CINCIA E ESPIRITUALIDADE NA RECUPERAO Diana de Lima

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CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE NA RECUPERAÇÃO Diana de Lima e Silva, advogada e jornalista

CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE NA RECUPERAÇÃO Diana de Lima e Silva, advogada e jornalista

CIÊNCIA • • Ciência (do latim scientia, traduzido por “conhecimento”) relaciona-se a qualquer conhecimento

CIÊNCIA • • Ciência (do latim scientia, traduzido por “conhecimento”) relaciona-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas. • Ciência se caracteriza por dar uma explicação cientifica e comprovada para algum fato ou fenômeno. • Constitui crença generalizada que o conhecimento fornecido pela ciência distingue-se por um grau de certeza alto, desfrutando assim de uma posição privilegiada com relação aos demais tipos de conhecimento (o do homem comum, por exemplo). Teorias, métodos, técnicas, produtos, contam com aprovação geral quando considerados científicos. A autoridade da ciência é evocada amplamente. • • Essa atitude de veneração frente à ciência, deve-se, em grande parte, ao extraordinário sucesso prático alcançado pela física, pela química e pela biologia, principalmente. Assume-se implícita ou explicitamente, que por detrás desse sucesso existe um “método” especial, uma “receita” que, quando seguida, redunda em conhecimento certo, seguro. • Durante boa parte dos séculos XIX e XX predominou no ambiente acadêmico uma visão bastante negativa da religião e espiritualidade (R/E). Era tida como falta de cultura, de instrução. Acreditava-se que a R/E era uma forma atrasada ou patológica de funcionamento mental ou social. Também havia uma visão de que religião e ciência estariam sempre em oposição.

Espiritualidade como estratégia de recuperação • A espiritualidade é uma dimensão que confere significado

Espiritualidade como estratégia de recuperação • A espiritualidade é uma dimensão que confere significado à vivência humana e dá consistência as nossas experiências, ela está alicerçada na concepção de que os indivíduos são seres espirituais e possuem, transitoriamente, um corpo físico. • Nunca se falou tanto em ciência e espiritualidade como nos dias de hoje e sua importância no processo de cura e reabilitação de doenças, o que tem sido fundamental para a entrada do discurso da espiritualidade do atendimento em saúde. Os cientistas reconhecem a sua importância na recuperação do adoecimento. • • Os cursos de Medicina no Brasil e no Exterior possuem como disciplina curricular a espiritualidade no tratamento da saúde. A Universidade Federal de São Paulo, em 2007, e a Universidade de Medicina de Taubaté, em 2011, foram as primeiras no Brasil a oferecer a disciplina Espiritualidade e Medicina. Hoje maioria das Faculdades de Medicina dispõe em grade curricular. • As principais universidades do mundo, como Harvard, Oxford e Cambridge, possuem centro de pesquisa sobre R/E. OMS inclusive já reconheceu oficialmente e inseriu a espiritualidade em seu conceito de saúde. Em 2016 a Associação Mundial da Psiquiatria publicou um “Position Statement”, uma recomendação oficial aos 300 mil psiquiatras de todo o mundo sobre a importância da psiquiatria considerar a R/E no treinamento , pesquisa e prática clinica. No Brasil foram criadas seções sobre R/E em associações médicas como a Sociedade Brasileira de Cardiologia, Associação Brasileira de Psiquiatria, assim como as Associações Mundial e Latino-Americana de Psiquiatria. • •

Diferença entre Espiritualidade e Religiosidade • O termo espiritualidade comumente é associado à religiosidade,

Diferença entre Espiritualidade e Religiosidade • O termo espiritualidade comumente é associado à religiosidade, ocasionando confusão no entendimento dos conceitos. • Panzini e outros autores (2007) conceituam espiritualidade como um significado atribuído a vida, a partir de crenças pessoais/valores sustentados por um indivíduo com interferências no comportamento e seu estilo de vida. • Assim, espiritualidade é uma busca pessoal por respostas às questões existenciais e pode ou não apresentar significado em relação ao sagrado (Deus/poder maior ou verdade/ realidade final).

Espiritualidade no Tratamento • Koenig (2005) em seu livro Espiritualidade no cuidado com o

Espiritualidade no Tratamento • Koenig (2005) em seu livro Espiritualidade no cuidado com o paciente discorre o porquê de incluir espiritualidade no tratamento de saúde e de considerar as necessidades espirituais dos pacientes: • Muitos pacientes são religiosos e suas crenças ajudam a lidar com vários aspectos na vida; as crenças religiosas influenciam as decisões médicas, principalmente nas situações mais críticas; as crenças e atividades religiosas estão associadas à melhor saúde e qualidade de vida; muitos pacientes gostariam de falar sobre sua espiritualidade.

Comportamento dos pacientes em espiritualidade • Conforme Koenig (2005) alguns pacientes acreditam em um

Comportamento dos pacientes em espiritualidade • Conforme Koenig (2005) alguns pacientes acreditam em um Deus que está à frente da situação ou que possa ter permitido tal sofrimento para aprendizado e fortalecimento. • Isto oferece ao paciente apoio e conforto, redução da ansiedade, aumento da esperança ou senso de controle, Dessa forma, os conhecimentos religiosos e suas práticas ajudam a regular a emoção durante o tratamento e aos acontecimentos que estão fora do controle pessoal dos pacientes. • Panzini e outros autores alegam como evidências: • Os profissionais da saúde possuem indicações científicas do benefício da exploração da espiritualidade na programação terapêutica de virtualmente qualquer doença. Médicos e demais profissionais de saúde têm descoberto a importância da prece, da espiritualidade e da participação religiosa na melhora da saúde física e mental, bem como para responder a situações estressantes (Panzini et. al, 2007, p. 106). • • • A maioria dos estudos com associações de espiritualidade/religiosidade e saúde demonstrou que o envolvimento espiritual e religioso proporciona melhores índices de saúde, qualidade de vida, longevidade, assim como menor depressão e comportamento suicida (MULLER et. Al. 2001 apud PERES; SIMÃO; NASELO, 2007).

Caminhos entre Ciência e Espiritualidade • De acordo com Guaarder, Hellern e Notaker (2000)

Caminhos entre Ciência e Espiritualidade • De acordo com Guaarder, Hellern e Notaker (2000) não existe nenhuma tribo ou raça que não tenha desenvolvido uma religião ou uma crença para explicar a criação do mundo, como também à origem do homem e o significado do ser humano. • Belo (2008) afirma que Carl Jung foi o primeiro a ousar admitir a espiritualidade como uma realidade dentro da história da psicologia. Jung (2012) em seu livro Psicologia e religião apresenta sua concepção que a religião é uma das mais antigas e universais manifestações da alma humana. • Koenig (2005) explicita que o paciente que não encontra espaço para falar de forma aberta e livre sobre suas crenças mais profundas, não mantém uma real comunicação com os profissionais de saúde e, portanto, também não recebem os cuidados de saúde que necessitam.

Como se processa a Espiritualidade • A Espiritualidade vai além da religião. • A

Como se processa a Espiritualidade • A Espiritualidade vai além da religião. • A espiritualidade é apresentada de diferentes formas: na sua criatividade, fé, aspirações, na busca de sentido existencial e em seu modo vivencial. • Os valores da espiritualidade se expressam na honestidade, na generosidade, na empatia, na gratidão, na esperança, no perdão. Gratidão e perdão parecem ser os valores mais expressivos. A Neurociência explica poder da gratidão no nosso corpo. Quando geramos sentimentos de gratidão em nossos pensamentos, ativamos o sistema de recompensa do cérebro, localizada numa área chamada Núcleo Accubens. Este sistema é responsável pela sensação de bem estar e prazer do nosso corpo. • • • O cérebro ao identificar que algo de bom aconteceu, que existem coisas que merecem reconhecimento e ao sermos gratos por isso, ocorre a liberação de dopamina, importamente neurotransmissor que aumenta a sensação de prazer. Por isso, pessoas que manifestam gratidão vivem em níveis elevados de emoções positivas, satisfação com a vida, vitalidade e otimismo. • O sentimento de gratidão dissolve o medo, a angústia e os sentimentos de raiva. Fica mais fácil controlar os estados mentais tóxicos e desnecessários. O nosso cérebro não é capaz de sentir, ao mesmo tempo gratidão e infelicidade. Você é que faz a escolha.

Em momentos de fragilização, de doença, de dor, o enfrentamento religioso é utilizado como

Em momentos de fragilização, de doença, de dor, o enfrentamento religioso é utilizado como fonte de conforto proporcionando um controle que vai além do humano; no momento em que o paciente atribui esse controle a um ser supremo, ele se liberta, reduzindo assim sua ansiedade e medo. A fé do paciente pode propiciar força, superação dos desafios, conforto e esperança em relação a todo o processo de adoecimento e tratamento. Instituir a fé e a esperança como mecanismo de compreensão multidimensional do ser humano se torna imprescindível para compreensão do processo de recuperação da saúde e enfrentamento saudável das doenças. Assim, a espiritualidade pode ser definida como aquilo que traz significado e propósito à vida das pessoas, sendo reconhecida como um fator que contribui para a saúde e a qualidade de vida.

Álvaro Avezum, diretor de Promoção e Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de

Álvaro Avezum, diretor de Promoção e Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo esclarece que "a literatura [científica] mostra escalas de questionários que avaliam gratidão, disposição ao perdão e apontam que indivíduos que têm mais gratidão dentro da vida de relacionamento têm menor ocorrência de doença cardiovascular. Indivíduos com disposição a perdoar também". Já os sentimentos como raiva, ira, dificuldade em perdoar ou falta de gratidão têm uma ação contrária. "Você tem maior descarga de noradrenalina, de hormônios como cortisol [liberado em situação de estresse] e esses hormônios provocam uma reação inflamatória que altera a coagulação do sangue. [Se um coágulo se forma] dentro de uma artéria coronária, leva ao enfarte; se for no cérebro, leva ao acidente vascular cerebral (AVC)",