Aula 3003 9 ano Reviso Gnero conto fantstico
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Aula 30/03 – 9º ano Revisão: Gênero: conto fantástico
D- O conto fantástico: Para conhecermos melhor esse gênero, comecemos com esse texto de Franz Kafka, extraído da obra “A Metamorfose”: Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente finas, agitavam-se desesperadamente diante de seus olhos. Que me aconteceu? - pensou. Não era um sonho. O quarto, um vulgar quarto humano, apenas bastante acanhado, ali estava, como de costume, entre as quatro paredes que lhe eram familiares. Por cima da mesa, onde estava deitado, desembrulhada e em completa desordem, uma série de amostras de roupas: Samsa era caixeiro-viajante, estava pendurada a fotografia que recentemente recortara de uma revista ilustrada e colocara numa bonita moldura dourada.
Franz Kafka (1883 -1924): conflitos, brutalidade física e psicológica, labirintos burocrático, transformações místicas, surrealismo
As características do conto fantástico são, basicamente, as mesmas de um conto comum, com o acréscimo dos elementos do impossível, típicos das narrativas fantásticas. Vejam: Narrativa curta: enredos reduzidos, com poucos personagens, pouco período de tempo; Conflito único: o enredo circula em torno de um único conflito, ou seja, uma das características definidoras do gênero conto. Presença do impossível / inexplicável: o conflito deve envolver acontecimentos inexplicáveis, surreais, como um personagem que morre e volta à vida sem razão aparente ou uma garota que segue um coelho falante e entra em um mundo totalmente diferente da realidade
Vejamos agora um outro conto fantástico, porém com discurso direto (diálogos): O homem que perdia partes do corpo Natália Zuccala e outros Era uma manhã muito ensolarada e feliz. Um homem chamado Allan, depois de um dia de trabalho, voltou para casa, encontrou a mesa posta e espantou-se. “Hoje é quinta? ” – perguntou para si mesmo. Foi na mesa e viu um bilhetinho da empregada: “Olá Allan, Infelizmente não pude trabalhar hoje. Mas fique calmo, a partir de amanhã não terá mais faltas. E para não deixá-lo irritado fiz a janta de hoje e de amanhã. Ass: Fabiana. ’’ Ela tinha feito tudo que ele mais gostava: arroz, feijão e frango. Jantou e foi dormir. Allan acordou e viu o seu relógio folhado a ouro que estava indicando exatamente as 6 h 15, numa plena quinta feira com 13°C, o céu estava nublado, se levantou lentamente e se sentiu meio estranho. Foi tomar seu café da manhã com toda a calma, chegou na cozinha e começou a ferver sua água, depois colocou o café e jogou tudo em sua caneca cinza e foi tomando no caminho do trabalho. Quando chegou no trabalho, imediatamente, as pessoas
ao seu redor começaram a achá-lo um cara meio estranho, mas ele preferiu ignorar, começou a trabalhar. Quando escutou uma voz rouca atrás dele falando : – Cadê seu dedo, Allan? – Meu dedo? – Allan disse – Sim, aonde ele está? – Oh, senhor, eu não sei aonde ele está, só reparei agora que ele não está mais aqui. Allan disse. Allan trabalhou e trabalhou até que acabou. Ao entardecer Allan acabou chegando mais cedo em casa, serviu a mesa e foi jantar. Depois do jantar, decidiu tomar um belo banho quente, pois estava muito cansado. No banheiro branco e vermelho sangue de seu nariz que havia batido na parede no dia anterior, de um lado tinha uma pia e em volta dela tinha uma bancada de mármore e do outro lado tinha a privada e atrás dela tinha o chuveiro junto com a banheira, estava tão cansado que decidiu tomar banho de banheira, encheu a água até o pescoço e relaxou, ficou lá por duas horas, descansou o suficiente, então decidiu sair e se secar. Na hora que estava se secando olhou-se no espelho e viu alguma coisa estranha nele, pois o nariz não estava lá, mas Allan não estava triste por ter perdido o nariz, pois era alérgico a poeira e pó.
Quando acordou viu no seu relógio que era sexta feira com 23 graus e estava com vários raios de sol que passavam as nuvens e deixava o dia lindo, e sem falar naquele vento leve e calmo que bate na nossa cara com a maior delicadeza. Allan se sentiu estranho novamente e colocou a mão em cima da cabeça e viu que seu cabelo não estava mais lá e sim no chão, como uma peruca, e notou que seu precioso cabelo não estava sozinho também tinha suas orelhas, seu nariz, sua boca e seu dedo, juntou tudo em uma maleta preta de couro, guardou as coisas e foi para cozinha tomar um chá, esquentou e o tomou enquanto pensava: ’’Hoje o dia vai ser diferente’’. Pegou a maleta e a chave, abriu a porta e começou a andar. Disponível em: https: //www. escoladavila. com. br/blogs/literaturafantastica 2015/category/nossos-contos-fantasticos/
Enfim, as principais características dos contos fantásticos são: Ø Narrativa concisa a partir de temas livres fantásticos, os quais aliam o fantástico e o real ou a ficção à realidade, surgindo da oposição dentre dois planos: real e irreal. Ø Presença de alegorias e de personagens que podem ser: monstros, fantasmas, seres invisíveis, mágicos, mitológicos ou folclóricos, dentre outros. Ø Realidade ilógica distante da realidade humana, composta de elementos maravilhosos, inverossímeis, imaginários, extraordinário, bem como a presença de magias e poderes sobrenaturais. Ø Enredo não linear ou ziguezagueante (mescla de presente, passado e futuro) com utilização de recursos como o flashback (voltar ao passado) e o tempo psicológico (tempo das emoções e das recordações vividas pelos personagens). Ø Provocam sensações de “estranhamento” no leitor, por meio da ruptura realidade-ficção.
Leia o texto abaixo: Proposta de Redação Online 1 Depois que o sol se põe Giovane F. O. O sol já havia se posto no horizonte e a noite caíra na pequena cidade de Wintercrest quando o padre Cooper deixou a sacristia para fechar as portas da igreja. Havia pedido ao sacristão que o fizesse antes de ir embora, mas viu que seu pedido não fora atendido, pois as portas continuavam abertas. — Aquele menino vive com a cabeça no mundo da lua. . . — resmungou o padre, apanhando a bengala apoiada no altar e coxeando pelo corredor entre os bancos do templo. A perna operada doía ainda mais em dias úmidos como aquele: uma lembrança amarga de sua breve estada no Vietnã. Alistara-se como voluntário nas tropas enviadas para lutar na guerra que era travada no outro lado do mundo. Formado em medicina, exercera o ofício durante três meses no front, três duros meses em que convivera diariamente com o horror da guerra, com a Morte – enfrentando-a ao salvar muitas vidas de serem ceifadas por Ela e sentindo a dor do fracasso quando não conseguia fazê-lo. O velho caminhava vagarosamente pela igreja, apoiado na bengala e perdido em pensamentos, quando, de repente, percebeu uma presença. O local estava escuro, parcamente iluminado pelas velas acesas por fieis ao longo do dia, de modo que o padre não conseguiu distinguir mais do que a silhueta do recémchegado. Fosse ele quem fosse, estava parado à porta, cabisbaixo, o corpo recortado contra o luar. — Quem é você, filho? — perguntou o padre, parando a meio caminho entre o altar e as portas, apertando os olhos para tentar enxergar melhor o visitante.
— Alguém que busca o aconchego da casa de Deus — respondeu o homem, soturnamente, ainda sem erguer a cabeça para encará-lo nos olhos. — Não vai me convidar para entrar, padre? — Já é tarde, meu filho, volte aman. . . — Por favor, padre, não me negue isto — o misterioso homem, então, ergueu os olhos, que por um instante fugaz pareceram reluzir vermelhos na semiescuridão. O padre balançou a cabeça, pensando se tratar de uma ilusão de ótica ou de um algum engano de sua vista cansada. — Não me negue a oportunidade de lavar minha alma confessando meus pecados, por favor. . . — Está bem, está bem, pode entrar. . . — cedeu o padre, trocando a bengala de mão e convidando o estranho a entrar com um gesto. Distraído, o velho não percebeu o discreto sorriso que curvou os lábios do forasteiro, quando este deu um passo à frente e adentrou a igreja. — Diga-me, meu filho, o que fez de tão grave que não pode esperar o dia de amanhã para confessar? — Eu fiz coisas horríveis, padre! — disse o estranho. — Deus é misericordioso, criança! — confortou-o o padre. — Sempre perdoa os filhos que vêm a Ele em busca de perdão. Se o seu arrependimento é sincero e se você está disposto a reparar quaisquer males que tenha causado, o perdão de Deus já é seu por merecimento. — Eu pequei, padre. . . — confessou o homem. — E vou pecar novamente! — Então, abriu a boca e expôs caninos que mais pareciam presas do que dentes. A bengala do padre Cooper caiu no chão com estrépito. Ele soltou um grito. E a última coisa que viu foi o homem cruzar a distância que os separava em um único salto, pulando nele como um predador faminto pula na presa. Disponível em: <http: //criacaoliterariaufrgs. blogspot. com/2012/12/conto-fantastico. html> Acesso em 27/03
Proposta de Redação 1. Observe que o padre da história acima se depara com um vampiro que o ataca e, supostamente, suga-lhe o sangue. Não é essa a história lendária de vampiros? 2. Pois bem, esse será o seu trabalho. Imagine que, em sua cidade, há boatos de que vampiros estão espalhados por toda a parte, porém ninguém os vê. 3. Dessa maneira, você contará a situação em que esses “fenômenos” aconteciam, a apreensão dos moradores, até mesmo o sumiço de alguns deles, hipoteticamente, transformados em vampiros também. 4. O conflito do seu conto fantástico será o encontro com uma dessas criaturas e as consequências disso: discussão, medo, fuga, luta ou até mesmo mordida. 5. A partir desse fato, você deverá intensificar a narrativa até um certo clímax; 6. Como se trata de um conto fantástico, você não poderá dar um final trágico, nem mesmo resolvê-lo totalmente. 7. Quanto aos demais elementos, dê margem a sua criatividade e produza um conto à altura de nossos alunos. Eu confio em vocês! 8. Dê um título a seu texto;