Semiologia e Patologia Mdica Licenciatura em Enfermagem Veterinria

Semiologia e Patologia Médica Licenciatura em Enfermagem Veterinária Ano lectivo 2015/2016 Nutrição do Paciente Crítico Ana Ferreira nº 12855 Docente: Manuela Cerqueira

Paciente Crítico O paciente crítico é muitas vezes considerado um animal anoréctico e as suas necessidades nutricionais são muito diferentes das de um animal saudável. Desta forma, é necessário ter em conta a nutrição como forma de tratamento, já que esta é essencial para a recuperação do paciente

Após cirurgias, os animais necessitam de proteína para recuperar, e qualquer paciente crítico ou cirurgico deve ser estimulado a comer alimentos extremamente palatáveis o mais rapidamente possível. Os estimulantes de apetite podem ser uma opção, mas alguns pacientes são incapazes de comer, e devem-lhes ser fornecidos nutrientes. A forma mais simples de dar suplementos alimentares é através de seringas de alimentação, na medida em que não exige a colocação de um tubo de alimentação.

Tipos de sondas usadas na alimentação As sondas naso-esofágicas são bastante comuns e fáceis de aplicar, sendo normalmente bem toleradas pelos pacientes. Os animais não necessitam de anestesia ou sedação e o risco de infecção é baixo. As sondas naso-gástricas não são consideradas, pois não apresentam nenhum benefício em relação as naso-esofágicos. As sondas esofagostómicas possuem um maior diâmetro, ou seja, não tem tendência a bloquear tão facilmente como as sondas naso-esofágicas. No entanto, estas exigem que o animal seja anestesiado ou sedado.

Cuidados a ter na alimentação através de sondas A sonda deve ser lavada antes e depois da alimentação; A água e os alimentos devem estar à temperatura ambiente antes da administração; A exigência nutricional diária deve ser dividida entre 4 a 6 refeições por dia; A administração de alimentos deve ser interrompida se existir evidencia de asfixia ou tosse; Deve-se evitar a alimentação durante a noite, a menos que necessário; O paciente deve ser observado durante a alimentação; O alimento deve ser administrado lentamente; O volume de cada um dos alimentos deve ser reduzido ser existir ocorrencia de vómito;

Qual a quantidade de alimento que deve ser fornecida? O fornecimento nutricional deve proporcionar substractos para a glicogénese, a síntese de proteínas e energia suficiente para manter a homeostasia sem causar complicações. No entanto, para garantir que são fornecidas as calorias necessárias é necessário medir os gastos energéticos o que é quase impraticável.

Existem várias fórmulas para calcular o RER (resting energy requirements) , no entanto a formula que acaba por se mais utilizada tanto em cães como em gatos é a seguinte: RER = 70 (peso corporal em kg) 0, 75 Pode também ser usada, em alternativa a seguinte fórmula para animais com peso compreendido entre 2 e 45 kg: RER = 30 (peso corporal em kg) + 70

Monitorização do Paciente O peso corporal do animal deve ser monitorizado diariamente. A utilização do RER como requisito calórico é apenas um ponto de partida. O número de calorias fornecidas pode ter de vir a ser aumentada para se manter com as necessidade dos pacientes, que normalmente aumentam. Com a reavaliação contínua, o médico veterinário deve determinar o momento de fazer a transição do paciente de alimentação assistida para o consumo voluntário de alimentos. No entanto a interrupção do suporte nutricional só deve acontecer quando o paciente consome cerca de 75% do RER sem persuasão.