Profa Dra Silvia Maria Vieira dos Santos EXISTEM

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Profa Dra Silvia Maria Vieira dos Santos

Profa Dra Silvia Maria Vieira dos Santos

EXISTEM NEGROS NO CEARÁ? A Falácia da Democracia Racial torna quase inexistente a participação

EXISTEM NEGROS NO CEARÁ? A Falácia da Democracia Racial torna quase inexistente a participação negra na história cearense, marginalizando e escamoteando a presença dos negros neste estado. Porque não existem negros no Ceará ? - A primazia na abolição da escravatura - Pequena porcentagem de negros devido o Ceará ter-se dedicado mais à pecuária do que à indústria açucareira durante o período do sistema escravista. “A negritude é escondida sob a morenice, a brejeirice, a sensualidade da cor. ” (FUNES, 2004, p. 132)

Ocupação do sertão e rápido crescimento populacional - séc XVIII e XIX (sistema de

Ocupação do sertão e rápido crescimento populacional - séc XVIII e XIX (sistema de quatiação, disponibilidade de terra) - Os escravizados africanos foram introduzidos no Ceará por volta de 1756. Origem Congo Angolanas (Banto): Angolanos, Cambinda, Benguelas( APEC) Nos censos da população do Ceará para os anos de 1804, 1808 e 1813, a soma dos pardos, mulatos livres, pretos e pardos cativos, pretos livres é superior a da população branca livre. (SOBRINHO, 2011) Na medida em que as fazendas de criar vão sendo estabelecidas ao longo dos rios, que se configuram como caminhos naturais para a ocupação do sertão, os negros também foram ocupando estes espaços, não só como cativos mas como trabalhadores livres, como proprietários (. . . ) No início do século XIX, a presença de afro-brasileiros por estas terras cearenses já era significativa por estas terras cearenses, onde negros e pardos libertos somavam 60, 7% de uma população total de 77. 375 habitantes. Neste universo, a população negra e parda cativa, somava 12. 254; ou seja, 15, 8% da população. Funes (2004 P. 104):

- Equívocos históricos: 1. A incompatibilidade da economia pastoril com o trabalho escravo 2.

- Equívocos históricos: 1. A incompatibilidade da economia pastoril com o trabalho escravo 2. Todo negro é cativo - Com o desenvolvimento da agricultura e pecuária o escravizado trabalhava ao lado da população livre. - Os negros estavam presentes em toda as atividades da Província não só como cativos, mas como trabalhadores livres e proprietários. Ex. Teles, Domingos Lopes e João Coelho (pretos forros)

O Ceará no Tráfico Interprovincial de Escravos Causas: - Surto de Febre Amarela (1851)

O Ceará no Tráfico Interprovincial de Escravos Causas: - Surto de Febre Amarela (1851) - A guerra do Paraguai (1865 -70) - As secas 1877 - 1879

Resistência ao Tráfico - O tráfico interprovincial representava a ruptura dos laços familiares e

Resistência ao Tráfico - O tráfico interprovincial representava a ruptura dos laços familiares e da família extendida. - O sentimento de solidariedade proporcionou a criação de um conjunto de ações que visava a propagação das informações como meio de alertar o cativo e não cativo dos perigos do tráfico - As Irmandades/As festas de Reis do Congo e Cirandas - Recursos Legais - Fugas (escravo Benedito) e assassinatos (escravo Antonio, assassinato em Lavras) A Coroação de Reis do Congo é o tema do - Barcos, navios enquanto veículos de Maracatu Nação Fortaleza para o desfile informação carnavalesco do ano de 2007 As Irmandades remontam à metade do século XVIII como a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (1742) (Nobre apud Sobrinho 2011) A Irmandade era uma instituição que intervinha no mundo dos escravizados e tornava-se um espaço de encontro entre cativos, libertos e livres. Produtora de relações afetivas e de solidariedade

Festa dos Reis de Congo – Sobral "_ Catirina, minha nêga, _ Teu senhor

Festa dos Reis de Congo – Sobral "_ Catirina, minha nêga, _ Teu senhor te quer vendê! _ Pero o Rio de Janeiro, _ Pera mais nunca te vê. . _ Catirina, minha nêga, _ um senhor te quer compra! _ Lá do Rio de Janeiro, _ para nunca mais voltar. . . " O cantos alertam os participantes do evento para que tomem cuidado, pois “meu amo”, ‘vai te vende lá no Rio de Janeiro”, para com certeza, familiares, amados, “nunca mais te vê” “As festas constituíram, para o escravos, momentos de ruptura com a vida cotidiana. Oportunidade em que vestiam seus melhores trajes e as relações antagônicas tornavam-se fragilizadas e, livres e escravos, todos em dias semelhantes fazem causa comum” (Funes 2000)

- Recursos Legais Lei 2040, de 28 de setembro de 1871 (artigo 6º, inciso

- Recursos Legais Lei 2040, de 28 de setembro de 1871 (artigo 6º, inciso 11. “Em qualquer ato de alienação ou transmissão de escravos é proibido sob pena de nulidade separar o marido da mulher, o filho do pai ou mãe, salvo sendo filhos maiores de 15 anos. . . ’ (RIO BRANCO apud Sobrinho, 2011) - Escrava Anna (1873) Escrava Maria com filho menor de 15 anos Escravo Domingos menor de 15 anos Escravo Nicolau e Maria casados há 12 anos Escravo Francisco

Movimento dos Jangadeiros: “No Ceará não se embarcam mais escravos! - Movimento popular liderado

Movimento dos Jangadeiros: “No Ceará não se embarcam mais escravos! - Movimento popular liderado pelo liberto Antônio Napoleão e o mulato Francisco José do Nascimento. - Antônio Napoleão ? Ausência na historiografia (se afastou dos círculos abolicionistas e indicou Francisco José do Nascimento para assumir o comando do movimento na praia) Movimento Abolicionista - Homens Letrados e Ilustres - A Sociedade Libertadora Perseverança e Porvir (1879) - Sociedade Cearense Libertadora – O Libertador (1880) – Museu do Ceará - Discurso positivista, imigrantista (embraquecimento da sociedade

Abolição da Escravidão – 25 de março de 1884 Para quem o movimento abolicionista

Abolição da Escravidão – 25 de março de 1884 Para quem o movimento abolicionista foi importante ? Para os libertos ou para a concretização de uma sociedade capitalista burguesa, na qual valores como o progresso e modernidade só seriam possíveis com a abolição da mão-de-obra escrava? “. . . a abolição nos moldes em que foi realizada, permitiu a passagem de uma coerção predominantemente física do trabalhador para uma coerção predominantemente ideológica. ” Funes (2004. p. 132),

O Ceará Criolo revela: 22% dos municípios cearenses têm comunidades quilombolas. Você sabe onde

O Ceará Criolo revela: 22% dos municípios cearenses têm comunidades quilombolas. Você sabe onde elas ficam? A gente conta. Rafael Ayala Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde. Facebook. Twitter. Whats. App. Partilhar