado no site, e veja que é possível a prática de esportes portadores de deficiência intelectual, inclusive em competições. • http: //www. youtube. com/watch? v=VIVcztg 6 AKI

• A Assembleia Geral do Comitê Paraolímpico Internacional, decidiu a readmissão dos atletas com deficiência intelectual em competições oficiais, incluindo os Jogos Paraolímpicos. A decisão está condicionada ao cumprimento pelos atletas de vários requisitos, entre eles se submeter a uma série de testes médicos e cognitivos que determinarão seu grau de deficiência e o impacto deste na prática esportiva. Nos Jogos Paraolímpicos de 2012, em Londres, os esportistas com deficiência intelectual participarão de quatro modalidades: atletismo, natação, remo e tênis de mesa. O número exato de provas e participantes será decidido entre o Comitê Organizador e o IPC. Os atletas com incapacidade intelectual foram excluídos Jogos Paraolímpicos após Sydney 2000, quando se comprovou que o sistema de avaliação da Federação Internacional de Esportes para Pessoas com Deficiência Intelectual não considerava o impacto que podia ter na prática esportiva, de modo que competiam pessoas que não podiam ser consideradas deficientes.

Texto Complementar

Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. • Uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil, Maria Teresa Mantoan é crítica convicta das chamadas escolas especiais. Ironicamente, ela iniciou sua carreira como professora de educação especial e, como muitos, não achava possível educar alunos com deficiência em uma turma regular. A educadora mudou de idéia em 1989, durante uma viagem a Portugal. Lá, viu pela primeira vez uma experiência inclusiva bem-sucedida. “Passei o dia com um grupo de crianças que tinha um enorme carinho por um colega sem braços nem pernas”, conta. No fim da aula, a professora da turma perguntou se Maria Tereza preferia que os alunos cantassem ou dançassem para agradecer a visita. Ela escolheu a segunda opção.

• “Na hora percebi a mancada. Como aquele menino dançaria? Para surpresa, um dos garotos pegou o colega no colo e os outros ajudaram a amarrá-lo ao seu corpo. “E ele, então, dançou para mim”. Na volta ao Brasil, Maria Tereza- desde 1988 é professora da faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas- deixou de se concentrar nas deficiências para ser uma estudiosa das diferenças. Com seus alunos, fundou o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade. Para ela, uma sociedade justa e que dê oportunidades para todos, sem qualquer tipo de discriminação, começa na escola.

O Que é inclusão? • É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.

Que benefícios a inclusão traz a alunos e professores? • A escola tem de ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possilbilita aos que são discriminados pela deficeência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito a educação. • (Meire Cavalcante. Revista Nova Escola).