FILOSOFIA POLTICA Introduo ao pensamento poltico PROFESSORA KAREN

FILOSOFIA POLÍTICA Introdução ao pensamento político PROFESSORA: KAREN DACOL DISCIPLINA: FILOSOFIA

POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO A palavra POLÍTICA é empregada em um sentido muito restrito. Muitas vezes, faz referência a um quadro institucional do qual fazem parte o Estado, os partidos políticos, as eleições e os políticos, ao mesmo tempo em que reduz a participação dos cidadãos, que acaba ficando restrita às eleições. A participação política, contudo, nem sempre foi assim. Na Grécia antiga, período em que a Filosofia Política foi elaborada pela primeira vez, a situação era diferente. Na pólis grega, todos os cidadãos se viam envolvidos nos assuntos que eram de interesse comum, tornando a prática política presente no cotidiano de todos eles. É importante sublimar, no entanto, que naquela época os escravos, as mulheres e os estrangeiros não eram considerados cidadãos. A política sempre esteve no centro da especulação filosófica e foi muitas vezes associada a questões éticas.

PLATÃO Por volta de 367 a. C. , Platão deixou a Academia e se mudou para Siracusa, cidade grega na Sicília, com o objetivo de aconselhar politicamente o rei Dionísio II. A República é uma das principais obras para se compreender o pensamento político de Platão. Ele apresentou sua teoria do conhecimento, destacando a importância da educação ou da formação do filósofo. Logo após a apresentação da alegoria da caverna, afirmou mais uma vez por meio do personagem Sócrates, a necessidade de empregar os filósofos no governo da cidade. Para elucidar seu pensamento e descrever o Estado ideal, Platão utilizou a metáfora do corpo humano, que seria composto de três partes: cabeça, peito e ventre. Cada parte tem uma característica peculiar, respectivamente: razão, vontade e desejo. Essas, por sua vez, expressam virtudes: a razão é fonte de sabedoria, a vontade resulta em coragem, e o desejo, que deve ser controlado, implica moderação.

PLATÃO Platão descreveu o Estado perfeito como aquele em que existem três categorias de cidadãos. GOVERNANTES: Devem ser os filósofos, correspondem a sabedoria. GUERREIROS: Protegem a cidade, correspondem à coragem. TRABALHADORES: Garantem o sustento da cidade, correspondem à moderação.

PLATÃO A organização da cidade justa que algumas instituições fossem total ou parcialmente transformadas. A propriedade pessoal deveria ser extinta, as relações pessoais e afetivas não deveriam estar restritas aos laços familiares e todas as crianças seriam educadas juntas fora da instituição familiar tradicional. A educação deveria ser comum e dedicada a ambos os sexos. Aos 20 anos, os jovens de “sensibilidade mais grosseira” seriam destinados ao trabalho. Após mais 10 anos de educação comum, seriam escolhidos os guerreiros. O restante continuaria o estudo da Filosofia e a prática do diálogo filosófico, até que, aos 50 anos, estivessem aptos a governar a cidade. Para Platão, a justiça, finalidade da política, triunfaria numa cidade governada por filósofos. A visão de política em Platão é, sobretudo, ética, uma vez que tem como princípio fazer o bem e que depende da virtude dos governantes. Tal visão predominou no pensamento político ocidental até pelo menos o século XVI.

ARISTÓTELES Na Grécia antiga, Platão e Aristóteles se dedicaram à formulação de um pensamento político. Aristóteles dizia que as coisas têm uma finalidade, e a política não é uma exceção. A finalidade da política é proporcionar ao mesmo tempo justiça e felicidade, sendo, portanto, um prolongamento da ética. Aristóteles afirmou que é da natureza humana viver em sociedade. Em sua obra Política, afirma que o ser humano é uma animal político. A existência da pólis é natural. Na pólis são estabelecidas relações de amizade, que ocorre quando os seres humanos desejam o bem mutuamente, de maneira espontânea. A amizade é inseparável da justiça. A justiça resulta de atos voluntários, ou seja, depende da consciência do indivíduo. Uma cidade habitada por pessoas justas, será uma cidade onde prevalecerá a justiça. A qualidade das leis da pólis depende das qualidades morais dos cidadãos.

ARISTÓTELES As ações morais compõem a vida virtuosa do cidadão, que aspira alcançar a autonomia e a autossuficiência. Porem, por meio da amizade, os cidadãos conseguem no máximo se aproximar desse objetivo, pois o único ser autônomo e autossuficiente seria Deus. O governo dos cidadãos deve refletir o interesse pelo bem comum. Segundo Aristóteles, há três formas de governo: GOVERNO DE UM SÓ: Monarquia. GOVERNO DE GRUPO: Aristocracia. GOVERNO DO POVO: Democracia. Cada uma dessas formas pode sofrer um desvio, não cumprindo sua finalidade e transformando-se em: tirania, oligarquia e demagogia. Fiel à sua proposta de justa medida, Aristóteles dava preferência a uma regime moderado, a POLITEIA, em que o governo estaria nas mãos dos melhores cidadãos, ou seja, dos que ocupam uma posição intermediária entre ricos e pobres.