Primrdios da poesia no RN IFRN Campus Natal

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Primórdios da poesia no RN IFRN – Campus Natal Cidade Alta Curso de Tecnologia

Primórdios da poesia no RN IFRN – Campus Natal Cidade Alta Curso de Tecnologia em Produção Cultural Disciplina: Iniciação à literatura do RN Professor: Marcel Lúcio Matias Ribeiro

Conceitos • Sistema literário e Continuidade literária. • Poetas pós-românticos – mimetizam influência estéticas

Conceitos • Sistema literário e Continuidade literária. • Poetas pós-românticos – mimetizam influência estéticas do Romantismo, Parnasianismo, Simbolismo, situados no período de 1880 a 1922, segundo Humberto Hermenegildo.

Contexto • A partir da proclamação da República, em Natal, oligarquia dos Albuquerque-Maranhão. •

Contexto • A partir da proclamação da República, em Natal, oligarquia dos Albuquerque-Maranhão. • Estreita aliança entre a política e a intelectualidade, aproximação facilitada pela condição de homens cultos, de Pedro Velho, seu irmão Alberto Maranhão, o genro, Tavares de Lyra e Antônio de Souza (Policarpo Feitosa), e mais ainda pelos declarados apreciadores de artes, José Augusto e Juvenal Lamartine. • A produção literária no Rio Grande do Norte, nesse período, obteve maior difusão, assim como o Teatro e a Música. Segundo Tarcísio Gurgel, “Trata-se da nossa Belle Époque”, sendo no “campo da circulação das ideias, nas manifestações do espírito por via da literatura e do jornalismo, onde o período oligárquico se mostrará mais brilhante”. Surgiram muitos periódicos, dentre eles, A República e a revista cultural Oásis, que circulou por dez anos.

Críticos fundadores • Antonio Marinho (1876 -1902) – polêmica com Segundo Wanderley no jornal

Críticos fundadores • Antonio Marinho (1876 -1902) – polêmica com Segundo Wanderley no jornal A Tribuna. • Câmara Cascudo (1898 -1986) – Alma patrícia (1921). • Henrique Castriciano (1874 -1947) – sequência de artigos sobre o poeta Lourival Açucena no jornal A República.

Poetas e poesias da primeira da fase da literatura do RN (pós-românticos; pré-modernos; tendências

Poetas e poesias da primeira da fase da literatura do RN (pós-românticos; pré-modernos; tendências diversas)

AGONIA DO CORAÇÃO Estrelas fulgem da noite em meio Lembrando círios louros a arder.

AGONIA DO CORAÇÃO Estrelas fulgem da noite em meio Lembrando círios louros a arder. . . E eu tenho a treva dentro do seio. . . Astros! velai-vos, que eu vou morrer! Ao longe cantam. São almas puras Cantando à hora do adormecer. . . E o eco triste sobe às alturas. . . Moças! não cantem, que eu vou morrer! As mães embalam o berço amigo, Doce esperança de seu viver. . . E eu vou sozinha para o jazigo. . . Chorai, crianças, que eu vou morrer! Pássaros tremem no ninho santo Pedindo a graça do alvorecer. . . Enquanto eu parto desfeita em pranto. . . Aves, suspirem, que eu vou morrer! De lá do campo cheio de rosas Vem um perfume de entontecer. . . Meu Deus! que mágoas tão dolorosas. . . Flores! Fechai-vos, que eu vou morrer! Auta de Souza

Acordada Música etérea, inefável, Mais que a voz do rouxinol, Canção que traz, impalpável,

Acordada Música etérea, inefável, Mais que a voz do rouxinol, Canção que traz, impalpável, Ao sonho, o clarão do sol. Gorgeio vago e sem notas, Que às aves causa ciúme, Vindo de plagas remotas, Envolto em luz e perfume. . . E cismo, contrita, cismo, Vendo Branca despertar, Como quem vem de um abismo Cheio da luz do luar. Henrique Castriciano

Lua de maio Acordo. Já ventila a madrugada! Sobe a parede escura úmida réstia.

Lua de maio Acordo. Já ventila a madrugada! Sobe a parede escura úmida réstia. . . É a lua! Como está desfigurada! Parece que se ergueu de uma moléstia! Muda como as tristezas tumulares, Lembra uma monja pálida, sidérea, Uma bola de neve pelos ares, Fria, cobrindo tudo de matéria!. . . E desce, desce. E o brilho declinando Imita o de uma veia esmorecendo. . . É que as dores de maio vão chegando Enquanto as alegrias vão morrendo! Verte pranto invernoso! Orvalha a grade Da solidão do meu viver incerto. Como sangra o punhal desta saudade! Que mal me trouxe este postigo aberto! Ferreira Itajubá

A uma mangueira Copada mangueira, vistosa e faceira, que do rio à beira se

A uma mangueira Copada mangueira, vistosa e faceira, que do rio à beira se vê florear. Me lembras o dia de amor e folia, em que terna ouvia Marília cantar. Na tua ramagem por entre a folhagem vinha a doce aragem, branda, respirar. Sentada na areia, cantava a sereia, mostrando-se cheia de gosto e prazer. Frondosa mangueira altiva e faceira que dita ligeira me vens recordar!. . . Não lembres o dia de tanta alegria mm que me sentia num anjo a cantar. Lourival Açucena

Um poema de Olavo Bilac para observarmos a diferença entre a poesia parnasiana e

Um poema de Olavo Bilac para observarmos a diferença entre a poesia parnasiana e a poesia modernista

A Um Poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do

A Um Poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma de disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.

Um poema de Jorge Fernandes

Um poema de Jorge Fernandes

Té-teu — canela fina — [. . . ] Sobre o açude Pinicando no

Té-teu — canela fina — [. . . ] Sobre o açude Pinicando no terreiro Perseguindo gaviões badalando dezenas de sinetas Revoando em bando no espaço incendiado do sertão sem nuvens Num alvoroço de alarme: Té. . . téu! Té. . . téu! Té. . . téu!

Referências • ALVES, Alexandre. Poesia submersa – poetas e poemas do RN: 1900 -1950,

Referências • ALVES, Alexandre. Poesia submersa – poetas e poemas do RN: 1900 -1950, volume I. Mossoró: Queima-Bucha, 2014. • DUARTE, Constância lima; Macêdo, Diva Cunha Pereira de (organizadoras). Iniciação à poesia do Rio Grande do Norte – antologia. 2. ed. , Belo Horizonte: Limiar, 2004. • GURGEL, Tarcísio. Informação da literatura potiguar. Natal: Argos, 2001.