Nossa Senhora de Guadalupe Uma histria rica de

Nossa Senhora de Guadalupe Uma história rica de diálogos de Fé! 12 -dezembro

O nome do índio era Juan Diego Em maio de 1990, quando de sua visita à Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, o hoje S. João Paulo II beatificou o índio Juan Diego. De quem se tratava? De uma pessoa humilde, um índio, catequista, exemplo de humildade e fé, que nasceu no ano de 1474, em Cuauhtitlan, distante apenas 20 quilômetros de Tenochtitlan, na Cidade do México. Seu verdadeiro nome, na língua indígena, era Cuauhtlatoatzin, que significa “aquele que fala como águia”. O índio possuía uma pequena propriedade. Dividia seu tempo no trabalho no campo e na fabricação de esteiras. Era casado, mas não tinham filhos. Depois de uma preparação, em 1525 o casal recebeu o batismo, registrando os nomes de Juan Diego e Maria Lúcia.

Muito religioso, Diego rezava muito, fazia penitências e com frequência ia a Tenochtitlan, para estudar o catecismo. Tendo sua esposa falecido em 1529, Juan Diego foi morar com seu tio Juan Bernardino, em Tolpetlac, ficando mais próximo da igreja em Tlatelolco Tenochtitlan. Aos sábados e domingos, de pés no chão e vestindo roupa simples, de tecido grosso, de cactus, e seu manto, caminhava três horas e meia até à igreja, onde participava da missa e da aula de religião.

Um misto de aparições e milagres Numa de suas caminhadas para ir à missa e catequese, no lugar hoje conhecido como a "Capilla del Cerrito", Nossa Senhora apareceu a Juan Diego. Ele tinha então 57 anos de idade. Faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos 74 anos de idade. Dava tanta importância à Eucaristia, que conseguiu do bispo permissão para receber a Comunhão três vezes por semana, coisa raríssima naquele tempo.

A história da América Latina sempre foi intensamente marcada pelas manifestações carinhosas da Mãe de Deus. Aparecendo a Juan Diego, no México, ela quis demonstrar que tem um amor de predileção pelo povo do México e o povo de todo o Continente. As aparições do México foram bem documentadas pelo escritor indígena do século XVI, Antônio Valeriano, em seu relato intitulado “Nicán Mopohua” (cuja tradução é: “Aqui se narra. . . ”). "Ouve, filho meu. . . sou a sempre Virgem, Santa Maria, Mãe do Deus da Grande Verdade. . . Sou a Mãe da Misericórdia, tua e de todas as nações que vivem nesta terra. . . "

Primeira aparição Era um dia de sábado. Juan Diego caminhava para a igreja. Ao chegar no topo da montanha conhecida como Tepeyacac, o dia amanhecia e ele ouviu cantos maravilhosos de pássaros. O som era belíssimo e muito suave. Juan Diego parou e disse para si mesmo: "Porventura, sou digno do que ouço? Será um sonho? Onde estou? No paraíso terrestre do qual os mais velhos nos falam? Ou quem sabe, no céu? ".

De repente fez-se silêncio. Uma voz o chamou: "Juanito, Juan Dieguito!" Juanito dirigiu-se em direção do local de onde ouvira o chamado. Ali viu uma senhora convidando-o a se aproximar. Viu algo de sobre-humano: Seu vestido era radiante como o sol. Seus pés, penetrados com o brilho, assemelhavam-se a uma pulseira de pedras preciosas e a terra cintilava com o arco-íris. As plantas pareciam esmeraldas e seus ramos e espinhos brilhavam como ouro. Juanito inclinou-se diante da senhora que se dirigiu a ele: "Juanito, o mais humilde dos meus filhos, onde você está indo? "

Juanito respondeu: "Minha Senhora e Menina, tenho que chegar à igreja na cidade, para ouvir as coisas divinas ensinadas pelos sacerdotes, delegados de Nosso Senhor!“ Então, a Senhora disse-lhe: "Saiba que você é o mais humilde dos meus filhos. Eu sou a sempre Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo, por quem nós vivemos! Desejo que um templo seja construído aqui. E então, poderei mostrar todo o meu amor e proteção, porque sou vossa piedosa Mãe, Mãe de todos os habitantes desta terra e de todos os outros que me amam, invocam e confiam em mim.

Vá ao palácio do bispo da cidade do México e lhe diga que manifesto o meu grande desejo. Você vai dizer tudo o que viu, ouviu e admirou. Farei você muito feliz e digno da minha recompensa, por causa de todo esforço e fadiga que terá, ao cumprir o que eu lhe ordeno e confio!” Juanito inclinou-se diante da Senhora, dizendo: "Minha Senhora, cumprirei sua ordem. Agora me despeço, dizendo-me seu humilde servo!”

Segunda aparição Juanito continuou sua caminhada até à cidade. Foi direto ao palácio do bispo Juan de Zumarraga. Diante do bispo, ajoelhando-se, narrou-lhe em detalhes o que presenciou. O bispo não acreditou em Juan Diego. Sugeriu-lhe: "Volte depois. Vou lhe ouvir novamente, examinarei tudo para entender o motivo que o trouxe aqui para me contar esta história!"

Juan Diego saiu triste, pegando o caminho de casa. No mesmo local da montanha encontrou-se novamente com a Senhora. Juanito prostrou-se diante dela, dizendo: "Senhora, fui onde mandou levar a mensagem! Fui recebido, mas não acreditaram na sua aparição e no seu desejo! Por isso, peço que instrua alguém mais importante e estimado para que acreditem, uma vez que eu não sou ninguém! Sou um barbantinho, uma escadinha de mão, o fim da cauda, uma folha!”

Respondeu-lhe a Senhora: "Escute, meu filho caçula, você deve entender que tenho vários servos e mensageiros, aos quais eu posso encarregar de levar a mensagem e executarem o meu desejo, mas eu quero que você o faça! Ordeno que volte amanhã ao bispo e o faça saber meu desejo! Diga que eu, a sempre Virgem Maria, lhe ordenei!“ Ruanito respondeu: "Senhora, minha criança, não deixe que lhe cause aflição! Alegre, cumprirei sua ordem, mas não serei ouvido!”

Terceira aparição No domingo, Juanito caminhou até Tlatilolco, como fazia sempre, para as aulas de catequese e tentar se encontrar com o bispo depois da missa. Conseguiu ser recebido. Ajoelhou-se diante do bispo e, chorando, expôs a ordem de Nossa Senhora e seu desejo de erguer uma igreja. O bispo fez várias perguntas, mas não deu crédito, dizendo que um sinal era necessário para que acreditasse. Juan Diego então perguntou: "Meu senhor, qual deve ser o sinal? " Diante da atitude de Juan Diego, mandou-o ir para casa e mandou que algumas pessoas de sua confiança o seguissem, para saber onde ia, a quem via e com quem falava. Os que o seguiram, cruzaram o barranco perto da ponte do Tepeyacac e perderam-no de vista.

Retornaram, então, com muita raiva e aborrecidos, por ficarem impedidos do objetivo. Não acreditando em Juan Diego, decidiram que se ele voltasse, o puniriam de forma que ele jamais mentisse ou enganasse. E Juan Diego? Estava tranquilo, contando os fatos a Nossa Senhora, que disse-lhe: "- Meu queridinho, você retornará aqui amanhã e levará ao bispo o sinal pedido. Ele acreditará. Eu o recompensarei pelo cuidado, esforço e fadiga feitos em meu favor. Vá agora. Espero você aqui amanhã!"

Quarta aparição Na segunda-feira, Juan Bernardino, tio de Juan Diego, estava gravemente doente. Chamaram o médico. Mas, durante toda a noite, seu tio pediu que chamassem um padre que o preparasse e ouvisse em confissão, pois sua hora havia chegado. Na terça-feira, Juan Diego saiu, evitando passar pelo local onde encontrara a Virgem, pois a prioridade era buscar um sacerdote para seu tio. Procurou contornar a montanha, de forma a não ser visto.

Mas a senhora desceu e, aproximando-se dele pelo outro lado da montanha, disse: "O que há, meu caçula? Onde você está indo? " Aflito e envergonhado, inclinou-se diante dela e saudou-a, dizendo: "Minha criança, a mais meiga de minhas filhas, senhora! Como você está nesta manhã? Está bem de saúde? Senhora e minha criança, um de seus servos, meu tio, está muito doente e perto de morrer. Estou indo às pressas chamar um sacerdote. Retornarei aqui brevemente, então levarei sua mensagem. Senhora e minha criança, perdoe-me, seja paciente comigo. Não lhe enganarei e voltarei o mais rápido possível!"

Nossa Senhora respondeu: "Escuta-me e entenda bem, meu caçula, nada deve afligir você. Não deixe seu coração perturbado. Eu não estou aqui? Quem é sua Mãe? Você não está sob minha proteção? Eu não sou sua saúde? Você não está feliz com o meu abraço? O que mais pode querer? Não tema, nem se aflija por esta enfermidade de seu tio. Ele não morrerá agora. Tenha certeza de que já está curado!" Juan Diego, consolado e feliz, prometeu ir ao bispo, levando um sinal. A Senhora do Céu ordenou-lhe: "Suba, meu caçula, ao topo da montanha. Lá onde você me viu e lhe dei a ordem, você encontrará diferentes flores. Corteas, juntes-as, e traga-as em minha presença!"

Imediatamente ele subiu a montanha e, espantado pela variedade de rosas de Castilha que haviam brotado bem antes do tempo, percebeu que estavam fragrantes com o orvalho da noite, assemelhando-se a pérolas preciosas. Recolhendo-as no avental, entregou-as para a Senhora que, ao vê-las, tocou-as com suas mãos, dizendo: "Meu caçula, esta variedade de rosas é a prova que você levará ao bispo! Diga, em meu nome, que nelas ele verá o meu desejo e que deverá realizá-lo! Você é meu embaixador, muito digno de confiança. Rigorosamente eu ordeno que apenas diante da presença dele você abra o avental e descubra o que está carregando.

Você é meu embaixador, muito digno de confiança. Rigorosamente eu ordeno que apenas diante da presença dele você abra o avental e descubra o que está carregando. Então, induzi-lo-á a dar ajuda, para que uma igreja seja construída como Eu tenho pedido!“ Feliz e seguro de seu sucesso, pôsse a caminho, carregando com carinho e cuidado o que continha dentro de seu avental. Nada poderia escapar de suas mãos, a não ser a maravilhosa fragrância das belas flores.

O milagre da Imagem Ao chegar ao palácio do bispo, encontrou-se com o secretário e outros criados do mesmo. Suplicou dizendo que desejava vê-lo, mas ninguém consentiu. Quando viram que esperava por muito tempo, em pé, cabisbaixo, sem nada fazer, e aparentando trazer algo em seu avental, chegaram perto na tentativa de matar a curiosidade. Juan Diego, vendo que não poderia esconder o que trazia, abriu um pouco o avental onde estavam as flores e, sentindo o perfume, diferente e fora de época, ficaram atônitos. Tentaram pegá-las, mas não tiveram sucesso, pois não pareciam reais.

Pareciam estarem pintadas, estampadas, ou costuradas na roupa. Então, foram dizer ao bispo o que havia acontecido. Este se deu conta de que era a prova. Imediatamente, ordenou a entrada de Juan Diego que ajoelhou-se diante dele, como estava acostumado a fazer, e de novo disse o que tinha visto e admirado. Mostrou-lhe, ainda, que trazia o sinal combinado. Abriu o avental onde estavam as flores e, quando elas se espalharam pelo chão, apareceu desenhado no avental a preciosa Imagem da sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, da mesma maneira como hoje ela é guardada no templo do Tepeyacac, chamado Guadalupe.

Quando o bispo viu a imagem, ele e todos que estavam presentes, caíram de joelhos. Ficaram extasiados. Levantaram-se para vê-la e, tremendo com grande arrependimento, contemplaram-na em seus corações e pensamentos. O bispo, chorando, rezando e pedindo perdão por não ter atendido ao seu desejo, desamarrou do pescoço de Juan Diego a roupa onde aparecia a Imagem da Senhora do Céu e, levando-a para ser colocada em sua capela, disse: "Mostre-nos onde a Senhora do Céu deseja que seja erguido o seu templo!"

Juan Diego mostrou e pediu licença para ir embora. Queria ir para sua casa, junto de seu tio que estava num estado muito grave. Mas, não o deixaram sozinho, e o acompanharam até sua casa. Logo que chegaram, viram que seu tio estava bem e que nada sentia, conforme prometera a Virgem. A igreja foi erguida e a sagrada imagem da amada Senhora do Céu foi transferida para a Igreja principal. Toda a cidade, comovida, viu e admirou a imagem e, fazendo suas orações, maravilhavam-se pelo milagre.

Por que o nome "Guadalupe“ A origem do nome Guadalupe sempre foi motivo de controvérsias. Por que a Virgem Maria haveria de aparecer a um índio falando em seu idioma nativo e querer chamar-se "de Guadalupe", um nome espanhol, que nada teria a haver com o local de seu aparecimento, no México? Acredita-se como o mais provável, que o nome vem das palavras usadas pela Virgem durante sua aparição a Juan Bernardino, o tio enfermo de Juan Diego. Nossa Senhora teria usado a palavra asteca "coatlaxopeuh" (pronuncia-se quatlasupe) e soa parecido com a palavra em espanhol, Guadalupe. "Coa" significa “serpente”. "Tla" significa “a” e "xopeuh", “esmagar”.

Assim, Nossa Senhora deve ter chamado a si mesma como "Aquela que esmaga a serpente". Os Astecas ofereciam anualmente mais de 20. 000 homens, mulheres e crianças como sacrifícios a seus deuses, sempre sedentos de sangue, ritos que em muitos casos incluíam canibalismo dos corpos das vítimas. Em 1487, devido à dedicação de uma nova igreja em Tenochtilan, uns 80. 000 cativos foram imolados em sacrifícios humanos em uma só cerimônia que durou quatro dias!

Certamente, neste caso Ela esmagou a serpente, e milhões de nativos foram convertidos ao Cristianismo. "Então, Javé Deus disse à serpente: . . Eu porei inimizade entre você e a Mulher, entre a sua descendência e os descendentes dela. Estes vão esmagar a cabeça e você ferirá o calcanhar deles!" (Gn 3, 14 -15) A Virgem de Guadalupe "pode ser chamada, com todo o direito, a primeira evangelizadora da América" ( S. João Paulo II, 06/05/1990).

Ela, de rosto mestiço, escolheu um indígena asteca para evangelizar nosso continente. Falou em náhuatl, língua de Juan Diego, e, para referir-se aos atributos de Deus, utilizou-se de expressões da cultura religiosa local. Os índios sentiram-se acolhidos, valorizados e amados por mãe tão atenta que, além de não ter desprezado seus símbolos, utilizouse deles para transmitir as mensagens do céu. Era uma experiência muito diferente da que sofriam com os dominadores, que não tinham consideração nem respeito por sua cultura.

As aparições de Guadalupe são uma mensagem de esperança e um convite à conversão ao Deus verdadeiro. Maria é a mãe misericordiosa que apresenta seus filhos a Jesus. Ensina-lhes que a mensagem cristã é dirigida a todos, sem exclusão de ninguém. Escolhendo um pobre para manifestar-se, deixa clara a preferência de Deus pelos mais necessitados. Ensina-nos também que a pobreza evangélica exige total aceitação do plano de Deus, uma ilimitada confiança em sua palavra e uma generosa disponibilidade.

Maria Santíssima pediu a construção de uma igreja como sinal constante de sua presença e para revelar ao mundo a imensa bondade de Deus. Sucessivas construções foram levantadas no local das aparições, símbolos da Igreja viva que ela mesma foi construindo em torno de seu Filho. Os peregrinos que acorrem à sua Basílica no México (cerca de vinte milhões por ano) ou a uma das muitas igrejas que lhe foram dedicadas no mundo todo, testemunham a realização de sua promessa: "Nela mostrarei e darei às pessoas todo o meu amor, minha compaixão, minha ajuda e minha defesa. . . Aí hei de ouvir seus lamentos e prover remédio e curar todas as suas misérias, penas, e dores". (À direita, Basílica antiga; à esquerda a nova, com

Juan Diego foi um profeta, um servo fiel e obediente. Cumpriu sua missão não apenas junto ao bispo, mas também junto aos peregrinos que passaram a visitar a pequena capela onde foi colocado o avental com a imagem pintada, mas não por mãos humanas! A imagem da Virgem, cercada de símbolos que dizem muito ao povo asteca, passou a ser um catecismo, permanentemente aberto, a lhes ensinar que ela é acima de tudo, sua mãe e, por isso mesmo, que os protege sempre.

- O que temer se ela os envolve com seu manto e os conduz a Jesus? Por tudo isso, é fácil compreender o incentivo que vinte e cinco papas deram à devoção a Nossa Senhora de Guadalupe. Um deles, São Pio X, a proclamou, em 1910, “Padroeira da América Latina”. Nós, que somos filhos do continente que teve o privilégio de ser visitado por tão dedicada mãe, sentimo-nos alegremente obrigados a elevar ao Pai nosso mais belo louvor: "A minha alma engrandece ao Senhor, e se alegra o meu espírito em Deus, meu Salvador. . . ” (Lc 1, 46 -55).

Testemunhando. . . - O que conheço de N. Sra. de Guadalupe? (Em 1910 São Pio X, Papa, proclamou-a “Padroeira da América Latina”). - Não é por falta de Padroeira que nossa devoção não aumen-ta! Qual outra Padroeira de grande importância temos? - S. Juan Diego foi um profeta, um servo fiel e obediente. Cumpriu sua missão. Eu cumpro a minha? - Qual a missão mais significa-tiva que Deus me deu? - Minha missão neste mundo é fácil ou difícil?

CRÉDITOS Coordenação geral e Texto: P. José Geraldo Rodrigues Formatação: Ana Almada Música: Clannad - Lady Marian Ilustração: da Internet www. aparecidadasaguas. com vivencias@aparecidadasaguas. com © direitos reservados ©